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Aos poucos, escracho vira outro nome de normal

gilmar-mendes_michel-temerO Brasil vive uma espantosa época. Nela, o absurdo adquiriu uma doce e admirável naturalidade. É como se a anormalidade fosse o normal. Dois episódios ocorridos no final de semana desafiam a paciência do brasileiro. Num, o multicondenado José Dirceu foi filmado numa festa sacudindo o corpo e a tornozeleira eletrônica. Noutro, o magistrado Gilmar Mendes encontrou-se com o denunciado Michel Temer.

No mês passado, Gilmar foi acusado pelo colega Luís Roberto Barroso, em plena sessão do Supremo Tribunal Federal, de ser parceiro da “leniência em relação à criminalidade do colarinho branco”. Não parece preocupado. Dirceu coleciona duas condenações na Lava Jato. Deveria estar preso. Mas também não exibe sinais de preocupação.

Juntas, as penas de Dirceu no petrolão somam 41 anos de cana. Ele estava atrás das grades. Mas a Segunda Turma do Supremo, com o voto favorável de Gilmar, autorizou-o a aguardar o julgamento de recursos em liberdade. Por isso ele dança.

Além de Temer, participou da reunião com Gilmar o minsitro Eliseu Padilha. Denunciados por corrupção, Temer e Padilha deveriam ser investigados. Mas a Câmara congelou os processos. E Gilmar acha natural encontrá-los. Algo de absolutamente anormal precisa acontecer em Brasília. Do contrário, o escracho será o outro nome de normal.

“Previdência foi mal vendida à população”, diz Eunício

temer-eunicioO presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse, hoje, ter afirmado ao presidente Michel Temer que, na avaliação dele, a proposta de reforma da Previdência Social foi “mal vendida” pelo governo à população.

Enviada no ano passado ao Congresso, a reforma já foi aprovada por uma comissão especial da Câmara, mas, diante da falta de consenso entre o governo e os deputados sobre o texto a ser votado, a proposta ainda patina.

“Eu disse a ele [Temer] que, no meu entendimento, a reforma foi mal vendida para a população brasileira. Nós precisamos fazer uma reforma enxuta, que tire os privilégios”, dise Eunício nesta segunda.

Na sequência, o senador disse que, na opinião dele, a reforma deve preservar “a rede de proteção social” e também definir uma idade mínima para aposentadorias.

As declarações foram dadas após o presidente do Senado participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto ao lado de Temer.

Nesse mesmo evento, o presidente disse ter “certeza” que o governo conseguirá aprovar a reforma ainda neste ano no Congresso Nacional.

Aposentadoria rural

Ao relatar a conversa que teve com Temer, Eunício disse ter afirmado ao presidente que não aceitaria, “neste momento”, que fossem modificadas as regras para a aposentadoria rural, uma vez que o homem do campo “vive muito menos do que as pessoas que vivem em cidades”.

“Eu peguei essa semana calor de 47 graus no interior do estado do Ceará. Aí dá para ver a diferença. O presidente me disse que ia preservar essa questão”, relatou Eunício.

O parlamentar disse ainda que, na reunião de domingo com Temer, o presidente afirmou que fará “ainda neste ano” uma reforma ministerial.

Texto ‘enxuto’

Em meio à articulação para aprovar a reforma no Congresso ainda neste ano, o presidente Michel Temer já reconheceu que a proposta pode não ser aprovada “em todo o conjunto”.

Diante disso, o governo passou a articular um texto enxuto, com foco, por exemplo, na idade mínima de 65 anos para homens poderem se aposentar e de 62 anos para mulheres.

Temer e Gilmar têm encontro não-oficial

GILMARO presidente Michel Temer (PMDB) recebeu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim da tarde de domingo, no Palácio do Jaburu – residência oficial do presidente e sua família em Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do magistrado, o encontro serviu para tratar da “reforma política e de reformas institucionais”.

O presidente Michel Temer (PMDB) recebeu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim da tarde deste domingo, 12, no Palácio do Jaburu – residência oficial do presidente e sua família em Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do magistrado, o encontro serviu para tratar da “reforma política e de reformas institucionais”.

Semana perdida – Com o feriado da Proclamação da República nesta quarta-feira, 15, as atividades do Congresso Nacional estarão esvaziadas, já que os parlamentares aproveitam para tirar um feriado mais do que prolongado, deixando a semana perdida e afetando ainda mais as articulações do Palácio do Planalto.

