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Isto Posto… O que dizem as pesquisas eleitorais?

Em ano de eleições, grande número de pesquisas eleitorais são divulgadas semanalmente por distintos institutos, sob encomenda dos mais variados segmentos da sociedade civil: setores da indústria e comércio como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), bancos e instituições que operam no mercado financeiro, empresas do ramo de comunicações, como Grupo Globo e Folha de São Paulo.

E temos ainda, os sites de notícias, focados na cobertura política nacional, a exemplo do Poder360, que financia com recursos próprios o instituto PoderData. Destoando, assim, da prática mais comum que é a contratação externa dos serviços dos institutos de consulta populares. Como é o caso do BTG/Pactual, banco especializado em investimentos, cujo objetivo alegado é contratar serviços de pesquisas para melhor “entender o cenário e prestar sempre o melhor serviço aos seus clientes”.

Neste ano, temos sondagens feitas por diversas empresas:  Paraná Pesquisas, PoderData, FSB, Quaest, Idea Big Data, IPESPE e os tradicionais Datafolha e IPEC (antigo IBOPE), dentre tantos outros, só para ficarmos com aqueles de maior abrangência nacional.

E, como não poderia deixar de ser, em meios a tamanha diversidade de serviços de consultas, os números apresentados por esses institutos trazem notáveis divergências sobre a preferência confessada do eleitor abordado. Em virtude, sem dúvida, de diferentes metodologias aplicadas por cada um deles. Então, diante dessa ausência de certeza, cabe-nos perscrutar o quê, de fato dizem as pesquisas eleitorais, para que possamos depositar nossa confiança nelas e termos uma baliza, seja para decidir o voto, seja para melhor orientar terceiros, como apregoam os bancos ao custearem suas sondagens?

Bem. O que se pode dizer em defesa das pesquisas, independente de qual metodologia tenha tornado seletiva nas sondagens que fazem, é que todas aquelas de questionários mais completo seguem uma metodologia que explicam seus números. E antes, quero deixar claro que a vantagem numérica apresentada em favor de um ou outro candidato, embora baste ao entendimento do eleitor comum, desprovido de maiores compreensões sobre os elementos intrínsecos da Ciência Estatística, não é o mais importante numa pesquisa eleitoral.

Uma boa pesquisa traz, na minha opinião de leigo (Informo que não tenho formação específica em Estatística, apenas disponho de conhecimentos rudimentares de Matemática), além do resultado definitivo, extratos internos consolidados que fundamentam os números apresentados na consulta popular. E eles são de dois tipos: Extratos Gerais e Extratos Específicos – advirto o caro leitor que tais designações conceituais não são consensuais na Ciência Estatística, mas, sim, meras especulações pessoais minhas.

Explicando-as. Se tomarmos como exemplo a última pesquisa IPEC sobre a corrida presidencial, analisando seus extratos, veremos que nela contém respostas classificadas por faixa de renda, de idade, por religião, por sexo, por região, enfim, por segmentos sociais que refletem proporcionalmente a população votante. E estes são os denominados extratos específicos que, como dissera acima, tomei a liberdade de assim designá-los.

Nesta esteira, os extratos gerais seriam a taxa de rejeição do candidato, a taxa de convicção do eleitor e o voto espontâneo. Estes três elementos juntos são os pilares sobre os quais se assentam a confiança de qualquer pesquisa eleitoral no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Dificilmente um candidato que tenha estes três fatores favoráveis a si perde a eleição – salvo a ocorrência de algum fato político traumático, como um atentado violento dele ou de seus apoiadores ao adversário.

Nas pesquisas eleitorais, a taxa de rejeição se expressa pela repulsa demonstrada pelo eleitor em desfavor de algum candidato, quando responde que não votaria em fulano de jeito nenhum.  O voto espontâneo, como se sabe, é aquele em que o nome do candidato é citado livremente pelo eleitor, sem apresentação de lista prévia, como no chamado voto estimulado, cuja lista de nomes é apresentada para que o eleitor diga em qual deles pretende votar.

Por fim, a aqui denominada de Taxa de Convicção, diz respeito a convicção que manifesta o eleitor por determinado candidato, informando ao pesquisador que já tomou a decisão em quem vai votar e que não há chances de mudar seu voto, “nem que a vaca tussa”, com diz o ditado popular.

Isto posto, caro (e)leitor, ao se interessar por sondagens eleitorais, que tal passar o olho nesses extratos?  E quanto a você que “só vota em quem vai ganhar”, talvez se interesse em saber que nas pesquisas mais recentes um dos concorrentes mais promissores têm menor taxa de rejeição, maior taxa de voto espontâneo e que a taxa de convicção do eleitor beira os 80%. Além do mais, figura melhor na maioria dos extratos específicos. Atentai bem, pois isto é o que dizem as pesquisas eleitorais!

