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O futuro do Governo Temer e a crise política brasileira
Matthew M. Taylor: “Sem uma mudança mais profunda do Judiciário, temo que os avanços do Ministério Público ao longo dos últimos anos possam se esvaziar”
Pergunta: O Governo resistirá à crise institucional em 2018?
Resposta: Sim, mas mais por falta de opção do que por convicção política. A esquerda está exausta, o centro não tem alternativas e à direita falta representatividade. A dúvida, claro, permanece na atuação do TSE e do Judiciário a partir de agora. De todo modo, esse é um momento de baixa credibilidade institucional, mas isso parece ter mais a ver com membros das instituições do que com elas próprias. São poucos os países cujas instituições teriam resistido a uma enorme recessão, impeachment, prisão do presidente da Câmara e tentativa de remover o presidente do Senado – tudo em um único ano! – com tamanha resiliência. Agora, sem dúvidas, os momentos de crise tendem a colocar um estresse muito grande nas instituições, demonstrando mais claramente onde ficam os elos fracos. Acredito que muito se fala de reformas políticas, no processo de formação de coalizões e no do sistema eleitoral, mas pouco é dito de uma reforma do Judiciário. Com a Justiça mais célere e que providenciasse um tratamento mais igualitário aos políticos, será que o Brasil teria passado por todas as angústias de 2016? Um bom exemplo disso é o processo do Supremo Tribunal Federal contra Renan, que remonta a fatos de mais de uma década atrás. Sem uma mudança mais profunda do Judiciário, temo que os avanços do Ministério Público ao longo dos últimos anos possam se esvaziar.
Pergunta: Qual a principal marca que esse Governo deixará?
Resposta: Certamente será a marca do legado do impeachment e da Operação Lava Jato, ambos com altíssimos custos em termos de legitimidade da classe política. E também não há como escapar ao fato do neoliberalismo econômico ter florescido mais uma vez em um ambiente de baixa legitimidade, o que é ruim, pois a impressão que fica é que as necessárias reformas econômicas só acontecem quando o Brasil mergulha em crise. O maior problema dessa impressão é que a população pode passar a associar reforma econômica à momentos de profunda crise e baixa legitimidade – sem perceber que as alterações econômicas necessárias são, muitas vezes, inescapáveis.
Matthew M. Taylor é brasilianista e professor na School of Internacional Service, em Washington, nos Estados Unidos.
Fonte: EL Pais.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/29/politica/1483039073_802085.html
O futuro do Governo Temer e a crise política brasileira
Fátima P. Jordão: “O frágil equilíbrio institucional poderá, de fato, não suportar o status quo até 2018”
Pergunta: O Governo resistirá à crise institucional em 2018?
Resposta: Se olharmos como a crise institucional está se refletindo na opinião pública veremos um quadro desastroso: política e políticos desqualificados pela população; desempenho de Governos mal avaliados, tanto no conjunto, como nas áreas mais estratégicas (saúde, educação e emprego); expectativas muito pessimistas para o futuro; Estados falidos; desdobramentos dos fatos sobre corrupção cada dia mais abrangentes; e, por fim, crise de segurança. Embora as eleições municipais tenham trazido algum alívio e esperança de novas formas de governar e de novos arranjos para provisão de serviços públicos nas cidades – caso inédito, pois poucas vezes o ambiente de opinião pública dependeu tanto de resultados de gestões municipais –, os resultados que tivemos mostram que a expectativa tem toda chance de não ser atingida. Portanto, o frágil equilíbrio institucional poderá, de fato, não suportar o status quo até 2018, a não ser através de um pacto a ser construído pelos grandes partidos e pelos poderes constituídos, com toda a transparência e clareza para permitir que a sociedade entenda o processo. Fora disso, só eleições antecipadas.
Pergunta: Qual a principal marca que esse Governo deixará?
Resposta: Ficará a imagem de um governo equilibrista que subestimou as forças e as reais demandas da sociedade, assim como foi míope em relação à gravidade do quadro institucional brasileiro. Um Governo que empurrou o país com a barriga.
Fátima Pacheco de Jordão é socióloga e especialista em pesquisas de opinião.
“Não sou nenhum babaca para defender as causas de Petrolina custeando do meu bolso”, dispara vereador José Batista Gama.
Ao comentar o projeto que elevou o subsídio dos vereadores em Petrolina para R$ 15.027,00 (quinze mil e vinte e sete reais), o vereador José Batista da Gama (PDT) disse não abrir mão do seu salário em hipótese nenhuma. “Eu não sou nenhum hipócrita para dizer aqui que vou renunciar ao subsídio, não vou mesmo, pode entrar o projeto de lei que entrar eu não voto, eu não sou nenhum babaca para está aqui defendendo as causas de uma cidade tão cheia de problemas como Petrolina custeando do meu bolso, é brincadeira, eu prefiro custear minha família do que custear Petrolina”
Zé Batista revelou ainda que 50% dos vereadores estão nas mãos dos agiotas sem condições sequer de financiar suas campanhas a reeleição. “Eu desafio se daqui desses 19 não tem pelo menos 50% dos vereadores a ver navios, sem dinheiro, sem condições de enfrentar uma nova eleição porque ao londo dos últimos três anos um pede para isso outro para aquilo, pede para remédio, pede para viagem, pede para cesta básica. Eu não queria falar em agiotagem não, mas aqui tem mais de 50% na mão de agiota, é brincadeira um negócio desse? Não é brincadeira mais de 50% na mão de agiota , que dizer é dando dinheiro a família ou dando dinheiro ao povo?”
O vereador disse também que se o valor do subsídio fosse R$ 20 mil/mês votaria a favor, pois a população entende que o vereador precisa de dinheiro para custear o mandato.
Cidadania Ativa pergunta: o babaca no caso é o contribuinte? Quem sabe chegou a hora do cidadão defender o fim dos vereadores, pois, para que eles servem?
Olho neles!
O portal “Olho neles!” é um site destinado a informar o cidadão sobre gastos de dinheiro do contribuinte feitos por políticos das casas legislativas brasileiras, com uma coletânea de dados de gastos com verba indenizatória e outras despesas para que a sociedade mantenha vigilância sobre como são aplicados os recursos públicos no Brasil.
O portal permite ver de maneira mais simples em que os parlamentares estão gastando, quem está gastando mais, quem está recebendo e por aí vai.
Você pode acessar o site na coluna Links Úteis.