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A Copa de Lula e Dilma?
A dupla Lula e Dilma tem feito um esforço grandioso para convencer o povo brasileiro de que o sucesso da copa se deve a atuação “inquestionável” de um governo, cujo projeto de poder dá sinais fortíssimos de que começou a ruir, uma vez que a inflação retorna com força e o trabalhador, sentindo mais fortemente os efeitos de uma economia estagnada sinaliza com o desejo de mudança.
Buscando uma tábua de salvação, a presidente Dilma tenta colar sua imagem na boa repercussão do mundial, para em caso de conquista do hexacampeonato pela seleção brasileira colher os dividendos políticos como sempre se fez nesse País de memória fraca e condescendência inesgotável com a má conduta política, desde Juscelino, passando por Médice, durante os anos de chumbo do “Brasil, ame-o ou deixe-o” até FHC e as cambalhotas do Vampeta.
Lula e Dilma, ao tentar monopolizar e politizar o evento consegue, na verdade, apenas subestimar a inteligência do trabalhador brasileiro, acreditando que o resultado das eleições de outubro depende do desempenho da seleção. Nisso, creem erroneamente que o povo brasileiro seria tão estúpido ao ponto de negligenciar temas mais relevantes como saúde, educação, segurança e geração de emprego pelo ufanismo imbecilizante de mais uma copa que somada às outras cinco nada representou de avanço para a construção de um país melhor, com mais oportunidade e respeito real mundo a fora.
A sensação que tem o trabalhador hoje sobre a condução da economia pelo governo do PT depõe contra a pretensão desmedida de Lula e Dilma permanecerem trinta anos no poder. Pois sendo do trabalhador o sacrifício maior em arcar com um modelo esgotado de governança, este, ao sentir dispararem os preços nas prateleiras de supermercado, certamente pensará em recorrer ao candidato que melhor simbolize uma mudança de rumo.
Porém, os três nomes que se destacam – Aécio, Dilma e Eduardo – nenhum apresentou um projeto confiável para oportunizar a mudança almejada. A atual presidente repete o tempo todo que vai fazer mais, o Aécio que fará mais e melhor, enquanto o Eduardo alardeia que vai fazer diferente.
Resta, no entanto, algum desavisado pergunta-lhes o que de fato farão mais, melhor ou diferente.
Quanto a Copa, esta começou sendo do povo, pelas palavras de Lula em 2007, recentemente ele disse, em virtude dos xingamentos à Dilma, que era um espetáculo para os ricos já que eram os únicos com dinheiro para bancar os caríssimos ingressos, agora não cansa de dizer que a copa é dele e de Dilma.
Para mim nunca restou a menor dúvida de que a copa sempre foi da FIFA, a única que lucrou de verdade.
Por: Adão Lima de Souza
LULA quer discutir corrupção
Depois de atribuir à elite os xingamentos direcionados à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na noite desta quarta-feira (25), pela primeira vez em público, que o PT pode ter culpa por não ter “cuidado com carinho” da insatisfação de parte da população. “Aqueles palavrões me cheirou a coisa organizada.
O preconceito, a raiva demonstrada, possivelmente a gente tenha culpa. Eu vou repetir, talvez a gente tenha culpa de não ter cuidado disso com carinho”, afirmou Lula em entrevista ao SBT. O ex-presidente completou dizendo que o PT precisa discutir a corrupção em suas campanhas eleitorais. “O PT não pode fazer uma campanha sem discutir o tema da corrupção.
Não podemos fazer como avestruz, enfiar a cabeça na areia e falar que esse tema não é nosso. Nós temos que debater”. As declarações vão ao encontro da fala do ministro Gilberto Carvalho que, na semana passada, foi criticado por correligionários ao defender que o PT comete um “erro de diagnóstico” ao alimentar a “ilusão” de que “o povo pensa que está tudo bem”. Na entrevista, Lula defendeu a presidente Dilma Rousseff, disse que sabe da sua representatividade e prometeu usar toda a sua “força política” para reeleger sua sucessora.
