Tag Archives: PSB
TV Câmara lança documentário sobre Miguel Arraes
O documentário “Miguel Arraes – Origem do Líder”, que a TV Câmara lança nesta sexta-feira, às 21h30, apresenta os possíveis motivos que levaram Arraes a ser considerado um dos principais líderes da esquerda brasileira e o transformaram num dos grandes inimigos do golpe de estado comandado por militares em 1964. O filme analisa ainda a influência política de Arraes no período anterior ao golpe.
O cenário desolador da educação no Recife no fim dos anos 1950 é um dos temas do documentário. Quando foi eleito prefeito da cidade, 75% das crianças recifenses estavam fora da escola. A urgência educacional gerou o Movimento de Cultura Popular e a grande corrente de alfabetização liderada por Paulo Freire.
Eleito governador três anos depois, Arraes liderou o Acordo do Campo – uma mesa de negociação entre trabalhadores e donos de terra para garantir pagamento mínimo e outros direitos básicos. A situação conflituosa do campo colocou o estado entre os principais centros de ebulição social do país. Arraes começa a enfrentar resistências poderosas: proprietários conservadores, políticos que haviam perdido espaço e a política externa norte americana; mas também alguns integrantes das Ligas Camponesas, influenciados pela revolução cubana.
Trailer do documentário em: http://bit.ly/origemdolider
Estreia na sexta-feira, 31 de março, 21h30
No dia seguinte, estará disponível no portal do canal em www.camara.leg.br/tv
Direção e Roteiro: Luiz Felipe Matos
Produção Executiva: Getsemane Silva
Realização: TV Câmara
Antônio: “Arraes não endossaria Câmara”
Numa conversa, há pouco, com este blogueiro, o advogado Antônio Campos, que perdeu a eleição para a Prefeitura de Olinda, afirmou que se vivo fosse, o ex-governador Miguel Arraes não endossava o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara. “O governo Paulo Câmara é um episódio na história da Frente Popular, que ainda vai ser melhor compreendido no futuro. É um governo de grupos não harmônicos, com poucos resultados e mal avaliado, um governador sem ânimo”, disse, para acrescentar: “Submeteu-se a alianças com forças adversárias históricas nossas, inclusive de Arraes, perdendo a hegemonia. Eduardo fez alianças, mas liderava a frente. Paulo Câmara é um chefe de recursos humanos, à procura de pagar uma folha de salários, aplicando a cartilha ortodoxa de um auditor de contas, de onde veio”. Veja a entrevista abaixo:
Você acha, com as últimas movimentações do governador Paulo Câmara, que ele conseguiu unir o arraesismo e o jarbismo sob o comando do eduardismo?
Arraes, em entrevista, disse: “Acho que o personalismo em política é um erro, nós devemos é lutar para que surjam quadros novos (…) A posição de chefe, em política, é um grave defeito, um grave erro”. Sou contra esses “ismos” e acho que Arraes não estaria nesse projeto, nem estão legitimados a usar o seu nome.
Qual o balanço que o senhor faz do período em que o PSB está à frente do governo de Pernambuco?
É preciso delimitar esse balanço no tempo. Acho que a Era Arraes foi a Era dos avanços sociais e das defesas democráticas. A Era Eduardo Campos foi a Era do desenvolvimento econômico, favorecida também pelo momento econômico e pela conjuntura à época do Brasil e internacional. Eduardo também deixou um belo legado na educação, mostrando o caminho da real transformação. A eleição de Paulo Câmara é um episódio da história da Frente Popular.
O PSB que governa o Estado atualmente é o mesmo PSB que governou Pernambuco com o ex-governador Eduardo Campos?
Não. O governo Paulo Câmara é um episódio na história da Frente Popular, que ainda vai ser melhor compreendido no futuro. É um governo de grupos não harmônicos, com poucos resultados e mal avaliado, um governador sem ânimo. Submeteu-se a alianças com forças adversárias históricas nossas, inclusive de Arraes, perdendo a hegemonia. Eduardo fez alianças, mas liderava a frente. Paulo Câmara é um chefe de recursos humanos, à procura de pagar uma folha de salários, aplicando a cartilha ortodoxa de um auditor de contas, de onde veio. É um projeto de poder e não de transformação política, discriminatório e sem um líder.
