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Secretário de Estado dos EUA conversa com Bolsonaro sobre Venezuela
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, falou, hoje, por telefone com o presidente eleito Jair Bolsonaro.
Segundo nota do Departamento de Estado americano, eles “discutiram a colaboração em questões prioritárias de política externa, incluindo a Venezuela, combate ao crime transnacional e formas de fortalecer os laços econômicos entre os Estados Unidos e o Brasil, as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental”
Pompeo “congratulou Bolsonaro por sua vitória e reforçou a vibrante parceria entre os Estados Unidos e o Brasil com base em nosso compromisso mútuo de promover a segurança, a democracia, a prosperidade econômica e os direitos humanos”, afirma ainda o comunicado.
Mais cedo, Donald Trump já havia afirmado que vai trabalhar com Bolsonaro nas áreas do comércio e das Forças Armadas.
“Tive uma ótima conversa com o recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que venceu a disputa com uma diferença substancial. Concordamos que o Brasil e os Estados Unidos trabalharão juntos no comércio, Forças Armadas e tudo mais!”, afirmou no Twitter.
Míriam Leitão: Risco Venezuela não tem ideologia
A reação à declaração do deputado Eduardo Bolsonaro foi forte, pela grande probabilidade de eleição do seu pai, mas também porque o candidato sempre foi associado ao pouco apreço pelas instituições democráticas. O temor é de que a ida do seu grupo ao poder signifique o início de um processo de cerco à democracia, que na Venezuela do coronel Hugo Chávez começou pelo enfraquecimento do Judiciário. O risco Venezuela sempre esteve associado ao PT, e o partido fez por merecer, mas na verdade o perigo não é de direita nem de esquerda. É do autoritarismo.
A ameaça sobre a democracia atualmente não é a de um assalto. É a de ver seus pilares minados por atos de um governante populista e autoritário como foi Chávez. O ataque se dá por aproximações sucessivas e não mais como vimos nos anos 1960 no Brasil. Hugo Chávez tentou um golpe no estilo clássico, em fevereiro de 1992. Alegava ser contra a corrupção. Conseguiu o apoio de uma parte das Forças Armadas, mas fracassou. E esse Chávez é que recebeu elogios de Jair Bolsonaro. O coronel foi preso, indultado, mas, em 1998, chegou ao Miraflores pelo voto, dizendo que faria uma revolução socialista. E foi esse Chávez que recebeu o apoio do PT.
Ao contrário do que acha o PT, não existe ditadura do bem. É o que o chavismo mostrou. Fui à Venezuela em 2003. Havia uma greve geral no país, comandada por empresários, contra o governo. Eu o entrevistei no Miraflores. Era uma presidência militar. Ele vivia cercado de militares de alta patente em seu gabinete e ministério. O ambiente no Palácio me lembrou o clima do Planalto na ditadura brasileira. Chávez brandia a Constituição que acabara de aprovar. E depois mudou várias vezes. Ele já havia alterado a composição do Conselho Nacional Eleitoral. Depois fez o mesmo com a Suprema Corte. Perseguiu e fechou órgãos de imprensa. Sua escalada sobre a ordem constitucional se deu por mecanismos que pareciam democráticos: quando a economia melhorava, as benesses com o dinheiro do petróleo aumentavam, ele convocava um plebiscito. Os que perdia, não respeitava. Os que ganhava, aumentavam seus poderes e enfraqueciam um pouco mais a democracia venezuelana, até que nada restou dela. Mas o ex-presidente Lula chegou a dizer que havia “excesso” de democracia na Venezuela. O PT apoiou o regime venezuelano de diversas formas, fingindo não ver seu caráter cada vez mais autoritário. Jair Bolsonaro, que se identificara com aquele coronel impulsivo, passou a criticá-lo quando ele se definiu como socialista, mas nunca reprovou seus métodos antidemocráticos.
