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Trump critica as ‘mentiras’ da imprensa no caso russo
O presidente americano Donald Trump, de volta de sua primeira viagem ao exterior e após novas revelações sobre o escândalo das ligações de sua equipe com a Rússia, criticou mais uma vez as “mentiras” dos meios de comunicação em dois tuítes neste domingo.
O presidente voltou no sábado à noite de uma viagem de nove dias pelo Oriente Médio e pela Europa, num momento em que a imprensa americana faz novas revelações sobre os contatos de seu genro Jared Kushner com a Rússia em dezembro passado.
De acordo com estas revelações, Jared Kushner quis estabelecer um canal secreto de comunicação com o Kremlin, a fim de contornar as linhas tradicionais de comunicação entre os dois países.
“Minha opinião é que muitos vazamentos são mentiras fabricadas pela mídia, ‘fake news'”, tuitou Trump na manhã deste domingo.
Toda vez que os meios de comunicação mencionam fontes anônimas, “é muito possível que não existam fontes, que são inventadas por jornalistas, ‘fake news'”, acrescentou.
As revelações sobre Jared Kushner, um dos conselheiros mais próximos de Trump na Casa Branca, são as mais recentes de uma longa série de vazamentos sobre os contatos entre pessoas próximas ao presidente dos Estados Unidos e a Rússia durante a campanha eleitoral e nas semanas após sua vitória no dia 8 de novembro.
Mais cedo no domingo, em outro tuíte, Trump elogiou o que ele descreveu como um “grande sucesso” a sua passagem pela Europa.
“Acabei de voltar da Europa. A viagem foi um grande sucesso para os Estados Unidos. Muito trabalho, mas grandes resultados”, escreveu.
Trump prepara ‘operação de limpeza’ em seus serviços de inteligência
Donald Trump ataca novamente. Em uma manobra quase sem precedentes, o presidente dos Estados Unidos decidiu, segundo The New York Times e a CNN, fazer uma revisão de seus serviços de inteligência. À frente dessa operação de limpeza quer colocar Stephen A. Feinberg, um multimilionário de sua confiança máxima, distante da órbita da segurança nacional. O golpe, que faz prever um recrudescimento do combate entre Trump e seus agentes secretos, reflete a fratura que, em menos de um mês de mandato, o republicano abriu nas mais altas instâncias do poder norte-americano. Uma desconfiança que levou os serviços de inteligência a ocultarem informação sensível para evitar seu vazamento.
Os espectros do passado voltam a se agitar em Washington. Escândalos como o Irã-Contras e Watergate começam a ser mencionados em voz alta. O incêndio chegou a ofuscar a queda do conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn. O que está em questão agora vai mais além de um só homem: a nação mais poderosa do planeta assiste a uma batalha aberta entre o comandante-chefe e aqueles que devem guiá-los nas trevas.
A origem dessa atitude, que inclui a retirada da vista presidencial de fontes e métodos, está vinculada à admiração demonstrada por Trump pelo presidente russo, Vladimir Putin. O magnata defendeu sempre sua amizade com o ex-oficial da KGB. Considera-a um bem valioso e chegou a realçá-la em suas disputas políticas. Foi assim quando em plena campanha pediu a Putin que continuasse hackeando os e-mails de sua rival, a democrata Hillary Clinton. Esse gesto, segundo agentes consultados pelo jornal norte-americano, foi um ponto crítico. Trump acabava de estender a mão a um país que estava interferindo no processo eleitoral com o claro objetivo de favorecê-lo. Depois se descobriria que outros membros de sua equipe estavam mantendo encontros regulares com agentes russos e que, já obtida a vitória, o futuro conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, manteve uma obscura conversa com o embaixador russo em Washington. Justo quando Barack Obama impunha sanções ao Kremlin por seu jogo sujo na campanha. Um cenário de terror para qualquer serviço de contrainteligência.
Mas a batalha não é travada somente do lado dos espiões. Trump mostrou de sobra sua belicosidade com uma área que considera desleal a seus propósitos. Longe de buscar a reconciliação, o presidente a tem acusado de entregar “como doces” informações secretas, e agora decidiu dar um passo a mais e esmagar diretamente a rebelião. Para isso pretende lançar mão de seu amigo multimilionário, para uma revisão profunda dos serviços de inteligência.
A chegada deste enviado presidencial, cujo cargo não está ainda determinado nem foi admitido oficialmente pela Casa Branca, é vista pelos afetados como a aterrissagem de um censor. Alguém que imporia os pontos de vista presidenciais e que buscaria reduzir as sonoras discrepâncias entre os relatórios das agências e a visão de mundo de Trump.
