Tag Archives: Isto posto
Isto Posto…“Aspetta il barítono STF!”
EDITORIAL – Eu sempre fui da opinião que a Operação Lava Jato, uma vez que havia emparedado os poderes executivo e legislativo, só poderia ser sufocada pela instância máxima do Judiciário, ou seja, pelo Supremo Tribunal Federal, na manobra sabiamente alcunhada pelo senador Romero Jucá de “o grande acordo nacional”.
Assim tem sido. Primeiramente o STF, ainda nos primórdios da operação que desbaratou o imenso esquema de corrupção na Petrobras, o Petrolão, votou pela admissão de esdrúxulo recurso denominado de Embargos Infringentes, manejado pelos corruptos condenados na Ação 470. E, assim, permitiu aos mensaleiros lançarem mão desse instrumento de defesa destinado à protelação do cumprimento de decisões não unânime proferida por tribunais, onde apenas quem pode pagar as caríssimas bancas de advocacia consegue exercer o velho e indisfarçável tráfico de influências.
Mas recentemente, passaram os ministros a encenarem, de forma canastrona e canhestra, uma pretensa divisão na corte suprema, sob o pretexto de conter supostos abusos na Operação Lava Jato, cuja baliza perpassaria pela proibição de conduções coercitivas, de prisões provisórias e de cumprimento de pena após segunda estância para corruptos poderosos como Lula-Temer-Aécio-Cunha-Jucá-Renan-Geddel-Cabral-Dirceu-Odebrecht e outros criminosos confessos do Clube de Empreiteiros que controlavam os sete andares do Departamento de Operações Estruturadas para dilapidar a Petrobras, alcunhado pelo MPF de Departamento da Propina.
Outro passo evidente do STF na cruzada pela manutenção do status quo da corrupção estruturada para enriquecimento pessoal das autoridades políticas e judicias, às custas da pilhagem do dinheiro público, manifestar-se-ia nas recentes decisões monocráticas de seus integrantes, a exemplo de Gilmar Mendes, sorteado reiteradamente relator dos pedidos de Habeas Corpus – à revelia da probabilidade matemática, diga-se de passagem – por estar ele disposto a ser o condutor do tal acordo nacional, como se constata na concessão de liberdade a um sem número de criminosos implicados na Lava Jato e nas frequentes visitas aos recônditos do palácio onde se refugiam notórios investigados.
Deste modo, seguindo a liturgia, os espalhafatosos Hermes modernos, dia a dia, colocam em prática seus estratagemas para assegurar a impunidade de seus iguais. Atentando contra o interesse da população ao vilipendiar a moral e a lei com a soltura sistemática de notórios ladrões, com base em argumentação frágil e desavergonhada, bem como engendrando esforços hercúleos para mudar entendimento sobre prisão em segunda estância, concedendo habeas corpus de ofício, sufocando investigações com proibição de necessárias prisões ou por meio de anulação das provas obtidas de forma legal pelos organismos dispostos a combater as “catilinárias” dos sacripantas que tomaram o poder de assalto no Brasil.
Isto posto, inocente cidadão, se achas ruim o jardim do Eden que é a 2ª turma, “Aspetta il barítono STF” e verás que muitos filhos teus fogem à luta!
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… O STF de Gilmar Mendes.
EDITORIAL – Quando o Barão de Montesquieu apresentou ao mundo O Espírito das leis (1748), asseverou que “as leis escritas ou não, que governam os povos, não são fruto do capricho ou do arbítrio de quem legisla. Ao contrário, decorrem da realidade social e da História concreta própria ao povo considerado. Não existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou menos adequadas a um determinado povo e a uma determinada circunstância de época ou lugar”.
Nessa toada, pretendeu o jurista francês estabelecer certa relação das leis com as rotinas das sociedades, afirmando ser este o verdadeiro espírito das leis.
