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Trump também tem seu Mandetta
Principal epidemiologista dos EUA, Anthony Fauci frequentemente diverge do presidente, corrigindo-o publicamente sobre as diretrizes da pandemia do coronavírus, e e ganha apoios dos americanos.
Invariavelmente as entrevistas diárias da Força-Tarefa do Coronavírus acabam em embate entre o presidente Donald Trump e Anthony Fauci — o respeitado diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e principal especialista do assunto na Casa Branca. Ambos divergem publicamente sobre o modus operandi de enfrentar a pandemia, o pior pesadelo do presidente americano em ano eleitoral.
Aos 79 anos, com credenciais asseguradas pelo trabalho com seis presidentes americanos, Fauci sempre leva a melhor. Nos últimos dias, a hidroxicloroquina, se colocou entre os dois. O presidente insiste em introduzir o medicamento contra a malária no tratamento da Covid-19, apesar de não ter eficácia comprovada. Como médico, Fauci resiste e não esconde o desagrado. Está criado mais um impasse público.
Com paciência equivalente à de um monge budista, Fauci frequentemente entra em ação para desmentir o presidente. A cada divergência, especula-se que ele será demitido.
Mas quem ousa? Há 36 anos na Casa Branca, o epidemiologista foi consultor de Ronald Reagan, George Bush (pai), Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama. Tem prática com pandemias e surtos, enfrentou Sars, Mers e Ebola.
O novo coronavírus, que vitimou 10 mil americanos e confinou 97% do país em casa, tornou-se seu maior desafio e, ao mesmo tempo, alçou-o ao posto de celebridade. Não é à toa que recebeu do jornal “The New York Times” o apelido de “explicador em chefe” dos EUA. Dele, espera-se a lucidez e a coragem para enfrentar o impaciente presidente. A vacina, por exemplo, não chegará no tempo desejado por Trump.
Trump quis reabrir a economia e chegou a anunciar a retomada das atividades na Páscoa. Fauci discordou e persistiu no mantra fique-em-casa-e-pratique-o-distanciamento-social para mitigar os efeitos da Covid-19. O presidente capitulou e a contragosto estendeu a quarentena até dia 30.
Entre um cientista preso aos fatos e um presidente apegado à intuição, os americanos preferem obedecer às diretrizes do primeiro: a única forma de abreviar o trágico pesadelo que enreda todo o planeta é permanecer em casa, a despeito da paralisação da economia. Qualquer paralelo entre a tensão instalada entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Luiz Henrique Mandetta não é mera coincidência.
Fonte: Portal G1
SE BULA- EM TEMPO DE “CORONA VIRUS”
Nas ultimas publicações sobre a atividade física e saúde feita aqui na pagina do SE BULA ficou evidenciada a importância da atividade física à saúde e que iniciar um programa ANTISEDENTARISMO seria uma forma saudável a qualquer individuo.
A atividade física associada a outros comportamentos como a alimentação saudável e sono contribui para a melhoria do nosso sistema imunológico, dessa forma é que, faz-se imprescindível, nesses dias de crise epidemiológica, que seja adotado um comportamento isolado, porem não sedentário, pois, é também, possível atividades físicas em casa.
Alguns exercícios de resistência muscular são totalmente indicados, pois garantem o efetivo estimulo de grupos musculares importantes no dia a dia, tais exercícios como: apoio de frente, abdominais variados e se houver um local apropriado subidas na barra também são de grande valia.
Não é objetivo, desta publicação, esgotar as possibilidades com exemplos de atividades físicas, mas de demonstrar que mesmo em casa nossa responsabilidade da ativação corporal em busca de uma melhor imunização do nosso sistema fisiológico é possível e recomendada, já que não é conhecido por qual período estaremos com orientação de confinamento.
Vale lembrar que similar aos programas utilizados em academias as “séries” devem ser definidas e contínuas visando logicamente exercitar o componente da Aptidão Física que desejas, desde FORÇA; FLEXIBILIDADE; RESISTENCIA; RITMO ou outros. O exercício adotado deve ser seguro e numa sobrecarga suportável, valendo lembrar que sua criatividade para, talvez, criar seus próprios movimentos corporais guiará o nível de intensidade da atividade escolhida.
A ciência determina que o exercício de intensidade moderada, praticado regularmente, melhora a capacidade de resposta do sistema imunológico assim contribuindo com o objetivo de melhoria da qualidade de vida, portanto séries variadas desses exercícios supracitados.
A prática dos tipos de atividade e com sua intensidade moderada da maneira abordada quando em relação sistema serve para proteger o corpo de ataques externos, logicamente não é VACINA, mas de grande importância como fator de proteção.
Entender que as atividades físicas são importantes corresponde a perceber que, momentaneamente uma mudança comportamental é exigida, com isso os objetivos estéticos ficam menos favorecidos em favor da qualidade de vida, e em parceria a ela outros hábitos exigem seu cumprimento de maneira consciente tais como a alimentação e sono.
