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Prisão de doleiros abre caminho para nova Lava Jato

A Lava Jato avançava sobre políticos poderosos, em 2015, quando o ministro Teori Zavascki resumiu a dimensão dos esquemas descobertos até aquele momento: sempre que os investigadores “puxam uma pena, vem uma galinha”.

Policiais e procuradores acreditam ter arrombado a porta de um novo galinheiro nesta quinta (3), com a prisão de dezenas de doleiros e operadores de dinheiro vivo. Eles são suspeitos de movimentar o equivalente a R$ 5,3 bilhões para uma lista de clientes que pode incluir políticos —principalmente do MDB.

A primeira pena da Lava Jato foi um grupo de doleiros em que se destacava Alberto Youssef. Preso em março de 2014, ele era acusado de integrar um esquema que usava postos de gasolina para lavar dinheiro. Os investigadores já sabiam, àquela altura, que ele operava pagamentos para agentes públicos e partidos.

Seis meses depois, Youssef fechou um acordo de delação premiada em que admitiu repassar propina para figurões do PP e denunciou o abastecimento de campanhas do PT com dinheiro de obras da Petrobras. As galinhas foram aparecendo ao longo dos últimos quatro anos.

Os doleiros presos e acusados agora podem abrir flancos adicionais de apuração, segundo o coordenador da Lava Jato no Rio. Até agora, os procuradores revelaram que eles operavam pagamentos para políticos do MDB e para a empresa JBS.

Um dos presos na operação é apontado como o homem que entregou dinheiro vivo ao ex-ministro Geddel Vieira Lima —aquele que guardava R$ 51 milhões em um apartamento. A Polícia Federal acredita que o valor tenha sido desviado da Caixa. Os novos personagens podem ajudar a unir as pontas soltas e esclarecer operações suspeitas no banco.

Esses doleiros realizam transações clandestinas há décadas. Recentemente, alguns apareceram na Operação Castelo de Areia (2009) e no caso dos pagamentos de propina pela Siemens (2013). Se chegarem fundo, os investigadores encontrarão fósseis de aves de todas as espécies.

As patrulhas servem aos corruptos

VAVÁElio Gaspari – Folha de S.Paulo – Em junho de 2007 a casa de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão de Lula, (foto) foi vasculhada pela Polícia Federal como parte de uma operação denominada de “Xeque-Mate”. Investigavam-se contrabandos, tráfico de drogas e exploração de máquinas caça-níqueis.

Os agentes ficaram na residência por duas horas, vasculharam até as roupas da mulher e da filha do suspeito. Vavá viu-se indiciado por tráfico de influência.

Foram apreendidas duas cartas com pedidos de emprego e um envelope endereçado ao então ministro Aloizio Mercadante. E daí? Se os pedidos e a correspondência não foram encaminhados, tráfico não houve.

Interceptações telefônicas provavam que Vavá prometera interceder por um policial que pretendia transferir um filho e pedira “dois paus pra eu” a um dos investigados, que fora preso. Semanas depois o Ministério Público, que chegara a pedir a prisão do irmão do presidente da República, denunciou 38 pessoas e cadê o Vavá? Nada. Faltavam “provas robustas” e ficou tudo por isso mesmo. Tanto para Vavá, como para os servidores que o expuseram à execração pública.

Diga-se que coisas desse tipo acontecem, mas diz-se também que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Pois caiu.

Na última terça-feira (10), com autorização da Justiça, a Polícia Civil de Paulínia fez uma busca na casa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do primeiro casamento da falecida Marisa Letícia, adotado pelo ex-presidente. Iam atrás de uma acusação anônima, feita ao Disque Denúncia. Na casa do cidadão deveriam encontrar grande quantidade de drogas. Acharam nada, mas levaram um computador. O delegado que autorizou a operação foi afastado.

PREFEITURA DE PETROLINA: A Culpa é do Vice-prefeito? Do prefeito? Do cidadão que dançou forró no São João? Ou do Síndico?

GuilhermeA Operação Midsummer, da Polícia Federal, deflagrada na última terça-feira (29) para apurar indícios de superfaturamento nos contratos de realização do São João de Petrolina, no Sertão do São Francisco, acabou por desencadear a velha estratégia usada por políticos implicados em denúncia de malversação do dinheiro público: anunciar a caça às bruxas, como se ele não tivesse responsabilidade objetiva pela conduta nociva de seus subordinados diretos.

Em Petrolina, após o primeiro capítulo dessa crônica policial, o prefeito Júlio Lóssio (PMDB), segundo os porta-vozes não oficiais, já tem seu primeiro alvo: o vice-prefeito Guilherme Coelho (PSDB), pois, de acordo com  blogueiros da região, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Luric Pires, teria sido indicação de Guilherme.

Ou seja, pela interpretação da mídia petrolinense, a atuação de um aliado do vice-prefeito, à revelia deste, é claro, foi responsável por obrigar o gestor peemedebista a dar de  cara com a Polícia Federal para o café da manhã.

Nesse episódio, não faltou nem aquela conhecida máxima: “Abriremos uma sindicância para apurar as irregularidades e puniremos os responsáveis”. Porém o que devemos ouvir é que não haverá investigação nenhuma e ninguém será penalizado.

Eu acho que a culpa é da oposição que fica vasculhando o lixo do condomínio.

Por: Adão Lima de Souza