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Datafolha: votos válidos, rejeição e segundo turno dos presidenciáveis
ELEIÇÃO PRESIDENCIAL – O instituto Datafolha também pesquisou os percentuais de intenção de votos válidos, o índice de rejeição e simulações de segundo turno, cujos números foram os seguintes:
Votos válidos
Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
- Jair Bolsonaro (PSL): 39%
- Fernando Haddad (PT): 25%
- Ciro Gomes (PDT): 13%
- Geraldo Alckmin (PSDB): 9%
- Marina Silva (Rede): 4%
- João Amoêdo (Novo): 3%
- Henrique Meirelles (MDB): 2%
- Alvaro Dias (Podemos): 2%
- Cabo Daciolo (Patriota): 1%
- Guilherme Boulos (PSOL): 1%
- Vera Lúcia (PSTU): 0%
- João Goulart Filho (PPL): 0%
- Eymael (DC): 0%
Rejeição
O Instituto também perguntou: “Em quais desses candidatos você NÃO VOTARÁ de jeito nenhum NO DOMINGO QUE VEM? E qual mais?”
Neste levantamento, portanto, os entrevistados podem citar mais de um candidato. Por isso, os resultados somam mais de 100%. Os resultados foram:
- Bolsonaro: 45%
- Haddad: 40%
- Marina: 28%
- Alckmin: 24%
- Ciro: 21%
- Meirelles: 15%
- Boulos: 14%
- Cabo Daciolo: 14%
- Vera: 13%
- Alvaro Dias: 13%
- Eymael: 12%
- Amoêdo: 11%
- João Goulart Filho: 11%
- Rejeita todos/Não votaria em nenhum: 2%
- Votaria em qualquer um/Não rejeita nenhum: 2%
- Não sabe: 4%
Simulações de segundo turno
Bolsonaro 44% x 43% Haddad (branco/nulo: 10%; não sabe: 2%)
Ciro 48% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 9%; não sabe: 2%)
Alckmin 43% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 13%; não sabe: 2%)
Alckmin 42% x 38% Haddad (branco/nulo: 17%; não sabe: 3%)
Sobre a pesquisa
- Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
- Entrevistados: 10.930 eleitores em 389 municípios
- Quando a pesquisa foi feita: 3 e 4 de outubro
- Registro no TSE: BR-02581/2018
- Nível de confiança: 95%
- Contratantes da pesquisa: TV Globo e “Folha de S.Paulo”
Rede desautoriza apoio a Bolsonaro e adverte Lóssio
Por meio de nota, a executiva estadual da Rede Sustentabilidade condenou o apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) por seu candidato ao Governo de Pernambuco. O ex-prefeito de Petrolina havia sinalizado, ontem, através da aliança com o coronel Meira, um apoio a Bolsonaro num possível segundo turno. O objetivo seria repassar o eleitorado do capitão da reserva para o representante da Rede. A aliança foi costurada por Gilson Machado, nome de Bolsonaro no Estado. Órfãos de um apoiador do presidenciável do PSL no Estado, os militantes acharam em Lóssio um nome para representar Bolsonaro. Confira a nota na íntegra:
A Comissão Executiva Estadual da Rede Sustentabilidade vem a público desautorizar qualquer aliança de seus candidatos majoritários com apoiadores da candidatura de Bolsonaro, em Pernambuco, utilizando a legenda da Rede. A direção estadual do partido não foi consultada sobre o apoio que seu candidato a governador, Julio Lóssio, recebeu do coronel Meira, um dos principais representantes de Bolsonaro no estado.
Prefeitos da Frente Popular declaram apoio a Julio Lóssio
Candidato ao governo de Pernambuco pela Rede Sustentabilidade, Julio Lóssio está garantindo importantes apoios em diversas regiões do estado. O prefeito de Afrânio, Rafael Cavalcanti (MDB), e o prefeito de Cedro, Antônio Leite (PR), declararam apoio ao candidato, ontem. Ambos integram partidos que estão na Frente Popular. As declarações ocorreram durante o evento “O Sertão Abraça Julio”, realizado em Petrolina.
Segundo Rafael Cavalcanti, prefeito de Afrânio, o candidato merece a confiança por ser o mais preparado para governar Pernambuco. “A grandiosidade dessa onda verde que está se espalhando começa em Afrânio e vai para todo o estado, porque Julio tem todas as credenciais para governar bem Pernambuco. É um homem à frente do seu tempo. E é isso que estamos precisando”, ressaltou.
