Mônada: espelho ou torção e expansão

Somos uma mônada, mas onde tudo se decide: o logos, o cosmos, tempo-espaço, cidade-pólis, estado, nação, nações. Nas nervuras do sol, do sal, nos pélagos profundos, sobrevoar as falésias, um descampado, os milharais, os arrozais, as vastas extensões, o orvalho, a chuva de qualquer mês, o vento nos beirais, percorrendo os corredores, mas o que pode cada um?

Pensar em Aristóteles e realizar a universalidade sendo político ao viver no, com e por seu povo, totalmente entregue à vida pública ou ser filósofo buscando sob uma palavra um conceito enquanto dispositivo político. Ambos, à seu modo, e no âmbito de ação próprio, convertidos em um guerreiro entre as muralhas do Estado, espreitando a brecha por onde o sonho do povo pode passar. Podem o filósofo e político encontrar um ponto arquimédico ou ambos sabem que o real é a virtualidade de vários possíveis e que, quando chegada a hora, é preciso saber ver o momento que o acaso em velocidade infinita ensejou? Penso em Maquiavel – no seu texto longe dos estereótipos- que sonhava a unidade de seu povo e penso: De onde virá, de que lugar desconhecido, de que tempestiva imprevista, de que tufão inapreensível, virá quem possa ser o signo de uma nação cheia de unidade, força e forma de vida universal?

O Retrato do filósofo nas solidões da colônia.

Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.

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