“Eu quero que o Brasil perca a Copa”

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José Campos Lara, nascido há 55 anos no Estado de Minas Gerais e torcedor do Fluminense, aproveita um dos crônicos congestionamentos que retardam o cotidiano do Rio do Janeiro e saca do porta-luvas do seu táxi a carteirinha de médico do seu filho, nefropediatra.

“Eu quero que o Brasil perca a Copa…”, exclama. “Este país não investe em hospitais nem em educação, vocês precisavam ouvir as dificuldades que o meu filho encontra para poder fazer o seu trabalho. Sinto muito, mas espero que o Brasil seja eliminado na primeira fase, os políticos precisam de um castigo.”

Há quatro anos, semanas antes da Copa do Mundo da África do Sul, as ruas do Rio já estavam enfeitadas com bandeiras e cartazes de apoio à seleção canarinha. Hoje, os sinais visuais de entusiasmo brilham por sua escassez.

No mítico Maracanã, sede da final, a maior referência à Copa são alguns postes pintados de verde e amarelo. Nos bairros de Copacabana e Ipanema não se nota nada especial.

Na favela do Vidigal, as crianças brincam de correr com camisas de seus ídolos e de clubes de vários países, mas não se veem cartazes de apoio à seleção.

A tradição de decorar o país antes de uma Copa, que teve seu apogeu nas décadas de 1980 e 1990, parece estar murchando.

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