A inaceitável fala do deputado Eduardo Bolsonaro não surge do nada. Ela reflete o ambiente político no qual seu pai sempre esteve imerso, de defesa do regime militar. Era ele atrás do pai, repetindo em mímica, o nome do torturador homenageado durante o voto do impeachment. Essa é a sua formação. Quando ele diz “a gente até brinca lá…” Lá onde? Antes de dizer que “sem desmerecer” o cabo e o soldado, bastava mandar os dois para fechar o Supremo. No meio do caminho do cabo e do soldado tem a Constituição que completa 30 anos, que nos custou uma luta de décadas, mas o deputado Eduardo Bolsonaro sequer entende que é essa a força moral que impede dois militares sem patente de fechar o órgão máximo da magistratura. Por isso, o ministro Celso de Mello chamou-o de golpista — aqui sim a palavra faz sentido — e o ministro Dias Toffoli afirmou que atacar o Judiciário é atacar a democracia. Alias, petistas também falaram em reduzir poderes do STF.
Quando estive na Venezuela, falei com os dois lados em conflito, visitando inclusive famílias divididas. Os que se opunham ao chavismo alertavam que havia o risco de o Brasil virar uma Venezuela. As instituições brasileiras foram fortes o suficiente e impediram o primeiro movimento, quando o ex-ministro José Dirceu quis instaurar um órgão de controle da mídia. O PT permanece com esse item na agenda. Por outro lado, os métodos de Bolsonaro de defender a relação direta com o eleitor são os mesmos do chavismo. O populismo, de esquerda e de direita, sempre desmerece as instituições. Por isso é que o pai Jair Bolsonaro acha que basta “advertir o garoto”. Na fala do deputado Eduardo Bolsonaro há uma ameaça gravíssima. Foi um alento a reação forte do STF.
Isto Posto… Atentado na Venezuela: outro “presente de Deus”!
“Oposição reprimida, radicais calados. Toda angústia do povo é silenciada”, Plebe Rude.
EDITORIAL – Em 2016, Recep Tayyip Erdogan, divulgou aos quatro cantos que teria frustrado uma tentativa de golpe militar na Turquia, comandada por “uma minoria dentro das Forças Armadas, que felizmente foi incapaz de fomentar a unidade turca”, resultando, a contraofensiva do governo, em 265 mortos e ao menos 2.839 militares presos, de imediato.
Disse ainda, em sua primeira entrevista à imprensa, que o golpe havia sido “um presente de Deus”, aumentando as suspeitas de que se tratava de complô forjado pelo próprio Erdogan para ampliar os poderes que reivindicava e abafar as investigações de corrupção.
Nos meses seguintes, aproveitou a oportunidade para reprimir a oposição e conseguir a aprovação de uma reforma constitucional que lhe deu maiores poderes. Reforma que, antes do golpe, não contava com o apoio parlamentar e popular necessário.
Com a outorga conquistada, executou um extenso expurgo no serviço civil turco, a título de “contragolpe”, utilizando-se da vingança não apenas para punir soldados amotinados, mas para reprimir ainda mais o que restava de dissidência política na Turquia, prendendo mais de 45.000 militares, policiais, governadores e funcionários públicos, incluindo 2.700 juízes, 15.000 professores e todos os reitores universitário do país.
Hoje a Turquia é o quarto país com mais jornalistas presos, e o Judiciário recentemente viu 3,7 mil juízes e promotores serem removidos de seus postos por meio de um único decreto presidencial.
Agora é a vez de Nicolas Maduro, certamente já enfrentando forte insubordinação dentro das Forças Armadas, uma vez que não dispõe mais dos petrodólares para financiar apoio ao seu governo repressor e sanguinolento, seguir a exitosa receita do ditador turco, forjando um ataque terrorista de araque ou um golpe de estado fracassado, para assim, ampliar os poderes já incontroláveis que detém e recrudescer a repressão contra seu povo faminto, à beira do desespero e, por isso, às portas de uma convulsão social sem precedentes no país.
Isto posto, tendo saído ileso do “fracassado atentado contra si e contra o povo venezuelano”, conforme dirá ao apontar como responsáveis agentes externos, certamente agradecerá o “presente de Deus”, e, a exemplo do facínora turco, o déspota Nicolas Maduro conclamará a necessidade de mais poder para executar seu desejado expurgo de opositores e da imprensa livre.
Por: Adão Lima de Souza
DRONES EXPLODEM DURANTE DISCURSO DE MADURO, QUE SAI ILESO, DIZ CARACAS
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, interrompeu de modo abrupto um discurso transmitido pela TV neste sábado (4) e os soldados presentes saíram correndo após várias explosões, no que Caracas qualificou como uma tentativa de ataque contra o venezuelano. Maduro não foi ferido.
