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“Não estão passando no teste democrático”, diz Haddad

HaddadEx-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) participou, na manhã de hoje, de evento promovido pela Adufepe. Durante a palestra, o petista, que tem sido colocado como um plano B do partido para a Presidência, em 2018, caso o ex-presidente Lula não dispute o cargo, falou sobre democracia, crise e sistemas políticos. Confira trechos:

Democracia

“Não adianta a gente imaginar que somos uma sociedade democrática. Democracia é testada todo dia. Geralmente, quando está tudo bem a democracia não sofre estresse da crise econômica, da intolerância. Quando as coisas estão indo bem, ela parece que funciona. A democracia tem que funcionar quando o estresse está presente. A pergunta que faço é se nesse momento de crise as instituições estão funcionando. As instituições não estão passando no teste democrático”.

Distritão

“Quase não existe em lugar no mundo. Três ou quatro países do mundo. Imagina um Congresso de personalidades. Imagina que vai representar visões de indivíduos. Nenhum desses grupos vai ter a maioria. Qual o grau de desigualdade que estamos dispostos a suportar? Como vamos combater a ignorância? A partir do momento que você passa a eleger pessoas, celebridades, vai para o Congresso quem tem mais voto. Como vai forjar a visão partir da visão das celebridades? Quantos votos vão ser desperdiçados? Quantas opiniões vão ser desperdiçadas a partir daí? Distritão e parlamentarismo estão sendo tratados sem o menor cuidado”.

Bolsonaro x Tirica

“O político quer mais voto a todo custo sem se preocupar com as consequências do que ele está falando para as futuras gerações. A eleição acaba, mas o discurso fica. O discurso eleitoral fica, não acaba com a eleição. Depois voltam a falar de direitos humanos, pauta feminista, questão racial, você vai abrindo espaço para o obscurantismo. O Bolsonaro é resultado dessa linha obscurantista porque ele não é ninguém, o Bolsonaro. Mas é uma figura menor, medíocre mesmo. Foi aberto por outras forças que tinham poder suficiente de produzir essa agenda. O Tiririca tem lado, o Tiririca é um deputado sério, deputado mais propositivo”.

Parlamentarismo

“Considero inconstitucional uma mudança de regime de governo sem sequer um plebiscito, nesse caso específico. Porque a Constituição previa em caso de mudança de regime de governo. Eu não tenho nenhuma dúvida que se trata de um novo casuísmo. Porque estamos vivendo casuísmo atrás de casuísmo. O impeachment de Dilma foi casuísmo. Praticamente forjaram a tese de crime. Se isso fosse aplicado a prefeito e a governado não estava ninguém no cargo. Todo mundo tem uma contabilidade que poder ser questionada. Toda campanha eleitoral no Brasil tem que apresentar contas ao Tribunal Regional Eleitoral, toda prestação de contas de eleição é aprovada com ressalvas. É sempre assim. As contas do Tribunal de Contas são aprovadas assim. Transformaram uma ressalva num crime de responsabilidade. Foi isso que aconteceu. Uma ressalva virou crime e pretexto para afastamento. Já a mala de Rocha Loures, como ela não chegou ao destinatário, o crime não foi consumado”.

Plano B

“Na segunda-feira próxima, cem juízes dos melhores do País, professores universitários das melhores escolas de Direito, escreveram um parecer sobre a sentença condenatória do Lula. Todos criticando a sentença. Cem juízes, voluntários, foi uma coisa que se organizaram num grupo de WhatsApp, indignados com essa sentença, e se mobilizaram e num prazo de um mês fizeram um parecer. Por mais que a gente não goste do Lula, não importa. A gente não está falando de gosto pessoal. Ninguém aqui está falando que você tem que gostar ou não gostar. […] O que eu quero dizer é que você não consegue reunir cem juristas, gente que não recebeu nada e colocou sua própria reputação a serviço de uma causa, não consegue fazer isso voluntariamente se não tiver acontecido. Então, quando eu me recuso a discutir alternativa de Lula é por respeito a pessoa do Lula. Não é nem ao presidente. Para mim, se vai ser ou não vai ser é menos importante nesse momento do que a solidariedade que eu presto a uma pessoa. Eu não quero saber quem é. […] Me parece arbitrário”.

