Isto Posto… Os políticos “honestos” e a velha prática corrupta da ‘rachadinha’.
Nas últimas semanas, o tema recorrente no noticiário brasileiro tem sido a vultosa movimentação financeira do ex-acessor parlamentar do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, e a incondicional disponibilidade de Fabrício Queiroz para servir aos membros da família do presidente eleito, seja designando seus filhos para os gabinetes, com excelentes salários e escassas horas de trabalho, seja simplesmente emprestando à futura primeira-dama irrisória soma de vinte e quatro mil reais.
É evidente que o assunto tem grande importância. Principalmente quando consideramos que o senhor Jair Bolsonaro se elegeu com a promessa de ser intolerante com qualquer ato de corrupção, não importando quem fosse o corrupto, o que certamente deveria incluir seus próprios filhos, uma vez que sendo o senhor presidente um convicto conservador, comunga com a tese de que honestidade é um valor que se aprende em casa, no seio da sagrada família que vem jurando proteger a qualquer custo.
Assim sendo, parece-nos que as desculpas esfarrapadas, as explicações desencontradas sobre empréstimos a alguém acusado de movimentar milhões em suas contas bancárias, a alguém identificado pelo COAF como responsável por transações cujo proceder indica claramente a devolução de salários por assessores contratados a custa do erário, numa prática assaz conhecida como “rachadinha”, apenas corrobora com o discurso de que mais uma vez o sufrágio não passou de estelionato eleitoral, como reiterada e sorrateiramente tem sido com o “almofadinha, o sociólogo bem intencionado, o operário desapegado e a madama honesta”.
Entretanto,embora a prática corrupta que se desvela agora no exercício parlamentar dos Bolsonaros não deva merecer menos atenção da mídia, devendo as autoridades “instaurar sindicância para apurar as irregularidades e punir os responsáveis”, como é de praxe se dizer quando nada será investigado, nem ninguém será punido, a verdade é que por trás dessas revelações veio à tona uma prática corriqueira nos gabinetes parlamentares, cuja denominação de “rachadinha” indica a persistência de um ato nefasto de corrupção com o dinheiro do povo, que mesmo agora tem sido colocado em segundo plano, apesar de generalizado nas câmaras municipais,assembleias legislativa e no Congresso Nacional.
Não se olvida em parte alguma desse imenso país, que a prática corrupta da “rachadinha”tem como propósito deliberado do vereador ou deputado se apropriar de parte dos salários dos funcionários contratados para servir nos seus gabinetes parlamentares, sem sequer precisarem esses servidores cumprir horário ou desenvolver qualquer trabalho.
Isto posto, se tivéssemos uma imprensa verdadeiramente livre, investigativa,informativa, o principal ponto que estaria sendo explorado agora seria como punir severamente essa pratica nefasta que ora se desvela pelos atos corruptos desta súcia de patifes e não apenas quanto os Bolsonaros levaram na pilhagem do erário com seu fiel escudeiro.
Por: Adão Lima de Souza
Deixe um comentário