Na sua avaliação, em que áreas o PSB poderia ter avançado mais nesses últimos 10 anos?
Vejo com muita preocupação a saúde, que está, na prática, a sua gestão privatizada, com resultados insuficientes e pouco fiscalizada. A segurança pública teve um retrocesso e hoje vive um caos e isso, em grande parte, é o reflexo da falta de comando do governador, que não tem diálogo com a tropa, nem fez o monitoramento da segurança pública de forma eficaz nos últimos 2 anos. Uma maior atenção às vítimas da seca e o anúncio da possibilidade do Estado deixar os carros pipas apenas na mão do Exército é preocupante, não por demérito do Exército, mas o Estado deveria estar nessa força-tarefa também, pois há risco real das pessoas morrerem de sede no interior. A gestão da cultura no Estado tem mais perdas do que avanços.
A vereadora Marília Arraes afirmou, recentemente, que o epicentro da corrupção em Pernambuco está no PSB. O senhor concorda com essa afirmação?
A corrupção deve ser combatida onde estiver. Como presidente da Comissão de Ética Nacional do PSB, se chegar às minhas mãos uma representação fundamentada e com indícios, abrirei o processo, oportunizando o direito de defesa e julgarei no colegiado dando o meu voto de forma técnica e imparcial, doa a quem doer.
O senhor acha que o envolvimento do nome do partido em operações como a Turbulência e a Fair Play podem arranhar a imagem do PSB?
O PSB é um partido que tem 72 anos de história, que vem de João Mangabeira, Jamil Haddad, Antônio Houais, Miguel Arraes, entre outros. Possíveis nomes atingidos terão o direito de se defender, não devem ser pré-julgados, mas o partido é maior do que esses episódios, que devem ser apurados e esclarecidos.
O senhor recorda como era a estrutura do PSB antes de assumir o governo estadual com Eduardo Campos? O senhor já tinha ligação com o partido?
O PSB era um partido orgânico e com pensamento político sólido. O PSB precisa resgatar essa origem e se recriar. Sou filiado ao PSB desde quando Eduardo Campos foi candidato a prefeito do Recife, em 1992, portanto, há 25 anos. Fui advogado do partido e de vários filiados em diversas causas relevantes. Coordenei o jurídico de mais de 5 eleições majoritárias do PSB.
Como o senhor vê o PSB daqui a 10 anos no Estado?
Caso o partido tenha a capacidade de se renovar e ter um projeto político estratégico para uma nova esquerda no Brasil, será o partido do futuro. Caso fique nessas disputas de grupos sem pensar em um projeto político viável para o Brasil e para as eleições de 2018, ficará à margem da história.
Este ano tem eleição para as instâncias nacional, estadual e municipais do PSB. O senhor apoiará a reeleição de Carlos Siqueira e Sileno Guedes?
Apoio a recondução de Carlos Siqueira por ele ter conduzido a sua gestão com diálogo e de forma democrática. Acho que o PSB Estadual merece um novo presidente que oxigene a estrutura partidária.
Paulo Câmara critica Temer e quer PSB fora do governo
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), fez críticas ao presidente Michel Temer (PMDB), afirmando que “esperava mais” de seu governo, e reforçou a tendência de que o partido saia da base do governo.
Câmara, que também é vice-presidente da legenda, diz que falta diálogo do governo com a sociedade civil e gestores públicos, mas sobram conversas com o Congresso.
“Eu esperava mais [de Temer]. Esperava que Temer conseguisse fazer um governo de união nacional mais ampla”, afirmou em entrevista à “Rádio Jornal” nesta segunda (19), no Recife.
Para Câmara, o peemedebista faz governo “muito mais voltado para o Congresso”.
“Evidentemente que ele precisava aprovar medidas importantes, mas é preciso ampliar o leque de discussões e soluções junto aos governadores, prefeitos e à sociedade civil. Ele precisa fazer aquilo que disse que iria fazer: um governo de união nacional.”
Na quarta (14), após reunião do diretório nacional, o PSB anunciou que vai ponderar o apoio a medidas do governo em relação à economia. “[O PSB] não aprovará medidas ou apoiará medidas que produzam diminuição ou supressão de direitos salvo se estes representarem privilégios”, diz a carta assinada por Carlos Siqueira, presidente da legenda.