Na opinião dele, “a melhor candidata para o Brasil”. “Acho que ela vai fazer um segundo mandato extraordinário, vai acontecer mais ou menos o que aconteceu comigo”, disse. Questionado sobre um possível desempenho inferior de Dilma na comparação com seu mandato, Lula ressaltou as dificuldades encontradas pela presidente. “Nós tivemos uma crise econômica mundial.
Se compararmos o Brasil de 2014 com o de 2010 você fala: estávamos crescendo a 7,5% e estamos crescendo a 2%. Mas não tem que comparar com 2010, tem que comparar é com 2002. Como é que a gente (PT) pegou esse País? Porque é um processo, um projeto de construção que está em vigor neste País.”, afirmou o ex-presidente.
RUI COSTA: Antipetismo é insatisfação da classe média
O pré-candidato ao governo da Bahia pelo PT, deputado federal Rui Costa, admitiu nesta quarta-feira (25) que há um sentimento contrário ao partido no Brasil, manifestado principalmente por meio das redes sociais.
Para ele, porém, a insatisfação em relação às gestões petistas é exclusividade da população de classe média do país, que, na sua opinião, acostumou-se a ficar satisfeita “não pelo que tem, mas pela diferenciação com os outros”. “Essas pessoas veem como um absurdo o porteiro chegar de carro ao trabalho e se incomodam ao ficar atrás de um agricultor ou uma empregada doméstica em uma fila de aeroporto. Acham que pobre não pode ter carro, não pode andar de avião, não pode entrar em uma universidade”, argumentou, durante almoço com jornalistas em um restaurante no bairro do Caminho das Árvores, em Salvador.
De acordo com o parlamentar, determinados setores da sociedade têm “raiva dos acertos” do PT. “Eu diria que o Brasil está vivendo um segundo período de fim da escravidão. O povo passou a ter valores que não tinha. Se o sentimento viesse dos nossos erros, eu até me sentiria mais confortável. Mas não é assim”, analisou.
Rui terá a candidatura ao Executivo estadual oficializada nesta sexta-feira (27) em convenção do PT, que terá as participações da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Cais José Estelita: Depois da violência; os argumentos!
O governador João Lyra Neto (PSB) divulgou, na noite de ontem (19), nota oficial explicando a ação da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) na reintegração de posse nos galpões do Cais José Estelita.
Durante a reintegração de posse, houve confronto entre os ativistas e a polícia e algumas pessoas ficaram feridas.
Veja a nota na íntegra:
“No que diz respeito ao projeto imobiliário do Consórcio Novo Recife em terreno localizado no Cais José Estelita, reitero minha compreensão de que o empreendimento deve ser amplamente debatido com a participação da sociedade civil organizada, iniciativa privada e poderes públicos, num grande diálogo em clima de entendimento e colaboração mútua.
Com a experiência de prefeito por dois mandatos, defendo que o nosso país precisa de uma ampla reforma urbana, na qual sejam respeitados os princípios do planejamento, sustentabilidade ambiental e da convivência entre as pessoas. A legislação do solo urbano no Brasil tem se mostrado absolutamente anacrônica e carece de uma reformulação urgente. Precisamos construir as cidades do futuro.
Uma coisa é o debate sobre o projeto imobiliário no Cais José Estelita, que deve prosseguir no rito democrático. Outra coisa é a ação de reintegração de posse do terreno, emitida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
É dever do governador do estado manter o respeito à Constituição e a convivência harmônica entre as três esferas de poder: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Para que todos compreendam as medidas adotadas pelo Executivo Estadual, é preciso uma breve retrospectiva dos fatos:
No dia 22 de maio passado, manifestantes ocuparam terreno na área privada do empreendimento imobiliário do Consórcio Novo Recife. Imediatamente, os proprietários ajuizaram ação para reintegração de posse. No dia 23, o juiz José Ronemberg Travassos da Silva, da 19ª Vara Cível, a quem o processo foi distribuído, determinou ao oficial de justiça Antônio Carlos Araújo a vistoria do imóvel. No cumprimento da diligência, o oficial de justiça constatou a invasão e foi hostilizado e ameaçado pelos ocupantes, fato que consta nos autos do processo.