E assim deveria ser, porque a magistratura se encontrava num grau tão elevado de corrupção que permitir que um julgador extraísse do texto legal a norma seria ato extremamente pernicioso à sociedade, pois o juiz não podia ser senão a “boca da lei”, ou seja, sua tarefa seria apenas dizer o texto legal, não se permitindo que interpretasse uma palavra sequer.
Numa antiga telenovela chamada Mandacaru, o personagem Zebedeu, autointitulado Governador-Imperador do sertão, costumava levar a cabo simulacros de julgamentos de seus desafetos, no qual repetia a cada queixa de injustiça formulada pelos réus que caso não gostassem da lei dele poderiam ser julgados pelos juízes-de-direito-torto-da-capital, pontuando, assim, que o direito aclamado como civilizado era mais iníquo ainda.
Todo esse introito pretende apenas conduzir esta prosa até o nosso Supremo Tribunal Federal, com seus ministros-personagens da tragicomédia que se desenrola na sociedade brasileira, situando os membros do judiciário nacional ora na condição de um Zebedeu, ora no mesmo status quo dos magistrados repudiados por Montesquieu.
Segundo os ínclitos ministros, o STF é tão somente aquela instância que tem o direito de errar por último. Não mais, eu diria. Sem temor de ser injusto, não é desmedido afirmar que a nossa Suprema Corte se transformou numa instância que só erra… Sempre!
E isso porque não é mais uma corte destinada a dizer o direito, embora o grau de iniquidade seja semelhante ao tempo do jurista francês. É uma corte sob a égide indisfarçável de onze Zebedeus, cada um atuando como governador-imperador da teratologia, do arbítrio, fazendo de sua vontade e capricho a Lei.
Pior ainda, é hoje uma corte, cujo maior expoente da atualidade, Gilmar Mendes, não diz ou interpreta a Lei, mas sim, aplica a sua própria Lei, forjada nos arcabouços das alcovas onde grassa a iniquidade.
Isto posto, não temos mais uma corte constitucional, temos o STF de Gilmar Mendes!
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… A reforma eleitoral pífia!
EDITORIAL – Seguindo sua sina de uma regra nova a cada eleição, o parlamento brasileiro aprovou sua reforma, pífia como dantes, sobre os mais relevantes aspectos.
Da proposta de alteração das normas eleitorais que fora apresentada como algo próximo dos anseios do povo brasileiro, pois continha intenções de acabar com a reeleição, o cargo de vice, com coligações esdruxulas, caixa dois, legendas de aluguel e aumentar o protagonismo do cidadão permitindo a candidatura avulsa e instituindo o voto facultativo, restou apenas a certeza de que sem uma consulta direta ao eleitor, através de referendos e plebiscitos, não teremos jamais um sistema eleitoral que respeite a vontade popular e amplie a representatividade dos vários segmentos da sociedade civil nacional.
Reformar o sistema político-eleitoral no Brasil significa romper com a tradição incrustada no seio de nossa sociedade, Pois é comum se acolher o ato de corrupção do eleito como o surgimento da oportunidade de se dar bem que somente os tolos deixariam escapar. Ou negligenciamos a verdade ao consentir que apenas pobres e pretos são capazes de roubar e matar, jamais o filho do doutor que herdou do pai o poder sobre os partidos e os assentos do executivo e do parlamento.
Assim, fica patente que a primeira verdade que temos que encarar numa proposta de alteração do jogo político é que nele não se sabe ao certo, até que ponto nós, incautos eleitores, somos vítimas ou cúmplices. Nem quem queremos ser: se o injustiçado eleitor sempre disposto a ser ludibriado, se permitindo a cada eleição ser vítima de novo estelionato eleitoral ou o afortunado eleito que desfrutará de privilégios e benefícios apelidados de prerrogativas, como auxílios disso e daquilo, boas escolas e bons hospitais, segurança particular e cópia da chave do cofre onde se guarda o produto do árduo trabalho do votante, tomado pelo estado a título de tributos.