No encontro, segundo a Folha apurou, alguns diretórios regionais estão estudando desembarcar do governo Temer, como o Rio Grande do Sul. A saída da base aliada, porém, precisa ser discutida em reunião da executiva nacional.
O governo quer conter esse movimento do PSB para evitar que outros partidos aliados façam o mesmo tipo de ameaça, visando garantir benefícios federais. O PSB tem 34 deputados e 6 senadores.
‘INSATISFAÇÃO’
A insatisfação já era esperada, disse Câmara. “O posicionamento do partido é muito claro desde o início. Desde o impeachment achávamos que a melhor solução para o Brasil era a realização de novas eleições. Apenas a saída da presidente Dilma não resolveria, teria de ter a renúncia do vice-presidente, Michel Temer ou julgamento no TSE [Tribunal Superior Eleitoral].”
Continue lendo aí: Governador de PE critica Temer e reforça tese de retirada do PSB
PSB diz que não votará projetos que suprimam direitos
Ainda integrante da base governista, o PSB divulgou, hoje, uma resolução do diretório nacional com críticas ao ajuste fiscal e à reforma da Previdência. O PSB diz que não vai ajudar a aprovar “medidas que produzam diminuição ou supressão de direitos”. Em um longo documento assinado pelo presidente da sigla, Carlos Siqueira, o PSB afirma que as medidas econômicas adotadas até o momento “não deveriam ser de tal ordem ortodoxas” e que em breve fará um debate interno “mais aprofundado” sobre seu posicionamento em relação ao governo Michel Temer.
“O PSB reafirma seus compromissos com os segmentos populares e defende a garantia dos direitos conquistados. E, por consequência, sua recusa em apoiar ou aceitar medidas que venham a onerá-los com o constrangimento de direitos e a perda de conquistas sociais, cabendo ao partido fazer, o mais breve possível, discussões mais aprofundadas acerca do seu posicionamento em relação ao governo federal”.
No início da mensagem, o partido lembra que a crise herdada do governo anterior ainda “não foi debelada” e que ameaça se tornar uma crise institucional. Embora seja titular do Ministério de Minas e Energia, a legenda ressalta que, em resolução anterior, o PSB decidiu que não faria indicações para compor o governo que sucedeu a ex-presidente Dilma Rousseff. A nova resolução não faz menção ao movimento que começa a surgir internamente para desembarcar do governo, mas diz que as bancadas na Câmara e no Senado “têm mantido majoritariamente” posição de apoio ao governo. “No contexto geral dessa contribuição às iniciativas governamentais impõe-se observar, no entanto, que o PSB deve preservar os limites que são dados por seus compromissos programáticos com os segmentos populares, na qualidade de força política socialista”, emenda o partido.
Na área econômica, a sigla faz duras críticas. “Quanto às medidas econômicas adotadas até aqui, cabe observar que elas não deveriam ser de tal ordem ortodoxas, a ponto de não reconhecerem dois aspectos cruciais na superação da estagnação que vivemos há pelo menos três anos”, diz a mensagem. “Em primeiro lugar, apresenta-se a importância do investimento público e sua associação aos capitais privados, para que se produza uma injeção de ânimo no cenário econômico e, particularmente, no setor produtivo. A definição dos patamares do investimento público requer uma calibragem fina da condução do ajuste fiscal, que será pouco efetivo se sua implementação vier a deprimir ainda mais nossa combalida economia”, completa.
Ainda em tom crítico, o partido diz que é preciso preservar as conquistas sociais promovidas pela Constituição de 1988, ainda que reconheça a necessidade de reforma previdenciária. “O modo, contudo, como se processará tal adequação (Reforma da Previdência) não pode se basear na supressão ou redução de direitos daqueles que menos podem e que, nessa condição, merecem receber um tratamento que afirme o princípio da equidade, na execução das políticas públicas”, enfatiza. A legenda manifesta preocupação com a desvinculação das pensões ao aumento do salário mínimo, dizendo que há risco material para o futuro de segmentos populares, como a aposentadoria rural. “Nesse tocante, portanto, em conformidade com suas definições programáticas, o PSB não aprovará ou apoiará medidas que produzam diminuição ou supressão de direitos, salvo se estes representarem privilégios”, avisa o partido.