Por: Blog da Folha

Isto Posto…Fernando Haddad: o melhor que restou do PT.

Rumores dão conta que Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, tem sido levado em conta pelo próprio Lula como o plano “B” do Partido dos Trabalhadores à campanha presidencial de 2018, principalmente depois do operário-presidente ter sido – em sentença impecável, segundo o presidente do TRF4-  condenado por corrupção a nove anos e meio de prisão.

Haddad fez uma gestão elogiável na capital paulista. E não seria desarrazoado atribuir sua derrota em primeiro turno para o midiático João Dória à coragem com que enfrentou a mobilidade urbana, principalmente no ataque direto ao modal rodoviário predominante que representa o carro próprio nesta grande metrópole brasileira.

O ex-prefeito buscou incentivar novas iniciativas com o ciclismo, impor diminuição nas vias principais para reduzir a cifra de acidentes fatais, pouco ou quase nada conseguindo porque não teve o apoio esperado do governo central, durante maior parte de sua gestão comandado pela deposta presidente Dilma Rousseff, cujo governo fora atropelado pela incompetência que lhe era peculiar e a ação da Operação Lava Jato que desnudou os recônditos da corrupção institucionalizada nos treze anos de governo petista e seus inseparáveis aliados do PMDB.

Outro ponto também a se ressaltar no débil sucesso do modelo de gestão implantado pelo Haddad se deve ao fato incontestável de que a eficiência de qualquer modelo de mobilidade urbana nas cidades brasileiras perpassa pela diversidade dos modais de transporte, com investimento maciço no transporte público coletivo, a exemplo de trens de superfície e metrô em quantidade suficiente para a população de uma cidade da envergadura de São Paulo. Pois, sem essas medidas qualquer plano de inibição do transporte individual será entendido tão somente como um ataque a cultura do carro próprio e intervenção nociva à locomoção da chamada classe média que usa o carro rotineiramente para trabalhar.

Isto posto, como o investimento em transporte público coletivo demanda forte alocação de recursos financeiros, somente chefiando o executivo federal um eficaz plano de mobilidade urbana pode ser levado a cabo, e o Fernando Haddad é o gestor capaz de tomar essa iniciativa pelo perfil que possui. Ademais, considerando o fator desagregador no qual o Lula se transformou, dividindo o pais entre os que ainda o ama e aqueles para quem o deleite maior é vê-lo trancafiado num presídio de segurança máxima, o ex-prefeito paulistano é, sem dúvida, o melhor plano do PT, e não apenas o plano “B”.

P.S. na minha modesta opinião é o melhor quadro que temos hoje para presidência.

Por: Adão Lima de Souza

Plano B petista: Paulo Câmara vice de Haddad?

paulo-camera1O PT vai aproveitar o giro de Lula pelo Nordeste para realizar atos de filiação em massa ao partido. Em ao menos dois Estados, Pernambuco e Paraíba, o ex-presidente chancelará a ficha de novos militantes. A sigla tenta dar continuidade ao crescimento do número de filiados que ocorreu após a condenação do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro. Apenas entre os dias 12 e 31 de julho, a legenda recebeu 4.836 pedidos de ingresso em suas fileiras. Ao todo, no mês, foram 5.141 pedidos.

Considerado o “plano B” a ser acionado pelo PT caso Lula se torne inelegível, o ex-prefeito Fernando Haddad embarca nesta semana para o Recife. Vai ministrar palestras em universidades do Estado —e também conversar com o governador Paulo Câmara (PSB).

Câmara é citado como possível vice do petista numa eventual corrida pelo Planalto, em 2018.

Os petistas decidiram promover debates temáticos durante a passagem da caravana de Lula por alguns Estados. Em Pernambuco, o foco será o que a sigla chama de “desmonte” da atividade econômica, explorando a paralisação de obras vinculadas à Petrobras.

Haverá também um ato público no parque do Recife que foi batizado com o nome da mãe do ex-presidente Lula, Dona Lindu. Já no Ceará, o mote das mobilizações será o programa Mais Médicos.

Por: Painel – Folha de S.Paulo