No dia 29 de maio, o Poder Judiciário determinou a reintegração de posse do terreno, conforme despacho do desembargador substituto Márcio Aguiar, que solicitou a força policial no sentido de fazer cumprir a decisão. Por absoluta intransigência dos ocupantes, a determinação do Judiciário não pode ser atendida.
No dia 13 de junho, o Poder Judiciário requereu, mais uma vez, em caráter de ‘urgência’, a força policial para o cumprimento do mandado de reintegração de posse. Em 18 de junho, a 4ª Câmara Civil do TJPE, por unanimidade, manteve a decisão.
Não cabe ao Governo do Estado julgar o mérito da decisão e sim, conforme determina a Constituição Brasileira, apoiar o Poder Judiciário no cumprimento da mesma.
Esse é o Estado Democrático de Direito que conquistamos após muitas lutas contra o regime autoritário.
A ação de reintegração de posse, prevista pela Constituição Brasileira, sob pena de intervenção federal no Estado caso não seja cumprida, ocorreu no dia 17 de junho – após 29 dias de ocupação. Os oficiais de justiça José Roberto de Araújo e Márcia Gomes, acompanhados da Polícia Militar de Pernambuco, tentaram por mais de uma hora chegar a um entendimento com os ocupantes acampados no terreno. Ofereceram, inclusive, transporte para seus pertences, o que foi aceito por muitos, até que se estabeleceu um impasse.
Como foi atestado pelos Oficiais de Justiça, houve por parte dos ocupantes resistência à ordem judicial e ameaças à integridade física dos agentes públicos presentes. Em razão disso, os oficiais de justiça demandaram o uso da força necessária para o cumprimento da ordem. Todos os fatos foram consignados nos autos do processo, gravados em vídeo pela Polícia Militar e registrados pela imprensa. Eventuais excessos, sejam de policiais ou dos acampados no terreno, estão sendo apurados.
Cumpri, integral e rigorosamente, todas as atribuições constitucionais que jurei ao tomar posse como Governador de Estado.
João Lyra Neto. Governador de Pernambuco.”A lista do PT: Os nove Malditos da Imprensa
Colunista Demétrio Magnoli rebate o texto de Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, publicado no site do partido, de que colunistas disseminam o ódio contra o PT, ao ousarem criticar as realizações do governo petista.
Leia o texto do sociólogo:
Lula só pensa naquilo. Diante das vaias (normais no ambiente dos estádios) e dos xingamentos (deploráveis em qualquer ambiente) a Dilma Rousseff na abertura da Copa, o presidente de facto construiu uma narrativa política balizada pela disputa eleitoral. A “elite branca” e a “mídia”, explicou, difundem “o ódio” contra a presidente-candidata. Os conteúdos dessa narrativa têm o potencial de provocar ferimentos profundos numa convivência democrática que se esgarça desde a campanha de ataques sistemáticos ao STF deflagrada pelo PT.
O partido que ocupa o governo decidiu, oficialmente, produzir uma lista de “inimigos da pátria”. É um passo típico de tiranos – e uma confissão de aversão pelo debate público inerente às democracias. Está lá, no site do PT, com a data de 16 de junho (). O artigo assinado por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, acusa “os setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior” e enumera nove “inimigos da pátria” – entre os quais este colunista. Nas escassas 335 palavras da acusação, o representante do PT não cita frase alguma dos acusados: a intenção não é provar um argumento, mas difundir uma palavra de ordem. Cortem-lhes as cabeças!, conclama o texto hidrófobo. O que fariam os Cantalices sem as limitações impostas pelas instituições da democracia?
O artigo do PT é uma peça digna de caluniadores que se querem inimputáveis. Ali, entre outras mentiras, está escrito que os nove malditos “estimulam setores reacionários e exclusivistas a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes”. Não há, claro, uma única prova textual do crime de incitação ao ódio social. Sem qualquer sutileza, Cantalice convida seus seguidores a caçar os “inimigos da pátria” nas ruas. Comporta-se como um miliciano (ainda) sem milícia.