A resolução política diz que a postura de oposição será mantida em relação ao conjunto de propostas do ajuste econômico “visto que seria injusto onerar as classes populares com a maior parte de seu peso de consumo e arrecadação, retroalimentação do desequilíbrio fiscal”. O PSB sugere que o governo Temer deveria empreender maiores esforços para superar a crise federativa, provocada pelo desequilíbrio financeiro de Estados e municípios.
“A consolidação de uma crise federativa de grandes proporções levará de roldão, portanto, não apenas os governos locais e estaduais. Isso ocorre porque o sentimento de País, o modo como a população avalia as políticas governamentais, perpassa toda a cadeia de produção de serviços públicos e, dessa maneira, as três esferas da federação têm responsabilidades materiais pelo que se entrega à população”, pondera o PSB.
Paulo é investigado no STF por irregularidades na Arena
A lista de governadores e ex-governadores investigados por envolvimento em ilicitudes, que já tem os nomes de Rui Costa (PT-BA) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), não para de crescer. Documentos inéditos obtidos por ISTOÉ acrescentaram um nome de peso à lista: o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Ele e o prefeito reeleito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), passaram a ser investigados em um inquérito no Supremo Tribunal Federal sob suspeita de participação no superfaturamento e irregularidades da Arena Pernambuco, construída pela empreiteira Odebrecht.
ISTOÉ obteve com exclusividade um despacho sigiloso do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, do último dia 3 de novembro. Nele, Janot solicita ao ministro do STF Teori Zavascki que mantenha no Supremo um inquérito único sobre Paulo Câmara, Geraldo Júlio, o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE). Esse inquérito já está aberto e autuado no Supremo, sob o número 4292, e aponta fatos envolvendo os políticos com as irregularidades.
O caso é proveniente da Operação Fairplay, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal em Pernambuco, mas foi tratado no Supremo como mais um desdobramento da Lava Jato. Ao longo das investigações, os investigadores constataram indícios do envolvimento de autoridades com foro privilegiado. Por isso, remeteram em agosto o material ao STF.
Câmara tem foro privilegiado no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas como também há envolvimento de um senador e um deputado federal, Janot quer que todos sejam investigados no Supremo. Teori pediu que Janot se pronunciasse sobre o inquérito, o que foi feito no último dia 3. O procurador-geral da República pediu a manutenção de uma única investigação sobre os quatro políticos no Supremo e o desmembramento à primeira instância para apurar envolvimento de empresários. Agora, caberá a Teori dar o aval sobre o pedido.
Para Janot, há “indícios de irregularidades na atuação de dois núcleos, um econômico, formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de outras empresas; e um político, composto pelos então integrantes do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco”. Os quatro políticos, incluindo o governador Paulo Câmara, fizeram parte do comitê e, nele, formataram a licitação que teve a Odebrecht como vencedora. “A construção da obra não teria ocorrido sem a colaboração dos agentes políticos que, primeiramente, autorizaram a construtora Odebrecht a realizar estudos preliminares e elaborar o projeto básico da obra, sem a realização de qualquer procedimento de licitação”, diz relatório da PF transcrito por Janot.
A partir de um relatório da Polícia Federal, Janot cita suspeitas em pagamentos feitos a esses políticos via doações oficiais da Odebrecht e da empresa Projetec, responsável pela auditoria da execução do contrato da arena. No caso de Paulo Câmara, ele recebeu R$ 200 mil da Odebrecht para sua campanha a governador em 2014. Fernando Bezerra recebeu R$ 50 mil da Odebrecht e R$ 50 mil da Projetec. Tadeu Alencar, R$ 30 mil de cada uma das duas.
Dentre as hipóteses consideradas na investigação estão a restrição à competitividade da licitação, o pagamento de propina via doações oficiais e até eventuais crimes contra o sistema financeiro relacionados ao financiamento do BNDES. “Extrai-se que a superestimação do valor da obra foi motivada para se burlar o teto do financiamento autorizado pelo BNDES, que era de 75% de seu valor total, observado o teto de R$ 400 milhões. Com a superestimação do valor da obra, o BNDES acabou financiando integralmente o seu custo, e não apenas 75%”, escreveu Janot.