Por: Adão Lima de Souza

Reforma da Previdência não vai dar quórum, diz vice-presidente da Câmara

Fábio RamalhoNa semana em que o governo pretende mobilizar a base aliada para votar a reforma da Previdência, o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), vai em direção contrária e joga água fria nas pretensões do governo:

“Nem se fosse mágico ou trouxesse o Papa Francisco para cá, não conseguiria reunir quórum para aprovar a reforma da Previdência”, disse.

Na avaliação de Fábio Ramalho, mesmo que a sessão da Câmara dê quórum para votar a reforma, “terá mais votos contrários do que a favor”.

Entre almoços de jantares servidos com comida mineira, Fabinho, como é conhecido, reúne parlamentares de todos os partidos, inclusive da oposição.

Ali, há troca de opinião sobre os passos da Casa. E, nestas conversas, não há espaço para reforma da Previdência avançar.

“Tenho uma divergência aqui: acho que estão seguros entre 140 e 150 votos, mas ele [Fábio Ramalho] acha que não passa de 80”, diz o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), integrande da base aliada.

Fábio Ramalho, por outro lado, resume: “O trem desandou”.

Deputados que frequentam o gabinete dele dizem que “previdência” se tornou uma palavra “maldita” e quem é candidato às eleições não quer se associar a esta votação.

“Reforma da Previdência é assunto para início de mandato”, disse um deputado, reiterando o que muitos falam pelos corredores: os deputados que já votaram para salvar Temer nas duas denúncias já acumularam desgaste e não querem mais sofrer desgastes.

“E não adianta dar ministério, dar banco que não muda voto”, acrescentou um deputado, sentenciando: “a Casa não vota reforma da Previdência. Se a gente der a [reforma da] Previdência para o Temer, ele leva nosso mandato”.

Por estes cálculos, partidos da base já não prometem votos à reforma da Previdência. As contas são feitas dos votos contrários:

PSD: 25, PMDB: 40, DEM: pelo menos 18, PSDB: 25, Solidariedade: 15, PTB: 12

Somados aos votos da oposição, chegaria a pelo menos 225 votos contrários.

Isto Posto… A venalidade do mandato popular no Brasil

ADÃOQuando a Lava Jato acabar é provável que o seu grande legado tenha sido desvelar o mais escabroso estratagema de corrupção que o mundo civilizado já teve notícias – e aqui não se trata de exagero, pois inúmeras vozes mundo afora reafirmam que os métodos de subjugação do interesse público patrocinados pela corrupção de agentes políticos não tem paralelo em parte alguma do planeta.

Ou seja, parodiando as palavras do primeiro presidente operário milionário, de fato, “Nunca antes na história do país” tantos roubaram tanto, num imenso conluio de malfeitores ávidos e hábeis à pilhagem dos cofres públicos, que se alojaram nos recônditos dos palácios do poder com intuito indisfarçável de se locupletar à custa da negligência dos serviços públicos de segurança e educação e do sucateamento dos hospitais, promovendo indiretos genocídios contra a população pobre e desprotegida deste riquíssimo país.

Entretanto, mesmo a Operação Lava Jato a pleno vapor, prendendo empresários antes intocáveis, desafiando a impunidade das raposas políticas que se perpetuam no lodaçal de imundície em que transformaram a capital política do país, os esquemas fraudulentos, as maracutaias, os subornos, as mentiras e a iniquidade perseveram num galope mortal contra o povo.

E assim, apesar do esforço republicano de delegados, procuradores e juízes federais, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, abençoados em cada ato espúrio, pelo não menos iníquo Supremo Tribunal Federal, mantém em macha a audácia e o menoscabo com a coisa pública, demonstrando através de malas cheias de dinheiro ilícito, através de negociatas em troca de apoio parlamentar que os mandatos populares no Brasil nunca deixaram de ser venais, pois continuam a ser obtidos por preço de banana junto aos eleitores, em simulacros de sufrágio democrático para serem revendidos às organizações político-criminosas a peso de ouro, como se tem visto nas tratativas de Sua Excelência, o presidente denunciado por corrupção Michel Miguel Elias Temer Lulia.

E, a despeito das investigações, e das altas penas como as condenações do Eduardo Cunha e do Lula, o cinismo grassa, pois desde a denúncia da PGR, deputados alardeiam que o impune Temer já distribuiu mais de R$ 4 bilhões aos seus sequazes.

Portanto, o alto mandatário da republica vem sistematicamente comprando votos a favor do arquivamento de sua denúncia por corrupção, seja através de liberação de emendas parlamentares, seja prometendo salvaguardar as suspeitas agremiações de escolas de samba do Rio de Janeiro com a injeção de recursos públicos retirados da saúde e da educação, em verdadeira orgia com erário, a fim de permanecer na presidência e se furtar à Lei.

Isto posto, caro cidadão eleitor, eu vos pergunto: o que o acorrenta à contemplação letárgica desta tétrica opera de patifes?

Por: Adão Lima de Souza