A adesão a um programa dessa natureza, feito em casa, é uma proposição de luta contra o sedentarismo e manutenção da saúde, nesse caminho instantâneo não é diretamente o aspecto físico/estético, mas nossa obrigação de combater essa PANDEMIA que assusta e assola o mundo.
A atividade física diária contribui a defesa do sistema imune, pois a prática de exercícios faz com que o sangue circule mais. Assim, os anticorpos e glóbulos brancos se deslocam por todas as partes do seu corpo mais rapidamente, de modo que eles possam detectar as fraquezas mais rapidamente.
Com a alteração da frequência cardíaca em virtude da realização dessas atividades físicas desencadeiam a liberação de hormônios que “alertam” as células imunes de agentes causadores de doenças, portanto a intensidade da atividade deve ser moderada. ALERTANDO assim que, exercícios de alta intensidade nesse momento não são recomendados, pois agem de forma contraria reduzindo nossas defesas, pois o estresse é aumentado demasiadamente.
Assim, mesmo em casa, faça sua atividade física lembrando que seu organismo foi feito para se movimentar, ative-se, mova-se mexa-se… SE BULA! AFINAL, HOJE É SEGUNDA FEIRA.
Por: Cícero Atila Martins Santos, Professor Especialista em Educação Física.
ISTO É: O drama da civilização
Vivemos uma experiência inacreditável, uma situação de guerra contra um inimigo invisível, uma peste de proporções alarmantes — e mergulhamos num cenário desconhecido e apocalíptico. Desde a Segunda Guerra Mundial, como destacaram duas lideranças globais na quarta-feira 18, o presidente americano, Donald Trump, e a primeira ministra da Alemanha, Ângela Merkel, o planeta não enfrentava um desafio tão grande. E não há soluções a curto prazo. A recomendação universal é se isolar, sozinho ou com a família e manter a calma para minimizar os danos sociais. Enquanto o coronavírus se espalha por todos os continentes e já chega ao interior mais longínquo, resta ao cidadão comum se recolher para não se contaminar ou infectar o próximo.
Centenas de milhões de pessoas estão parando de trabalhar e de ir à escola. Países fecham fronteiras, cidades ficam sob o domínio do medo e a população se sente desprotegida. Ainda não há vacinas e nem remédios eficazes e a medida fundamental de contenção da doença é o isolamento social, que vai durar o tempo que os governos quiserem. Até a última quinta-feira foram registrados 235.404 mil casos da doença em todo o mundo e 9.785 mortes, segundo dados compilados pela Johns Hopkins University. Mais de 500 pessoas estão morrendo diariamente, principalmente na Itália, na Espanha e no Irã. Na Itália, quarta-feira, foi batido o recorde de mortes em um só dia, 475. Nem na China, origem da doença, se alcançou essa terrível marca. Caminhões do Exército italiano estão cruzando o país para transportar corpos de vítimas para a cremação. “A única saída para conter a Covid-19 é restringir a circulação de pessoas e parar a sociedade”, diz o médico infectologista Fábio Gaudenzi. “Quando se tem um vírus transmitido por indivíduos assintomáticos é virtualmente impossível conter a doença”. Autoridades italianas determinaram que quem sair de casa sem um motivo essencial será processado por epidemia culposa, com penas de até 12 anos de prisão. No Brasil, onde foi decretado estado de calamidade pública por causa dos efeitos devastadores da doença, os últimos dados do Ministério da Saúde confirmam 534 casos e seis mortes, quatro em São Paulo e duas no Rio. O total se suspeitos de contágio já chega a 11.278 pessoas. Nas próximas semanas esses números crescerão exponencialmente.
Além do isolamento, outra iniciativa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que já se provou eficaz, é a realização de testes clínicos para o maior número de pessoas. “A mensagem central é: testar, testar e testar”, disse Maria Van Kerkhove, médica do programa de emergência sanitária da entidade. “Você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado”. A orientação da OMS surpreendeu o governo brasileiro, que por falta de kits de testes de biologia molecular vem diagnosticando apenas os casos mais graves e com necessidade de internação, além de profissionais de saúde e pacientes do grupo de risco. Mas uma pesquisa realizada por cientistas chineses e americanos mostrou que são os infectados assintomáticos e não identificados que aceleraram a proliferação de casos na China e estão matando a população italiana. Por outro lado, na Coréia do Sul, graças a ampliação dos testes, houve uma importante contenção no número de mortos. Os testes biológicos são feitos em laboratórios e hospitais e exigem equipamentos, reagentes e pessoas treinadas. Há um gargalo no Brasil por falta de testes e os diagnósticos estão demorando até uma semana. Os laboratórios públicos, como a Fiocruz, aumentaram a produção de testes e estão treinando seus servidores para realizá-los. Mas há um atraso nessas providências.