Segundo o ministro da Informação, Jorge Rodríguez, drones armados com explosivos detonaram próximo do local do discurso, em um evento comemorativo dos 81 anos da Guarda Nacional, em Caracas. Sete soldados ficaram feridos e foram hospitalizados.
“Trata-se de um atentado contra a figura do presidente Nicolás Maduro”, disse .
“Exatamente às 17h41 [horário local; 18h41 em Brasília], diversas explosões foram ouvidas”, afirmou. “A investigação claramente mostra que elas vieram de dispositivos parecidos com drones que levavam explosivos.”
Bombeiros contradizem a versão oficial. Três oficiais falaram à agência Associated Press em condição de anonimato que um tanque de gás explodiu em um apartamento nas proximidades do evento.
Horas depois do incidente, Maduro fez um pronunciamento na TV. Disse que inicialmente pensou que fosse um problema de mal funcionamento no evento, até que ouviu a segunda explosão.
“As investigações começaram imediatamente e alguns responsáveis já foram presos”, afirmou.
Essas investigações, disse o ditador, apontam para envolvimento da “extrema-direita” e da Colômbia no caso.
Maduro disse ainda que várias pessoas que “planejaram e financiaram” o ataque estão na Flórida e pediu cooperação do presidente dos EUA, Donald Trump.
Nem Colômbia nem os EUA haviam se pronunciado até o encerramento desta edição.
O vídeo mostra Maduro falando sobre a economia venezuelana quando o áudio para. Ele e outros no palanque olham para cima, assustados.
Maduro estava acompanhado da mulher, Cilia Flores, e diversos militares de alta patente. Flores estremece e se apoia na pessoa ao lado.
“Vamos apostar no bem do nosso país. A hora da recuperação chegou”, dizia o ditador no momento em que a câmera se desviou dele.
A câmera então mostra dezenas de soldados correndo, e a transmissão para.
Em um vídeo postado nas redes sociais, uma mulher filma a cerimônia de um prédio nas proximidades e diz ouvir duas explosões.
“Correndo feito ratos”, ela diz, em referência às autoridades. “Todos os carros chiques da elite tentando sair ao mesmo tempo.”
O regime venezuelano frequentemente acusa a oposição de planejar ataques para derrubar Maduro, reeleito recentemente em um pleito contestado por vários países.
“A direita insiste na violência para tomar os espaços públicos que não conseguem ganhar o voto”, disse Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte chavista, após o incidente, que chamou de um “atentado terrorista”.
A Venezuela vive atualmente seu quinto ano de uma severa crise econômica que provocou desnutrição, hiperinflação e emigração em massa, em meio a uma concentração de poder nas mãos dos chavistas.
No ano passado, o policial rebelde Óscar Pérez sequestrou um helicóptero e disparou contra prédios governamentais no que ele disse ser uma ação contra o ditador. Pérez foi perseguido, capturado e morto por forças venezuelanas em janeiro.
Um capitão da Guarda Nacional, Juan Carlos Caguaripano, atacou no começo do ano passado uma base militar com um grupo de oficiais e ex-oficiais. Ele foi capturado pouco tempo depois.
Até julho de 2017, Brasil teve mais pedidos de refúgio do que em todo o ano passado
Entre janeiro e julho de 2017, o Comitê Nacional de Refugiados (Conare) recebeu 15.547 pedidos de refúgio de estrangeiros. O número já é 51% maior que o total de 10.308 solicitações recebidas em todo o ano de 2016.
Os dados do Conare, órgão submetido ao Ministério da Justiça, foram obtidos com exclusividade pela GloboNews por meio da Lei de Acesso à Informação.
As nacionalidades dos solicitantes de refúgio também aumentaram, de 96 em 2016 para 116 até julho de 2017. O número indica a formação de novos movimentos migratórios em direção ao Brasil.
A Venezuela está no topo do ranking, com 6.823 solicitações de refúgio nos primeiros sete meses do ano – aumento de 102% se comparado aos 3.375 pedidos registrados em 2016. Em seguida aparece Cuba, Angola, e Senegal.
A Síria teve uma redução significativa de solicitações e saiu da 5ª posição para a 7ª, com 391 registros. Já o Senegal subiu da 10ª para a 4ª posição, com 823 pedidos.