Há suspeitas de superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões nas obras da Arena Pernambuco, baseado em perícia encomendada pela PF, e do favorecimento à Odebrecht pelo comitê gestor: a empreiteira foi contratada, sem licitação, para realizar os estudos e projetos, favorecendo-se para disputar e vencer a licitação. “As empresas do conglomerado Norberto Odebrecht S/A tiveram, pelo menos, 463 dias corridos a mais para estudar as melhores soluções para formulação da sua proposta, pois elaborou o projeto básico do empreendimento, obtendo assim significativa vantagem competitiva sobre eventuais licitantes interessadas”, diz o relatório da PF.
No seu despacho, Janot determina à PF a realização de uma nova perícia contábil para apurar o dano ao erário proveniente dos contratos e o depoimento de quatro colaboradores, sendo dois da Odebrecht (Maria Lúcia Tavares e Angela Palmeira Ferreira) e dois da Andrade Gutierrez (Clóvis Primo e Rogério Nora de Sá).
A delação da Odebrecht, em fase final de negociação com a Procuradoria Geral da República, também deve ajudar a elucidar os fatos. Um dos executivos cotados para fechar delação é João Antônio Pacífico Ferreira, responsável pela obra dentro da Odebrecht. Ele chegou a ser alvo de mandado de busca e apreensão na Operação Fairplay. Procurada, a empresa informou que não comentaria. À época da Operação Fairplay, a Odebrecht soltou um comunicado dizendo que os preços do estádio foram “absolutamente regulares” e que a licitação também foi regular.
Em nota, “O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o deputado federal Tadeu Alencar, como ex-integrantes do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco (CGPE), vêm a público prestar os esclarecimentos abaixo, diante da reportagem publicada na edição online da revista Istoé:
1 – A licitação para a construção da Arena, ocorrida em 2009, observou todos os requisitos, prazos e exigências da Lei de Concessões e da Lei das Parcerias Público-Privadas, que preveem a possibilidade de o autor do projeto participar da licitação, não decorrendo desse fato qualquer irregularidade, fraude ou frustração do caráter competitivo da disputa;
2 – A Arena Pernambuco foi entregue em junho de 2013 e custou R$ 479.000.000,00 (base maio de 2009), tendo apenas 75% da sua construção sido financiada pelo BNDES e sendo a mais barata entre as arenas construídas no Brasil, levando em conta a capacidade instalada. O restante do valor do contrato deveria ser pago durante a exploração do Estádio (contraprestação para a operação da Arena);
3 – Não houve superfaturamento. O percentual do terreno da Cidade da Copa foi validado pela Fundação Getúlio Vargas, não tendo sido questionado pelo Tribunal de Contas da União e do Estado. O terreno não foi entregue à Concessionária, continuando no patrimônio do Estado de Pernambuco;
4 – Considerando que as receitas estimadas não se confirmaram, o contrato de concessão foi rescindido, tendo os parâmetros utilizados na rescisão sido aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado, por meio de formalização de Termo de Ajuste de Gestão (TAG);
5 – Importante destacar que o contrato de concessão foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), na decisão de número 0101011/2011, tendo sido igualmente analisado, sem objeções, pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e BNDES;
6 – A análise encomendada pelo Governo do Estado de Pernambuco à Fundação Getúlio Vargas está disponível no Portal da Transparência no www.transparencia.pe.gov.br.
Como têm feito todas as vezes que é provocado, o Governo do Estado de Pernambuco e os ex-integrantes do CGPE, enquanto ocupantes de funções públicas, estarão à disposição para prestar todas as informações necessárias sobre a construção da Arena Pernambuco”.
JOGO SUJO
STF abriu inquérito para investigar a responsabilidade de quatro políticos no superfaturamento e nas irregularidades na Arena Pernambuco, construída pela Odebrecht:
Paulo Câmara (PSB) – governador de Pernambuco
Geraldo Júlio (PSB) – prefeito do Recife
Fernando Bezerra (PSB-PE) – senador
Tadeu Alencar (PSB-PE) – deputado federal
Todos faziam parte do comitê gestor que formatou a licitação da PPP da Arena Pernambuco, vencida pela Odebrecht.
