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Comitê de Ética da Fifa suspende Blatter e Platini do futebol por oito anos

BlatterO Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta segunda-feira que o suíço Joseph Blatter e o francês Michel Platini estão suspensos do futebol por oito anos.

Os dois foram considerados culpados pelo caso em que o Blatter pagou 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 8 milhões) a Platini em 2011, por serviços prestados entre 1998 e 2002.

Segundo o Comitê de Ética da Fifa, porém, nenhum dos dois conseguiu justificar o pagamento. Além da suspensão, Blatter também foi multado em 50 mil francos suíços (R$ 200 mil), e Platini, em 80 mil francos suíços (R$ 320 mil).

Em comunicado, o Comitê explica, no entanto, que o pagamento não feriu o artigo do estatuto da entidade que versa sobre “propina e corrupção” e sim que Blatter agiu em “conflito de interesses” e “contra a Fifa”. A suspensão de Platini é baseada na mesma interpretação.

Os dois já cumpriam suspensão provisória de 90 dias desde o começo de outubro por causa do mesmo caso. No período, foram impedidos de exercer qualquer atividade ligada ao futebol.

Ambos ainda devem recorrer da decisão do comitê, ou ao Comitê de Apelação, ou diretamente ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) – nesse caso, porém, precisariam de autorização da Fifa. A tendência é que o recurso ganhe caráter de urgência, uma vez que as eleições presidenciais da Fifa estão marcadas para 26 de fevereiro de 2016.

Platini, inclusive, era considerado o favorito na corrida presidencial. A data limite para a apresentação de candidaturas é 26 de janeiro, o que significa que o francês tem pouco tempo para tentar esgotar todas as vias de recursos.

Entenda o caso

No dia 8 de outubro de 2015, o Comitê de Ética da Fifa confirmou a suspensão provisória de Blatter e Platini por 90 dias.

A decisão veio dias depois da Promotoria suíça anunciar a abertura de um processo contra Blatter por suspeitas de gestão desleal e abuso de confiança, além de investigar “um pagamento irregular” de dois milhões de francos suíços (cerca de dois milhões de euros no câmbio de hoje) que este fez ao presidente da Uefa, Platini, “em prejuízo da Fifa”.

O pagamento em questão foi realizado em 2011, sem o conhecimento dos demais do Comitê Executivo da entidade. Tanto Blatter quanto Platini alegam que o dinheiro era referente ao período de 1998 a 2002, quando o francês atuou como consultor especial.

No período, Platini recebia um salário aproximado de 200 mil francos suíços anuais (R$ 800 mil). Os dirigentes, no entanto, dizem que acertaram um pagamento extra, a ser feito quando possível – Blatter alegou ao francês que a entidade não tinha como transferir todo o montante naquele momento, apesar de um superávit expressivo. A quantia de dois milhões, então, foi paga em nove anos depois, em 2011, meses antes de Blatter ser reeleito para mais um mandato na Fifa – a transferência não apareceu na prestação de contas da entidade.

A dupla admitiu que existiu apenas um acordo de cavalheiros pelo pagamento, sem um contrato formal, mas que era perfeitamente legal à luz das leis suíças. Assim, os dois se declararam inocentes e recorreram da suspensão provisória de 90 dias, mas tiveram os respectivos recursos negados.

Por outro lado, a lei do país europeu, segundo o jornal The Guardian, fixa um período de realização de pagamentos de no máximo cinco anos após o serviço prestado caso não haja um documento oficial.

Em 23 de novembro, o Comitê de Ética da entidade, chefiado pelo alemão Hans-Joachim Eckert, anunciou a abertura de um processo contra os dois por causa do pagamento, dias depois de um relatório de investigação ser finalizado. Oficialmente, eles foram acusados de corrupção, conflito de interesses, contabilidade falsa e por falta de cooperação com o comitê.

Na última quinta-feira, Blatter compareceu à sessão do Comitê de Ética da Fifa para fazer sua defesa. Perante a quatro juízes, ele fez esclarecimentos por oito horas. Mais tarde, declarou em nota que as evidências apresentadas o inocentariam. Já Platini enviou apenas seus advogados, em protesto por considerar que já foi declarado culpado pelo órgão.

 

Isto Posto… Os americanos entram no jogo.

BLATTERJoseph Blatter e a caterva que forma a entidade máxima do futebol no mundo, FIFA, tentam, agora que a casa caiu para parte da súcia que sempre viveu da podridão e da chantagem, desqualificar a atuação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, buscando impregnar a ação moralizadora impetrada pelos americanos de retaliação por terem sidos preteridos na escolha para sediar a copa de 2022, que ficou com o Qatar.

Talvez, as velhas raposas do futebol não queiram ou não tenham se dado conta, ainda, que a intenção dos Estados Unidos é muito maior que a vindita suscitada como meio de defesa pelo senhor Blatter e seus lacaios. Pois, o que parece claro nesta investida americana é a decisão da maior economia do mundo assumir posição de relevância nesta modalidade desportiva que movimenta anualmente cerca de quinhentos bilhões de dólares. E para isso se faz necessário uma faxina geral na corrupção cotidiana do futebol no continente americano, estabelecendo-se novas regras de conduta e modificando as práticas de administração de clubes e federações e, principalmente, das confederações existentes no continente.

Para os bons observadores não passou despercebido o recardo dado pelos Estados Unidos à Europa e ao resto mundo, reeditando a velha Doutrina Monroe: “A América para os americanos”. Prova disso é o fato das prisões efetuadas se limitarem aos figurões do futebol que dirigiram ou dirigem entidades situadas no continente americano, como afirmação inconteste de que os americanos finalmente entraram no jogo das quatro linhas, dispostos a mudar as regras do jogo para fazer frente à supremacia europeia na captação de sua parte dos bilhões de dólares que o amor global pelo esporte despeja nessa indústria sem crises nem turbulências econômicas.

Isto posto, reproduzo aqui o conceito da velha Doutrina Monroe, para que os desatentos torcedores brasileiros e das outras américas, ao acordarem de seu estado letárgico, visualizem o que seria uma final da Taça Libertadores da América em Nova Iorque:  “Julgarmos propício afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia”.

Por: Adão Lima de Souza.