Considerando-se apenas os pedidos de refúgio de estrangeiros de nacionalidades africanas, entre 2016 (ano inteiro) e de janeiro a julho de 2017, houve um aumento de 33% das solicitações de permanência no Brasil – o número subiu de 3.184 para 4.281 pedidos.
Fonte: Portal G1
Mulher e filho de Maduro eleitos para a Constituinte
A mulher e o filho do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram eleitos entre os 545 integrantes da Assembleia Constituinte convocada por ele, assim como alguns dos principais membros da cúpula do chavismo.
A eleição do último domingo (30) confirmou a expectativa do líder, que poderá avançar com as medidas que deseja com a troca da Constituição —como aumentar seus poderes e tentar acabar com os protestos da oposição.
Os nomes dos eleitos começaram a ser divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Conselho Nacional Eleitoral, e alguns deles foram diplomados. O número de votos que cada um obteve, no entanto, ainda não foi revelado.
Nicolás Maduro Guerra, 27, concorreu a sua primeira eleição e será constituinte setorial dos servidores públicos. Ele ocupou diversos cargos no governo desde que seu pai assumiu a Presidência, em março de 2013.
Sua madrasta, Cilia Flores, 64, chamada no chavismo de “primeira combatente”, é cotada para ser vice-presidente da Constituinte. O comando da Casa deverá ficar com o radical Diosdado Cabello, número dois do chavismo.
Já a ex-chanceler Delcy Rodríguez tem missão designada por Maduro desde antes de ser eleita. Ela deverá presidir uma comissão da “sobre a violência política desde 1999”, ano da posse de Hugo Chávez (1954-2013).
A oposição teme que o grupo decrete a prisão de seus líderes e torne seus partidos ilegais. Também estão entre os eleitos o ex-vice-presidente Aristóbulo Istúriz, a ex-ministra Iris Varela e Adán Chávez, irmão mais velho do líder da Revolução Bolivariana.
Na Venezuela não há comida, Brasil sim.
“En Venezuela no hay comida. ¿Cómo se dice aquí en Brasil? ¿Obrigado? Obrigado, porque aquí en Brasil hay comida”. Amontoados debaixo de uma árvore que os protegia da chuva, indígenas da etnia Warao, a segunda maior da Venezuela, faziam um gesto de agradecimento ao prefeito Juliano Torquato (PRB), da pequena cidade de Pacaraima, em Roraima. Ali, em um terreno ao lado da rodoviária, está vivendo um grupo de cerca de 30 indígenas, dentre eles muitas crianças. Dormem no chão, vivem de doações entre cachorros, moscas, brinquedos jogados. Comem quando há comida. E, ainda assim, agradecem.
Esse pequeno grupo de indígenas forma parte de um fluxo de imigrantes venezuelanos, que também é feito de não indígenas, que atravessam a fronteira em busca de alimentos, empregos e melhores condições de vida no Brasil. Muitos não querem mais voltar ao país de origem. A maioria chega pelo pequeno município de Pacaraima, com 16.000 habitantes, e depois seguem para a capital Boa Vista. Entre os indígenas, o movimento, na maioria dos casos, implica em ir para as cidades, receber doações, ganhar dinheiro com o artesanato e a mendicância, e depois voltar para sua comunidade. Já os não indígenas buscam se regularizar no Brasil, trabalhar e começar uma nova vida longe da escassez da Venezuela.
Ambos os casos têm em comum a fuga da fome.
Fonte: El País – Marina Rossi.
Venezuela comprará armas da China e Rússia
A Venezuela comprará tecnologia bélica e armas de China e Rússia para equipar suas forças especiais, incluindo as tropas de choque encarregadas de controlar distúrbios como os que ocorreram há dez dias, informou nesta quarta-feira (28) o presidente Nicolás Maduro.
“Em breve irá o general (ministro da Defesa, Vladimir Padrino López) à Rússia e à China para fechar os acordos e trazer a tecnologia e as armas mais modernas do mundo”, afirmou Maduro em um ato com a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
Os equipamentos serão entregues “aos combatentes das forças de ação especial, grupos especiais e tropas de ação rápida para o combate contra o inimigo e a preservação da paz em nossa terra”.
Maduro pediu aos militares que enfrentem os distúrbios e saques como os que ocorreram em vários estados entre 16 e 18 de dezembro, diante da falta de dinheiro em circulação.