Os tucanos honrados precisam cair fora do PSDB de Aécio

Aécio NevesAgonizante desde a divulgação da repulsiva conversa telefônica com Joesley Batista, morreu nesta quinta-feira o Aécio Neves que durante muito anos se disfarçou de neto de Tancredo ainda mais mineiramente jeitoso, matreiro e sabido que o avô. O atestado de óbito foi a carta que destituiu Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB. O documento voltou a escancarar a face escura do candidato à Presidência que iludiu mais de 50 milhões de brasileiros na eleição de 2014.

Em 25 de junho de 1988, um grupo de políticos decentes resolveu abandonar o PMDB, então dominado pelo governador paulista Orestes Quércia, e criar o Partido da Social Democracia Brasileira ─ nascido “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas”, segundo o fundador Franco Montoro. Tradução: o PSDB pretendia ser um PMDB com vergonha na cara. Em 1989, o primeiro candidato o PSDB ao Planalto, Mário Covas, atravessou a campanha reiterando que “é possível conciliar política e ética, política e honra, política e mudanças”.

A caminho dos 30 anos, a sigla dos tucanos é comandada por Aécio Neves, uma contrafação mineira de Quercia.  Disposto a tudo para escapar da morte política, o senador mineiro segue agarrado à parceria com o PMDB de Temer. É compreensível que tenha promovido a presidente interino o parceiro Alberto Goldman. Quando o PSDB nasceu, Goldman optou pelas benesses do poder e ficou no PMDB, longe do pulsar das ruas. Permaneceu ao lado de Quércia e foi secretário de Estado do começo ao fim do mandato do chefão.

“O PSDB desses caras não é o meu PSDB, que é o de Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso”, resumiu Tasso Jereissati nesta quinta-feira. Os homens honrados que restam no partido, e que defendem o fim da aliança tóxica com o governo do vice de Dilma Rousseff, estão condenados a reprisar a diáspora ocorrida em 1988 e abandonar o ninho infestado de vigaristas. É hora de abrigar-se num novo partido ou em algum já existente que seja proibido para corruptos.

Por: Augusto Nunes, colunista da VEJA

Maia diz que falta esclarecimento sobre Previdência

Rodrigo MaiaO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, hoje, em Brasília, que ainda está faltando esclarecimento sobre a reforma da Previdência, “principalmente por parte do governo”.

Declarou que a emenda constitucional que altera as regras de acesso ao benefício da aposentadoria avançará depois que as pessoas tiverem a informação correta sobre o tema.

“As pessoas, às vezes, tratam a Previdência como se fosse um palavrão, mas quando você pergunta “por que você está contra a Previdência?”, muitos não sabem direito nem qual é o mérito do que está colocado na emenda constitucional. É esse esclarecimento que está faltando, principalmente, por parte do governo, que é quem tem as condições de comunicar. As pessoas são contra a Previdência sem saber que o sistema previdenciário brasileiro tira dos mais pobres e entrega para os que ganham mais. Quem se aposenta com menos idade é quem ganha mais”, disse Maia.

O presidente da Câmara espera que – a partir da apresentação do novo texto da reforma pelo relator Arthur Maia (PPS-BA) – os deputados possam avaliar se têm condições de votar ou não a proposta ainda este ano.

A nova proposta foi discutida ontem pelo relator com os líderes partidários, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente Michel Temer, em reunião na residência oficial da presidência da Câmara.

Divulgação de novo texto não tem data definida

Ainda não foi definido o dia de divulgação do novo texto, mas o presidente da Câmara considera que falta pouco tempo para tratar da matéria considerada polêmica e que precisa de pelo menos 308 votos entre os 513 deputados, em dois turnos de votação.

“Quando as pessoas começarem a ter a informação correta do que significa a reforma da Previdência eu acho que a gente vai conseguir avançar. O problema é que o tempo é curto, é muita informação para pouco tempo”, opinou o parlamentar.

O presidente da Câmara passou a manhã de hoje no plenário da Câmara conversando com parlamentares, enquanto aguardava a abertura de sessão deliberativa destinada a aprovar acordos internacionais. Depois de alcançado o quórum mínimo de votação, todos os acordos que estavam em pauta foram aprovados, como havia sido combinado com os líderes partidários.

Na semana do feriado de 15 de novembro não haverá trabalho nas comissões, nem no plenário da Câmara. Na semana seguinte, Maia disse que deve pautar algumas medidas provisórias que estão com prazo de votação prestes a expirar, além de continuar a análise dos projetos do chamado pacote de segurança e discutir emendas constitucionais, entre elas, a que trata do alongamento do prazo dos estados para pagamento de precatórios.

