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FACAPE: É PRECISO MUDAR A DIREÇÃO DAS COISAS
A construção do conhecimento como um processo dialético se dá pela compreensão e apreensão da realidade em suas múltiplas dimensões, num permanente movimento em que as partes e o todo possuem entre si uma íntima relação, em que o todo se cria a si mesmo na interação das partes.
Isto é assim, pois pretende fazer com que o aluno adquira continuadamente uma visão de totalidade do conhecimento produzido até aqui e, deste modo, seja capaz de compreender o imaginário social a partir do conhecimento sistêmico numa relação transdisciplinar e integradora do processo de ensino-aprendizagem.
Assim sendo, pode o professor ajudá-lo a compreender a complexidade da realidade estrutural e conjuntural da sociedade, e o seu movimento histórico, fazendo-o tomar consciência das reais condições e modo de intervir na realidade a partir da utilização de instrumentos teórico-metodológicos que lhe proporcione ampla atuação na vida profissional.
Portanto, é preciso, para consolidar a mutualidade entre prática e teoria, o aluno buscar, captar a dinâmica que se verifica entre educação e sociedade, mediada pela prática de ensino dos vários atores que compõem a FACAPE, enquanto instituição de ensino voltada à formação profissional, partindo sempre da estreita relação SUJEITO-OBJETO para construir a organicidade da TEORIA-PRÁTICA.
Desse mofo, a verdadeira aprendizagem, a meu ver, ocorrerá pela busca no prazer de ensinar, que na qualidade de professor, aprende-se pela reflexão-ação-reflexão a respeito da própria prática não só individual, mas também, dentro de um movimento, de uma configuração dialógica com seus pares – os alunos – num movimento recíproco que não se reduz a educador/educando, mas, a todos os atores que fazem mover a nossa Faculdade.
Com efeito, esse diálogo pode ocorrer num entendimento a partir de relações mútuas de nosso referencial da palavra, e de atitudes, que embora, sendo a Faculdade como parte de uma totalidade mais ampla, pode funcionar como um laboratório, onde as relações de ensino aprendizagem se desvelam com toda a sua significação, que nas palavras de Paulo Freire, seria afirmar que “o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas”.
Logo, deve ser imbuído desse entendimento que se pode propor um processo ensino-aprendizagem fundado no diálogo, pois é sabido que na relação entre os atores que fazem a universidade – no nosso caso a FACAPE – se complementam, porque uns não podem se sobrepor aos demais, e, sim, cada um assumir a exata consciência do seu papel e das capacidades que possui.
Para Freire, e aí penso que está à importância do diálogo, sem o qual não se efetiva uma reforma qualitativa na nossa Instituição, viver não pode ser a partir de um empreendimento, individualista e solitário, pois “ninguém se conscientiza separadamente dos demais. A consciência se constitui como consciência do mundo”.
Isto implica, para o professor que quer fazer alguma transformação, o dever constante de trocar de papel com seus alunos, desfazendo aos poucos a imagem autoritária que arbitrariamente tornou-se intrínseca a sua prática profissional.
Quanto à FACAPE, este entendimento é perfeitamente possível e oportuno, para o propósito de qualificá-la a partir da sua comunidade dentro do objetivo maior que é oferecer um ensino cada vez mais de melhor qualidade.
Ao chegarem às salas de aula, nossos alunos precisam encontrar em nós professores um aliado que esteja ali não só para ensinar, como também para escutar, renovar suas ideias e aprender com cada deles e, sobretudo, conjuntamente, organizar e dirigir situações do cotidiano escolar, administrar a progressão do conhecimento, enfim, envolvê-los no processo de construção de sua própria educação, sempre trabalhando em equipe.
Com base no que foi dito acima, para uma adequada e cuidadosa compreensão dos problemas gerados na Instituição nesses últimos anos, nosso olhar deve se voltar para o aprimoramento do modelo de gestão, já que as decisões tomadas nos altos escalões repercutem em todo processo de ensino-aprendizagem, elidindo ou implementando certo distanciamento dos atores que movem a FACAPE.
