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Estratégia de Trump: convencê-lo de que o louco é você

Donald TrumpNão, você não está louco. Ainda que Donald Trump queira convencê-lo do contrário.

Na Trumplândia, onde jornalistas são “os humanos mais desonestos da Terra”, pouco adianta mostrar vídeos do novo presidente dos EUA afirmando isto ou aquilo. “Errado! Notícias falsas! Triste!”, eis sua trinca favorita para rebater a informação que o desagrada.

Em 2016, o dicionário Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano. Agora é o termo “gas lighting” que ganha força para tipificar um fenômeno paralelo na era Trump.

O nome vem da peça britânica “Gas Light” (1938), depois adaptada para o filme que no Brasil se chamou “À Meia Luz”. Na trama, Ingrid Bergman sofre tortura psicológica do marido, que a todo momento questiona sua sanidade. Um dos artifícios: enfraquecer as lâmpadas a gás da casa e agir como se a luz bamba fosse fruto da imaginação da mulher.

“Gas lighting”, portanto, virou sinônimo do abuso emocional infligido para convencer a vítima de que o problema é ela. Exemplo: numa briga, o homem afirma que a mulher “só pode estar de TPM”.

Ao borrar a realidade, a versão do abusador vira o novo normal. Algo parecido ocorre no conto “A Roupa Nova do Imperador”: se todos garantem ver o traje do monarca, então é claro que ele existe.

Quando diz que sempre foi “totalmente contra a guerra do Iraque” (errado!) ou que viu na TV “milhares” de muçulmanos em Nova Jersey comemorarem os ataques de 11 de Setembro (notícias falsas!), o presidente parece viver em seu próprio “mundo invertido” —uma espécie de mundo real às avessas fabulado pela série de TV “Stranger Things” (triste!).

A coisa mais estranha, contudo, não é persuadir tanta gente a acreditar em seus “fatos alternativos” —expressão que uma correligionária adotou para se referir a dados distorcidos (eufemismo para mentira deslavada) divulgados pelo time presidencial.

Ainda mais ardiloso é manipular a opinião pública, pintando-se de perseguido por uma mídia já desmoralizada após ignorar vários sinais e apostar na derrota de Trump.

A imprensa pode publicar mil vezes fotos aéreas da posse do presidente, que mostram uma plateia esburacada feito queijo suíço. Ele continuará repetindo que sua cerimônia foi incrível, a melhor, a maior de todas. Ao negar o óbvio sem qualquer tipo de contraprova, e ainda assim sair vitorioso, Trump encarna o “gaslighter-em-chefe” da nação, diz a articulista da CNN Frida Ghitis.

Ao resenhar “Poder – Uma Nova Análise Social” (1938), de Bertrand Russell, George Orwell escreveu: “Afundamos a tal nível que a reafirmação do óbvio é o primeiro dever dos homens inteligentes”. Oito décadas depois, o autor de “1984” parece coisa de doido.

Por: Ana Virginia Balloussier,  Folha de São Paulo. 

Donald Trump tem chances reais de sofrer impeachment

TRUMPNem bem começou e já há quem quer que termine. Antes mesmo de completar três semanas no cargo, o impeachment do presidente americano Donald Trump já é considerado como uma pauta no horizonte da política dos Estados Unidos.

Um grupo de democratas tenta fazer do tema uma pauta do partido. Jornais e revistas têm publicado artigos e reportagens sobre o assunto. A petição “Impeach Donald Trump Now” elenca argumentos para a retirada de Trump e já conta mais de 500.000 assinaturas. Há diversas petições no site da Casa Branca pedindo que o presidente divulgue seus impostos e suas relações comerciais pessoais – o objetivo é detectar conflitos de interesse que, no limite, levem a uma saída forçada do presidente.

O site de apostas Paddy Power estima em 2 para 1 as chances de um impeachment. E até mesmo republicanos duvidam da capacidade de Trump de terminar o mandato. Em um artigo escrito para a revista The Atlantic, Eliot Cohen, ex-consultor de Condoleezza Rice durante o governo de George W. Bush, argumenta que “não seria a menor surpresa se a gestão não terminasse em 4 ou 8 anos, mas muito antes disso, com um impeachment”.

Inimigos não faltam: Trump já comprou brigas dentro e fora dos Estados Unidos. Proibiu imigrantes muçulmanos, demitiu a procuradora-geral, cancelou o Tratado Trans-Pacífico, ameaçou o México com a construção do muro, comprou uma briga cambial com a Alemanha e até desligou o telefone na cara do primeiro ministro australiano Malcolm Turnbull.