O presidente responsabilizou “paramilitares” e “traficantes colombianos” pelos fatos, que deixaram quatro mortos e centenas de lojas saqueadas.
Para prevenir e combater os distúrbios, Maduro pediu à FANB que fortaleça as atividades de inteligência com as organizações populares ligadas ao governo.
“Busquemos as organizações populares, Unidades de Batalha Bolívar Chávez, conselhos comunitários, Comitês Locais de Abastecimento. É preciso articular uma inteligência no conceito de guerra de todo o povo”.
Opositor venezuelano é assassinado a tiros durante comício
Luis Manuel Díaz, secretário-geral do partido oposicionista Ação Democrática no Estado de Guárico (centro-norte da Venezuela) foi assassinado na noite de quarta-feira durante um comício na localidade de Altagracia de Orituco. Díaz, que era sindicalista, casado e pai de dois filhos, militava no partido havia quase dois anos. O assassinato do opositor venezuelano foi confirmado pelo secretário-geral da AD, Henry Ramus Allup, candidato a deputado nas eleições do próximo dia 6.
O ataque ocorreu por volta de 19h30 (22h em Brasília), quase no final de um comício do qual participava também a esposa do encarcerado líder oposicionista Leopoldo López, Lilian Tintori, que atualmente percorre vários Estados do país numa campanha pela libertação do seu marido. Durante a manhã, a família de López havia denunciado também que Tintori teria sido retida pelas autoridades no Aeroporto Santiago Mariño, na ilha Margarita.
Após uma breve visita à localidade de Valle de la Pascua, onde também denunciou intimidações por parte de governistas, Tintori embarcou num pequeno avião com destino a Altagracia, acompanhada pelos candidatos Carlos Prosperi e Rummi Olivo, uma popular cantora venezuelana. Ao aterrissar, o avião apresentou falhas e, segundo Abraham Fernández, dirigente local do partido Primeiro Justiça, as duas mulheres ficaram muito abaladas pelo quase acidente.
A concentração política onde milhares de pessoas aguardavam deveria ter começado às 14h30 (hora local), mas, por causa dos múltiplos contratempos, só teve início no final da tarde. Logo depois dos discursos e pouco antes de Olivo interpretar uma canção típica da região para finalizar o ato, tiros foram ouvidos, e Fernández viu Díaz cair no chão após receber vários impactos de bala. “Havia muita euforia, barulho e confusão. As pessoas acharam que havia estourado um transformador que estava ao lado do palanque”, disse Fernández.
Ramos Allup acusou “quadrilhas armadas” do Partido Socialista Unido da Venezuela de terem atirado a partir de um veículo. Díaz foi levado a uma clínica num carro particular, mas morreu no trajeto, enquanto Tintori e os candidatos conseguiram sair do lugar. Uma vez a salvo, Tintori enviou várias mensagens pelo Twitter: “Denunciarei detalhadamente amanhã o terror, a perseguição e a violência que sofremos por parte do regime”.
A Mesa da Unidade Democrática, que agrupa os partidos de oposição, também confirmou o assassinato através de um comunicado: “O Comando Venezuela Unida deseja destacar que o Estado Venezuelano é responsável, por ação e omissão, por qualquer ato de violência na Venezuela. A pregação violenta por parte dos mais elevados escalões do Estado é responsável por semear o ódio”.
A MUD recordou que este não é um fato isolado. Desde que a campanha eleitoral teve início, vários candidatos e dirigentes opositores foram vítimas de perseguições e intimidações. Horas antes do crime, durante uma visita do ex-candidato presidencial Henrique Capriles, simpatizantes da oposição no Estado de Bolívar também denunciaram agressões por parte de grupos supostamente ligados ao chavismo. E, no domingo, Miguel Pizarro, candidato à reeleição como deputado pelo Primeiro Justiça, partido de Capriles, também relatou ter sido obrigado a abandonar uma carreata porque homens armados e vestidos com camisetas vermelhas ameaçaram disparar contra ele e seus simpatizantes.
Após ser informada sobre o assassinato de Díaz, a Missão Eleitoral da Unasul condenou atos de violência que possam afetar o desenrolar do processo eleitoral e exigiu a apuração do caso. Até o momento, nenhum porta-voz do Governo venezuelano se pronunciou.
Fonte: Jornal EL País.