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PSDB moverá ação questionando a ida de ministros à sabatina na CNI
O PSDB vai entrar com uma ação para questionar a ida de vários ministros do governo federal ao evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizado na tarde de ontem, em Brasília, para sabatinar candidatos à Presidência da República.
“Estou fazendo um levantamento dos ministros do governo federal e de todos os funcionários públicos que estavam no ato de campanha durante horário de trabalho”, afirmou Aécio Neves.
Conforme informou mais cedo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a plateia de ouvintes de Dilma na CNI incluiu os ministros da Previdência, Garibaldi Alves Filho; do Desenvolvimento, Mauro Borges; da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina; da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; de Comunicação Social, Thomas Traumann; e da Fazenda, Guido Mantega.
O vice-presidente Michel Temer também integrou a comitiva presidencial, além dos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
O grupo de Dilma incluiu, ainda, parlamentares da base aliada e a equipe da campanha, como o presidente do PT, Rui Falcão, que justificou a presença dos ministros no evento em horário de expediente como “normal”, por ser um encontro com empresários e não um ato de campanha.
Lula vai comandar campanha eleitoral de Dilma em São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu agir por conta própria antes da propaganda política, que começa em 19 de agosto, e vai comandar a campanha da companheira Dilma Rousseff (PT), à eleição, em São Paulo.
O comitê da reeleição teme que o desgaste do PT paulista contamine a campanha. Lula tomou a decisão após aguardar sinal do comitê de Dilma. O ex-presidente já dá prioridade ao maior colégio eleitoral do País para melhorar a imagem do prefeito Fernando Haddad, tirar do limbo o candidato petista ao governo estadual, Alexandre Padilha, e transferir votos para Dilma. A tática teve início, na prática, na última sexta-feira (18), em ato pró-Padilha no centro paulistano.
O ex-presidente também escalou um cinturão de prefeitos do PT na Grande São Paulo e em cidades do interior para proteger os dois candidatos desta eleição na temporada pós-Copa, quando os olhos do eleitor se voltam para o que ele chama de “vida real”. Sob o comando do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, coordenador da campanha de Dilma no Estado, o time será o grupo de defesa do PT, recorrendo ao expediente da “pronta resposta” para impedir o bombardeio adversário.
Dilma iniciará a campanha numa plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, no dia 31.
“A Justiça e o Estado estão criando o criminoso antes de o crime existir”
“O Brasil está fazendo a gestão da sua pobreza por meio do extermínio e por meio do encarceramento”
Jean Wyllys, deputado federal pelo PSOL-RJ em entrevista ao jornal EL PAÍS, denuncia as violações dos direitos fundamentais do cidadão brasileiro cometidas pelo Estado.
Leiam:
Pergunta. Como avalia essa Copa do Mundo?
Resposta. Tenho um relacionamento ambivalente com essa Copa porque eu acompanhei todas as manifestações, que cobravam transparência nos gastos e a autonomia do país frente às diretrizes da FIFA, que questionavam se era o momento certo [de ser feita] com todos os problemas de investimento que vive o país. Por ter me aproximado muito desse movimento e ter visto como o Estado reagiu a ele, com violência e prisão de manifestantes, sofro dessa ambiguidade. Assim, embora eu tenha ficado feliz porque o evento deu certo, fiquei muito triste com o resultado da seleção e com a maneira como o Estado reagiu. O Estado agiu com muita violência.
P. Se somamos a hospitalidade do brasileiro, o bom funcionamento das coisas durante a Copa, as vaias à presidenta Dilma, a derrota da seleção… que nota dá para a Copa?
R. Eu daria nota 7. É uma boa nota por causa da eficiência da Copa em si, como evento. As vaias à Dilma são vaias de um segmento da população. Não quero dizer que eles não tenham suas razões, embora eu acredite que não seja o lugar, que existe uma liturgia que deve ser respeitada. Ela é chefe da nação, do país anfitrião, ela merecia respeito naquele momento. Se as pessoas têm uma divergência com a presidenta que deem uma resposta nas urnas. Vaiá-la é mostrar uma falta de respeito. O Governo Federal até desrespeita certos direitos, mas eu não acho que a presidenta da República em si tenha desrespeitado o povo brasileiro.