E aqui não estou relevando os ardis, os estratagemas de fácil engenharia levados a cabo para ludibriar o eleitor e perpetuar no poder os mesmos sacripantas! Apenas convido o cidadão a percebê-los para não se deixar enganar!
Isto posto, já passou da hora do eleitor dizer que tipo de reforma política ele quer… E o Brasil precisa. E dizer em alto e bom som que a Lei Eleitoral que se presta aos interesses do povo perpassa por voto facultativo, voto distrital simples, campanhas eleitorais a baixo custo, candidaturas avulsas, plebiscitos paras questões complexas, a proibição de deputados assumirem postos no executivo sem a devida renúncia ao mandato, fim do cargo de vice, fim da reeleição no executivo e limite de releição para o parlamento, número razoável de partidos, eleições separadas para o executivo e o parlamento, nesta ordem, fim do suplente de senador, expurgo da figura do marqueteiro, verticalização das campanhas, prévias internas nos partidos, substituição do programa partidário no horário eleitoral por audiências públicas gravadas pela Justiça Eleitoral em regiões distintas do país, do Estado ou do município, com ampla participação do povo e da imprensa discutindo e confeccionando o melhor projeto de gestão para essas esferas de governo e punição severa e banimento político dos condenados por corrupção com o dinheiro público.
Atentai bem, desidioso eleitor de boa-fé, na próxima eleição você poderá substituir 513 deputados federais, muitas centenas de deputados estaduais, 54 senadores, 27 governadores e o manda-chuva geral. Essa é a oportunidade de escolher quem pode fazer a reforma que lhe livrará de pagar R$ 2 bilhões de dinheiro conseguido com a dureza de seu trabalho.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto…Os facínoras que nos roubam mais que a verdade!
EDITORIAL – “Facínoras roubam a verdade”. Estas palavras foram ditas por Michel Temer depois da polícia federal concluir investigações que apontam práticas de diversos crimes por ele e uma súcia alcunhada de quadrilhão, composto pelo Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira Lúcio Funaro e, claro, Rocha Loures, dentre outros assessores especialicimos.
Segundo as investigações da PF, somente Temer teria embolsado trinta e um milhões e meio de reais, somado já o dinheiro da mala flagrado com o Rocha Loures, oriundos da nefasta prática de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, e, evidentemente, locupletação pessoal à custa do erário.
Então, vindo à tona as denúncias, a exemplo de outros implicados em atos de corrupção no país, Temer e os demais apontados como partícipes das condutas criminosas se limitaram a negar as acusações, como é praxe, e entoar o velho mantra de que existe um complô levado a cabo pela PF, MPF, PGR, Justiça Federal, a imprensa Golpista e a ideológica, os tribunais federais de todas as regiões, cidadãos invejosos e toda sorte de bandidos delatores e detratores da boa reputação de honoráveis políticos e empresários, que sempre atuaram na mais estreita observâncias da Lei e no interesse do povo brasileiro.
Só não reclamam do Supremo Tribunal Federal, pois esta corte é reconhecida pelos delinquentes poderosos como casa de leniência e tolerância excessiva com todo tipo de malfeitor que figure na lista de atendimento prioritário das agências bancárias, em decorrência do fácil acesso aos ofres públicos.
E, embora nenhum dos membros desse clube de patifes consiga explicar as malas abarrotadas de dinheiro ou os apartamentos decorado com milhões e milhões de reais, todos se utilizam de tamanha desfaçatez e prepotência ao tentar nos convencer de sua improvável inocência que chegam ao ponto de ameaçarem juízes e procuradores e delegados, numa tentativa de fazer valer o velho tráfico de influências nas cortes superiores de justiça, por meio de violentas investidas contra à Procuradoria-Geral da República, a fim de barrar as investigações.