Os nove malditos quase nada têm em comum. Politicamente, mais discordam que concordam entre si. A lista do PT orienta-se apenas por um critério: a identificação de vozes públicas (mais ou menos) notórias de críticos do governo federal. O alvo óbvio é a imprensa independente, na moldura de uma campanha de reeleição comandada pelo ex-ministro Franklin Martins, o arauto-mor do “controle social da mídia”. A personificação dos “inimigos da pátria” é um truque circunstancial: os nomes podem sempre variar, ao sabor das conveniências.
O truque já foi testado uma vez, na campanha contra o STF, que personificou na figura de Joaquim Barbosa o ataque à independência do Poder Judiciário. Eles gostariam de governar outro país – sem leis, sem juízes e sem o direito à divergência.
Cortem-lhes a cabeça! A palavra de ordem emana do partido que forma o núcleo do governo. Ela está dirigida, imediatamente, aos veículos de comunicação que publicam artigos ou difundem comentários dos “inimigos da pátria”. A mensagem direta é esta: “Nós temos as chaves da publicidade da administração direta e das empresas estatais; cassem a palavra dos nove malditos”.
A mensagem indireta tem maior amplitude: no cenário de uma campanha eleitoral tingida de perigos, trata-se de intimidar os jornais, os jornalistas e os analistas políticos: “Vocês podem ser os próximos”, sussurra o persuasivo porta-voz do presidente de facto.
No auge de sua popularidade, Lula foi apupado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Dilma foi vaiada na Copa das Confederações. As vaias na abertura da Copa do Mundo estavam escritas nas estrelas, mesmo se o governo não experimentasse elevados índices de rejeição. O governo sabia que viriam, tanto que operou (desastrosamente) para esconder a presidente-candidata dos olhos do público.
Mas, na acusação desvairada de Cantalice, os nove malditos figuram como causa original da hostilidade da plateia do Itaquerão contra Dilma! O ditador egípcio Hosni Mubarak atribuiu a revolução popular que o destronou a “potências estrangeiras”. Vladimir Putin disse que o dedo de Washington mobilizou 1 milhão de ucranianos para derrubar o governo cleptocrático de Viktor Yanukovich. O PT bate o recorde universal do ridículo quando culpa nove comentaristas pela recepção hostil a Dilma.
Quanto aos xingamentos, o exemplo nasce em casa. Lula qualificou o então presidente José Sarney como “ladrão” e, dias atrás, disse que FHC “comprou” a reeleição (uma acusação que, nos oito anos do Planalto, jamais levou à Justiça). O que gritaria o presidente de facto no anonimato da multidão de um estádio?
Na TV Estadão, critiquei o candidato presidencial José Serra por pregar, na hora da proclamação do triunfo eleitoral de Dilma Rousseff, a “resistência” na “trincheira democrática”. A presidente eleita, disse na ocasião, é a presidente de todos os brasileiros – inclusive dos que nela não votaram. Dois anos mais tarde, escrevi uma coluna intitulada “O PT não é uma quadrilha” para enfatizar que “o PT é a representação partidária de uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros” e fazer o seguinte alerta às oposições: “Na democracia, não se acusa um dos principais partidos políticos do país de ser uma quadrilha”.
A diferença crucial que me separa dos Cantalices do PT não se encontra em nossas opiniões sobre cotas raciais, “conselhos participativos” ou Copa do Mundo. Nós divergimos, essencialmente, sobre o valor da liberdade política e da convivência democrática.
Se, de fato, como sugere o texto acusatório do PT, o que mais importa é a “imagem do país no exterior”, o “inimigo da pátria” chama-se Cantalice. Nem mesmo os black blocs, as violências policiais ou a corrupção sistemática são piores para a imagem de uma democracia que uma “lista negra” semioficial de críticos do governo.
Demétrio Magnoli é sociólogo.
Brasil, meu Brasil brasileiro!
Um notável empresário costumava dizer que a vantagem de ser idoso é ter visto tudo acontecer, e ter visto o contrário também. Pois é. Quem imaginaria?
