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Colômbia e Farc têm acordo histórico de cessar-fogo
Em uma cerimônia em Havana, o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram nesta quinta-feira um acordo histórico decretando o cessar-fogo definitivo entre as partes e a entrega de armas pelos guerrilheiros. É a primeira vez desde 1984 que ambos os lados acordam uma trégua bilateral, num passo decisivo para a conclusão das negociações de paz que marcarão o fim do mais antigo confronto armado no hemisfério.
O anúncio foi feito pelos delegados dos países mediadores — Cuba e Noruega —, na presença do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, do principal líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, entre outras personalidades.
— Hoje é um dia histórico para o nosso país depois de mais de 50 anos de enfrentamentos, mortes, atentados e dor. Colocamos fim ao conflito armado com as Farc — afirmou Santos. — Chegou a hora de vivermos sem guerra, chegou a hora de sermos um país em paz, um país com esperança. O acordo dará tranquilidade a todos os colombianos. O fim das hostilidades ficará assegurado. Tudo isso será supervisionado por observadores internacionais.
O bom velhinho existe… É o Papa Francisco!
Desde a sua Ascensão, o Papa Francisco I tem se aventurado em jornadas pelo mundo, com o intuito indisfarçável de fortalecer a fé católica, que ao longo das décadas vem perdendo espaço para as igrejas pentecostais, principalmente em redutos, como o Brasil de origem marcadamente influenciada pelas encíclicas editadas pelo vaticano.
Em 2013, inaugurando seu pontificado, o Papa Francisco veio ao Brasil para uma jornada em companhia da juventude, num momento de forte turbulência social, em que milhares de pessoas saiam às ruas todo dia em grandes mobilizações de protestos contra os desmandos da classe política, e principalmente, contra o governo Dilma e sua gastança descontrolada de dinheiro para construir estádios de futebol para a copa, hoje transformados em elefantes brancos. E também a favor de melhorias nos serviços públicos como saúde, segurança, educação, dentre outros.
A chegada de “Chiquinho” ao país causou enorme comoção, ainda mais quando ele disse abertamente que a juventude deveria ser revolucionária, legitimando, com esse gesto, a atitude das pessoas que iam para rua protestar sob a ameaça cotidiana e certa da fortíssima repressão policial, disparando contra multidões desarmadas e promovendo pancadarias e desaparecimento de pessoas de comunidades pobres, como o famoso caso do pedreiro Amarildo.
A visita do Papa foi um sucesso no Brasil. Porém não fora a única. Outras houveram em países da América do Sul. Recentemente se descobriu o papel decisivo que tivera nosso emissário latino-americano dos assuntos sacrossantos na reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos, arrefecendo a atitude hostil do estado anglo-saxão ao impor, por cinquenta anos, um bloqueio econômico covarde e cruel contra o povo caribenho da ilha.
Agora vemos, como desdobramento da campanha de paz promovida por Jorge Mario Bergoglio, a irredutível americanizada e capitalista Colômbia estender a mão para o líder guerrilheiro socialista das FARC, como promessa de retomarem as negociações do processo de paz conduzido pelo chefe de estado cubano Raul Castro. Não bastasse isso, o “bom velhinho” surpreende o mundo mais uma vez ao discursar, num tom de admoestação, contra a pena de morte no mundo, ali diante do Congresso dos Estados Unidos da América, fazendo corar alguns homens de gelo do império capitalista.
Atento a isso tudo, só me resta dizer que o “bom velhinho” existe. Ele é o Papa Francisco I, passional e de sangue quente como somos nós os latinos.
Por: Adão Lima de Souza.
Só Cuba atinge objetivos globais de educação na América Latina, diz Unesco
Cuba é o único país da América Latina e Caribe a alcançar todos os objetivos mensuráveis de educação. É o que aponta o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2015, da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O documento se baseia no marco de ação proposto, em 2000, no Fórum Mundial de Educação em Dakar. Lá, governos de 164 países se comprometeram com objetivos como cuidados na primeira infância, educação primária universal, alfabetização de adultos e paridade e igualdade de gênero. O desempenho dessas nações foi monitorado quase anualmente.
Apenas metade dos países do mundo e da América Latina alcançou o objetivo de acesso universal à educação primária. Equador, Chile, Peru e México foram os únicos da região a passarem a taxa de 80% das crianças matriculadas na educação pré-primária.
Segundo o relatório, o Brasil só conseguiu cumprir duas das seis metas da Unesco na área de educação. O Ministério da Educação diz que não concorda com a metodologia usada no relatório da Unesco. Foi o único país da América Latina a discordar. Entre os compromissos não cumpridos estão a redução do número de adultos analfabetos e a melhoria da qualidade de ensino.
O documento estipula ainda objetivos até 2030. Entre eles, estão a universalização da educação pré-primária, primária e do primeiro nível da educação secundária e expansão da aprendizagem de adultos.
Fidel Castro diz aprovar aproximação, mas não confia nos Estados Unidos
Fidel Castro não confia na política dos Estados Unidos, mas tampouco rejeita a aproximação entre Havana e Washington. A declaração foi feita em carta difundida pelo Governo cubano na noite de segunda-feira, na qual, um mês e uma semana depois do fato, é divulgada pela primeira vez a opinião do líder octogenário sobre o restabelecimento das relações diplomáticas anunciado pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama em 17 de dezembro.
“Não confio na política dos Estados Unidos nem troquei uma palavra com eles, mas isso não significa de maneira alguma que eu rechace uma solução pacífica aos conflitos ou perigos de guerra”, diz a “mensagem de Fidel Castro” dirigida aos estudantes e difundida na noite de segunda-feira pelos veículos de comunicação oficiais. “Qualquer solução pacífica e negociada aos problemas entre os Estados Unidos e os povos ou qualquer povo da América Latina, que não implique na força ou no uso da força, deverá ser tratada de acordo com os princípios e normas internacionais. Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo, e, entre eles, os de nossos adversários políticos”, prossegue a carta.
Sobre a atuação de seu irmão Raúl Castro nas negociações com a Casa Branca, o texto assinala: “O Presidente de Cuba deu os passos pertinentes, segundo suas prerrogativas e os poderes que lhe concedem a Assembleia Nacional e o Partido Comunista de Cuba”.
A opinião de Fidel Castro sobre o início do processo de normalização das relações com os Estados Unidos ocupa os dois últimos parágrafos de uma carta de duas páginas, com referências autobiográficas e reflexões sobre a história política universal e cubana. Dirigida à Federação Estudantil Universitária, a carta tem a data de 26 de janeiro de 2015, às 12h35 pelo horário cubano.
Desde que seu estado de saúde o obrigou a ceder o poder a Raúl, em 2006, Fidel Castro passou a escrever longas “reflexões” para opinar sobre questões da atualidade cubana e internacional que considera importantes. Essas notas e as fotografias que a mídia oficial costuma difundir periodicamente se converteram em uma espécie de prova de vida do comandante.
O último desses textos, que fala das contribuições que a China pode fazer ao desenvolvimento econômico da região, foi publicado no jornal Granma em 22 de fevereiro de 2014, junto com uma imagem de Fidel Castro trocando um aperto de mãos com o presidente chinês Xi Jinping, em visita a Havana na época. A última vez em que Fidel foi visto em público e em movimento foi em 8 de janeiro do ano passado, na inauguração de uma exposição de arte em Havana.
Fonte: EL País