Isto posto, letárgico contribuinte, o que os facínoras roubam não é só a verdade do país, mas, também, os impostos pagos pelo cidadão. Ou seja o fruto de nosso trabalho árduo, dinheiro pagos a duros sacrifícios aos governos para que tenhamos saúde, educação, segurança e outras necessidades imprescindíveis de nossa rotina. E todos nós sabem quem são os facínoras.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… POLÍCIA X BANDIDO: a Insegurança Pública!
EDITORIAL – O caos em que se transformou a segurança pública no Brasil é sobejamente bem representado pela estatística trágica do Rio de Janeiro. Lá o número de policiais mortos chega à casa das centenas, sendo, pelos dados oficiais, um cidadão da PM assassinado a cada dois dias. Dentre estes, 54 foram alvejados em comunidades (antigas favelas) “pacificadas”.
Em outros estados, a tragédia é a mesma, a exemplo, nesta ordem, de São Paulo e Pernambuco com 22 e 10 policiais mortos. Porém, detendo-nos somente às cifras negras do Rio de Janeiro, temos ainda o expressivo número de 305 policiais feridos, além da incontrolada escalada de crimes contra vida perpetrados contra a população indefesa, tais como homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e homicídios decorrentes de intervenção policial.
Assim, traduzindo em dados estatísticos oficiais, temos então, somente de janeiro a maio de 2017, 2.942 pessoas vítimas desses crimes no estado do Rio de Janeiro, com aumento de 414 mortes, ou seja, 16,4% a mais que 2016. Com larga predominância do crime de homicídio doloso, cuja cifra é de 2.329 vítimas.
Como se pode ver, as tais políticas públicas de segurança do Governo do Estado – ou as em comunhão com o Governo Federal – fracassaram uma a uma devido, em parte, a filosofia dirigente fundada na tese de que Segurança Pública é problema de polícia, cujas premissas são a) Letalidade – bandido bom é bandido morto, b) Domínio Territorial – a presença ostensiva da polícia impõe temor, c) Irrelevância do Cidadão – os moradores das favelas devem ser o terceiro excluído, uma vez que, segundo a mentalidade militar-policialesca, permitir o protagonismo dos comunitários favoreceria à delinquência e não ao resgate e fortalecimento da cidadania.
Deste modo, temos uma guerra declarada da Polícia Militar contra os bandidos, com recorrentes perdas de um lado e de outro, e acentuada baixa na população indefesa, ao invés de uma guerra de todo o Estado contra a criminalidade.
Nesta pantomima, as tragédias são conduzidas pelo mesmo roteiro cômico, anteriormente fracassado, consubstanciado em incursões armadas, violenta e violadora de direitos, de altíssima letalidade contra pessoas, com disparos a esmo de ambas as partes, encenação das Forças Armadas e o saldo conhecido de dezenas de vítimas de balas perdidas. Pois, no fogo contra fogo, não importa quem morre, porque bandido bom é bandido morto!
Adentrando-se as favelas, consagra-se o domínio territorial com uso da PM e do exército, implanta-se UPPs sob a égide de discursos reticentes sobre segurança e dias melhores, para dez anos depois reconhecer-se o retumbante fracasso, sem, contudo, desculparem-se pelas violações denunciadas pela Imprensa Livre, já que somente o terror imposto aos moradores se concretizou com as ocupações mal conduzidas.
Por fim, o desprezo manifesto que as autoridades nutrem pelo povo, cabalmente demonstrado pela irrelevância com que o cidadão é tratado pelo Estado nos projetos de políticas públicas, cujas balizas idealizadas sempre ignoram o potencial decisivo do protagonismo popular em qualquer plano de reestruturação social, como imprescindível se faz, hoje, para resgatar e fortalecer a cidadania dos moradores das favelas, através de um audacioso projeto urbanístico e educacional que atente decisivamente contra o abismo da desigualdade social.
Isto posto, caro leitor cidadão, Segurança Pública não é problema de polícia, é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Por isso, deve ser objeto de eficaz política pública que envolva a pessoa humana, investimento social e repressão inteligente. A morte impera sobre sentimentalidades, ressentimentos e pedidos oficiais de desculpas, não importando se o morto era policial ou bandido!