P. O sucesso da Copa vai favorecer o Governo Federal?
R. Não acho. Nem as vaias nem a derrota da seleção vão prejudicá-lo. As pessoas estão superestimando o resultado dessa Copa. Daqui até outubro o resultado do torneio não estará mais no tabuleiro.
P. Como você explica a prisão dos 19 ativistas no Rio na véspera da final e a prisão de outros dois manifestantes que já estão há três semanas na cadeia em São Paulo?
R. Para nós que acreditamos no Estado democrático de direito, nas garantias jurídicas, na presunção de inocência, é difícil de entender. Essas prisões são um absurdo. Na Comissão de Direitos Humanos temos recorrido a uma série de juristas e perguntado se há algum principio de legalidade nelas. E não há. Há arbitrariedade. Tanto o juiz que expediu os mandados de prisão como o promotor, quanto o Governo Federal e o Estadual, que articularam a ação com a Justiça, estão sendo arbitrários. Eles estão fazendo com que o criminoso exista antes do crime. Eles prenderam pessoas diante de suposições de que elas realizariam atos ilícitos. Estão subvertendo a regra do direito penal.
P. Como essas afirmações são coerentes em um Estado democrático?
R. Não são. O Estado democrático foi violado com as prisões. Isso é fato. As pessoas continuam presas. Há um embate de poderes. O poder legislativo por meio da Comissão de Direitos Humanos tem questionado essas autoridades. Eles desrespeitaram o Código Penal, a própria Constituição e o Estado democrático. E isso abre um precedente muito perigoso. O Brasil é signatário de tratados internacionais de direitos humanos e nossa Constituição incorpora esses princípios. As garantias jurídicas foram duramente conquistadas e elas foram claramente violadas no caso do Rio de Janeiro. Nós estamos de mãos atadas, esbarramos com a autonomia dos poderes. Nós não temos poder de polícia, a polícia está nas mãos do poder Executivo e eu sou do poder Legislativo. Não posso mobilizar a polícia. Se o Supremo Tribunal Federal não intervier, se o Conselho Nacional de Justiça não punir esse juiz e esse promotor vamos recorrer até a última instância internacional. Não podemos permitir que se mantenham essas prisões.
P. A presidenta Dilma disse que o controle da polícia não deveria pertencer mais aos Estados e que isso implicaria em uma mudança na Constituição. Isso é uma medida viável?
R: A possibilidade existe. Como existe uma possibilidade de reforma politica, uma reforma agrária, uma reforma tributária… Mas tudo fica no campo das possibilidades. De concreto, eu acho que a Dilma tem feito muito pouco para a desmilitarização da polícia ou para criar um diálogo com os governadores para tentar melhorar as nossas polícias, de criar um programa que barrasse do corpo a herança maldita da ditadura militar, a prática de tortura, o entendimento de que a polícia não está para defender direitos e sim para massacrar o cidadão em um Estado de direito. Isso seria muito mais honesto intelectualmente e plausível para a presidenta dizer.
P. Nessa mesma entrevista, Rousseff disse que a letalidade policial era um dos principais desafios do Brasil.
R. Concordo e fico contente que a presidenta fale de letalidade, eu só gostaria de ver uma ação mais eficaz. Claro que não é uma responsabilidade só do Governo Federal, mas o repasse de recursos aos Estados deveria estar condicionado a determinadas práticas que os governos deveriam garantir. Essa letalidade está aí e eu vejo muito pouco esforço dos Governos estaduais em acabar com ela. Nós acabamos de ver um vídeo da Polícia Militar do Rio durante a manifestação na final da Copa onde um policial espanca e rouba um cinegrafista canadense. Não é uma exceção, as polícias agem dessa maneira. Em muitos Estados eles viraram esquadrões da morte, eles aplicam a pena de morte no vácuo da legalidade. E o perfil nesses casos é sempre o mesmo: negros e pobres. O Brasil está fazendo a gestão da sua pobreza por meio do extermínio e por meio do encarceramento. Nenhum governo tratou disso com seriedade para mudar essa cultura, nenhum deles encarou a questão da droga no Brasil, de pensar uma nova política de drogas porque é claro que esse extermínio e essas prisões estão ligadas a uma política de drogas. Essas mortes são justificadas pela guerra das drogas.