Por fim, imprescindível é que se quebre velhos paradigmas para nos livrarmos de certos modelos superados, buscando sempre o modelo de Gestão Aberta. Aberta no sentido de partilhar de forma efetiva os espaços de tomada de decisões dentro da FACAPE. Pois somente assim, a universidade cumprirá seu papel social de instrumento essencial na formação dos alunos para a cidadania ativa.
Por: Celso Franca, Professor de Sociologia da FACAPE.
LAGOA GRANDE: A Polêmica do transporte Escolar da Rede Estadual de Ensino.
LAGOA GRANDE – Quem já ouviu os ditados populares: “Cada um cuida do seu e Deus cuida de todos” e “Tudo o que é combinado não sai caro?”. Parece que estas máximas não surtem nenhum efeito para o governo do Estado e nem para a equipe que cuida da gestão da secretaria estadual de Educação. Além de não honrar os compromissos financeiros de repasses para a Prefeitura de Lagoa Grande o Governo do Estado cruzou literalmente os braços no que diz respeito aos repasses para os transportes dos alunos da rede estadual para este ano.
Pela lei do PETE – Programa Estadual do Transporte Escolar, a responsabilidade com esta despesa é do Governo do Estado. Só que desde 2013 até hoje a Prefeitura de Lagoa Grande vem arcando com esta responsabilidade. Já são mais de R$ 1 milhão de reais investidos e a prefeitura recebeu em todo este tempo apenas R$ 200 mil reais.
A decisão de devolver para o Governo do Estado, as rotas que envolvem o transporte escolar, se deu devido aos atrasos e dos baixos valores repassados pelo Estado para o pagamento destas linhas que abrangem os alunos da rede estadual (Escolas: Antônio de Amorim Coelho, Dom Hélder Câmara, Josefina Gomes e Santa Maria).
Para o secretário de Educação, Professor Daniel Torres, não há necessidade de polêmica, basta o Governo do Estado cumprir o que diz a lei e o que foi combinado em convênio. “Esta é a pior crise econômica que o país enfrenta e neste momento precisamos dividir as responsabilidades, priorizar o que é a nossa obrigação quanto município que é a educação infantil e ensino fundamental até o 5º ano. O Transporte do Estado custa R$ 97.500 mês e recebemos apenas R$ 21.500. É como se você tivesse que escolher entre seu filho (que é a sua obrigação) e o filho do vizinho, por mais que você goste dele, você escolheria o seu filho ou do vizinho”? Pontuou o secretário.
Por determinação do Prefeito Dhoni Amorim, além de arcar com o transporte da rede municipal de quase 5000 alunos o município também paga, mesmo sem ser sua obrigação, o transporte dos estudantes de cursos técnicos e universitários no “Programa Municipal Caminho da Universidade”, transportando de forma gratuita mais de 500 alunos, nos três turnos, para Universidades, Cursos Técnicos, Profissionalizantes e para estudos de alunos com algum tipo de deficiência o ano todo.
O transporte para o deslocamento de universitários para outras cidades está garantido. “Temos consciência que se formos ficar esperando repasses Federais chegarem para esta atividade eles nunca chegarão. É bom lembrar que, apesar da crise econômica que assola principalmente os municípios, nosso Prefeito se sensibilizou e ampliou a oferta do transporte universitário e gratuito para os três turnos (manhã, tarde e noite), para que os jovens deste município, só tenham que se preocupar em passar no vestibular. Além disso, vamos ampliar ainda mais a oferta deste serviço que é de suma importância para o desenvolvimento de nossa cidade” acrescentou o secretário.
O Prefeito Dhoni Amorim confia que o governador Paulo Câmara e sua equipe buscarão uma forma de honrar este compromisso “Somos parceiros do governador, mas, lamentamos profundamente esta situação. Ainda temos a esperança de que o Estado vai repensar esta atitude e vai buscar as formas de não deixar de atender os nossos alunos da rede estadual de nossa cidade. Coloco-me como mediador e estou do lado das famílias e dos alunos que não podem ser prejudicados” acredita.
Até o fechamento desta matéria o governo do Estado ainda não havia respondido o ofício enviado pela Prefeitura comunicando esta decisão. O ano letivo recomeça no próximo dia 15 de fevereiro.
Por: Sérgio Martins, ASCOM.