Um de seus mais famosos apoiadores, o empresário Peter Thiel, costumava dizer que “o problema com os opositores de Trump é que eles o interpretam de maneira literal, mas não séria; e o problema com seus apoiadores é que eles o interpretam de maneira séria, mas não literal”. Até aqui, o melhor guia para a política trumpista tem sido exatamente o que Trump havia dito que iria fazer. Mas ele pode continuar assim até 2020?

O caso pró-impeachment

Embora o governo tenha menos de um mês, já há quem defenda que determinadas atitudes de Trump violam leis americanas que poderiam balizar uma moção de impeachment. O deputado democrata Joaquin Castro, por exemplo, questiona se o presidente não interferiu na autonomia de outros poderes quando baniu imigrantes muçulmanos de entrarem nos Estados Unidos — esta foi uma das ações do governo mais questionadas.

Para ele, há a possibilidade de Trump ter instruído a Agência de Proteção de Fronteira a ignorar ordens judiciais contra seu mandato executivo. “Se o presidente instruiu a Agência de Proteção de Fronteira a ignorar ordens da justiça contrárias ao seu mandato executivo ele deveria receber uma repreensão. Se fizer de novo deveria ser retirado do governo” escreveu Castro no Twitter.

Outros motivos incluem a própria relação do presidente com seus negócios particulares — o republicano deixou as organizações Trump para seus filhos em um truste, no qual eles teoricamente não podem discutir negócios. Além do fato de Trump nunca ter disponibilizado sua declaração de imposto de renda. Alguns deles giram em torno da Cláusula dos Emolumentos, um adendo da constituição americana que proíbe alguém que ocupa um cargo público de ter interesses financeiros ou receber presentes e títulos de outros países.

Para Ajay Chaudhary, professor da Universidade de Columbia e diretor do Instituto Brooklyn de Pesquisa Social, ainda é cedo para argumentar pelo impeachment do presidente. “No atual momento é muito improvável que o impeachment aconteça, seja pelas ordens executivas de Trump ou pela Cláusula dos Emolumentos. Não há quase nada em que se possa apoiar um processo de crime político agora”, afirma.

Construindo a oposição

Um processo desses não tomaria lugar tão facilmente. Trump está fortalecido: segundo o jornal New York Times 48% dos americanos aprovaram a medida de banir imigrantes de países de maioria muçulmana. E seu partido tem maioria no Congresso, o que dificultaria o processo de impeachment de caminhar pelas vias legais.

Esperar que o governo enfraqueça é o que parece ser a única alternativa da oposição. Em um evento realizado pelo banco Credit Suisse em São Paulo, o ex-ministro de Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, argumentou que essa é a opção do país para lidar com as provocações de Trump. “O México é a criança mais fraca na turma, logo Trump vai mexer com ele primeiro. A opção é esperarmos que ele esteja mais fraco, com menos apoio, com a imagem desgastada e com a oposição democrata minimamente fortalecida para termos chances de nos defendermos melhor de suas políticas”, disse.

Os democratas começam a procurar por maneiras de deslegitimar a gestão de Trump e enfraquecer seu poderio político. Um boicote em massa está programado para o dia 28 de fevereiro, quando acontece uma sessão conjunta do presidente com o Congresso, onde Trump irá fazer o famoso Discurso de Estado da União. O propósito é fortalecer o partido para as eleições de meio de mandato — nos Estados Unidos uma parte dos congressistas é eleita a cada dois anos — e tentar conquistar a maioria na Câmara. “Eu realmente acredito que se tivermos a maioria podemos dar entrada em um processo de impeachment”, disse o deputado democrata Ted Lieu ao site Politico.

Segundo o professor Chaudhary nem mesmo esse processo é simples. Ele lembra que os democratas precisam passar por algum tipo de reconstrução interna caso queiram se colocar como uma oposição real aos republicanos. “A coalizão republicana não deve ser enfraquecida tão cedo. Eles têm o controle do Congresso e da presidência da Câmara e podem tocar uma agenda econômica conservadora. Para os democratas terem alguma chance é preciso que se fortaleçam como um partido de força econômica, além de força social”.

Trump já afirmou que a verdadeira oposição a seu governo é a mídia. Mas analistas discordam que a imprensa apoiaria um impeachment caso não houvesse uma base legal sólida e acusações contundentes.

Impeachment nos Estados Unidos

O processo de impeachment americano é muito parecido com o brasileiro. Primeiro, as acusações passam por uma comissão de justiça na Câmara que julga os procedimentos legais da questão. Depois, vai a plenário da Câmara, onde o caso precisa de maioria simples.

