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Lula tenta convencer PT a superar discurso do ‘golpe
Preocupado com a sobrevivência política do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta convencer o partido de que, depois de quase quatorze anos no comando do governo federal, a sigla não pode voltar a ter uma atuação apenas de contestação, e sim fazer uma oposição propositiva. Quase seis meses depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Lula considera que é preciso ir além do discurso do “golpe”.
— Nós ficamos gritando “Fora Temer” e o Temer está lá dentro. Gritamos “não vai ter golpe” e teve golpe. Estamos gritando contra as reformas e eles estão aprovando as reformas em tempo recorde — disse Lula, ao discursar, no último dia 19, no lançamento do 6º Congresso Nacional do PT, que discutirá em junho os rumos do partido.
Quinze dias depois desse discurso, Lula abriu diálogo com o presidente Michel Temer, que foi prestar condolências pela morte de sua mulher, Marisa Letícia. No PT, tanto as alas à esquerda quanto o campo majoritário, tentaram minimizar o encontro, classificando-o de protocolar. Os petistas tentam implodir qualquer possibilidade de desdobramento político.
Já o entorno de Temer é entusiasta da continuidade do diálogo, embora afirme que não há perspectiva de nova conversa no curto prazo. Auxiliares do presidente afirmam que a única pauta comum possível é a reforma política. Apesar da torcida petista contra, um ministro de Temer ressaltou que é da natureza de Lula a composição política.
Recentemente, o ex-presidente já havia contrariado a militância e a esquerda do PT ao orientar o apoio às candidaturas do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) às presidências da Câmara e do Senado. O objetivo era garantir cargos na Mesa Diretora das duas Casas e evitar que o PT ficasse ainda mais isolado politicamente. A reação da militância levou a direção nacional do PT a recuar e recomendar a união das esquerdas. Na Câmara, o partido acabou apoiando a candidatura do deputado André Figueiredo (PDT-CE), e, no Senado, a bancada rachou.
Lula deve mergulhar ainda mais de cabeça na política após a morte da mulher. A expectativa de aliados mais próximos é que a perda da ex-primeira-dama não mudará a sua disposição de assumir a presidência do PT, na metade do ano, como vem sendo articulado pelos principais caciques da legenda.
No entorno de Lula, há ainda quem acredite que o petista vai agora colocar o pé na estrada para percorrer o país, até como uma forma de ocupar a cabeça. O ex-presidente já vinha ensaiando esse giro pelo Brasil desde o início da crise que levou ao impeachment de Dilma, mas nunca chegou a concretizar o plano.
Marisa implicava com as viagens e com as agendas do petista no final de semana. Por outro lado, era favorável que ele retomasse o comando do partido, posto que ocupou até 1994.
Lula tem defendido que os petistas se engajem em discussões sobre política econômica, como geração de emprego e renda, retomada do crescimento, e sobre reforma política, especialmente financiamento de campanhas eleitorais. Para o ex-presidente, o PT tem que aproveitar os supostos retrocessos promovidos por Temer, como a PEC do Teto de Gastos, para construir seu discurso. Lula quer reunir economistas, especialistas em políticas públicas e gestão governamental para preparar desde já um programa de governo para 2018.
— O Lula, por natureza, é muito prático. Ele está pensando no futuro, em como juntar os cacos do PT, construir um projeto e ir para a rua. Ele quer ser presidente de novo — disse uma pessoa próxima do ex-presidente.
Lula vinha discutindo, antes da morte de Marisa, o melhor momento para colocar na rua a sua candidatura à Presidência da República em 2018. A expectativa é que isso aconteça durante o congresso da legenda, em junho, o mesmo que deve sacramentar a sua indicação para comandar o PT.
Resistente inicialmente à ideia de voltar ao comando formal do PT, temendo que as investigações contra ele contaminassem a legenda — Lula é réu em cinco ações na Justiça — o ex-presidente deu, desde o final do ano passado, sinais de que vai encarar a missão para evitar um racha que poderia ser mortal para o partido que fundou em 1980.