Isto Posto… A Organização Criminosa Nacional

placa-quadrilhaDe fato estamos sendo governados por organizações criminosas… E já há muito tempo!

E não me refiro aqui apenas a esta que acaba de ser salva pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados, e nem vou regredir aos tempos dos traficantes de Pau-Brasil que, dizem os historiadores, inauguraram a grande roubalheira nacional. Muitos deles cumprindo, em terras brasilis, severas penas de degredo impostas pela não menos corrupta justiça da coroa portuguesa.

Não me limitarei a mencionar apenas a organização criminosa apontada pelo Procurador-Geral da República, que neste ensejo aproveito para emitir minha breve nota pessoal de desagravo pelo belo trabalho no combate à desenfreada corrupção institucionalizada neste país, povoado de cidadão mais iludido e cúmplice que rico por natureza.

Não quero me ater tão somente ao punhado de patifes denunciado da excelente peça acusatória de Rodrigo Janot. Almejo ir além. Chegar ao cerne  verdadeiro da questão sobre qual organização criminosa vem governando este país desde as caravelas. Embora pretenda estabelecer como fronteira, como corte temporal a Nova República fundada em 1988, cuja carta inauguradora recebeu do então constitucionalista Michel Miguel Elias Temer Lulia, a época deputado federal, a redação do artigo 2º que preceitua que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, vindo logo após do trecho que diz que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Então, ficando nestes últimos trinta anos, fácil é apontar quem é a organização criminosa que governa o país com profundo desprezo pelo povo… O Congresso Nacional.

Porque não se trata apenas de Temer, Padilha, Moreira Franco, Cunha, Henrique Eduardo Alves, Aécio, Renan, Jucá, mas sim de todos os 594 parlamentares mancomunados na fétida prática de corrupção.

Nem a tal oposição escapa. São partícipes nos crimes. Sejam porque lá estiveram e roubaram também, seja porque desempenha uma oposição fraca e previsível, deixando claro seu propósito nefasto de simplesmente ter nova chance de roubar, como são os partidos REDE, PT, PSOL, PC do B, PDT.

Esta oposição se apresenta de dois modos: ou são histéricos como Henrique Fontana e Maria do Rosário do PT, ou são pulsilâmes até na maneira de impostar a voz como os deputados Alessandro Molon e Glauber Braga de REDE e PSOL, respectivamente.

Isto posto, temos a quase trinta anos  uma organização criminosa composta por pelo menos 513 deputados e 81 senadores, ávidos a roubar até o último centavo do erário. Continue reelegendo-os, afinal de contas, você eleitor incauto, terá sempre uma voz a defender seus interesses no Congresso Nacional, independentemente de quanto vá lhe custar em dinheiro!

Por: Adão Lima de Souza

CCJ: Parecer de mais um tucano salva Temer de segunda denúncia de corrupção

TemerA Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta quarta-feira, por 39 votos a 26, o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), contrário à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa o presidente Michel Temer (PMDB) dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) também foram denunciados por organização criminosa.

A decisão no colegiado, que tem 66 membros, deu-se após a fase de discussões, que começou ontem e teve, no total, manifestações de 61 deputados, 13 deles favoráveis ao parecer de Bonifácio de Andrada e 48 contrários. Ao final das falas dos parlamentares, o relator teve a palavra por 20 minutos e os advogados de Temer, Padilha e Moreira, por 10 minutos cada.

Em seguida, três deputados favoráveis e três contrários ao relatório defenderam suas posições e os líderes partidos encaminharam os votos das bancadas.

Um dos fiadores do governo Temer e ocupante de quatro ministérios, o PSDB liberou seus deputados a votarem como quisessem na CCJ. O partido e o PV foram os únicos aliados do peemedebista a não orientarem voto favorável ao relatório do tucano Bonifácio de Andrada.

O relator, a propósito, foi retirado da comissão pelo PSDB e só pôde permanecer na CCJ porque o PSC lhe cedeu uma vaga. Depois de o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) ter sido autor do relatório contrário à primeira denúncia contra Michel Temer na Câmara, pelo crime de corrupção passiva, a cúpula do PSDB temia o desgaste político à sigla caso um novo parecer favorável ao presidente fosse assinado por um tucano, o que, de fato, aconteceu.