Lá, como cá, o julgamento é feito no Senado, onde precisa do voto de 67 dos 100 senadores. Até hoje, nenhum presidente foi condenado no Senado, embora outros já foram julgados. Mais recentemente, no final de 1998, Bill Clinton teve duas moções de impeachment encaminhadas após o escândalo de seu envolvimento com a estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky. As acusações, de perjúrio e obstrução de justiça, foram aprovadas pela Câmara.

No Senado, Clinton foi inocentados por todos os 45 democratas e 5 republicanos em ambas as acusações, resultando no apoio de pelo menos metade dos senadores. Exatos 130 anos antes, o ex-presidente Andrew Johnson também foi inocentado pelo Senado, após acusações de que teria violado uma lei da época que impediria o presidente de remover civis nomeados a cargos políticos sem aprovação do Senado. Richard Nixon renunciou enquanto seu processo de impeachment corria pela Câmara, em 1974, acusado estar envolvido e tentar abafar o caso Watergate, em que a CIA teria invadido computadores e escritórios democratas para obter informações privilegiadas a mando da presidência.

Lá, como cá, o processo é essencialmente político. Clinton se safou porque a economia estava no rumo certo. Se os mirabolantes planos de Trump derem conta da promessa de fazer o país crescer 4%, ele certamente ficará onde está independentemente dos impropérios e conflitos de interesse. Mas, se a economia patinar, é melhor ele colocar o topete de molho.

 

Isto Posto…Os muros de Trump.

Muro de TrumpO presidente dos Estados Unidos Donald Trump, talvez não tenha se dado conta ainda de que a maior importância de seu país foi sempre impor-se como espécie de sustentáculo de relativa paz mundial, mesmo à custa da poderosíssima máquina de guerra que possui, para fazer valer desde a doutrina Monroe o uso diplomático do porrete nas relações internacionais mundo á fora, e, assim, manter sob controle e vigilância a influência daqueles países pertencentes ao denominado eixo do mal, cujos líderes de plantão permanecem havidos em testar a política de distanciamento e isolamento americanos propagado pelo negociador de imóveis.

Assim sendo, não se sabe se por ignorância ou birra de menino riquinho e caprichoso, Mr. Trump deu ontem o primeiro passo para construir o prometido muro de três mil quilômetro na fronteira de seu país com o México, justificando que tal medida é indispensável para assegurar os empregos de operários americanos, ameaçados por práticas comerciais largamente utilizadas pelas suas empresas de gravatas na Índia e Rússia.

Então, tomando de empréstimo as palavras de Barack Obama reafirmo que a ignorância não é de fato uma virtude nem na política nem na vida. Logo, como se tratam de atos de extrema ignorância, os muros do senhor Trump há muito já foram erguidos por ele com trejeitos, falas, injúrias, infâmias, insultos proferidos contra todos que não o aplaudem.

Os maiores e mais instransponíveis que este na fronteira com o México. Muros enormes e aterradores que separam os americanos do México, da América Latina inteira, do Canadá e do mundo. Muros invisíveis de agonia e sofrimento a separar violentamente negros e brancos, héteros e homossexuais, homens e mulheres, nativos e migrantes, enfim, muros de isolamento construídos com a arrogância e menosprezo pelo outro.

Isto posto, caro Trump, quando os americanos se derem conta estarão numa redoma feita pelos muros que a ignorância construiu em vez de salutares pontes.

Por: Adão Lima de Souza

Trump autoriza muro na fronteira com o México

TrumpO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, hoje, uma ordem executiva para destinar fundos federais para a construção de um muro na fronteira com o México, informam as agências Reuters e AP e a rede CNN. A construção do muro foi uma das principais promessas de campanha do republicano.

Trump também assinou uma ordem executiva para bloquear fundos federais para as chamadas “cidades-santuário”, que protegem imigrantes sem documentos da deportação.

Os fundos federais serão abolidos para cidades que se recusem a fornecer informações às autoridades federais sobre o status de imigração de pessoas detidas nesssas localidades, entre as quais estão Chicago, Nova York e Los Angeles.

“Uma nação sem fronteiras não é uma nação. A partir de hoje os Estados Unidos tomam de volta o controle de suas fronteiras”, disse depois a uma platéia de funcionários do Departamento de Segurança Interna. “Acabo de assinar duas ordens executivas que vão salvar milhares de vidas, milhões de empregos e bilhões e bilhões de dólares”, afirmou.