Repasses
Investigadores suspeitam que doações da Odebrecht e da Projetec (empresa que fiscalizava a execução da obra) a esses políticos eram propina
Paulo Câmara: R$ 200 mil da Odebrecht em 2014
Fernando Bezerra: R$ 50 mil da Odebrecht e R$ 50 mil da Projetec em 2014
Tadeu Alencar: R$ 30 mil da Odebrecht e R$ 30 mil da Projetec em 2014
Geraldo Júlio: não recebeu doações dessas empresas
Superfaturamento
Perícias feitas na investigação apontam um superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões, segundo relatório da Polícia Federal. A investigação também aponta restrição da competitividade da licitação, com favorecimento da Odebrecht.
Supremo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou no último dia 3 de novembro que a investigação seja desmembrada, enviando para a Justiça Federal de Pernambuco a apuração sobre a responsabilidade de empresários da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, mantendo no Supremo o caso dos quatro políticos de Pernambuco. O caso corre sob sigilo.
A atualidade de Miguel Arraes
Um homem além do seu tempo. O povo brasileiro vai celebrar em 2016 o centenário de nascimento de Miguel Arraes de Alencar (15/12/1916 — 13/08/2005). Arraes foi prefeito da cidade de Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco.
Ainda sem mandato político, Arraes participou, em 1948, ativamente da campanha “O Petróleo é Nosso”, um dos movimentos de opinião pública mais vigorosos da história política brasileira. A repercussão desta enorme mobilização nacional resultou na reformulação da legislação de exploração do petróleo e na fundação da Petrobras, em 1953.
Como prefeito do Recife, criou, em 1960, o Movimento de Cultura Popular – MCP – que serviu de inspiração, em 1961, ao Centro Popular de Cultura – CPC – da União Nacional dos Estudantes – UNE. O revolucionário Método Paulo Freire, que consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador pernambucano, foi acolhido pelo MCP nas gestões de Arraes na Prefeitura do Recife e Governo do Estado.
Em Pernambuco, ainda no seu primeiro governo, em 1963, foi assinado em seu gabinete “O Acordo do Campo”, pioneiro na implantação da justiça na relação trabalhista dos canavieiros com os donos de usinas estendendo o salário mínimo e 13º. Salário para os trabalhadores rurais. Arraes deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às Ligas Camponesas. O diálogo era a marca principal da sua atuação política.
Sua fidelidade ao povo que o elegeu fez com que não aceitasse a sugestão de renúncia proposta pelos militares por ocasião do Golpe de 1964. Preso, foi exilado na Argélia, onde, ao lado da família, viveu por 14 anos. No exílio, Arraes ampliou sua compreensão do mundo através de estudos e convivência com grandes lideranças mundiais como François Mitterrand, Mário Soares, Yasser Arafat, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Márquez, Mário Vargas Llosa, entre outros. Estendeu sua compreensão de diálogo entre os homens para uma visão maior de diálogo entre os povos.
Com a participação de Miguel Arraes e do governo da Argélia, o Grupo dos 77 nas Nações Unidas, uma coalizão de nações em desenvolvimento, que visa promover os interesses econômicos coletivos de seus membros e criar uma maior capacidade de negociação conjunta na Organização das Nações Unidas – ONU – realizou, em 1967, sua primeira reunião importante. Nessa ocasião foi divulgada a “Carta de Argel” que serviu de base para implantação de estruturas institucionais permanentes na relação entre os povos.
Retornou ao Brasil em 1979, quando foi decretada a anistia pelos militares golpistas que estavam sendo pressionados por vários setores da população brasileira. Eleito por mais duas vezes governador de Pernambuco, Miguel Arraes concentrou esforços no desenvolvimento de tecnologia apropriadas para a realização de obras de infraestrutura como abastecimento d’água e eletrificação rural – uma agenda permanente e atualíssima na região Nordeste.
A história de Miguel Arraes será sempre lembrada como a de homem que construiu através do diálogo uma compreensão do ser humano muito além das suas fronteiras territoriais. E que pode ser sintetizada no verso de Carlos Drummond de Andrade, lido na ocasião de sua posse no primeiro mandato de governador de Pernambuco: “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.