Por: Adão Lima de Souza.
Isto Posto…Fernando Haddad: o melhor que restou do PT.
Rumores dão conta que Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, tem sido levado em conta pelo próprio Lula como o plano “B” do Partido dos Trabalhadores à campanha presidencial de 2018, principalmente depois do operário-presidente ter sido – em sentença impecável, segundo o presidente do TRF4- condenado por corrupção a nove anos e meio de prisão.
Haddad fez uma gestão elogiável na capital paulista. E não seria desarrazoado atribuir sua derrota em primeiro turno para o midiático João Dória à coragem com que enfrentou a mobilidade urbana, principalmente no ataque direto ao modal rodoviário predominante que representa o carro próprio nesta grande metrópole brasileira.
O ex-prefeito buscou incentivar novas iniciativas com o ciclismo, impor diminuição nas vias principais para reduzir a cifra de acidentes fatais, pouco ou quase nada conseguindo porque não teve o apoio esperado do governo central, durante maior parte de sua gestão comandado pela deposta presidente Dilma Rousseff, cujo governo fora atropelado pela incompetência que lhe era peculiar e a ação da Operação Lava Jato que desnudou os recônditos da corrupção institucionalizada nos treze anos de governo petista e seus inseparáveis aliados do PMDB.
Outro ponto também a se ressaltar no débil sucesso do modelo de gestão implantado pelo Haddad se deve ao fato incontestável de que a eficiência de qualquer modelo de mobilidade urbana nas cidades brasileiras perpassa pela diversidade dos modais de transporte, com investimento maciço no transporte público coletivo, a exemplo de trens de superfície e metrô em quantidade suficiente para a população de uma cidade da envergadura de São Paulo. Pois, sem essas medidas qualquer plano de inibição do transporte individual será entendido tão somente como um ataque a cultura do carro próprio e intervenção nociva à locomoção da chamada classe média que usa o carro rotineiramente para trabalhar.
Isto posto, como o investimento em transporte público coletivo demanda forte alocação de recursos financeiros, somente chefiando o executivo federal um eficaz plano de mobilidade urbana pode ser levado a cabo, e o Fernando Haddad é o gestor capaz de tomar essa iniciativa pelo perfil que possui. Ademais, considerando o fator desagregador no qual o Lula se transformou, dividindo o pais entre os que ainda o ama e aqueles para quem o deleite maior é vê-lo trancafiado num presídio de segurança máxima, o ex-prefeito paulistano é, sem dúvida, o melhor plano do PT, e não apenas o plano “B”.
P.S. na minha modesta opinião é o melhor quadro que temos hoje para presidência.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… O Brasil surreal das autoridades!
De fato o Brasil não é mesmo um país para amadores! A surrealidade dos acontecimentos cotidianos que envolvem a condução dos negócios públicos pelas autoridades neste caricato país só é passível de explicação se se admitir – sem ressalva alguma – a propagada pós-verdade, cujo conceito fora cunhado nas desculpas esfarrapadas da administração Donald Trump, e tem sido amplamente utilizada pelos eminentes suspeitos de corrupção do ministério de Michel Temer.
Tomando-se apenas a história recente do Brasil, cujo marco bem pode ser a eclosão da Operação Lava Jato, levada a cabo pela afamada República de Curitiba, percebemos claramente o quanto são confusos os movimentos desse xadrez político/policialesco que assola a esperança do brasileiro de vir a viver num país minimamente decente.
Já que a cada novo capítulo deste pastelão mexicano, na frenética dança das cadeiras do poder, vilões se alternam no comando do país no afã de se furtarem às canetas pesadas manejadas pelos republicanos juízes criminais a imporem pesadas penas nos figurões antes intocáveis desta terra de ninguém.