Em uma entrevista concedida à ABC News divulgada antes da assinatura da ordem nesta quarta, Trump disse que a construção do muro na fronteira com o México começará “assim que possível”. Questionado sobre se seria uma questão de “meses”, o presidente disse: “eu diria em meses”. Segundo o presidente, o planejamento da construção começa imediatamente.

Na entrevista, Trump também afirmou que a construção será financiada pelos contribuintes americanos, mas que “relativamente em breve” o país começará uma negociação de reembolso com o país vizinho.

“Seremos, de alguma forma, reembolsados pelo México, o que eu sempre disse”, afirmou. “Seremos reembolsados em uma data posterior de qualquer transação que fizermos com o México”, disse Trump.

Confrontado com a afirmação do presidente Enrique Peña Nieto, de que o México não pagará pelo muro, Trump disse: “Ele tem que dizer isso. Mas estou te dizendo que haverá um pagamento. Será de uma forma, talvez uma forma complicada”, disse. “O que estou fazendo é bom para os Estados Unidos. Também vai ser bom para o México. Queremos um México muito estável, muito sólido”, acrescentou.

Visita do presidente mexicano

O documento foi assinado no dia em que o ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, chega a Washington para preparar a visita do presidente do país, Enrique Peña Nieto. O mexicano deve se reunir com Trump no final do mês, sendo um dos primeiros líderes mundiais a se encontrar com o novo presidente americano.

Antes da eleição, Peña Nieto recebeu críticas dos mexicanos por participar de uma reunião com Trump. Os dois se reuniram em agosto de 2016, quando Trump ainda fazia campanha como candidato, e falaram sobre o muro, entre outros assuntos. Na ocasião, o presidente mexicano disse que deixou claro que seu país não pagará pela construção do muro, o que é proposto por Trump.

Trump já havia antecipado em seu Twitter que assinaria a medida nesta quarta-feira. “Grande dia planejado na SEGURANÇA NACIONAL amanhã. Entre muitas outras coisas, vamos construir o muro!, escreveu”.

 

Por decreto, Trump retira EUA da Parceria Transpacífico

USAO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, hoje, uma ordem executiva para iniciar a saída do país do Tratado de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), negociado pelo governo de Barack Obama e visto como um contrapeso à influência crescente da China.

A iniciativa é a primeira decisão do novo presidente republicano, que durante a campanha denunciou com veemência o que chamou de acordo “terrível”, que “viola”, segundo ele, os interesses dos trabalhadores norte-americanos.

“Temos falado muito disso durante muito tempo”, disse Trump enquanto assinava a ordem executiva no Salão Oval da Casa Branca. “O que acabamos de fazer é uma grande coisa para os trabalhadores americanos”, acrescentou.

O texto, promovido por Washington e que supostamente modela as regras do comércio do século XXI, foi assinado em 2015, mas não entrou em vigor. Ele previa a liberação do comércio de serviços, como engenharia de software e consultoria financeira.

A administração Obama considerava o TPP como o melhor tratado possível porque inclui não só a eliminação de barreiras comerciais, como também de normas sobre legislação trabalhista, ambiente, propriedade intelectual e compras estatais.

TPP

O tratado foi assinado por 12 países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã, que representam 40% da economia mundial.

O TPP, que visa reduzir barreiras comerciais em algumas das economias com o crescimento mais rápido da Ásia e se estender do Canadá ao Vietnã, não pode entrar em vigor sem os Estados Unidos.

Ele precisa da ratificação de pelo menos seis países que respondam por 85% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado dos países membros.

Várias organizações não governamentais o questionam por alegar que há normas pouco transparentes para os trabalhadores e o meio ambiente. Argumentam ainda que viola normas soberanas de países-membros e limita o acesso a medicamentos.

A China tem buscado promover sua própria versão de um pacto comercial da Ásia-Pacífico, chamado de Parceria Abrangente Econômica Regional (RCEP, na sigla em inglês), que exclui os Estados Unidos.

Trata-se de um acordo comercial mais tradicional, que envolve cortar tarifas em vez de abrir economias e estabelecer padrões trabalhistas e ambientais como o TPP faria.

Nafta

Trump anunciou na sexta-feira (20), dia de sua posse, que exigirá a renegociação do Nafta, acordo de livre-comércio integrado por Estados Unidos, Canadá e México, e vai abandonar o tratado a menos que o país consiga “um acordo justo”.

O comunicado, publicado menos de duas horas depois de Trump fazer seu juramento de posse, diz que o novo governo tentará mudar os termos do acordo em vigor há 23 anos. Durante a campanha, Trump afirmou que o pacto gerou desemprego, baixa na produção industrial e perdas econômicas aos EUA.