Com a aprovação na CCJ, o parecer de Andrada será submetido ao plenário da Câmara, que dará a palavra final sobre o envio ou não da denúncia à análise do Supremo Tribunal Federal. Ainda não há data para a votação. Para que a acusação siga ao STF, 342 dos 513 deputados devem votar contra o relatório do tucano.

Caso o número não seja atingido, a acusação contra Temer, Padilha e Moreira fica suspensa até que o presidente deixe o cargo, em janeiro de 2019. Se a Câmara autorizar o encaminhamento ao STF, a Corte analisará a denúncia decidirá se torna o presidente e os ministros réus.

Caso acusação da PGR seja aceita pelo Supremo, Michel Temer deixa a Presidência por até 180 dias, prazo em que seria julgado. Durante esse período, o cargo é assumido interinamente pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). Condenado, Temer sai definitivamente do poder. Absolvido, reassume a chefia do Executivo.

A primeira denúncia da PGR contra o peemedebista, pelo crime de corrupção passiva, foi derrubada na Câmara no início de agosto. Naquela ocasião, 263 deputados votaram contra o envio da acusação ao STF e 227 deputados, a favor.

O que diz a denúncia da PGR

A denúncia assinada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot acusa Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco de integrarem uma organização criminosa que teria recebido ao menos 587 milhões de reais em propina sobre contratos de empresas estatais e ministérios. Também foram denunciados outros integrantes do chamado “PMDB da Câmara”, como os ex-ministros Geddel Vieira Lima(PMDB-BA) e Henrique Eduardo Alves(PMDB-RN) e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estão presos.

“Michel Temer dava a necessária estabilidade e segurança ao aparato criminoso, figurando ao mesmo tempo como cúpula e alicerce da organização. O núcleo empresarial agia nesse pressuposto, de que poderia contar com a discrição e, principalmente, a orientação de Michel Temer”, diz o texto.

O presidente também é acusado de obstrução à Justiça, a partir de uma conversa gravada pelo empresário e delator Joesley Batista, sócio do Grupo J&F.

No diálogo, que se deu em março, no subsolo do Palácio do Jaburu, Joesley informou a Michel Temer que estava “de bem” com Eduardo Cunha e o lobista Lúcio Bolonha Funaro. Como resposta, Temer o orientou a “manter isso aí”.

Com base na gravação e na delação premiada do empresário, a PGR sustenta que o “estar de bem” significava que Joesley Batista estava fazendo pagamentos a Cunha e a Funaro para evitar suas delações premiadas, que incriminariam o presidente e seu grupo político, e que o peemedebista encorajou Joesley a manter os repasses.

O que diz o parecer do relator

No relatório aprovado hoje na CCJ e que segue a votação no plenário da Câmara, Bonifácio de Andrada faz críticas ao que chama de atuação “policialesca” do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, que, para ele, “enfraquece” o presidente, ministros e a classe política de maneira geral.

Ainda conforme o parecer, a denúncia pelo crime de organização criminosa remete a fatos anteriores ao mandato de Michel Temer na Presidência, motivo pelo qual ele não poderia ser processado, e criminaliza atividades político-partidárias, como as indicações a cargos e ministérios na formação do governo.

“Somente os fatos após maio de 2016, quando o presidente assumiu, é que serão objeto de analise penal. É curioso que uma das acusações contra o presidente seja que ele fez nomeações e organizou o seu ministério e faz o seu governo no momento em que assumiu a direção do país”, afirma o documento, segundo o qual a PGR “queria que o presidente assumisse o governo sem ministros”.

“É inadmissível considerar que o partido político constitua uma associação para fins criminais. Não é como uma organização criminosa”, completa.

O relator sustenta também que a denúncia assinada por Rodrigo Janot se baseia, sobretudo, em delações premiadas e não apresenta provas contra Temer, Padilha, Moreira e os demais políticos denunciados.

“A denúncia não preenche os requisitos constitucionais legais de que o presidente não pode ser processado por fatos estranhos ao exercício de suas funções. Não há justa causa ao prosseguimento da denúncia, baseada em delações sob suspeita e considerando ainda que a decisão da Câmara não é definitiva e nenhum prejuízo ocorrerá a eventual persecução criminal e a pretensão punitiva do Estado, sobram argumentos para a denegação da autorização solicitada pelo Supremo Tribunal Federal”, conclui o relatório de Bonifácio de Andrada.

Temer pediu por Aécio em conversa com Eunicio e costurou apoio do PMDB

A operação que salvou Aécio Neves no Senado nesta terça-feira (17) foi coordenada pessoalmente pelo presidente Michel Temer.