P. Qual está sendo o caminho do Congresso após as manifestações de junho?
R. Desde as jornadas de junho nas assembleias legislativas e no Congresso Nacional vêm tramitando projetos de lei que reduzem os espaços da democracia e a participação popular. Com toda franqueza, depois de um mandato de quatro anos, a grande maioria daqueles deputados federais e daqueles senadores não representa a população brasileira. Eles representam seus interesses, os de corporações comerciais, os das igrejas, e não da população. O sistema político decidiu se fechar mesmo. Dois dias depois da grande manifestação participei de uma reunião e a grande proposta de alguns líderes das bancadas foi que fossem colocadas catracas eletrônicas para impedir a entrada das pessoas no Congresso. Mas vocês estão loucos?, falei. As pessoas reclamam que não participam e vocês vão colocar catracas? É assim como estão reagindo, ao sabor do medo das ruas.
P. Estamos em um momento no qual a Igreja Católica começa amenizar o tom em relação aos homossexuais. No Brasil, porém, a bancada evangélica cresce e com ela as posições mais restritivas a respeito da liberdade sexual. Como se explica esse embate no país?
R. A Igreja Católica vem amenizando o tom talvez como resposta aoavanço do fundamentalismo religioso por parte das igrejas neopentecostais, que no Brasil elevam o tom cada vez mais. Já ouvi pastores e pastores deputados falando abertamente sobre a criminalização da homossexualidade. É assustador pensar que posso morar em um país que vai me punir por ser gay. Já não se trata de negar direitos, se trata de criminalizar. O Estatuto da Família que exclui as famílias monoparentais e homoafetivas e a cura gay estão em processo de aprovação. Nós vamos obstruir essas votações, mas é uma questão de número. Na Comissão de Direitos Humanos agora somos maioria, mas tudo pode mudar na próxima legislatura.
P. Quais são seus planos para as próximas eleições?
R. Minha reeleição é muito complicada. Pertenço a um partido de esquerda que não aceita doações de pessoas jurídicas, não tem recursos e, além disso, sou muito difamado por um segmento da sociedade. Sou o cara que defende as minorias, que defende os gays e transexuais, que apresentou o projeto de regulamentação da maconha. Tenho um prestigio diluído em um país inteiro e eu só posso ser escolhido por quem vota no Rio de Janeiro. Meu desafio é que a pessoa que está no Acre possa transferir seu voto, tanto colaborando com a campanha quanto dizendo a alguém que vote em mim. Mas é muito difícil.
Meu partido está desorganizado. Não há uma estratégia nacional seja por falta de recurso, de expertise, por divergências internas. A campanha vai ser difícil, minha reeleição não está garantida, porém eu gostaria porque ainda não acabei meu trabalho.
Candidato do PCB defende programa anticapitalista
O candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência da República, Mauro Iasi, nasceu em 10 de fevereiro de 1960, em São Paulo, é solteiro e professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sofia Manzano, que também é professora universitária, completa a chapa de Iasi, concorrendo à Vice-Presidência.
Na declaração de bens, o candidato diz que seus bens somam R$ 204.348,57. A previsão de gastos do PCB com a campanha presidencial está em R$ 100 mil.
A eleição deste ano será a primeira na qual Iasi participa como cabeça de chapa – em 2006, ele foi candidato a vice-governador de São Paulo, também pelo PCB.
Iasi participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) na década de 1980 e trabalhou na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em 1989, na primeira eleição direta para o cargo após a ditadura militar. Ele deixou o partido em 2004.
No programa de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram colocados 21 pontos como propostas iniciais do PCB. O documento, intitulado Programa Anticapitalista, o Poder Popular e a Alternativa Socialista, diz que o Brasil tem hoje uma série de problemas estruturais advindos da opção capitalista, que beneficia uma pequena parte da população – os monopolistas, que controlam os principais meios econômicos e dominam toda a vida pública do país.
A proposta de Mauro Iasi defende mudanças profundas no atual sistema capitalista. “Somente a Revolução Socialista, entendida como um forte e poderoso processo de lutas populares que desemboque na construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo e à ordem burguesa, será capaz de realmente resolver os problemas vividos pelos trabalhadores e setores populares”, destaca o programa de governo registrado pelo PCB no TSE.
O partido considera prioridades a construção do poder popular; a socialização dos principais meios de produção essenciais à garantia da vida; a realização de uma reforma agrária socializada; com uma política agrícola sustentável ecologicamente; a reversão imediata das privatizações e a estatização de setores estratégicos; bem como de todo o sistema financeiro; e a garantia de saúde pública e educação pública e de qualidade para todos.