O Instituto Miguel Arraes – IMA anunciou, hoje, à imprensa e à população, a programação que celebra o seu centenário, em dezembro.
Viva Arraes, guerreiro do povo brasileiro!
Por Antônio Campos, escritor e advogado, presidente do Conselho Deliberativo do IMA
Coligação “Petrolina com força de novo” registra chapa com apoio de 16 partidos e 166 pré-candidatos a vereador
“Petrolina com força de novo” é o nome da coligação encabeçada por Miguel Coelho e Luska Portela na disputa da eleição para Prefeitura de Petrolina. Os pré-candidatos a prefeito e vice reuniram a maior composição política na capital do São Francisco com uma aliança de 16 partidos e um exército de 166 postulantes ao cargo de vereador. A coligação é formada pelo PSB, DEM, PSDB, PV, PDT, PR, PSD, PSC, PRP, REDE, PSDC, PTC, PRTB, PPL, PEN E SD.
Para a disputa a uma vaga na Casa Plínio Amorim, a frente de partidos foi dividida em cinco chapas. A maior delas é a “Petrolina com força de novo” com PSB, DEM, PSDC, PRTB, PPL, PEN e PDT. A coligação “Petrolina forte e sustentável” tem a REDE, PSDB e PRP. As outras três são “Coragem para mudar” (PV e PTC), “Unidos por Petrolina” (PR e PSD) e “Por uma Petrolina forte” (PSC e SD).
Miguel Coelho comemorou a ampla aliança de frentes partidárias. “Tenho sempre dito que esta é uma campanha da união e nada mais simbólico do que contarmos com a maior coligação de forças. São 16 partidos e mais de 160 pré-candidatos a vereador alinhados pelo resgate do desenvolvimento, pela participação das pessoas e por um novo tempo para Petrolina”, destacou o socialista.
Isto Posto…Eleições em Petrolina: O que esperar?
A corrida para ocupar a prefeitura de Petrolina já teve início com os nomes postos a disputa municipal para se enfrentarem nas eleições de outubro deste ano. E agora cabe ao cidadão petrolinense perscrutar o que esperar dessa novidade antiga em que parece ter se transformado o leque de opções posto a escolha do eleitorado da cidade.
De um lado temos duas propostas ditas de esquerdas, ancoradas, respectivamente, uma pelo combalido Partido dos Trabalhadores, fortemente dependente ainda da figura do ex-presidente Lula, aqui representado pelo ex-aliado do expoente maior do grupo liderado pela família coelho, o Senador Fernando Bezerra Coelho, o petista Odacy Amorim, ex-prefeito pelo PSB e a outra pelo PSOL, cuja ideologia apregoada nos remete aos primórdios do antigo e quase falecido PT, chegando mesmo a ser apresentado pelas lideranças mais conservadoras como uma espécie de puxadinho do partido da presidente afastada Dilma Rousseff, já abandonada pelos mais próximos.
De outro lado, dois falsos antagonismos se confrontam no palco giratório da política, cujos atores sociais encenados pelo senhor Adalberto Cavalcanti, político dos tempos mais antigos quando o prefeito mandava na cidade com truculenta e impiedosa mão-de-ferro e não sob a régua e as ordens da Constituição e das Leis como agora se faz necessário para preservar a elegibilidade que lhes garanta novos mandatos; e pelo o jovem, porém não representante do novo, pois descende de longa linhagem de políticos que compartilharam os tempos de atavismos acima lembrados, Miguel Coelho, que juntos se insurgem como os grandes polarizadores do pleito municipal deste ano, uma vez que o atual prefeito ao sacar da algibeira de imposições o senhor Ednaldo Lima, vereador de primeiro mandato, deixou transparecer que o candidato escolhido seria para facilitar a vitória do grupo do senador do PSB, agora comungando com o herdeiro do saudoso Dr. Osvaldo Coelho, a quem o senhor Júlio Lóssio tanto deve a ascensão política que tivera na cidade de Nova Califórnia, como é alcunhada nossa Petrolina.
