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como a alta do dólar vai pesar no seu bolso

DOLARO dólar superou a “barreira psicológica” dos 4 reais esta semana e virou o assunto do momento entre os brasileiros até nas mesas do bar. Nesta quinta-feira, ele bateu novo recorde chegando à máxima de 4,24 reais pela manhã, e encerrou a 3,99, depois de o Banco Central ter entrado no mercado vendendo dólares para reduzir a sua cotação.

A disparada da moeda, que se acentuou desde segunda, vai ser inevitavelmente sentida no bolso de todos os brasileiros e, apesar do impacto mais visível ser no preço de viagens internacionais e em produtos importados, vários itens, desde o pãozinho do café da manhã à carne do almoço, serão afetados.

Com a desvalorização do real, alguns produtos, como a carne, também ficam mais competitivos lá fora e torna-se mais vantajoso exportá-los. Assim, o produtor prefere vender para o mercado externo, reduzindo a oferta aqui dentro. Com menos mercadoria para vender localmente, o preço sobe. Outro setor que deve repassar o valor da disparada da moeda norte-americana será o dos cosméticos. “Os brasileiros são grandes consumidores dessa área e usam muitas marcas importadas. Mesmo os itens nacionais dependem de insumos de fora”, afirma.

Alimentação pesará mais no bolso

O principal impacto do câmbio na cesta de consumo dos brasileiros, contudo, é no segmento de alimentação. Nesse sentido, são as famílias de mais baixa renda as principais afetadas. Para quem ganha até 2,5 salários por mês, o comprometimento da renda com alimentação é de 32%, enquanto que para as demais essa proporção é de 25%.

“Os alimentos são os mais afetados pela alta do dólar. Todo mundo precisa comer, então ninguém deixa de comprar comida se o preço sobe. Mas ninguém precisa trocar de carro ou de celular agora”, afirma.

O pão francês, por exemplo, teve o preço elevado em 1,71% nas últimas quatro semanas. Já a carne subiu 1,58% em trinta dias, puxada pelo filé mignon, que registrou aumento de 3,15% nos preços. Os próximos produtos a acompanhar esse movimento de alta serão, na visão do economista, os derivados do açúcar e da soja, que também passam a ser mais vantajosos de exportar do que de vender no mercado doméstico.

Fonte: EL País.

Pessimismo no Brasil bate recorde com crise econômica e corrupção

SINDICATOS

Uma pesquisa do Instituto Ibope, realizada em 141 cidades, revela que 36% dos brasileiros estão pessimistas em relação ao futuro do país, e outros 12% estão muito pessimistas. Ou seja, 47% da população está sem esperança sobre o que virá.

É o pior resultado desde 2001, ano do apagão, quando o racionamento de energia tirou o humor do país. Mais do que isso, mostra a rota descendente da confiança popular durante a gestão da presidenta Dilma Rousseff, o que explica a hostilidade persistente de alguns setores a sua pessoa.

No começo do seu primeiro mandato, em 2011, 73% se declaravam otimistas com o futuro. No ano passado, esse porcentual caiu para 49%. Agora, há um desânimo geral entre os brasileiros diante das notícias negativas deste ano.

Atualmente, 20% estão confiantes, e uma parcela de 28% não se diz nem otimista e nem pessimista. O estado de ânimo atual não chega a surpreender, diante dos escândalos de corrupção, e a crise econômica que afeta o cotidiano dos brasileiros.

Quando a avaliação leva em conta o poder de compra e a região dos entrevistados, os nordestinos e os de menor poder aquisitivo lideram o pessimismo, justamente os que compõem prioritariamente o perfil de eleitores da presidenta.

No Nordeste, 51% estão pessimistas ou muito pessimistas, contra 50% dos que foram ouvidos no Sudeste, 41% do Norte e Centro-Oeste e 46% do Sul.

Mais da metade (53%) dos que ganham até um salário mínimo está pessimista em relação ao futuro, contra 49% dos que ganham mais de cinco salários.

O levantamento divulgado nesta sexta, que ouviu 2002 pessoas, mostra que as principais preocupações da população residem na saúde (o mais relevante, segundo 25% dos entrevistados), seguido pelas drogas (14%) e corrupção (13%), em seguida, segurança e educação (9% para cada um).

Por: Adão Lima de Souza