O PCB também prega um sistema de previdência e assistência social gratuito; o não pagamento da dívida pública; a garantia e ampliação de todos os direitos dos trabalhadores; a recomposição imediata dos salários; a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial; auditoria imediata das remessas de lucro das corporações transnacionais; o fim da Polícia Militar e a apuração e punição de todos os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985).
Candidato do PSTU promete construir Brasil para trabalhadores
O trabalhador metalúrgico e siderúrgico Zé Maria, candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) à Presidência da República, nasceu em Santa Albertina, no interior de São Paulo, é solteiro e fará 57 anos no dia 2 de outubro, três dias antes das eleições.
Zé Maria completou o ensino médio e disputará pela quarta vez a Presidência – concorreu ao cargo em 1998, 2002 e 2010. O candidato declarou à Justiça Eleitoral que tem bens no valor de R$ 20 mil e o partido estimou os gastos da campanha em R$ 400 mil.
Ele foi um dos fundadores do PT, partido do qual foi expulso em 1992, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A companheira de chapa de Zé Maria é a servidora pública Cláudia Durans.
Programa de governo apresentado pelo PSTU ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inclui 16 propostas e tem o objetivo de “construir um Brasil para os trabalhadores”.
“A estratégia não é governar para os trabalhadores, mas levar os próprios trabalhadores ao poder, para que governem por si próprios através de suas organizações”, diz o programa do PSTU. O partido defende que todos os parlamentares recebam salário equivalente ao de um operário qualificado e que seus mandatos possam ser revogados a qualquer momento.
O PSTU propõe a estatização de todo o sistema financeiro e o rompimento da dívida pública como forma de viabilizar recursos para investir em saúde, educação e transporte público. Defende, ainda, a anulação dos leilões do pré-sal e de todos os campos entregues às multinacionais, a volta do monopólio estatal do petróleo e a Petrobras 100% estatal. Também está no programa de governo a anulação de todas as privatizações feitas nos últimos governos e a reestatização dessas empresas sem indenização.
Para enfrentar a inflação, o programa do PSTU defende aumento geral dos salários e congelamento dos preços dos produtos. O partido propõe uma reforma agrária que garanta terra aos sem-terra e, para isso, defende o combate ao latifúndio agroexportador, além da redução da jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas semanais, sem redução nos salários.
Constam ainda do documento registrado no TSE o fim do fator previdenciário e o aumento das aposentadorias, a estatização dos transportes, que ficaria sob o controle dos trabalhadores e receberia investimentos equivalentes a 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Pelo programa de governo, a educação teria 10% do PIB e a saúde, também 10%. O PSTU defende ainda salário igual para trabalho igual, saneamento básico para todos e combate ao racismo.
Aécio quer alterar Mais Médicos e manter Bolsa Família
O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (16) que, se for eleito em outubro, não terá o “menor constrangimento” em manter os programas sociais criados pelo PT no governo federal, como o Bolsa Família e o Mais Médicos. O presidenciável participou de sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan em São Paulo.
Segundo o senador do PSDB, é normal na política “copiar” os projetos que deram certo e aprimorá-los. Na tentativa de dissipar os boatos que afirmam que há risco de extinção do Bolsa Família caso a oposição vença as eleições deste ano, Aécio reafirmou que o programa de transferência de renda criado no governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) será mantido por sua eventual gestão.
“Política e administração pública é você copiar as coisas que dão certos e aprimorá-las. […] Não tenho o menor constrangimento de mantê-los e aprimorá-los [os programas sociais do PT]”, disse o candidato tucano na entrevista.
BOLSA FAMÍLIA
“O Bolsa Família, no nosso governo, vai continuar. O que eu quero é tirá-lo do programa eleitoral. O que eu quero é transformá-lo em programa de Estado”, complementou.
Indagado pelos jornalistas sobre as polêmicas geradas no país com a contratação de profissionais cubanos para o programa Mais Médicos, o presidenciável do PSDB disse que, na hipótese de ser eleito, irá manter a iniciativa federal, inclusive com os médicos da ilha caribenha.
Ele, no entanto, afirmou que criará novas regras para o programa, entre as quais isonomia de salários entre os profissionais estrangeiros e passar a exigir que os médicos de Cuba se submetam ao exame de revalidação do diploma, uma das principais exigências das entidades médicas brasileiras.