Na ocasião, Lóssio agradeceu o apoio dos prefeitos, e também às profissionais do Programa Nova Semente, criado em sua gestão; às pessoas beneficiadas pelo Programa “Minha Casa, Minha Vida” e à candidata à Presidência da República, Marina Silva. “Eu tenho lado, sempre tive lado. Eu nunca me enverguei na política, porque minha mãe, uma viúva, me ensinou: ‘meu filho, você só precisa se curvar para agradecer’”, disse.
Candidata ao Senado define eixos de atuação para mandato
A advogada Adriana Rocha, candidata pela Rede ao Senado, divulgou a plataforma que pretende exercer como representante de Pernambuco na Casa Alta. No documento, a Conselheira Federal da OAB-PE e ex-vice-presidente da Ordem, destacou 18 eixos que versam sobre saúde, educação e diminuição dos privilégios dos agentes públicos.
Como Presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, Adriana tem atuado por uma maior equidade social e demonstrou apreço pelo tema em suas propostas, por meio do combate ao assédio sexual à mulheres advogadas e da maior participação de jovens advogados negros nos escritórios do País. Também exerceu a função de vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da OAB, onde lutou pela aprovação de pautas de interesse das pessoas LGBTs.
Para postular a candidatura ao Senado, a professora teve como incentivo a insatisfação com o quadro político atual, carente de renovação. Para isso, baseou-se em um princípio ensinado em sala de aula: enquanto os cidadãos não se lançarem no mundo político, nada será modificado, e os mesmos continuarão sendo reeleitos.
“Quando nos deparamos com a situação atual do nosso País, nasce dentro da gente essa vontade de participar ativamente do processo político. Pensando isso, saí do lado de eleitora para o de candidata para poder fazer a diferença”, destacou.
Confira a lista com as 18 pautas legislativas:
1) Igualdade de oportunidades para todas as pessoas no mercado trabalho (inclusão);
2) Ensino básico federalizado;
3) Professores em todos os níveis valorizados não só na remuneração, mas nas condições de trabalho;
4) Reestruturação do sistema de Justiça para dar mais eficácia às punições que envolvam crimes dolosos contra a vida;
5) Restrição à renovação de mandato de parlamentares;
6) Diminuição do mandato dos Senadores;
7) Mudança nas regras de acesso ao STF e mandato para os Ministros;
8) Reforma dos serviços públicos com extinção de cargos comissionados em excesso;
9) Especificação do conceito aberto de “notável saber jurídico” utilizado pela Constituição;
10) Garantia de assentos no legislativo em razão de gênero, para mais mulheres ingressarem na política. Apoio a toda e qualquer legislação que garanta às mulheres políticas públicas e privadas voltadas para a sua dignidade, a sua autonomia, e à proteção de sua vida.
11) Pauta específica para garantir às crianças acesso aos direitos fundamentais básicos.
12) Incentivo à desburocratização;
13) Tecnologia e Inovação, desenvolvimento sustentável, com pautas legislativas próprias;
14) Facilitação para a propositura de leis de iniciativa popular;
15) Obrigatoriedade de expediente semanal dos parlamentares para atendimento virtual dos cidadãos e cidadãs.
16) Exclusão de benefícios aos agentes públicos, como carros oficiais, com algumas exceções.
17) Definição intransponível do conceito moralizante de subsídios;
18) Valorização de toda e qualquer legislação que promova, garanta e mantenha o acesso das pessoas à saúde pública de qualidade.
REDE jovem apoia Lóssio ao governo de PE
A juventude da REDE Sustentabilidade-PE marcou presença na convenção eleitoral estadual que oficializou a candidatura do ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, ao governo do estado pela sigla.
A juventude da REDE foi importante e essencial no processo que retirou a REDE Sustentabilidade da base do governo Paulo Câmara (PSB), e optar por ter uma candidatura própria no pleito deste ano.
“Eu voto no homem que sabe o que faz, 18 na cabeça, Pernambuco pode mais”, entoou Matheus Arruda, coordenador estadual de juventude da REDE.
Multidão no Rio protesta contra Michel Temer e pede eleições diretas
Uma multidão ocupa a Avenida Atlântica, na altura do posto 3, em Copacabana (zona sul do Rio), na tarde deste domingo (28) em protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) e por eleições diretas para ocupar a presidência. O evento, que ocupa um quarteirão da avenida Atlântica, entre as ruas Figueiredo de Magalhães e Siqueira Campos, terá shows musicais de cantores como Criolo, Teresa Cristina e Caetano Veloso, que se apresentará a partir das 16h. A organização estima o público em 50 mil pessoas. A Polícia Militar não divulgou número.