1 – Negro mandando brancos ricos e poderosos para a cadeia;
2 – Esquerdistas citando (e com amor) o autor que antes odiavam: Nelson Rodrigues. Diziam que era reacionário. E ele confirmava;
3 – Maluf aliado ao PT, porém ressaltando sempre que, perto de Lula e Dilma, é comunista;
4 – A elite branca endinheirada comparecendo em massa ao estádio do Corinthians, no elitista bairro de Itaquera;
5 – Eduardo Suplicy fazendo um discurso mais curto que o do candidato de seu partido ao Governo paulista;
6 – Aécio e Serra se elogiando e se cumprimentando como velhos amigos;
7 – Brasileiros fascinados por um papa argentino;
8 – Brasileiros fascinados por um craque argentino;
9 – O comunista linha chinesa (da antiga, original) Aldo Rebelo, ministro dos Esportes, imprimindo e distribuindo A Pátria em chuteiras, de Nelson Rodrigues – porque, ao contrário do que pensa a direita, futebol não é o ópio do povo;
10 – Políticos presos brigando para (argh!) trabalhar;
11 – Marta Suplicy tuitando sua alegria bem na hora do gol-contra do Brasil;
12– Lula desistindo de ir ao estádio que ajudou a construir, para a abertura da Copa que conseguiu trazer para cá. E Dilma, que nem sabe quem é a bola, indo.
Randolfe Rodrigues desiste da candidatura a presidente pelo PSOL
O Brasil vive uma grave ofensiva conservadora. Cada vez mais forças sociais unificadas em torno de personalidades e discursos estão empenhadas em fazer retroceder direitos e colocar o Brasil na via expressa do neoliberalismo, agora com um viés abertamente de direita, sem o verniz social-democrata de antes.
As forças sociais progressistas, divididas em diferentes plataformas e organizações, sem uma liderança comum e agregadora e sem uma compreensão compartilhada do contexto e das tarefas necessárias para fazer o Brasil avançar, mostram-se frágeis frente ao avanço conservador. A sociedade se divide entre a justa indignação pela ampliação de conquistas e uma agenda de demandas difusas à procura de uma bandeira que as unifique.
A atual Presidente da República se demonstrou incapaz de estar à altura da tarefa de unificar o país em torno de uma proposta de avanços sociais combinados com desenvolvimento econômico, ousadia na conquista dos direitos civis, reforma urbana nas cidades, ganhar corações e mentes da nação brasileira e recuperar a credibilidade do país diante do mundo.
A candidatura de Aécio Neves se tornou herdeira da pauta conservadora, alijada do poder desde a saída de Fernando Henrique, o que o tornou incapaz de apresentar ao país nada mais do que as proposições oposicionistas requentadas do passado. É um novo ecoando as velhas propostas elitistas, incapazes de responder aos novos dilemas nacionais e de alçar a condição de amálgama nacional que o momento exige.
A candidatura de Eduardo Campos, que despontava como terceira via em uma disputa tensionada entre PT e PSDB, frustra o país, mostrando-se claudicante em palavras e atos contraditórios em declarações cada vez mais desencontradas, não dando à população a segurança necessária para ser identificada como uma efetiva quebra na bipolarização entre petistas e tucanos.
Num contexto de acirrado debate não em torno de ideias, mas em torno de vitupérios e acusações mútuas cumulativas, o país se prepara para uma campanha eleitoral sem líderes e sem ideias.
Percebendo o vazio, a nação vai se sentindo órfã, e essa orfandade vai aprofundando um sentimento de abandono que dá acolhida ao desespero e com ele, a propostas de corte fascista, como da pena de morte, panaceia direitista para a violência, que se alastra não apenas na falta de políticas públicas voltadas a minimizar o choque de interesses entre ricos e pobres, mas sobretudo na falta de autoridade, que não é dada pelas armas e pelos blindados do choque que violenta os jovens que protestam por direitos nas ruas, mas pela condução moral e intelectual que só uma liderança legítima pode oferecer a nação brasileira.