Assim, nos anais da república, tivemos recentemente uma presidente legitimamente eleita em sufrágio eleitoral deposta sob a acusação de crimes de responsabilidade e de corrupção julgados por uma assembleia de patifes, implicados num sem número de crimes, porém antes inseparáveis aliados seus, e cujos atos de corrupção de que são autores foram cometidos sob o manto protetor da mandatária de plantão, a apeada presidenta Dilma Rousseff- coração valente, para ser entregue a um farsante protótipo de mordomo de Conde Drácula.
Daí, como resultante das falcatruas de Brasília, temos hoje a convicção de que o Brasil pode ser pitoresco, provinciano, porém, jamais tedioso. Basta atentarmos para a comédia em que se transformou o governo central.
No saldo, temos, até então, um inédito chefe do executivo denunciado por crime comum, debatendo-se para comprar apoio no parlamento a peso de ouro, sucessor de uma enxotada “chefa” às voltas com a inexplicável soma astronômica de milhões de dinheiro aportados na sua estelionatária campanha presidencial, imposta por um ex-presidente, popular e populista, que aguarda a sua primeira sentença condenatória, dentre os muitos processos criminais a que responde.
Por fim, os inexpressivos sociólogo e escritor, cuja leniência das autoridades o poupa de responder pelos crimes perpetrados durante seus governos, por seu partido e esta mesma súcia de canalhas que há muito tomaram de assalto as instâncias governamentais.
Ou seja, até aqui vivemos de sobressalto, todavia, envoltos num roteiro de anedotas. Algumas prontas, outras engraçadas, muitas de mal gosto, mas longe de nós o tédio, não é mesmo?
Isto posto, caro cidadão eternamente cúmplice, ou se exige o mínimo de compostura de quem os governa ou instauramos de uma vez por toda a benfazeja acracia!
PS. Não foi esquecimento, não. É inútil falar do outro Fernando.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto…Até quando tolerar a temeridade dos calhordas?
O Brasil vive há mais de três anos asfixiado por gigantesco esquema de corrupção, no qual estão quase envolvidas todas as agremiações partidárias e, sem pecar por exagero, quase toda classe política.
Prova disso, são as denúncias diárias decorrentes de acordos de delações feitos entre criminosos confessos e a imprescindível Força Tarefa da Operação Lava Jato a abarrotarem o noticiário da manhã até o fim da noite.
Contudo, mesmo com a dezena prisões efetuadas a pedido dos intrépidos delegados e procuradores federais e as condenações resultando em altíssimas penas impostas pelo destemido juiz Sérgio Moro, a súcia de canalhas investidos de mandato eletivo continua a tripudiar da honradez do cidadão brasileiro, pois não teme ao colocar em prática engenhosos estratagemas criminosos para burlar a lei e perpetuar a roubalheira desenfreada.
Para corroborar com o quanto dito, basta lembrar que a poucas semanas atrás pudemos verificar com a delação dos empresários malfeitores da JBS, que a trama denunciada envolvia emissários diretos do atual Presidente Michel Temer, cujo assessor Rocha Loures fora flagrado com uma mala cheia de dinheiro, que segundo os delatores pertence ao comandante-chefe.
Além, é claro, da ação direta do senador afastado Aécio Neves, flagrado nas tratativas para recebimento ilícito de dois milhões a título de propina à custa do erário.
Não bastasse a audácia relatada desses agentes políticos, e de outros a preferir dar continuidade aos seus esquemas criminosos, insistindo no uso de meios defenestráveis para a manutenção dos atos de corrupção, temos cotidianamente a prática de parlamentares suspeitos de crime legislando em causa própria, empenhados fortemente em tornar atípicas condutas criminosas, em aprovar leis a toque de caixa que lhes beneficie – ou a seus pares – através de renúncias fiscais e refinanciamentos de dívidas com o erário, ou, ainda, pela excepcionalidade da Lava Jato, apresentando proposições legislativas destinadas a criminalizar a ação dos agentes da polícias, dos membros do Ministério Público e dos Juízes, cuja constituição os elegeu como responsáveis justamente para combater os atos criminosos de agentes públicos e particulares.