Além disso, a escolha vem carregada de suspeitas. Feinberg carece de experiência no universo da segurança nacional e sua maior proximidade com essas questões espinhosas procede do controle que a sua empresa, a Cerberus Capital, tem sobre dois fabricantes de armas e os suculentos contratos que firmou com o Departamento de Estado.
A ninguém escapa que o aval a Feinberg é bem diferente. Goza da estima do presidente e mantém estreitos vínculos com o estrategista-chefe da Casa Branca, Stephen K. Bannon, o municiador da ideologia de Trump. Sua entrada permitiria ao mandatário ter um homem de sua absoluta confiança em mundo que escapou de suas mãos e cujos dois principais chefes, o diretor da CIA e o da Inteligência Nacional, foram designados por influência do vice-presidente e das forças republicanas.
Mas a chegada dessa figura, embora facilite o fluxo de informações para a Casa Branca, dificilmente curará a ferida aberta. Desde que tomou posse, em 20 de janeiro, Trump vem se distinguido mais por romper do que por criar. E não aprece que este caso vá ser uma exceção. O problema é que agora o alvo de suas iras é seu próprio guardião.
Os EUA exigem reação mais rigorosa da Europa contra a Rússia.
A grave crise internacional, que se vive desde a anexação russa da península da Crimeia, foi agravada nas últimas horas pela detenção de oito observadores militares europeus por milícias federalistas e separatistas pró-Rússia de Slaviansk, que Obama chamou de “capangas”. Os observadores detidos atuam sob proteção da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas não são membros da mesma. As forças pró-Rússia dizem que são espiões.
Barack Obama acusou o Kremlin de não ter movido “um só dedo” para conseguir que os separatistas pró-Rússia na Ucrânia cumpram o acordo fechado em Genebra para diminuir uma tensão que situou as relações entre a Rússia e o Ocidente em seus níveis mais baixos desde o final da Guerra Fria. Ontem, o presidente norte-americano disse que era absolutamente necessário que os Estados Unidos e a União Europeia apresentassem uma mensagem de unidade para Moscou de que seus jogos de guerra devem acabar.
Com Washington e Bruxelas a ponto de impor novas sanções à Rússia –talvez nesta segunda-feira- o presidente dos Estados Unidos declarou da Malásia –durante a terceira etapa de seu giro asiático- que se estará “em uma posição mais firme para dissuadir Putin quando ele vir que o mundo está unido, que os Estados Unidos e a Europa estão unidos, e que este não é somente um conflito russo e norte-americano”.
Para Obama, Moscou não só ficou apática diante do acordo fechado no último dia 17 em Genebra, como que, em algumas ocasiões, se manifestou contra. “Há provas contundentes de que ficaram incentivando as atividades no leste e no sul da Ucrânia”, disse o presidente. O mandatário aproveitou uma nova ocasião para lembrar seu homólogo russo que está “ilhado” e que a chave do problema está em “respeitar a integridade territorial” da Ucrânia, ameaçada pelas milícias pró-Rússia.
Até o momento, Washington se encontra em uma linha mais dura de ataque que a Europa, que está em um espaço mais ambíguo e tímido, entre outras razões porque suas relações comerciais e laços econômicos com a Rússia são muito maiores do que os dos Estados Unidos e porque compra cerca de um quarto de seu gás natural em Moscou.
Kiev foi mais agressivo em seu discurso no final da semana passada e assegurava que Moscou estava dando todos os passos que desembocariam em uma “terceira guerra mundial”. Kiev, respaldado pelo Ocidente, acusa o Kremlin de planejar a invasão do leste da Ucrânia e de preparar o terreno para o treinamento e o apoio de separatistas armados que ocuparam os arredores de uma dúzia de edifícios públicos na região.
Para tranquilizar os aliados da OTAN com fronteiras com a Rússia, Washington enviou 150 paraquedistas à Lituânia no sábado passado. Cerca de 600 soldados norte-americanos chegaram à Polônia e a vários Estados bálticos que pertenceram à extinta União Soviética.
“A agressão russa renovou nossa determinação de reforçar a aliança da OTAN”, disse o secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, há algumas semanas, quando o acordo de Genebra estava sendo formalizado. Washington manifestou ceticismo sobre o mesmo, algo que se confirmou logo depois. “Estas medidas não são direcionadas para provocar ou ameaçar a Rússia, mas para demonstrar que a OTAN continua dedicada a suas tarefas de defesa coletiva”, acrescentou Hagel.
Por: Adão Lima de Souza Fonte: El País.