A indústria automobilística foi um dos principais alvos das críticas do agora presidente. México e Canadá são os principais exportadores de veículos para o mercado americano. Na campanha e após a vitória nas eleições, Trump atacou especialmente as importações vindas do México e ameaçou sobretaxar fábricas contruídas fora dos EUA.

Ele disse que os EUA deixarão de perder indústrias e empregos para a China e o México, e ameaçou penalizar empresas que queiram deixar o país, como fizeram com a Toyota e a BMW.

Empregos e impostos

A base econômica de Trump foi a promessa de aumento de empregos, um de seus temas mais frequentes. Trump afirma que pretende aumentar impostos para quem o fizer ou para quem não empregar preferencialmente norte-americanos e chegou a afirmar que quer “obrigar” a Apple a fabricar seus produtos nos Estados Unidos.

Trump, recebeu na manhã desta segunda-feira (23) um grupo de 12 empresários na Casa Branca e prometeu cortes de impostos e a redução de 75% das regulações. “Vamos baixar os impostos maciçamente, tanto para a classe média como para as companhias”, afirmou, ressaltando sua vontade de “fazer os empregos voltarem” aos Estados Unidos e favorecer a produção em território americano.

Trump receberá US$ 1; e os marajás brasileiros?

trumpUSA – Donald Trump fixou em US$ 1 o seu salário anual. Perderá US$ 1,6 milhão, uma mixaria para quem tem um patrimônio estimado em US$ 3,7 bilhões. Pode-se dizer que isso é coisa de demagogo. Ou de vigarista. Esse foi o adjetivo que lhe dedicou Michael Bloomberg, outro bilionário. Como prefeito de Nova York de 2002 a 2013, ele assumiu o mesmo compromisso e recebeu exatos US$ 12.

Bloomberg foi um grande prefeito e Trump é uma grande ameaça. Ambos emitiram um sinal. Se alguém lhes contasse que no Brasil os governos da União e dos Estados têm tetos constitucionais para os salários de seus servidores, mas eles são sistematicamente descumpridos, veriam nisso uma oportunidade para mostrar aos eleitores por que entraram na política.

Quem estoura os tetos não são os servidores que tomarão ferro com a reforma da Previdência ou os que estão sendo chamados a pagar a conta da farra do Rio de Janeiro. Estourar teto é coisa para maganos, grandes burocratas, magistrados e até mesmo professores universitários. Ninguém faz nada ilegal, e aí é que está o problema. Dentro da legalidade, fabricam-se mimos que, livres da dentada do Imposto de Renda, custam à Viúva algo como R$ 10 bilhões anuais. Esse dinheiro seria suficiente para salvar as finanças do Rio por um ano e ainda sobraria alguma coisa.

Quando aparecem os mimos da magistratura e dos procuradores vem a grita de que se pretende mutilar a independência do Judiciário. Se alguém divulga a lista de premiados do magistério vê-se uma ameaça à autonomia universitária. Quem pede para ver o preço dos auxílios e vantagens do Legislativo é um perigoso cerceador das liberdades públicas.

Ministros da caravana de Temer, muito bem aposentados antes de completar 60 anos, informam que o Brasil precisa reformar sua Previdência e continuam acumulando os contracheques que produzem a ruína fiscal.

Cada corporação beneficiada embolsa em silêncio, deixando a defesa de seus interesses a cargo de vagas associações de classe. A dos magistrados chegou a criticar os ministros do Supremo que condenaram as “gambiarras” e “puxadinhos” que levam os salários de desembargadores a R$ 56 mil (MG), R$ 52 mil (SP) e R$ 39 mil (RJ), quando o teto salarial dos servidores é de R$ 33,7 mil. Um levantamento dos repórteres Eduardo Bresciani e André de Souza mostrou que a Justiça tem pelo menos 13.790 servidores ganhando acima do teto.

Chega a ser uma malvadeza acreditar que o Judiciário é o pai da farra salarial dos marajás. Ele é apenas o mais astuto e, muitas vezes, o mais prepotente. Podendo ser parte da solução, decidiu se transformar em paladino do problema.

Trump e Bloomberg toparam trabalhar por US$ 1, mas são bilionários. A magistratura brasileira poderia limpar esse trilho, decidindo que nenhum servidor, a qualquer título, pode levar para casa mais de R$ 33,7 mil mensais. Ninguém passará fome.