Desde a semana passada, Temer havia entrado em campo para garantir que Aécio não fosse afastado do mandato.

A interlocução de Temer foi com os comandos dos PMDB e do PSDB, além de pedir ajuda ao presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE).

Segundo o blog apurou, Temer pediu por Aécio Neves a Eunicio durante conversa na noite desta segunda-feira.

Como o blog revelou, Temer procurou o presidente do Senado na véspera da votação.

Eunicio, oficialmente, negou à reportagem que Aécio tenha sido assunto da conversa.

Mas fontes relataram ao blog que o caso do senador tucano foi um dos temas da conversa.

A interlocutores, Eunicio disse que não contassem com ele para fazer “manobras”.

E afirmou que a votação ocorreria se houvesse quórum – o que aconteceu.

Também na noite de desta segunda-feira (16), passou pela casa de Eunicio o senador Antonio Anastasia – tucano e principal aliado de Aécio no Senado.

O principal motivo do empenho do presidente: os votos do PSDB na Câmara para barrar a denúncia contra ele.

Para articular apoio a Aécio, com quem Temer mantém conversas por telefone desde que o STF havia decidido pelo recolhimento noturno do tucano, o presidente mandou chamar na sexta-feira passada o líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira.

Lira foi ao Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial. Ele negou ao blog na semana passada que tenha tratado do caso Aécio.

Interlocutores do presidente, no entanto, relataram que Temer contava com o PMDB para garantir votos a Aecio no plenário, além de blindagem no Conselho de Ética. O conselho é comandado pelo PMDB.

Na sessão desta terça, Lira encaminhou o voto da bancada do PMDB a favor de Aécio.

No PMDB, Temer contou principalmente com o líder do governo no Senado, Romero Jucá.

Ele foi escalado para costurar o apoio do PMDB e do PSDB a Aécio nesta terça-feira.

Por: Andréa Sadi do Portal G1

Bonifácio de Andrada, o relator que abraçou a defesa de Temer na Câmara

Bonifácil AndradaCom um relatório crítico à atuação do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e até de juízes, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da segunda denúncia criminal apresentada contra o presidente Michel Temer, pediu nesta terça-feira o arquivamento do processo. O texto, lido pelo tucano aliado de Aécio Neves na Comissão de Constituição e Justiça, apresentou grande afinidade com as teses da defesa do peemedebista. Assim como os advogados do presidente, Andrada também atacou o comportamento dos irmãos Batista, da JBS, a quem chamou de “criminosos” que produziram “provas ilícitas” a mando do MPF, e sugeriu que os procuradores agiram “em conluio” com os delatores. Nesta segunda denúncia no âmbito da Operação Lava Jato, o presidente responde por formação de quadrilha e obstrução da justiça, junto com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). A primeira denúncia contra Temer, o primeiro presidente da República a ser alvo de uma denúncia criminal, foi votada na Casa em julho e arquivada e aposta do Planalto é repetir a mesma blindagem agora.

A previsão é de que os deputados discutam e votem o relatório de Bonifácio na próxima terça-feira, dia 17. Em seguida a matéria é votada no plenário da Câmara, o que deve ocorrer até o final do mês, onde são necessários dois terços dos votos para que o Supremo Tribunal Federal possa processar o presidente. O texto de Andrada foi tão alinhado com os argumentos da defesa de Temer que após o término da leitura alguns deputados sugeriram que os advogados do presidente não precisavam se manifestar, como é de praxe, uma vez que “a defesa já havia sido feita”. A afinidade entre o deputado e Temer chegou a provocar insatisfação em uma ala do PSDB, que chegou a removê-lo da Comissão. Graças ao auxílio do nanico PSC, que integra a base governista, ele assumiu uma suplência e voltou à relatoria.

Segundo Andrada, a “tentativa de envolver ministros e o presidente não encontra respaldo nas várias páginas da denúncia”. Ele também descartou a existência de qualquer crime de Temer ao nomear seus aliados mais próximos – chamados pelo MPF de “quadrilhão do PMDB” – para ocuparem ministérios. “É curioso que uma das acusações contra Temer é de que ele fez nomeações e organizou seu ministério no momento em que assumiu a presidência do país”, algo que “faz parte do sistema presidencialista”.

