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A atualidade de Miguel Arraes
Um homem além do seu tempo. O povo brasileiro vai celebrar em 2016 o centenário de nascimento de Miguel Arraes de Alencar (15/12/1916 — 13/08/2005). Arraes foi prefeito da cidade de Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco.
Ainda sem mandato político, Arraes participou, em 1948, ativamente da campanha “O Petróleo é Nosso”, um dos movimentos de opinião pública mais vigorosos da história política brasileira. A repercussão desta enorme mobilização nacional resultou na reformulação da legislação de exploração do petróleo e na fundação da Petrobras, em 1953.
Como prefeito do Recife, criou, em 1960, o Movimento de Cultura Popular – MCP – que serviu de inspiração, em 1961, ao Centro Popular de Cultura – CPC – da União Nacional dos Estudantes – UNE. O revolucionário Método Paulo Freire, que consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador pernambucano, foi acolhido pelo MCP nas gestões de Arraes na Prefeitura do Recife e Governo do Estado.
Em Pernambuco, ainda no seu primeiro governo, em 1963, foi assinado em seu gabinete “O Acordo do Campo”, pioneiro na implantação da justiça na relação trabalhista dos canavieiros com os donos de usinas estendendo o salário mínimo e 13º. Salário para os trabalhadores rurais. Arraes deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às Ligas Camponesas. O diálogo era a marca principal da sua atuação política.
Sua fidelidade ao povo que o elegeu fez com que não aceitasse a sugestão de renúncia proposta pelos militares por ocasião do Golpe de 1964. Preso, foi exilado na Argélia, onde, ao lado da família, viveu por 14 anos. No exílio, Arraes ampliou sua compreensão do mundo através de estudos e convivência com grandes lideranças mundiais como François Mitterrand, Mário Soares, Yasser Arafat, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Márquez, Mário Vargas Llosa, entre outros. Estendeu sua compreensão de diálogo entre os homens para uma visão maior de diálogo entre os povos.
Com a participação de Miguel Arraes e do governo da Argélia, o Grupo dos 77 nas Nações Unidas, uma coalizão de nações em desenvolvimento, que visa promover os interesses econômicos coletivos de seus membros e criar uma maior capacidade de negociação conjunta na Organização das Nações Unidas – ONU – realizou, em 1967, sua primeira reunião importante. Nessa ocasião foi divulgada a “Carta de Argel” que serviu de base para implantação de estruturas institucionais permanentes na relação entre os povos.
Retornou ao Brasil em 1979, quando foi decretada a anistia pelos militares golpistas que estavam sendo pressionados por vários setores da população brasileira. Eleito por mais duas vezes governador de Pernambuco, Miguel Arraes concentrou esforços no desenvolvimento de tecnologia apropriadas para a realização de obras de infraestrutura como abastecimento d’água e eletrificação rural – uma agenda permanente e atualíssima na região Nordeste.
A história de Miguel Arraes será sempre lembrada como a de homem que construiu através do diálogo uma compreensão do ser humano muito além das suas fronteiras territoriais. E que pode ser sintetizada no verso de Carlos Drummond de Andrade, lido na ocasião de sua posse no primeiro mandato de governador de Pernambuco: “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.
O Instituto Miguel Arraes – IMA anunciou, hoje, à imprensa e à população, a programação que celebra o seu centenário, em dezembro.
Viva Arraes, guerreiro do povo brasileiro!
Por Antônio Campos, escritor e advogado, presidente do Conselho Deliberativo do IMA
CONCLUSÃO: A CULPA FOI DOS PILOTOS.
FAB – Oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) divulgaram nesta terça-feira (18) o relatório final da investigação do acidente aéreo que vitimou sete pessoas, entre elas o ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos, em agosto de 2014
Sem apontar um único motivo que causou a queda do avião, o Cenipa apontou quatro fatores que contribuíram para a queda do avião: a atitude dos pilotos, as condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a indisciplina de voo. Também há fatores que podem ter contribuído, mas que não ficaram comprovados, como é o caso de uma eventual fadiga da tripulação – conforme aponta o relatório.
Indisciplina de voo: o Cenipa aponta que, sem motivo conhecido, houve um desvio da aeronave no momento da descida.
Atitude dos pilotos: no momento de aproximação do solo, o fato de os pilotos terem feito um trajeto diferente do programado mostra que eles não aderiram aos procedimentos previstos, o que terminou gerando a necessidade de arremeter.
