Tag Archives: PSL

Gleisi diz que Lula pediu a Haddad para fazer campanha em vez de visitá-lo

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao candidato do partido a presidente, Fernando Haddad, faça campanha em vez de visitá-lo.

Haddad visitou Lula nesta segunda-feira (8), um dia depois do primeiro turno, no qual obteve 31,2 milhões de votos (29,2% dos votos válidos), atrás de Jair Bolsonaro (PL), com 49,2 milhões (46,2%), com quem disputará o segundo turno no próximo dia 28.

Lula está preso no prédio da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril. Ele cumpre pena após ter sido condenado, em segunda instância, no processo do triplex do Guarujá.

Desde o início da campanha eleitoral, Haddad tem feito visitas ao ex-presidente às segundas-feiras.

No primeiro turno, ele foi criticado por adversários – entre os quais Bolsonaro – por se reunir semanalmente com Lula, padrinho político e de quem herdou a candidatura depois que o Tribunal Superior Eleitoral vetou a postulação do ex-presidente com base na Lei da Ficha Limpa.

Segundo Gleisi, o período do segundo turno é curto, e, por isso, o candidato deve aproveitar os dias para se dedicar às atividades eleitorais.

Ela deu entrevista para a imprensa em um hotel em São Paulo, onde a executiva do PT, Haddad e aliados passaram o dia reunidos discutindo estratégias.

“Ele [Lula] mandou um recado para mim: ‘Manda o Haddad fazer campanha. Não precisa mais vir aqui’. Nós estamos com um curto espaço de tempo. Só tem mais 2 semanas. Nós temos que aproveitar as próximas semanas, as próximas duas segundas-feiras para que a gente faça campanha, faça as conversas que a gente tem que fazer e ganhe essa eleição'”, afirmou Gleisi ao relatar o recado do ex-presidente.

Haddad disputa a Presidência com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Na votação do primeiro turno, o petista teve 29% dos votos válidos, enquanto o adversário teve 46%.

Mais cedo, Haddad também falou com a imprensa durante um intervalo da reunião do PT. Ele comentou propostas de seu programa e afirmou que eleitores não podem ser “covardemente atacados” por causa de opiniões políticas.

Aliados pressionam Haddad para que ele abandone a agenda “Lula Livre”

Com a apuração ainda em curso ontem, Fernando Haddad (PT) chegou a achar por um momento que estava fora do jogo. Ele acompanhava pela TV a evolução da votação com aliados e família em um hotel, em São Paulo e, mesmo quando diziam que a eleição não terminaria neste domingo, ele ponderava: cauteloso, achava que acordaria hoje com Jair Bolsonaro (PSL) eleito presidente.

Tudo isso porque o petista assistia em choque, pela TV, a onda Bolsonaro que arrastava candidatos anti-PT aos governos para o segundo turno nos estados e Congresso. Candidatos que surfaram na popularidade do candidato do PSL e no seu discurso anti-petista.

Quando Jair Bolsonaro foi a 47,6%, Haddad se levantou diante do resultado na TV e comemorou com os braços no alto, feito um gol: estava no segundo turno. E agora poderia colocar em prática o plano de ser “mais Haddad, menos Lula”. Poderia?

Faltava combinar com o ex-presidente Lula, com quem Haddad se encontrou, hoje, e com o comando do PT, que vetou mudanças ao centro no primeiro turno, como queria o grupo mais ligado a Haddad, para ampliar apoios. Sem contar que aliados de Haddad, seu grupo mais próximo, pressionam o candidato para que ele abandone a agenda “Lula Livre”, como apelidaram nos bastidores as declarações de que a prisão de Lula – condenado por corrupção – foi uma injustiça.

Motivo principal: o tsunami eleitoral provocado por Jair Bolsonaro, que se transformou em principal cabo eleitoral nos estados – principalmente alavancando candidatos que entoaram o discurso no combate à corrução, ao PT e no reforço da segurança pública.

O resultado das urnas confirmava a avaliação de Mauro Paulino, diretor do Datafolha ao blog: “Com menos intensidade ainda do que Lula, mas surgiu uma liderança com carisma suficiente para elevar candidaturas, só comparável a Lula”.

Portanto, o lema do segundo turno estava confirmado, numa espécie de plebiscito: o candidato do PT e o candidato anti-PT.

Fonte: Blog da Andréia Sadi

Datafolha: votos válidos, rejeição e segundo turno dos presidenciáveis

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL – O instituto Datafolha também pesquisou os percentuais de intenção de votos válidos, o índice de rejeição e simulações de segundo turno, cujos números foram os seguintes:

Votos válidos

Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.

  • Jair Bolsonaro (PSL): 39%
  • Fernando Haddad (PT): 25%
  • Ciro Gomes (PDT): 13%
  • Geraldo Alckmin (PSDB): 9%
  • Marina Silva (Rede): 4%
  • João Amoêdo (Novo): 3%
  • Henrique Meirelles (MDB): 2%
  • Alvaro Dias (Podemos): 2%
  • Cabo Daciolo (Patriota): 1%
  • Guilherme Boulos (PSOL): 1%
  • Vera Lúcia (PSTU): 0%
  • João Goulart Filho (PPL): 0%
  • Eymael (DC): 0%

Rejeição

O Instituto também perguntou: “Em quais desses candidatos você NÃO VOTARÁ de jeito nenhum NO DOMINGO QUE VEM? E qual mais?”

Neste levantamento, portanto, os entrevistados podem citar mais de um candidato. Por isso, os resultados somam mais de 100%. Os resultados foram:

  • Bolsonaro: 45%
  • Haddad: 40%
  • Marina: 28%
  • Alckmin: 24%
  • Ciro: 21%
  • Meirelles: 15%
  • Boulos: 14%
  • Cabo Daciolo: 14%
  • Vera: 13%
  • Alvaro Dias: 13%
  • Eymael: 12%
  • Amoêdo: 11%
  • João Goulart Filho: 11%
  • Rejeita todos/Não votaria em nenhum: 2%
  • Votaria em qualquer um/Não rejeita nenhum: 2%
  • Não sabe: 4%

Simulações de segundo turno

Bolsonaro 44% x 43% Haddad (branco/nulo: 10%; não sabe: 2%)

Ciro 48% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 9%; não sabe: 2%)

Alckmin 43% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 13%; não sabe: 2%)

Alckmin 42% x 38% Haddad (branco/nulo: 17%; não sabe: 3%)

Sobre a pesquisa

  • Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Entrevistados: 10.930 eleitores em 389 municípios
  • Quando a pesquisa foi feita: 3 e 4 de outubro
  • Registro no TSE: BR-02581/2018
  • Nível de confiança: 95%
  • Contratantes da pesquisa: TV Globo e “Folha de S.Paulo”