Infelizmente, em junho passado o juiz mineiro Luiz Guilherme Marques pediu para ficar sem o seu reajuste enquanto durar a crise da economia nacional. Dentro da lei, ele ganha R$ 41 mil líquidos. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais indeferiu seu pedido, pois salário é coisa “irrenunciável”.

Por: Elio Gaspari – Folha de S.Paulo

USA – QUEM TEM MEDO DO TRUMP TOWER?

MACACO PUNKE então Plebe Rude, tresvariantes dessa Nau-Brasil desgovernada, nação futurista, trazida pelas caravelas d’além-mar, este que vos fala é PONCIANO RATEL, alçado a patente de DESASNADOR GERAL DA REPÚBLICA em revide ao grassamento das contingências morais nestas paragens Bruzundangas.

No proselitismo iconoclasta de hoje, a vitória do tresloucado Donald Trump nas eleições estadunidenses e o ‘malassombro’ mundial ao saber que os códigos de acionamento das ogivas nucleares serão controlados doravante por ele e sua trupe de extremistas, reacionários e malfeitores, tão periculosa quanto os militantes sem alma do Estado Islâmico e seu califado de terror e iniquidades.

O que nos dão conta os noticiamentos hodiernos dos states é que a madama Hillary Clinton, tendo sido já primeira-dama e Secretária das Armas, amargou uma grande derrota do povo americano que, desgostoso com o fenômeno denominado Brazilianismo – que vem a ser o empobrecimento sistemático da tal classe média, num abismo crescente de desigualdade social – preferiu o discurso raivoso contra a mundialização dos empregos de pais de família ianque, empunhado com nacionalismo odioso e virulento pelo estapafúrdio  playboy-de-cabelo-de-faisão-dourado-e-narcisista-incorrigível-alcunhado-de- nascença Donald Trump Tower.

Informam ainda os libelos mais benquistos pelos letrados estrangeiros, conforme os inteiramentos acusatórios da grande mídia falada e escrevinhada em Código Morse inglês, que a partir da seleta casta de missionários da Ku Klux Klan e os órfãos do apartheid social incipiente do operariado americano, blasfemadores  contra a supremacia presencial do governo ianque a doutrinar o mundo, sendo levado a cabo o programa neonazista aclamado nas urnas da terra da oportunidade, negros, chincanos, GLBTs e as demais minorias terão de buscar refúgio em outras paragens já que viveremos o ressuscitamento da Doutrina   Monroe: A américa para os americanos.

Também alardeiam os ditos pasquins, que devido a esse traquejo truculento do velho Trump Tower, nações periféricas como o Brasil devem se habituar a diplomacia do cassetete, pois mesmos os Havaianos e Canadenses terão que dá explicações se quiserem visitar a terra do tio Sam.

Contudo, enquanto se aguardam os doutrinamentos do grande-chefe-capitalista-imobiliário-nacionalista-extremado-da-casa-branca, cuidemos em rezar para que sacripantas como os governantes da Rússia e da Turquia e outros canalhas europeus, aproveitando-se do isolamento americano prometido por Trump e do enfraquecimento da União Europeia, não insistam em mergulhar o mundo numa nova guerra global.

Por ora me despeço de vosmecês asseverando que enquanto grassarem as fronteira invisíveis que separam os homens, a patifaria, a crueldade, a morte e guerra caminham a passo largo sobre a terra.

E atentai para esta sapiência de George Orwell: “toda propaganda de guerra, toda a gritaria, as mentiras e o ódio, vem invariavelmente das pessoas que não lutarão na guerra”

Saudações a quem tem coragem!

PONCIANO RATEL

Marcos Troyjo: Eleição de Trump é “fim do mundo como o conhecemos”

1631463Durante a corrida à Casa Branca, escancararam-se grandes diferenças no estilo de política externa dos EUA defendido pelos candidatos Hillary Clinton ou Donald Trump.

No limite, tais distinções remetem a dilema que frequenta a visão de mundo e a atuação externa dos EUA há pelo menos cem anos. Em grande parte de sua história, os EUA tiveram de optar por isolamento ou presença global.

No primeiro caso, amplamente observado no século 19, os norte-americanos forjaram sua política externa na compreensão de que seus vizinhos eram geopoliticamente fracos e de que a Europa era fonte dos males do mundo.

Cabia, portanto, fazer do Atlântico um “lago americano”, com forte poderio naval. Quanto a intervenções para além das Américas, como foi a Primeira Guerra Mundial, os EUA poderiam atuar para ajudar a restabelecer equilíbrios geopolíticos regionais, mas não “ficar no mundo”.

