Defesa de Bendine pede a Moro que reconsidere prisão e diz que ele vai colaborar com a investigação
SÃO PAULO – O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, apresentou ao juiz Sergio Moro pedido de reconsideração de sua prisão temporária, realizada na manhã desta quinta-feira na 42ª fase da Operação Lava-Jato. A defesa alega que Bendine pretende colaborar com as investigações e que, ao contrário do que tem sido informado, ele estava com a volta programada para o próximo dia 19 de agosto. Além disso, diz que os passaportes foram apreendidos.
A defesa afirmou ainda que Bendine abriu seu sigilo bancário e fiscal, entregou cópias de suas Declarações de Imposto de Renda de 2011 a 2016 e cópias de extratos bancários dos últimos cinco anos. ” (..) Dessa forma, não há dúvidas que a liberdade do Peticionário nunca colocou em risco a colheita da prova; ao contrário, Aldemir Bendine sempre pretendeu prestar os esclarecimentos sobre os fatos e contribuir com as investigações, de forma sua liberdade não apresenta risco à instrução penal”, argumentaram seus advogados.
A defesa afirma que Bendine, durante o período em que esteve à frente da Petrobras, tomou medidas duras contra a Odebrecht, cujos executivos aparecem como delatores do ex-presidente da empresa. Entre essas medidas estaria a manutenção do bloqueio para participação de licitações e da renovação do contrato de nafta entre Petrobras e Braskem, além de cancelamentos de contratos com outras empresas do grupo.
Os advogados contestam também o uso da dupla nacionalidade – brasileira e italiana – como justificativa para a prisão de Bendine e recorrem a uma decisão do Supremo Tribunal Federal, na qual prevaleceu voto do ministro Gilmar Mendes – o ministro afastou a possibilidade de que disponibilidade de recursos no exterior e dupla nacionalidade possam ser fundamento para prisão preventiva.
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