O ator Wagner Moura foi um dos mais aplaudidos e cortejada pelos fãs. “Nós, que no ano passado estivemos na rua contra o golpe que levou Temer à presidência, agora temos o segundo round. Não é possível Temer continuar, nem esse Congresso escolher seu substituto. Pode não ser ilegal, mas é imoral e ilegítimo. E o ovo da serpente são essas reformas trabalhista e previdenciária”, afirmou o ator, durante discurso no palco.
A poetisa e atriz Elisa Lucinda também defendeu a saída de Temer: “Esse momento é crucial, nós estamos sendo violentados”, afirmou, antes de declamar uma poesia que discorre sobre corrupção e falta de dinheiro para educação e saúde.
Cantores como Mart’nalia, Teresa Cristina e Pretinho da Serrinha já se apresentaram. Caetano Veloso e Milton Nascimento ainda vão cantar. Mart’nalia cantou “Madalena do Jucu”, famosa na voz de seu pai, Martinho da Vila, inserindo o verso “fora, Temer/fora, Temer” em lugar de “Madalena, Madalena”.
Teresa Cristina perguntou ao público “vocês acham que o Aécio (Neves, senador afastado) será preso?” e emendou os versos “Acreditar, eu não, recomeçar, jamais” do samba “Acreditar”, famosa na interpretação de dona Ivone Lara.
Políticos
“A primeira medida necessária é a saída de Temer”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM). Para o congressista, há duas formas de isso ocorrer: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer ou a Procuradoria Geral da República denunciar Temer, o que dependeria de autorização do Poder Legislativo. “O mais rápido seria o presidente renunciar, mas não se pode esperar isso dele”, afirmou.
Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), mesmo se a eleição direta para presidente nesse momento não for instituída, a mobilização popular é importante. “Em 1984 não conseguimos aprovar (a eleição direta), mas o movimento popular acelerou o fim da ditadura e as conquistas da Constituição de 1988.”
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirma ser possível prever hoje o desfecho da crise política. “Nós exigimos eleições diretas para presidente, mas não dá pra saber qual será a decisão do Congresso. Há uma proposta de emenda constitucional que será votada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça. Mas tem outras variáveis: parece que o (deputado federal) Rocha Loures (flagrado recebendo R$ 500 mil) está negociando delação premiada. Então muita coisa pode acontecer”, avaliou.
O deputado federal Alessandro Molon (Rede), autor do primeiro pedido de impeachment de Temer após a divulgação da delação dos donos da Friboi, afirmou que a mobilização popular pode convencer os congressistas a aprovar uma emenda constitucional que institua eleições diretas.
A regra prevista na Constituição para substituição do presidente nos dois últimos anos de mandato é por eleição indireta. “Essa não é uma causa de um partido político, de um segmento, essa é a melhor solução para o País”. Molon acredita que o TSE vai cassar a chapa Dilma-Temer em 6 de junho. “Mas espero que não haja pedido de vista, que é a vontade de Temer”, afirmou.
Partidos preparam proposta de referendo para decidir futuro de Dilma e Temer
Parlamentares no Senado e na Câmara dos Deputados querem levar a plenário propostas de referendo para que a população decida sobre o afastamento ou não da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer.
O modelo defendido em Brasília é o de referendo revogatório (também conhecido como “recall”), adotado em países como Alemanha, Estados Unidos (em determinados Estados), Suíça e Venezuela.
Diferente do impeachment, que exige a comprovação de crimes políticos, o “recall” prevê que presidentes e parlamentares possam ser afastados em caso de ineficiência ou desaprovação popular, se a maioria da população assim decidir.
Na última sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) defendendo a pauta. Segundo o senador, o pedido deve ser protocolado “até quinta-feira”, para em seguida entrar em discussão na Casa.
“A melhor alternativa para esta crise é levar para a soberania popular resolvê-la”, disse Randolfe à BBC Brasil. “O governo padece de uma crise de legitimidade. O impeachment não resolve o problema, porque (Michel) Temer já foi citado algumas vezes na Lava Jato (na delação do senador Delcídio do Amaral).”
Outras duas PECs defendendo o recall, segundo a BBC Brasil apurou, tramitam no Senado. Já na Câmara dos Deputados, a proposta é articulada pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
“Não há legitimidade neste Congresso para a discussão do impeachment”, disse Alencar à reportagem. “Os termos que mais se ouvem aqui na Câmara são impopularidade e inépcia – não crime de responsabilidade, como diz a Constituição. Como o impeachment está sendo usado para disputa política, a ideia de devolver (a decisão) ao povo é boa e democrática.”