Foi justamente essa necessidade de permanecer nos palcos globais —como precondição da ideia de Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial— a que Churchill convida os EUA em seu famoso pronunciamento no Westminster College, no Missouri há setenta anos. Esta foi a tônica do famoso discurso da “Cortina de Ferro”.

Nesta campanha presidencial, Hillary defendeu a permanência do engajamento global dos EUA em termos econômicos e militares. Se vencesse as eleições, ela continuaria a defender o “pivô para a Ásia” da política externa, iniciado na presidência Obama, e que rompeu com uma tradição de 200 anos de priorização dos temas atlânticos.

Como presidente, Hillary traria consigo a experiência de haver chefiado o Departamento de Estado e, portanto, fluência nas minúcias da diplomacia.

A propósito, Hillary teria como companheiros na lista de presidentes que também foram Secretários de Estado nomes como Thomas Jefferson, James Madison, Monroe, John Quincy Adams, Martin Van Buren e James Buchanan (este um dos piores presidentes, segundo muitos analistas, por não haver evitado a Guerra Civil). Os EUA, portanto, não veem um presidente que anteriormente tenha exercido o cargo de secretário de Estado desde em 1857, quando Buchanan começou seu mandato.

Hillary manteria a estratégia de combate ao Estado Islâmico (EI) e à Al Qaeda sem o comprometimento de tropas americanas. Privilegiaria, assim, a utilização ampliada de tecnologia (com drones de ataque, por exemplo) e apoio logístico e de inteligência a forças locais, como na atual ofensiva das forças iraquianas contra o EI em Mossul.

A candidata democrata também se oporia a uma expansão do poderio militar chinês e suas ambições territoriais, sobretudo marítimas, bem como ao regime de Putin na Rússia.

Se vencesse, com Hillary haveria ao menos a possibilidade de reedição de uma nova iniciativa para as Américas. Foi o que ela sinalizou no discurso reservado que pronunciou numa reunião corporativa do Banco Itaú em 2013 —e que vazou pela imprensa via WikiLeaks. Talvez ali estava a verdadeira Hillary— e não a personagem protecionista que ela encenou durante a campanha.

Já Trump representa um fator “desglobalizante” para a política externa dos EUA. Washington provavelmente se afastará de muitos dos pilares que sustentam a visão de mundo dos EUA há décadas. Aumentam os embaraços com OTAN, Banco Mundial, FMI e as demais chamadas “instituições de Washington”. Trump, se seguir a linha que indicou durante a campanha, denunciará o Nafta e rasgará o TTP, além de incitar a uma guerra comercial contra atuais parceiros como México ou China.

Outro fator notável será a abertura a uma maior cooperação com a Rússia de Putin, com quem Trump já trocou elogios públicos. Trata-se de uma enorme mudança em relação ao candidato republicano anterior – Mitt Romney – que durante a campanha de 2012 identificou no Kremlin o principal antagonista geopolítico dos interesses de Washington.

Trump se vale de parte da insatisfação econômica interna, como o sentimento de perda de postos de trabalho que a mão de obra industrial menos qualificada experimenta nos EUA, para disseminar soluções simplistas de política externa baseadas em preconceitos ou diagnósticos equivocados.

Deste bizarro acervo fazem parte proposições como banir a entrada de muçulmanos nos EUA, construir um muro na fronteira com o México, ou impor uma tarifa unilateral de comércio sobre exportações chinesas aos EUA no patamar de 40%.

Em relação à Ásia, com Trump os EUA tendem a retrair sua presença na região. Tal hipótese é ótima para a China, que gosta de se ver como geopoliticamente preponderante na Ásia, e ainda guarda grandes ressentimentos do Japão e sua belicosidade antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Com tal retração, aumenta consideravelmente o peso relativo da capacidade de dissuasão chinesa, e, portanto, diminui o leque de opções para potências intermediárias como Malásia, Filipinas e Taiwan, embora seja difícil pensar nesta última alinhando-se a Pequim, salvo no caso de incorporação de Taipei ao regime da China continental.

Já no que toca à Europa, Trump se identifica com movimentos nativistas ou isolacionistas. Assim foi com as forças que trabalharam em prol do “brexit” e pode-se dizer o mesmo em relação a esses grupamentos políticos que disputarão eleições na França e na Alemanha em 2017.

Os EUA sempre viram a existência da União Europeia e a Otan como algo central para seus interesses de estabilidade e segurança no Velho Continente. Isso continuaria com Hillary, que também buscaria avançar no TTIP —a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos. Já com Trump, tanto o Tratado do Atlântico Norte como a burocracia de Bruxelas perdem relevância. Navegamos em águas desconhecidas.

