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UNESCO: Desigualdade Social influencia decisivamente na aprendizagem da criança

FavelasEstudo da Unesco investigou os fatores que melhoram a qualidade da educação – um dos poucos a fazer esse tipo de análise – e concluiu que “os avanços de aprendizagem se relacionam positivamente com o nível socioeconômico das famílias, o apoio dos pais, o fomento da leitura e a assistência prévia à educação pré-escolar (inicial)”. Ao mesmo tempo, “os estudantes que faltam à escola e que pertencem a grupos indígenas têm menores conquistas acadêmicas”.

“Os sistemas escolares da região se mostram altamente segregados socioeconomicamente, motivo pelo qual são requeridas políticas específicas que impeçam que o sistema educacional reforce esse fenômeno”, escrevem os técnicos no relatório. Eles também fazem uma proposta que pode provocar controvérsia: “É indispensável proibir explicitamente processos de seleção, direta o indireta, nas escolas que recebem recursos públicos”.

Os resultados também melhoram com “o auxílio e pontualidade dos professores, o acesso a cadernos e livros, as boas práticas docentes” e a disponibilidade de materiais e infraestrutura. Pioram, por usa vez, nos “sistemas escolares pouco inclusivos social e economicamente”, e violentos.

O relatório também avalia o impacto dos computadores nas salas de aula. Em quase todos os países foram iniciados nos últimos anos programas para distribuir de modo gratuito laptops aos alunos de escolas primárias e secundárias. Mas a Unesco alerta que “o uso do computador no âmbito escolar tende a interagir negativamente com a aprendizagem, embora se observem algumas exceções conforme o contexto e a frequência de uso”

Para muitas crianças carentes de livros e bibliotecas nas proximidades, o computador se transformou no principal meio de acesso a informação enciclopédica. Esse fator se tornou fundamental na educação. “Sua utilização fora da escola tem uma relação positiva com o desempenho dos alunos”, conclui o informe.

Isto Posto… Prefeito Júlio Lóssio: o que se diz e o que se faz.

JÚLIO LÓSSIOEm artigo de hoje para o blog do Magno Martins, onde costuma deixar registrado aquilo que pensa sobre temas relevantes como cidades, segurança, saúde e educação, o prefeito Júlio Lóssio escreveu que, em que pese ser louvável a discussão travada por muita gente em torno da necessária reforma do Ensino Médio, como se este fosse o grande problema do sistema educacional brasileiro, a grande mazela verdadeira está mesmo é na Educação Básica (Creche, Alfabetização e Ensino Fundamental), que despeja no Ensino Médio alunos “com sérias limitações de conhecimento básico, sobretudo nas disciplinas de Português e Matemática”, razão pela qual pede permissão para discordar daqueles que enxergam o ensino intermediário como maior entrave à conquista do verdadeiro equilíbrio entre os brasileiros, devido à manutenção das enormes diferenças de saber e conhecimento.

Não erra o prefeito ao afirmar que no Ensino Médio surgem os sintomas mais visíveis da grande defasagem do Ensino Básico. Entretanto, eu na minha profunda ignorância, não diria que nessa fase de aprendizagem é que surgem os sinais do notório fracasso educacional desse país. Não é no Ensino Médio que a deficiência instrutória surge. Nesta etapa ela se prolonga e se perpetua. E, inevitável e desgraçadamente, avança as formações subsequentes, deformando os indivíduos em profissionais incompetentes, desonestos e perversos.

No entanto, em que pese a boa intenção do nosso prefeito em conclamar para um desforço nacional, pois precisamos que “todos – Executivo, Legislativo, Judiciário e Sociedade Civil – tratem o caso da Educação do Brasil como a maior de todas as tragédias. Pior que a inflação, pior que a alta de preços, pior que a elevação de câmbio, pior que o desequilíbrio fiscal”, esquece-se este eminente gestor que no Município de Petrolina sua política oficial alveja covardemente a Educação Básica, substituindo escolas formais por alojamento de crianças, aos quais chama ‘carinhosamente’ de “Nova Semente”, e entregando a condução do ensino-aprendizagem desses pequenos cidadãos aos cuidados de pessoas despreparadas, como se tudo que bastasse para esses infantes fosse algumas refeições durante o dia e alguém que insista em fazê-los dormir enquanto o tempo transcorre sem aproveitamento.

Ademais, a chamada educação fundamental – do 1° ao 9º ano –, de responsabilidade dos Municípios, também em Petrolina, sustenta-se nos pilares falaciosos das estatísticas meticulosamente preparadas para tornar crível o que a realidade desmente quando lança sobre os destinos dos alunos egressos desta pseudo-educação básica as defasagens diagnosticadas no ensino Médio pelo insigne gestor ao salientar a deficiência cognitiva alarmante no conhecimento da Matemática e da Língua Portuguesa, como se nada tivesse a ver com essa tragédia.

Talvez, nosso prefeito pudesse atentar com maior veemência para a fábula do beija-flor e fazer sua parte.

Isto posto, que pena a boca não falar daquilo que o coração está cheio.  E quem sabe, os municípios do país do futuro, começassem a educar suas crianças no presente.

Por: Adão Lima de Souza

Leiam o texto completo do prefeito em: http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=2