Segundo o deputado, o “ideal” é que a mudança na Constituição seja levada a discussão na Câmara antes do parecer da comissão especial que neste momento discute o impeachment da presidente.
“Há, na comissão, 38 deputados que sofrem ações judiciais. Não é possível que essas pessoas decidam sobre o tema”, diz o deputado, frisando que a posição oficial do PSOL é contrária ao impeachment.
Ele diz concordar com o senador Randolfe Rodrigues sobre a extensão da decisão popular também ao mandato do vice Michel Temer. “(O recall) é um debate importante para o futuro da nossa própria democracia. A melhor solução é sempre a decisão popular”.
Schwarzenegger e Hugo Chávez
O principal argumento dos defensores do recall é o fato de a impopularidade de um presidente não estar entre as justificativas legais para um processo de impeachment.
O caso mais famoso em que o dispositivo foi acionado aconteceu em 2013, na Califórnia, quando Arnold Schwarzenegger foi eleito governador do Estado após a destituição, por referendo popular, do então governador Gray Davis.
Em 2004, o então presidente venezuelano Hugo Chávez foi submetido ao referendo revogatório e saiu vencedor, mantendo-se no cargo. O mesmo ocorreu na Bolívia, em 2008, com o presidente Evo Morales.
Mas o termo “recall” – popularizado pela indústria automotiva, com a substituição de peças por defeito de fabricação ou mau funcionamento – não é assunto novo em Brasília.
Em 2005, o então senador Eduardo Suplicy (PT-SP) propôs o referendo revogatório para presidentes e congressistas – a PEC foi arquivada em 2015, após o fim do mandato do petista.
Outras duas PECs que defendem o recall foram propostas em 2015 pelos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e José Reguffe (sem partido-DF) e estão atualmente em avaliação no Senado.
O primeiro está em viagem nos Estados Unidos e não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem. Já Reguffe disse à BBC Brasil que seu projeto de emenda é anterior ao acirramento da crise política.
“Não se propõem mudanças na constituição pensando em casos específicos. Defendo a revogabilidade de mandatos para aprimorar a nossa democracia, como já acontece em outros países”, diz.
Questionado se defende um referendo no caso específico da presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que “já se manifestou publicamente de forma favorável à abertura do processo de impeachment”.
Os projetos de emenda constitucional de ambos estão nas mãos do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), segundo o Senado.
Temer rebate declarações de Marina sobre a Lava Jato
BRASÍLIA – O vice-presidente Michel Temer rebateu, hoje, as declarações da ex-ministra Marina Silva sobre uma eventual interferência dele nos rumos da Operação Lava Jato caso haja o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o peemedebista assuma o poder.
“Fico preocupado com essa manifestação de desconhecimento institucional por uma pessoa que foi candidata a presidente da República por duas vezes. Nenhum presidente tem poder de ingerência nos assuntos de outro Poder”, disse Temer em nota à reportagem.
O vice afirmou ainda que o Judiciário brasileiro e demais órgãos ligados a ele são independentes e que essa é uma premissa garantida pela Constituição de 1988. “É gravíssimo que a uma figura pública tente desprestigiar os poderes soberanos do Estado”, afirmou.
No domingo, 17, após uma reunião da executiva da Rede Sustentabilidade em Brasília, Marina afirmou que o impeachment poderia causar uma paralisação nas investigações da Lava Jato, pois poderia passar a impressão de que “o problema foi resolvido”.
Integrantes da Rede também afirmaram reservadamente que um dos motivos para o partido ser contra o afastamento de Dilma é o temor de que isso possa enfraquecer a operação, já que nomes importantes do PMDB estão sendo investigados como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.
Desmilitarização da PM: Uma polícia democrática para defesa do cidadão
“Como o 11º país no ranking mundial das maiores taxas de homicídio, o Brasil precisa quebrar o ciclo de violência endêmica, livrando-se de um entulho da ditadura: a militarização da polícia”
O Brasil, felizmente, não tem pena de morte. Imaginem se tivesse! Sem a punição capital, os registros brasileiros mostram 58.559 mortes só em 2014, produto de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Assim, num único ano, este país tropical, cordial e bonito por natureza, teve mais baixas do que os Estados Unidos em 14 anos da Guerra do Vietnã (1961-1975), onde tombaram 58.220 americanos.