Porém, apesar de avançar das investigações, recentemente tivemos a notícia de que a Presidência da República vem fazendo uso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para bisbilhotar e forjar factoides capazes de constranger altas autoridades judiciárias a quem cabe determinar os rumos da investigação de corrupção que pesa contra o atual mandatário da República, o senhor Michel Temer e seus ministério de notáveis, numa demonstração cabal de que nunca estiveram dispostos ao arrependimento, nem jamais sequer cogitaram a possibilidade de dar um basta nas práticas delituosas.
Isto posto, cabe agora a nós cidadãos comuns perscrutar até que ponto permitirão essas altas autoridades vilipendiadas, que figuras cada vez mais frequentes nos folhetins policiais permaneçam conduzindo os interesses coletivos e delinquindo? Até que ponto permanecerão livres para perverterem a finalidade de instituições públicas a fim de continuarem se beneficiando dos estratagemas de corrupção criados, dos planos nefastos para surrupiar todo o dinheiro do contribuinte, sem que a Lei os alcance?
Enfim, até onde irá a tolerância da população brasileira e das autoridades punitivas com os patifes que nos governam?
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto…Professor Universitário: que ética adotar?
Recentemente a comunidade acadêmica da FACAPE tomou conhecimento de publicação feita no blog de Carlos Britto, onde o Diretório Central Estudantil – DCE e o Diretório Acadêmico do Curso de Direito – DA repudiavam a atitude de determinado professor, através de nota pública, reputada por eles de antiética devido aos comentários maldosos tecidos em grupos de WhatsApp sobre de erros gráficos – e de observância das regras gramaticais – encontrados quando da correção de provas de seus alunos.
O primeiro ponto é definir se o comportamento do referido professor é de fato antiético, uma vez que as maledicências foram externadas em grupos privados da Rede Social WhatsApp. Mas, para isso precisamos entender o que vem a ser Ética. E, primordialmente, qual o comportamento ético esperado de um professor, já que pela diversidade de interações sociais entre indivíduos diversos, a Ética tende a se apresentar múltipla, em conformidade com os interesses em jogo.
Num sentido puramente denotativo, consoante encontrado em qualquer dicionário, temos que Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social, ou seja, o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
Doutro modo, tomando-se o sentido mais acadêmico desta disciplina – aquela à qual estaria atrelado à observância o doutor – poder-se-ia, a priori, dizer como o faz Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), que a ética é resultante da educação da vontade, ou seja, nasceria quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os costumes, como senso moral e consciência moral individual que contribuirá para compreensão do caráter de cada pessoa.
Quer isto dizer, segundo Chauí, que nos cabe fazer avaliações da conduta que empreenderemos, pois responderemos por elas perante os outros.
Por fim, temos que nossas vontades e nossos desejos, de acordo com a Filosofia, não podem ser barcos à deriva, flutuando perdidos no mar e produzindo um caráter de inconstância, porque tornariam a vida social impossível.
Nesta esteira, retornando ao professor, fácil é perceber que o limite ético do seu comportamento é definido pela instituição onde leciona, cuja missão inclui no Regimento Interno, art. 3º[1], como valores institucionais, dentre outros não menos importantes, a ética como norteadora do seu comportamento nas interações com alunos e colegas de trabalho.
Logo, como não observou os valores que permitem nossa vida em comum, nosso caro doutor demonstra não ter ainda educado sua vontade.
Assim sendo, segundo a Ética adotada pela FACAPE, o referido professor, ao invés de menosprezar seus discípulos ao perceber certa deficiência instrutiva deles, demonstrada pelo atropelo às normas gramaticais, bem poderia levar a situação à instâncias internas responsáveis pela avaliação do ensino-aprendizagem, e propor programas destinados ao aprimoramento da escrita dos bacharelandos da instituição, se fosse ele imbuído dessa boa-fé pela leitura do Regimento Interno.