Fonte: Portal G1
Candidato ao Governo de Pernambuco pelo PSOL envia Carta Aberta à população
A cobertura da imprensa de hoje (ontem) foi tomada por uma proposta do candidato Armando Monteiro para que sua própria campanha ao Governo do Estado e a de Paulo Câmara não continuassem a desrespeitar o direito de livre circulação das pessoas pelas cidades. Tal proposta se fundamenta na dificuldade imposta ao deslocamento das pessoas pelo desproporcional volume das duas milionárias campanhas, que vêm ocupando com suas peças de publicidade as calçadas, paradas de ônibus e pontes, principalmente no Recife.
Lamento muito o fato de alguém que se predispõe a ser Governador do Estado demonstrar total descaso com o espaço público. Aproveito para sugerir que Armando Monteiro cumpra em sua campanha o que propôs, e estenda o cuidado que demonstrou ter com os exageros da campanha do PSB à sua própria.
Em especial, com o volume dos carros de som, que tem excedido – em muito – o razoável. Na terça-feira à tarde, por exemplo, sua coligação realizou uma atividade na Praça Maciel Pinheiro, e o trabalho no nosso comitê, que fica nas proximidades, ficou comprometido porque as pessoas sequer conseguiam se escutar.
Como usuário diário do transporte público, espero que o respeito com quem se utiliza das já precárias paradas de ônibus na Região Metropolitana seja minimamente estabelecido.
No mais, repudio a atitude de Paulo Câmara, que disse que não era necessário acordo, por fazer tudo dentro do que determina a lei, o que é desmentido pelo alto número de reclamações e multas da Justiça Eleitoral. E os relatos incontáveis, com fotos, nas redes sociais demonstram que a lei tem sido insuficiente pra garantir o respeito ao cidadão. Nisso fico com Drummond: “as leis não bastam, os lírios não nascem das leis!”
Recife, 15 de Julho de 2014.
Zé Gomes/Candidato do Governo do Estado de Pernambuco – “Mobilização por Poder Popular!”
Quem é que vai pagar por isso? – Eduardo Campos prevê gastos de R$ 150 milhões com campanha
O ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), prevê gastos na ordem de R$ 150 milhões para o primeiro turno da disputa eleitoral. O valor é 32% maior ao teto estipulado quatro anos atrás pela campanha presidencial de Marina Silva, sua vice. Na época, Marina era filiada ao PV e previa gastos de R$ 90 milhões (R$ 114 milhões atualizados).
“Faremos um esforço para que a arrecadação chegue próximo disso (o teto estipulado), mas lamentavelmente é um valor muito alto, um custo absurdo, o que evidencia uma deformação da democracia”, disse Carlos Siqueira ao jornal Folha de S. Paulo desta quinta. Siqueira é coordenador da campanha de Campos.
Isto Posto… Pluripartidarismo ou Partido Único?
Com o fim da temporada de Convenções Partidárias, o resultado é um emaranhamento político difícil de ser digerido pelo eleitor brasileiro, pois as coligações desenhadas se afiguram incompreensíveis até mesmo para os mais experientes analistas.
As mais esdrúxulas alianças foram pactuadas entre partidos concorrentes das duas esferas de poder em jogo. O PSB, que se apresenta como alternativa a PT e PSDB, apoia o PT no Rio e o PSDB em São Paulo, mantem candidato próprio em Minas, apoiado apenas por parte do partido, enquanto que a outra, sob o comando de Marina Silva, da Rede optou por não se misturar aos políticos do Pacto Mofado combatido por Eduardo Campos.
O PT de Dilma, que aconchega em seu raio de importância e influência Collor, Maluf e Sarney, representantes legítimos da Política Velha, ataca a oposição por representar o passado indesejável pelos brasileiros, enquanto se alinha ao DEM entorno da candidatura do filho de Jader Barbalho no Pará.
A tucanada do PSDB ao mesmo tempo em que critica o PT pelo fisiologismo, acusando o Lula, padrinho sacrossanto do Partido dos Trabalhadores, cujo governo – dito para o povo e pelo povo – conseguira colocar no topo da lista dos bilionários da revista Forbes o empresário Eike Batista, à custa de subvenções e regalias do erário público e, recentemente, o dono da Faculdade Maurício de Nassau, José Janguiê Bezerra Diniz, confirmando a tese de que educação sempre foi um bom negócio, vale-se da mesma estratégia para arregimentar partidos insatisfeitos com o governo e promover uma debandada.