Condições meteorológicas adversas: segundo o Cenipa, as condições do tempo “estavam próximas dos mínimos de segurança”, mas isso, por si só, não implicava riscos à operação. De acordo com o órgão, os pilotos deveriam ter consultado o boletim meteorológico mais recente, pouco antes da decolagem.
Desorientação: de acordo com o Cenipa, estavam presentes no momento da colisão diversas condições que eram favoráveis a uma desorientação espacial, como redução da visibilidade em função das condições meteorológicas, estresse e aumento da carga de trabalho em função da realização da arremetida, falta de treinamento adequado e uma possível perda da consciência situacional, entre outros.
Os parentes ficaram “inconformados” com a análise do CENIPA.
FAB apresenta relatório final do acidente de Campos
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que irá apresentar, hoje, o relatório final da investigação do acidente com a aeronave PR-AFA, que caiu na cidade de Santos (SP), no dia 13 de agosto de 2014, matando, entre outros passageiros e tripulantes, o ex-governador de Pernambuco e então candidato à presidência da República, Eduardo Campos.
A FAB informou, através de um comunicado oficial, que o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro do ar Dilton José Schuck, o investigador encarregado, tenente-coronel aviador, Raul de Souza, e o investigador do fator operacional, major aviador Carlos Henrique Baldin, receberão a imprensa, às 15h30, para apresentar o relatório final das investigações do acidente com o avião modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA. A coletiva de imprensa, segundo a FAB, será realizada no auditório do Cenipa, localizado na SHIS QI 05, área especial 12 – Lago Sul, em Brasília.
A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no dia 13 de agosto de 2014, às 9h21. Ao chegar no espaço aéreo de Santos, o piloto tentou pousar na Base Aérea, mas, por causa do mau tempo, afirmou não ter visibilidade da pista e arremeteu. Minutos depois o avião com Campos e mais seis pessoas caiu na Rua Vahia de Abreu, perto das avenidas Conselheiro Nébias e Dr. Washington Luís, no bairro Boqueirão, matando todos os passageiros.
Além de Campos, morreram o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), assessor de imprensa de Campos, Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista, Pedro Almeida Valadares Neto, assessor de campanha e ex-deputado federal, e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela Barbosa da Cunha.
Em entrevista, Eduardo Campos promete que só decidirá candidatura em Minas nas convenções.
Em entrevista ao Jornal da Manhã de Uberaba, em Minas Gerais, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) afirmou que a definição entre ter uma candidatura própria no estado só ocorrerá em junho, durante a convenção do partido. Pré-candidato à Presidência da República, Campos havia combinado com o também presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), que um partido apoiaria o outro nos dois estados de origem.
“A gente vai ter que ter um pouco mais de paciência para viver o debate político dentro do PSB e tomar essa decisão até junho. Imaginava que isso pudesse ser resolvido com o diálogo interno, mas o fato é que o diálogo interno aponta que as pessoas querem mais debate e ir até a instância partidária que resolve, que é a convenção”, afirmou.
O rompimento em Minas Gerais pode ser o estopim para que o PSDB decida ter uma candidatura própria em Pernambuco. Nesse sábado (10), o presidente do partido, o deputado federal Bruno Araújo, divulgou uma nota alertando que “pau que dá em Chico, dá em Francisco”. Ele pediu ao deputado estadual Daniel Coelho que fique de sobreaviso para ser candidato da legenda ao Governo de Pernambuco ou ao Senado numa “missão majoritária”.
Em conversa com um Blog, Daniel confirmou o pedido e disse que a prioridade dos tucanos é a conjuntura nacional. “Nós abrimos mão de uma candidatura competitiva aqui em Pernambuco em função de um entendimento de que o PSB faria o mesmo lá em Minas. Se não há esse entendimento, nós passamos a ter a possibilidade de discutir uma candidatura”, disse.
Na última semana, Eduardo Campos e a sua vice na disputa presidencial, a ex-senadora Marina Silva (Rede/PSB), têm tido diversos desentendimentos com Aécio. Tanto o pernambucano como o mineiro ambicionam estar no segundo turno da disputa presidencial contra a petista Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição.
Já em Pernambuco, tucanos e socialistas também trocaram farpas após o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) sugerir que, em um eventual segundo turno, Campos tenderia a apoiar Dilma e não Aécio.