Não o fez, Preferiu tripudiar das falhas dos alunos.
Isto posto, eu mesmo fui aluno do doutor e poderia, agindo sem a devida postura ética, dizer que a maioria dos textos de sua autoria aos quais tive acesso são de uma profunda infantilidade intelectual, mas não direi. Digo apenas que são dignos de um típico doutor brasileiro. E o blog está à disposição para constatarmos isso.
Por: Adão Lima de Souza
[1] Art. 3º. São valores institucionais na AEVSF/FACAPE:
- a) ética – como norteadora do comportamento humano;
- b) pluralidade de ideias – como meio de valorizar pela educação o respeito à liberdade, à conscientização dos valores humanos e a responsabilidade social;
- c) criatividade – como meio de permitir ao ser humano, de forma única e original, Expressar-se e encontrar soluções;
- d) consciência – como fator fundamental na preparação integral do cidadão, estimulando-o à reflexão sobre os valores humanos e sobre seu papel social;
- e) cooperação – como base para a integração de esforços e objetivos, mediante um trabalho conjunto e harmônico;
- f) participação – crença firme de que a democracia é o melhor caminho para uma instituição em que, por sua natureza, a opinião é quase sempre produto da reflexão;
- g) sensibilidade – como dimensão significativa do processo de desenvolvimento do homem.
Isto Posto… A estratégia suicida de Ciro Gomes!
https://youtu.be/XxT42YexPYc
Não é nenhuma surpresa ou exagero afirmar que o Ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) se apresenta nestes tempos de aridez como o quadro político mais preparado intelectualmente para ser presidente do Brasil em 2018, apesar de ter reiteradamente alardeado não ter vontade de ser candidato se o Ex-presidente Lula concorrer à Presidência, o que seria conforme diz no seu peculiar estilo que a candidatura do petista “seria um desserviço” à nação.
Ciro Gomes tentou chegar ao Planalto em 1998, obtendo 11% dos votos, e em 2002, ficando apenas com 12% da votação embora tenha vivido nesta época a campanha mais bem acolhida pelos brasileiros, já que demonstrava musculatura suficiente para avançar ao segundo turno, deixando o “festejado” ministro da saúde José Serra para traz se não fosse, segundo o anedotário político, sua dificuldade de mensurar as palavras, terminando, como se diz, por morrer pela boca, ao chamar um eleitor de “burro” e dizer que a crucial importância de sua então esposa Patrícia Pillar era tão somente dormir com ele.
Deste modo é velho Ciro Gomes. Brilhante político nordestino sempre traído pela íngua afiada. Em constantes conversas em que legitimamente exercita seu direito à crítica mordaz dos atuais atores socais deste país sem rumo, qualificando de “farsante”, o João Doria, de “exibicionista”, o Sergio Moro e de “golpista”, o Michel Temer, o faz com tamanha deselegância que afasta potenciais eleitores, tangendo-os para o Lula e o Bolsonaro devido a completa ausência de liderança no cenário político atual.
Não bastasse isso, ex-ministro Ciro Gomes (PDT) – anunciadíssimo pré-candidato a presidente nas eleições de 2018 – acaba de presentear eleitores e admiradores de peso como o Caetano Veloso, cujo voto no candidato cearense fora antecipado em entrevista, seguindo na contramão de artistas famosos como o Chico Buarque, lulista incorrigível, com a gravação de um vídeo, na última terça-feira, no qual desafia o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a prendê-lo, afirmando que se e isso vier a acontecer, receberá a “turma” de Moro “na bala”.
Nas palavras do Ex-ministro:
“Hoje esse Moro resolveu prender um blogueiro. Ele que mande me prender. Eu vou receber a turma dele na bala”.
Isto posto, caro Ciro Gomes, que mensagem tenta nos passar senão a que nos leva a crer no desacerto da estratégia adotada, uma vez que é inegavelmente suicida?
Por: Adão Lima de Souza.