A fabulação do sangue

O verde sonhou-se

E as águas provaram do sabor de iniciar

Quando da criança a régia vivificação

Encetou corolas, vinis, canções cheirando a erva

Fabula-se a vida na palavra e no vinho

No sangue a rutilar o precioso húmus das origens

Porque de constelações famintas ressuscitamos o mel

Na seiva que fustiga o fogo

Elabora-se o trigo, a mesa, a partilha

As mãos amanham-se, fecundam a própria idéia de fecundação

A beleza em saber-se grão pequeno : manancial de surpresas;

As pupilas afagam abluções

Reescrevendo a árvore

suscitando o arco onde remansa o engenho

Indígena vida: o açafrão convola-se com o lume do cacau

O fruto doura o sol e rebrilha-se incendiando os pés que o afagam

De: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, advogado e Professor da UNEB.

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