Pouco deve-se esperar da Casa Branca em termos de América Latina. A região não é prioridade para Trump. O México tem maior relevância seja em função do Nafta ou da questão imigratória.

Tudo isso, no entanto, dependerá de quanto da tresloucada retórica da campanha ele carregará consigo para a Casa Branca. O mais correto é dizer que Trump não tem um plano de política externa, apenas um conjunto de posições superficiais.

Numa canção de 1987 da banda de rock R.E.M ouvia-se “It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)”.

A eleição de Trump certamente representa a sensação de “fim do mundo como o conhecemos”, mas com ela, ao redor do globo, poucos se sentem bem.

Por: Marcos Troyjo – Folha de São Paulo

Isto Posto…Hillary ou Trump, quem seria melhor para o Brasil?

Hillary e TrumpDepois de oito anos de governo de Barack Obama, um negro com nome árabe, os Estados Unidos da América se preparam para escolher nesta terça-feira, dia 08 de novembro, entre a primeira mulher e o um milionário da construção civil que se apresenta como independente de Wall Street e radicalmente contrário a negros, latinos e europeus, seu mandatário para os próximos quatro anos – ou oito como é de costume por lá.

Os analistas mais afamados de nossa nação de “diplomacia anã”, como nos alcunhou os burocratas de Israel, acreditam que pelo modelo truculento que Donald Trump representa, com sua promessa de instituir uma política de barreiras para impedir a entrada de pessoas e produtos de outros países, o melhor para o Brasil seria a vitória de Hillary Clinton, uma vez que costumam os Democratas baterem mais leve quando empunham o “Big Stick” da diplomacia  estadunidense, com o qual conduzem as negociações em sede das relações Exteriores com nações periféricas como as da América do Sul, Caribe e da África.

Outros pensadores, calcando seu ideário no modelo antipolítico que supostamente representaria o senhor Trump, e se mostra numa tendência crescente no mundo, apostam suas fichas na certeza de que o Brasil teria mais a ganhar com a vitória de um pensamento mais radicalmente direitista e profundamente conservador como o destilado pelo candidato republicano, com tamanha fúria e desprezo pelo contraditório que afastou até mesmo os mais tradicionais correligionários como o ex-candidato republicano da indústria bélica, o militarista John McCain.

E nós, o povo brasileiro, que nada entendemos de política americana, quem destes dois candidatos das armas, da indústria farmacêutica, do mercado financeiro, do capitalismo selvagem, do acúmulo de riquezas à custa da miséria dos povos latinos e africanos, e das guerras constantes e avassaladoras nos países árabes, da fome mundial e da intolerância, escolheríamos para melhor nos tratar com seu Big Stick?

Isto posto, melhor nos atermos à política doméstica que tantos sacripantas nos força escolher.

Por: Adão Lima de Souza

Governador promete reunir Pink Floyd se eleito presidente

images_retangulogUSA – O governador do estado de Ohio, John Kasich, fez uma promessa maluca que todos gostaríamos de vê-lo cumprir: ele se comprometeu a reunir a banda Pink Floyd caso seja eleito presidente dos Estados Unidos.

Durante uma aparição na CNN, o possível candidato do partido republicano compartilhou suas lembranças do melhor show da sua vida, The Wall, do Pink Floyd.

Roger Waters é um artista extraordinário”, disse. “Eu vi The Wall em Pittsburgh; foi absolutamente incrível”. Em seguida, Kasich fez a grande promessa: “E se eu for presidente, eu vou de uma vez por todas tentar reunir o Pink Floyd para se juntarem e tocarem algumas músicas”.

A ideia de Kasich é tão realista quanto o porco voador em cima da estação Battersea, em Londres, na capa do álbum Animals, lançado em 1977.

O guitarrista e vocalista David Gilmour, que agora está dedicado à carreira solo, já afirmou que o disco de 2013 do Pink Floyd, The Endless River, foi o último do grupo.

Ainda mais difícil de alcançar, Kasich quer que essa reunião inclua Waters, que teve uma relação tempestuosa com seus antigos companheiros de banda (o que levou a uma disputa judicial) desde que deixou o grupo em 1985.

Embora a banda tenha se reunido em 2005 por uma boa causa, o Live 8, em Londres, um evento internacional realizado para aumentar a consciência mundial acerca das dívida e fome na África.

O tecladista do Pink Floyd, Rick Wright, faleceu depois disso, em 2008, e o icônico fundador e líder da banda, Syd Barrett (integrante que foi substituído por Gilmour) morreu em 2006.

Fonte: Billboard Brasil