O PMDB, fisiologista de carreira, como o bom Rasputin que sempre foi, caminhará ao lado de quem sinalizar com propostas mais vantajosas, vendendo a preço de ouro sua fidelidade ou infidelidade. O PP, aliado do PT desde o governo Lula, no Rio e no Rio Grande do Sul, em vez de Dilma preferem seguir com Aécio, assegurando importância qualquer que seja o resultado da eleição presidencial.
Nos Estados, onde maior é a confusão, verificam-se coligações ainda mais estranhas. Pernambuco, por exemplo, tanto prefeitos do PSB apoiam o candidato do PTB, quanto os deste declaram apoio incondicional ao adversário PSB, num oportunismo que se repete em todas as unidades da federação.
Isto posto, o mais próximo da verdade é dito pelo jornal comunista A Nova Democracia, ao denominar PT-PSDB-PMDB-PSB-PTB-DEM-PV-PCdoB-PP-PSD de partido único, o “PARTIDÂO”. Pois, se pudéssemos parodiar o poema quadrilha de Drummond de Andrade seria algo monstruoso mais ou menos assim: “Marina e Eduardo amavam Lula e Dilma que amam o Valdemar Costa Neto, Maluf, Collor, Sarney, Kassab, Renan que amavam FHC que amava Aécio que amava o Lula, a quem todos amam, mas que só ama a si mesmo”. De modo que o único odiado é o povo.
Por: Adão Lima de Souza
A Copa de Lula e Dilma?
A dupla Lula e Dilma tem feito um esforço grandioso para convencer o povo brasileiro de que o sucesso da copa se deve a atuação “inquestionável” de um governo, cujo projeto de poder dá sinais fortíssimos de que começou a ruir, uma vez que a inflação retorna com força e o trabalhador, sentindo mais fortemente os efeitos de uma economia estagnada sinaliza com o desejo de mudança.
Buscando uma tábua de salvação, a presidente Dilma tenta colar sua imagem na boa repercussão do mundial, para em caso de conquista do hexacampeonato pela seleção brasileira colher os dividendos políticos como sempre se fez nesse País de memória fraca e condescendência inesgotável com a má conduta política, desde Juscelino, passando por Médice, durante os anos de chumbo do “Brasil, ame-o ou deixe-o” até FHC e as cambalhotas do Vampeta.
Lula e Dilma, ao tentar monopolizar e politizar o evento consegue, na verdade, apenas subestimar a inteligência do trabalhador brasileiro, acreditando que o resultado das eleições de outubro depende do desempenho da seleção. Nisso, creem erroneamente que o povo brasileiro seria tão estúpido ao ponto de negligenciar temas mais relevantes como saúde, educação, segurança e geração de emprego pelo ufanismo imbecilizante de mais uma copa que somada às outras cinco nada representou de avanço para a construção de um país melhor, com mais oportunidade e respeito real mundo a fora.
A sensação que tem o trabalhador hoje sobre a condução da economia pelo governo do PT depõe contra a pretensão desmedida de Lula e Dilma permanecerem trinta anos no poder. Pois sendo do trabalhador o sacrifício maior em arcar com um modelo esgotado de governança, este, ao sentir dispararem os preços nas prateleiras de supermercado, certamente pensará em recorrer ao candidato que melhor simbolize uma mudança de rumo.
Porém, os três nomes que se destacam – Aécio, Dilma e Eduardo – nenhum apresentou um projeto confiável para oportunizar a mudança almejada. A atual presidente repete o tempo todo que vai fazer mais, o Aécio que fará mais e melhor, enquanto o Eduardo alardeia que vai fazer diferente.
Resta, no entanto, algum desavisado pergunta-lhes o que de fato farão mais, melhor ou diferente.
Quanto a Copa, esta começou sendo do povo, pelas palavras de Lula em 2007, recentemente ele disse, em virtude dos xingamentos à Dilma, que era um espetáculo para os ricos já que eram os únicos com dinheiro para bancar os caríssimos ingressos, agora não cansa de dizer que a copa é dele e de Dilma.
Para mim nunca restou a menor dúvida de que a copa sempre foi da FIFA, a única que lucrou de verdade.
Por: Adão Lima de Souza