Segundo o Mapa da Violência 2015 da Unesco, cinco brasileiros morrem a cada hora, vítimas de disparos de arma de fogo. São 120 mortes diárias, como se todo dia se repetisse um Carandiru, o massacre de 1992 que matou 111 homens no maior presídio de São Paulo. Como se todo ano desabassem aqui quase 20 Torres Gêmeas, o devastador 11 de setembro que matou 3 mil pessoas em Nova York.
Como o 11º país no ranking mundial das maiores taxas de homicídio, o Brasil precisa quebrar o ciclo de violência endêmica, livrando-se de um entulho da ditadura: a militarização da polícia. Até o golpe de 1964, o policiamento cabia aos guardas civis. O regime deslocou as polícias para o combate ao inimigo interno e deu a elas a concepção de forte hierarquia, com a missão central de investigação balizada pelo ideal de guerra, fundada na truculência e na banalização da tortura. A Polícia Militar ganhou a competência exclusiva da vigilância ostensiva, enquanto a investigação ficou restrita à Polícia Civil, uma compartimentação que se mostrou fracassada. Só 10% dos homicídios são esclarecidos no Brasil, onde a população carcerária, hoje a quarta maior do mundo, só cresce porque nunca se prendeu tanto no país, e tão mal.
É extremamente prejudicial a divisão entre polícia investigativa (civil) e ostensiva (militar). A PM do estado mais rico, São Paulo, matou em média duas pessoas por dia em 2015. A dose de virulência que distingue a PM da Polícia Civil é assustadora. Nos últimos 20 anos, os números do primeiro trimestre em SP levantados pela Secretaria de Segurança mostram que a PM matou 11 vezes mais do que Polícia Civil: 2.195 mortos pela PM contra 197. Em 2005, a violência da PM foi 32 vezes maior: 97 mortos contra três. Em 2010, a violência desequilibrada bateu o recorde: foram 146 mortos pela PM, contra apenas um da Polícia Civil. Neste ano, a truculência da PM foi apenas 20 vezes maior do que a da polícia: 185 mortos contra nove.
É preciso devolver às polícias seu caráter civil, sob o controle social de uma corregedoria autônoma, acumulando nelas as tarefas ostensivas da repressão aos crimes, as funções preventivas, a missão investigativa e a persecução criminal, dando ao policial o chamado “ciclo completo”, concedendo ao agente a chance de uma carreira única que lhe abra as portas da promoção funcional.
Toda essa evolução na segurança pública começa pelo princípio: a desmilitarização da polícia. O resgate da Polícia Civil, dedicada à proteção dos direitos do cidadão no regime democrático, estrutura-se a partir desse ato literal de civilização.
Por: Randolfe Rodrigues, senador da REDE-AP
Rede realiza mutirões de coleta de assinaturas
Passadas as eleições 2014, a Rede Sustentabilidade retoma sua saga para validar a legenda na Justiça Eleitoral. Neste fim de semana, mais de 100 mutirões foram realizados em todo o país para coletar assinaturas de apoio à certificação do partido da ex-presidenciável Marina Silva, hoje abrigada no PSB.
No Recife, foram cerca de 500 assinaturas na Praça do Arsenal, Recife Antigo, no último domingo à tarde, e 300 no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, no sábado, de acordo com Roberto Leandro, membro da Executiva Nacional e porta-voz da Rede em Pernambuco.
“Está havendo coleta também no interior. Em Salgueiro, Quipapá, Garanhuns, Petrolina, entre outros municípios”, informa. Leandro conta que a meta de coleta para o estado é de quatro mil assinaturas até o final de fevereiro. Nacionalmente, a Rede pretende angariar 100 mil apoios nesse prazo. No final dessa semana, a Executiva Nacional se reúne em Brasília (DF) para fazer um balanço do andamento das ações e encaminhamentos em relação ao registro da legenda.
O porta-voz pernambucano destaca que são necessárias apenas 32 mil assinaturas certificadas, mas a coleta de mais 100 mil garante uma “margem de segurança”. Em 2013, a Rede teve apenas 442.525 assinaturas reconhecidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das 668 mil enviadas aos cartórios e 904 mil coletadas, o que impediu o partido de ser registrado em tempo hábil para disputar as eleições de 2014. A conta para chegar ao número de apoios necessários para garantir o registro é feita a partir de 1% do número de votantes para o cargo de deputado federal na última eleição, algo em torno de 480 mil.