Lamentavelmente o ódio e a intolerância estão se tornando a matéria prima na caça ao voto em 2014. Por que isso acontece? Porque falta ao processo eleitoral lideranças capazes de falarem em nome da nação, e falta à esquerda a capacidade de se renovar e estar a altura das tarefas que o Brasil exige.
A leitura incorreta do sentimento das massas e da indignação que explodiu nas jornadas de junho de 2013, levou a esquerda programática a acreditar que estávamos diante de uma “avenida de oportunidades”. É necessário neste momento ter humildade para fazer a autocrítica. Os modelos tradicionais da política estão em xeque, como também estão em xeque as direções, partidos e movimentos que não conseguiram se atualizar e abriram espaço para a pauta conservadora.
O Psol tem que estar a altura dos seus grandes desafios. Acredito que a principal figura de nosso partido neste momento, o Deputado Estadual Marcelo Freixo, deveria assumir a responsabilidade de liderar um processo de renovação da política brasileira em 2014.
Saio da pré-campanha presidencial para retomar em plenitude minhas tarefas como Senador e a importante função de representante do Amapá, empenhando-me em melhorar cada vez mais as condições de vida do meu povo e a qualidade da política em meu estado.
Quero agradecer o carinho de militantes que defenderam a nossa candidatura durante o 3º. Congresso Nacional do Psol no último 1º de dezembro em Luziânia em Goiás, e da mesma forma agradecer o esforço de companheiros por todo o país na construção não somente desta candidatura, mas também no sonho de uma sociedade livre, democrática e socialista.
Agradeço de igual forma a companheira Luciana Genro e acredito que se for à vontade do Partido a definição do nome dela como candidata, ela estará a altura do ponto de vista intelectual, político e moral. E para isso contará com o meu engajamento. Desejo à Luciana, minha companheira destes últimos meses, uma boa luta.
Tenho Fé e Esperança no Psol e no seu Destino! Acredito em um partido que esteja à altura do Brasil e do desafio geracional de construir uma esquerda para as novas gerações neste século XXI.
Senador Randolfe Rodrigues
A Política dos Partidos pelo Poder: Distraídos venceremos, já dizia o Leminski.
Não é só o PT que perdeu a nobreza das boas intenções, os partidos no Brasil só se unem para obter poder, lutam pelo poder e usam o poder que têm para adquirir mais poder. E durante esse processo, fazem de tudo para manter esse poder, ressalte-se, fazem de tudo! Inclusive cometer alguns vícios éticos imperdoáveis que muito condenavam antes.
Se o poder é que corrompe o homem e não o inverso como disse Ulysses Guimarães, não sei, mas ele estava certo quando falou que os partidos políticos existem para alcançar o poder, e nada mais. Por isso o Senador Cristóvão Buarque estava coberto de razão quando sugeriu a extinção dos partidos, coberto de razão, se vivêssemos num país onde o interesse fosse realmente o bem-comum, mas vivemos numa supremacia dos interesses privados, aristocráticos, oligárquicos, em que alguns decidem por todos. Diante disso, claro, promoveram um linchamento ideológico contra o Buarque. Mas isso foi só a comprovação das palavras de Aung San Suu Kyi: “Não é o poder que corrompe, mas sim o medo. O medo de perder o poder…”.
Então, o PT tem medo de perder o poder, por isso faz de tudo para mantê-lo, enquanto os outros partidos fazem de tudo para obtê-lo, para alcançar o poder. E esse esquema político pelo poder só me lembra das sábias palavras de H.L. Mencken, que descreve tão bem o empenho e a ineficiência útil dos partidos, disse ele:
“Na democracia, um partido sempre dedica suas principais energias tentando provar que o outro partido não está preparado para governar. Em geral, ambos são bem-sucedidos e têm razão.”
Daí, nós, brasileiros sensatos, indagamos: se o PT não presta e as opções restantes também não, que faremos para exercer a cidadania de maneira responsável?
Se tudo é farinha do mesmo saco, mandiocas das mesmas terras, de que adianta ter uma urna eletrônica brilhante se não temos boas opções?
Melhor seria uma intervenção divina, pois precisamos é de um milagre.