Com Lula, mesmo grupos que fazem oposição ao atual comando do PT e defendem alterações radicais na forma de condução do partido, como o Muda PT, desistiriam de lançar candidato para presidir a legenda. Além da unidade em torno de seu nome, o ex-presidente também exige, para aceitar a missão, que as correntes apresentem os seus melhores nomes para compor a Executiva Nacional, numa forma de fortalecer a direção.
Um dos movimentos que indicam a disposição de Lula de presidir o PT foi a articulação endossada por ele para que Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo, assuma o comando do partido em São Paulo. Por ser um dos melhores amigos de Lula na política, Marinho seria a principal opção para a presidência nacional, caso Lula não quisesse o posto.
O discurso feito no velório de Marisa, no dia 4, já deu sinais de que Lula não vai abandonar o embate político. Na ocasião, disse que não tem “medo de ser preso” e que “vai brigar” contra os que “levantaram leviandades” sobre a mulher.
Na missão de sétimo dia da ex-primeira-dama, realizada na última quinta-feira, Lula mostrou que não vai deixar a política nem momentaneamente. Presente à cerimônia, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, foi convocado pelo ex-presidente para uma reunião na dia seguinte.
Fonte: O Globo
7 dicas para mudar a cultura da sua empresa
Munidos de novas ferramentas e novas maneiras de enxergar e administrar o negócio, os extremers agora enfrentam um novo desafio: fazer com que sua visão permeie toda a empresa. “Temos muito mais tecnologia no nosso negócio e vamos usá-la para aumentar a produtividade. É uma oportunidade para rever nossos processos e passar a fazer as coisas de maneira mais eficiente. É claro que isso vai exigir mudanças na nossa cultura e sabemos que alguns funcionários são mais resistentes, mas estamos comprometidos com essa transformação”, diz Ana Flávia Tavares, sócia da Altura Andaimes.
Confira algumas dicas de Garth Schmalenberg, especialista em gestão de pessoas e liderança e fundador da HBI Leadership, para ter sucesso nessa transição:
Liderança – Toda organização tem uma forma de fazer as coisas. A maneira como as pessoas agem, em geral, reflete a postura da liderança. Se a mudança não vier de cima, o resto tende a continuar do mesmo jeito, mesmo que as pessoas sejam treinadas para fazer diferente.
Autoconhecimento – Não basta almejar determinadas qualidades para a organização. Antes, é preciso entender qual é a situação atual e aonde se quer chegar. Fazendo uma analogia com uma pessoa que quer emagrecer, o primeiro passo é reconhecer que ela está fora de forma e determinar quanto peso ela precisa perder para chegar ao seu objetivo.
Desejo de mudança – A convicção de que há necessidade de fazer mudanças também deve estar presente. Uma mudança tática pode ser feita por meio da implantação de um novo sistema ou método. Uma mudança de cultura requer que valores da organização sejam substituídos. Isso é muito mais complicado, por isso é necessário haver uma disposição sincera para transformar as coisas.
Cautela – Mesmo que não sejam bons, os valores que estão em vigor no presente norteiam os funcionários. Mudá-los de uma hora para a outra vai impactar a vida das pessoas. Por isso, o líder deve estar preparado para criar o alicerce adequado para esse processo e evitar que o negócio perca o seu rumo.
Método – Mesmo que o empreendedor tenha claro quais são os novos valores que quer implantar, não basta dizê-los ou escrevê-los para que tudo mude. É preciso exercitar os novos princípios e parâmetros no dia a dia. Isso requer paciência e orientação, portanto o líder deve estar consciente do seu papel no processo e ter expectativas realistas em relação ao prazo de transição.
Motivação – A chave para o sucesso no longo prazo é motivar as pessoas a abraçar as novas causas. Um passo importante é fazer com que elas entendam quais são os benefícios dessa transformação. Reconhecer e incentivar os progressos também é fundamental.
Reflexão – A cada passo da transição é altamente recomendável fazer uma análise dos resultados e, se necessário, corrigir o rumo. A reflexão é o caminho para encontrar oportunidades de melhoria no processo.
Por:” O cidadão”