Isto Posto…Professor Universitário: que ética adotar?
Recentemente a comunidade acadêmica da FACAPE tomou conhecimento de publicação feita no blog de Carlos Britto, onde o Diretório Central Estudantil – DCE e o Diretório Acadêmico do Curso de Direito – DA repudiavam a atitude de determinado professor, através de nota pública, reputada por eles de antiética devido aos comentários maldosos tecidos em grupos de WhatsApp sobre de erros gráficos – e de observância das regras gramaticais – encontrados quando da correção de provas de seus alunos.
O primeiro ponto é definir se o comportamento do referido professor é de fato antiético, uma vez que as maledicências foram externadas em grupos privados da Rede Social WhatsApp. Mas, para isso precisamos entender o que vem a ser Ética. E, primordialmente, qual o comportamento ético esperado de um professor, já que pela diversidade de interações sociais entre indivíduos diversos, a Ética tende a se apresentar múltipla, em conformidade com os interesses em jogo.
Num sentido puramente denotativo, consoante encontrado em qualquer dicionário, temos que Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social, ou seja, o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
Doutro modo, tomando-se o sentido mais acadêmico desta disciplina – aquela à qual estaria atrelado à observância o doutor – poder-se-ia, a priori, dizer como o faz Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), que a ética é resultante da educação da vontade, ou seja, nasceria quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os costumes, como senso moral e consciência moral individual que contribuirá para compreensão do caráter de cada pessoa.
Quer isto dizer, segundo Chauí, que nos cabe fazer avaliações da conduta que empreenderemos, pois responderemos por elas perante os outros.
Por fim, temos que nossas vontades e nossos desejos, de acordo com a Filosofia, não podem ser barcos à deriva, flutuando perdidos no mar e produzindo um caráter de inconstância, porque tornariam a vida social impossível.
Nesta esteira, retornando ao professor, fácil é perceber que o limite ético do seu comportamento é definido pela instituição onde leciona, cuja missão inclui no Regimento Interno, art. 3º[1], como valores institucionais, dentre outros não menos importantes, a ética como norteadora do seu comportamento nas interações com alunos e colegas de trabalho.
Logo, como não observou os valores que permitem nossa vida em comum, nosso caro doutor demonstra não ter ainda educado sua vontade.
Assim sendo, segundo a Ética adotada pela FACAPE, o referido professor, ao invés de menosprezar seus discípulos ao perceber certa deficiência instrutiva deles, demonstrada pelo atropelo às normas gramaticais, bem poderia levar a situação à instâncias internas responsáveis pela avaliação do ensino-aprendizagem, e propor programas destinados ao aprimoramento da escrita dos bacharelandos da instituição, se fosse ele imbuído dessa boa-fé pela leitura do Regimento Interno.
Não o fez, Preferiu tripudiar das falhas dos alunos.
Isto posto, eu mesmo fui aluno do doutor e poderia, agindo sem a devida postura ética, dizer que a maioria dos textos de sua autoria aos quais tive acesso são de uma profunda infantilidade intelectual, mas não direi. Digo apenas que são dignos de um típico doutor brasileiro. E o blog está à disposição para constatarmos isso.
Por: Adão Lima de Souza
[1] Art. 3º. São valores institucionais na AEVSF/FACAPE:
- a) ética – como norteadora do comportamento humano;
- b) pluralidade de ideias – como meio de valorizar pela educação o respeito à liberdade, à conscientização dos valores humanos e a responsabilidade social;
- c) criatividade – como meio de permitir ao ser humano, de forma única e original, Expressar-se e encontrar soluções;
- d) consciência – como fator fundamental na preparação integral do cidadão, estimulando-o à reflexão sobre os valores humanos e sobre seu papel social;
- e) cooperação – como base para a integração de esforços e objetivos, mediante um trabalho conjunto e harmônico;
- f) participação – crença firme de que a democracia é o melhor caminho para uma instituição em que, por sua natureza, a opinião é quase sempre produto da reflexão;
- g) sensibilidade – como dimensão significativa do processo de desenvolvimento do homem.
Adao,
Sempre chamando para briga!!
Andava meio preguiçoso nas leituras…..
mas acho que vou voltar,
Aproveitando o que tá feito; citando Caetano: “O Adao fundiu a cuca dele”
Excelente, velho Adão, sobretudo pelo excerto “isto posto, eu mesmo fui aluno do doutor e poderia, agindo sem a devida postura ética, dizer que a maioria dos textos de sua autoria aos quais tive acesso são de uma profunda infantilidade intelectual, mas não direi. Digo apenas que são dignos de um típico doutor brasileiro. E o blog está à disposição para constatarmos isso”.
Demasiado infantil para um doutor que, não tendo obra intelectual alguma, sequer um livro editado com o próprio dinheiro, gracejar com erros de estudantes. Claro que ninguém crê mais na universidade. Nem tanto pelos estudantes que cometem erros ortográficos, mas por uns e outros que, fazendo uso de títulos para estufarem os próprios peitos, não alcançam um único raciocínio respeitável. Esperemos a grande obra do grande doutor catedrático, fruto de uma vida devotada aos livros não lidos. rs.
Sempre vejo os alunos reclamar desse ” doutor”, acredito que a facape vá tomar uma providencia em relaçao a isso, ou, eu mesmo irei levar ao conhecimento do MEC e do MP.
Belo texto Adão.
Difícil será ele interpretar.