Isto Posto… Ceará: a permanente crise de segurança pública e os mesmos paliativos inúteis.

A audácia do crime organizado tem sido pauta certa no alvorecer desses últimos anos, a exemplo do que se viu no Estado do Amazonas em janeiro de 2017, cuja rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim deixou 56 mortos.

A atual crise no Estado do Ceará, com 98 ataques coordenados em 33 cidades, em manifesto desafio às autoridade públicas, apenas reforça a certeza de que o país perdeu as rédeas do combate ao Crime Organizado, estando hoje as facções como o PCC (Primeiro Comado da Capital), CV (Comando Vermelho) e outras de menor notoriedade, porém, de igual poder de intimidação, em luta aberta pelo domínio da rota de tráfico de drogas e dos presídios na maioria dos estados brasileiros.

E, tanto no Ceará como no restante do Brasil, os frequentes ataques aos ônibus coletivos, as investidas criminosas contra a manutenção da rotina do cidadão tornado refém, são provas irrefutáveis de que não se trata mais apenas de combate ordinário às práticas delituosas e, sim, de declarada guerra contra o direito de ir e vir das pessoas, reclamando das autoridades uma ação decisiva, contundente e eficaz que ponha limites a audácia dessa horda de criminosos e não mais esses velhos paliativos inúteis, consistentes no envio de policiais tomados de empréstimo às combalidas Forças de Segurança dos estados, em transferências temporárias de supostos líderes dessas facções, como ora se verifica na primeira medida adotada pelo doutor Sergio Moro, donatário do superministério da segurança.

No mais, cada vez que algum estado brasileiro pede socorro, ante a iminência de sucumbir perante as forças criminosas que assolam o país, o simples envio de tropas, as eventuais transferências de líderes têm sido medidas reiteradas, a funcionar como espécie de paliativo enquanto as autoridades pensam numa solução mais definitiva. Todavia, essa solução mais efetiva nunca chega. Enquanto isso, o cidadão permanece encurralado, refém do medo que se alastra pelas cidades, impotente diante da criminalidade que faz vítimas indefesos trabalhadores e mulheres e bem armados policiais.

Isto posto, conforme alardeado pelo novo governo um efetivo combate à criminalidade organizada, o cidadão brasileiro chegou a acreditar que na primeira oportunidade, a confraria de generais e o superministério da Justiça apresentariam algum plano sério que transcendesse os velhos paliativos inúteis, aplicados exaustivamente por seus antecessores.

Por: Adão Lima de Souza           

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