Logo no início da leitura de seu relatório, o tucano atacou a atuação do MPF, que segundo ele é “policialesca” e assumiu o papel de “fiscalizar” a presidência e os ministros. Os políticos, por sua vez “ficaram enfraquecidos em suas atuações”. “É nítido o que ocorre com o Ministério Público: o órgão passou a ter plena independência, podendo ser considerado um novo poder (…) é uma força, até certo aspecto, maior do que o próprio juiz”. Ele também criticou o que considera serem “posições exageradas” dentro da Polícia Federal, que provocam “envergonhamento público”. Para o tucano, esta atuação “mancomunada” entre o Judiciário e o MPF provoca um “desequilíbrio entre os poderes”.

Outro ponto da denúncia criticado pelo relator foi quanto ao enquadramento do presidente Temer como chefe de “organização criminosa”. De acordo com ele, a legislação brasileira não explicita de forma clara o tipo penal de integrar organização criminosa, o que permite que o MPF cometa “amplo abuso sistemático” desta concepção. “As definições são muito alargadas, permitindo que o Ministério Público a use como achar adequado (…) o conceito de organização criminosa não pode ser banalizado”, disse.

O discurso utilizado pelos principais alvos da Lava Jato, sejam petistas, tucanos ou peemedebistas, também ecoaram no relatório de Andrada. “A denúncia apresenta uma ampla acusação à vida pública brasileira”, afirmou. Ele também criticou o que chamou de tentativa de criminalização da atividade política: “É inadmissível considerar que o partido político constitua associação para fins criminais. Não é como uma organização criminosa”, afirmou. Por fim, Andrada, que defendeu o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff em 2016, disse que o afastamento de Temer “provocaria grave trauma” na sociedade.

Ao tomar a palavra, o advogado do presidente Eduardo Carnelós elogiou o relatório de Andrada: “Foi um brilhante voto”. O defensor manteve a estratégia adotada desde que as delações da JBS vieram à tona, investindo contra os irmãos Batista e a denúncia formulada com base em suas gravações e depoimentos. “Tudo está baseado na palavra de confessos criminosos”, afirmou. Carnelós também disse haver uma espécie de conluio entre os procuradores e os empresários do setor de frigoríficos. “Tudo isso é fruto de uma criação mental dentro da cabeça do ex-procurador-geral da República [Rodrigo Janot]”.

Assim como ocorreu na primeira denúncia, desde que o MPF apresentou a nova peça contra Temer o Governo começou uma série de manobras para garantir um placar favorável na CCJ. Oito parlamentares que integram a comissão foram trocados por outros mais simpáticos ao presidente.

Raquel Dodge pede ao Supremo para ouvir Temer

Raquel DodgeA procuradora-geral da República Raquel Dodge requereu ao Supremo Tribunal Federal autorização para tomar o depoimento do presidente Michel Temer no inquérito que investiga a MP dos Portos. A investigação aponta para supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A petição de Raquel foi endereçada ao ministro Roberto Barroso, relator do inquérito.

Além de Temer são citados na investigação executivos da empresa Rodrimar e o ex-assessor especial do presidente Rodrigo Rocha Loures, o “homem da mala” – ele foi filmado pela Polícia Federal em abril com 10 mil notas de R$ 50 na mala preta, somando R$ 500 mil em propina viva da JBS.

A procuradora pediu mais 60 dias para concluir a investigação.

O inquérito foi aberto por autorização do ministro Luis Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). A necessidade de uma investigação sobre a edição do Decreto dos Portos foi inicialmente apontada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em junho, quando a Procuradoria-Geral da República enviou ao Tribunal a denúncia contra o Temer por corrupção passiva.

Apesar de a petição da PGR falando da necessidade de investigação ter sido enviada em junho, apenas no dia 31 de agosto ela se manifestou a respeito da relatoria. Após verificar que não haveria conexão desta investigação com um inquérito que já tramitou no Supremo sobre o Porto de Santos e foi arquivado em 2011, Janot pediu a livre distribuição do pedido de abertura de inquérito entre todos os ministros. No sorteio, o escolhido foi Barroso.

As suspeitas sobre Temer em torno da edição do Decreto dos Portos surgiram a partir de uma conversa de pouco mais de 2 minutos com Loures interceptada pela Polícia Federal em 4 de maio. Loures, que foi assessor especial da Presidência, estava grampeado. O deputado tentava saber sobre a assinatura do Decreto dos Portos e Temer informou o parlamentar que iria assinar o decreto na outra semana.

PS. Será que Temer se arrependerá de tê-la escolhido?