Isto posto, caro eleitor, quem devemos escolher para conduzir o destino de nossa cidade até 2020, se de novo temos apenas nomes? Atentaremos apenas para os nomes postos e suas promessas pouco críveis ou exigiremos de cada um bom projeto de desenvolvimento para Petrolina, a fim de que a escolha recaia sobre um executável plano de soluções para os problemas persistentes na saúde, na educação, na segurança, na mobilidade, na garantia dos direitos fundamentais.
Por: Adão Lima de Souza
ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016
PETROLINA – O deputado federal Adalberto Cavalcanti (PTB) realizou sua convenção eleitoral e lançou, oficialmente, sua chapa para as eleições de outubro, no Centro Cultural do Colégio Dom Bosco.
A convenção que confirmou o seu nome e da ex-vereadora Anatélia Porto como candidata à vice.
O secretario estadual do PTB, José Humberto e o filho do senador Armando Monteiro, Armando Monteiro Bisneto foram as únicas presenças do Recife no evento.
A convenção mobiliou ainda muita gente para apoiar Adalberto que, mais uma vez, discursou com apelos populares:
“Vou comprar unidades de saúde para atender o povo pobre dos bairros, comprar patrulhas mecanizadas para asfaltar os bairros. Chega de contratar de terceirizados”.
Também na noite deste sábado (23), Maria Perpétua foi oficializada como candidata do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) para disputar as eleições à prefeitura de Petrolina. O anúncio foi feito durante a convenção partidária realizada na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Foi confirmada como candidata à vice-prefeita, Isabel Macedo, também filiada ao PSOL.
Maria Perpétua disputará sua 1º eleição. “A nossa coligação é com o povo. É um projeto de diferença e que leva a população a fazer uma análise e ver que temos um projeto diferente do que estão por aí”, destacou.
Durante a convenção, o PSOl divulgou que a coligação ‘A saída é pela esquerda’ conta com o partido PCB.
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) lançou Edinaldo Lima como candidato da sigla pela Prefeitura de Petrolina nas eleições municipais. O anúncio foi feito na noite deste sábado (23) durante a convenção partidária realizada na Centro de Convenções de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Newton Matsumoto foi confirmado pelo partido como candidato à vice-prefeito.
Aos 38 anos, Edinaldo depois de ser eleito vereador de Petrolina atuou como secretário-executivo de Habitação da Prefeitura Municipal de Petrolina. “Eu quero ser o candidato na homologação da nossa candidatura e continuar fazendo mais pela nossa Petrolina, mais por habitação, por saúde e qualidade de vida e tudo que for necessário para continuar vivendo mais e melhor na nossa cidade”, ressaltou.
Na coligação “Pra continuar avançando” o PMDB conta com os partidos PSL, PHS e PPS.
FAB apresenta relatório final do acidente de Campos
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que irá apresentar, hoje, o relatório final da investigação do acidente com a aeronave PR-AFA, que caiu na cidade de Santos (SP), no dia 13 de agosto de 2014, matando, entre outros passageiros e tripulantes, o ex-governador de Pernambuco e então candidato à presidência da República, Eduardo Campos.
A FAB informou, através de um comunicado oficial, que o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro do ar Dilton José Schuck, o investigador encarregado, tenente-coronel aviador, Raul de Souza, e o investigador do fator operacional, major aviador Carlos Henrique Baldin, receberão a imprensa, às 15h30, para apresentar o relatório final das investigações do acidente com o avião modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA. A coletiva de imprensa, segundo a FAB, será realizada no auditório do Cenipa, localizado na SHIS QI 05, área especial 12 – Lago Sul, em Brasília.
A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no dia 13 de agosto de 2014, às 9h21. Ao chegar no espaço aéreo de Santos, o piloto tentou pousar na Base Aérea, mas, por causa do mau tempo, afirmou não ter visibilidade da pista e arremeteu. Minutos depois o avião com Campos e mais seis pessoas caiu na Rua Vahia de Abreu, perto das avenidas Conselheiro Nébias e Dr. Washington Luís, no bairro Boqueirão, matando todos os passageiros.
Além de Campos, morreram o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), assessor de imprensa de Campos, Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista, Pedro Almeida Valadares Neto, assessor de campanha e ex-deputado federal, e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela Barbosa da Cunha.