AUMENTO DA LETALIDADE
Enquanto na Ásia houve um crescimento paulatino no número de casos desde o início de janeiro, no Ocidente está havendo uma evolução explosiva da doença. Houve demora na reação das autoridades italianas, como também na Espanha e no Brasil e a letalidade da Covid-19 cresceu de maneira assustadora. Na China esse índice ficou em torno de 2%, mas na Itália já supera os 7%, por conta de uma grande população idosa. A gravidade da situação estaria levando o país a um dilema civilizacional. O jornal britânico The Telegraph divulgou um documento preparado pelo Departamento de Defesa Civil de Piemonte em que se considera a possibilidade de negar o atendimento médico em UTIs para pacientes com mais de 80 anos que apresentem más condições de saúde. Um médico ouvido pelo jornal disse que “quem vive e quem morre é decidido pela idade e pelas condições de saúde do paciente. É assim que ocorre em uma guerra”. Na última quarta-feira, a Europa superou a Ásia em número de mortes provocadas pelo coronavírus. Enquanto o continente europeu somava 3.421 mortes, os países asiáticos somavam 3.384. Só na Itália, que se tornou o principal foco da doença e contabiliza 41.035 infectados, havia 3.405 mortes – na China foram 3.130 até agora.
No mundo inteiro, escolas e universidades suspenderam as aulas, empresas liberam funcionários do trabalho e museus e outros equipamentos culturais fecham suas portas. Eventos esportivos foram suspensos ou cancelados em todo o mundo. A Liga Europeia de futebol foi interrompida, assim como os campeonatos nacionais europeus. Na América do Sul foram adiadas a eliminatória da Copa, a Taça Libertadores e os campeonatos nacionais. O santuário de Lourdes, na França, fechou pela primeira vez por causa do coronavírus. O mundo vive uma distopia, uma situação de desespero e privação que pode se prolongar por muitos meses e mudar definitivamente hábitos e costumes. Continuarão circulando informações, mas o movimento de pessoas e mercadorias será cada vez menor nos próximos meses e demorará a se normalizar. As barreiras sanitárias entre o países serão enormes. Blocos comerciais viraram letra morta de uma hora para outra por questões de saúde. No Brasil, até quinta-feira, a decisão de fechar as fronteiras não havia sido tomada, embora outros países sul-americanos tenham adotado a medida.
No mundo inteiro, escolas e universidades suspenderam as aulas, empresas liberam funcionários do trabalho e museus e outros equipamentos culturais fecham suas portas. Eventos esportivos foram suspensos ou cancelados em todo o mundo. A Liga Europeia de futebol foi interrompida, assim como os campeonatos nacionais europeus. Na América do Sul foram adiadas a eliminatória da Copa, a Taça Libertadores e os campeonatos nacionais. O santuário de Lourdes, na França, fechou pela primeira vez por causa do coronavírus. O mundo vive uma distopia, uma situação de desespero e privação que pode se prolongar por muitos meses e mudar definitivamente hábitos e costumes. Continuarão circulando informações, mas o movimento de pessoas e mercadorias será cada vez menor nos próximos meses e demorará a se normalizar. As barreiras sanitárias entre o países serão enormes. Blocos comerciais viraram letra morta de uma hora para outra por questões de saúde. No Brasil, até quinta-feira, a decisão de fechar as fronteiras não havia sido tomada, embora outros países sul-americanos tenham adotado a medida.
A Comissão Europeia anunciou que estrangeiros não poderão entrar em 31 países do continente por pelo menos 30 dias. “A batalha será dura e longa e vai precisar da ajuda de cada um. Cada cidadão, individualmente, deve obedecer as restrições de seus países para que consigamos vencer a crise”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Em cinco países – Itália, Espanha, Eslóvaquia, Áustria e Lituânia –, foi estabelecida a quarentena total, ou seja, as pessoas só devem sair de casa por motivos essenciais. Junto com o vírus uma nova ordem planetária se impõe e se descortina um futuro sombrio em que a vida se torna ainda mais incerta e perigosa. Há um drama civilizacional que se desenvolve como tragédia. A globalização, que deu o tom das relações internacionais nas últimas décadas, está em franco retrocesso.
A ESPERANÇA DA VACINA
Vários países já estão tratando a crise como um esforço de guerra. O presidente francês Emmanuel Macron instituiu uma quarentena de 15 dias para que a França possa combater o coronavírus. “Nós estamos em guerra contra um inimigo invisível”, repetiu várias vezes Macron. “Quem desobedecer as orientações poderá ser punido”. O primeiro-ministro inglês Boris Jonhson também falou em guerra. Os Estados Unidos, que têm infectados em 50 estados, fechou a fronteira com o Canadá. Em artigo para a revista Time, o filósofo e historiador israelense Yuval Noah Harari, diante do movimento antiglobalista que acompanha o combate ao vírus, diz que “o verdadeiro antídoto para a epidemia não é a segregação, mas a cooperação”.“Embora a quarentena de curto prazo seja essencial para interromper a epidemia, o isolacionismo de longo prazo levará ao colapso econômico sem oferecer nenhuma proteção real contra doenças infecciosas”.
O caso de maior sucesso no combate ao coronavírus e que deve ser observado com atenção é o da Coreia do Sul, onde a doença chegou no dia 20 de janeiro e o índice de letalidade é inferior a 1%, o mais baixo entre os países afetados. Lá, houve mais de oito mil infectados e 75 mortes até o dia 16 de março. A explicação que é dada para o êxito na contenção do vírus é a aplicação de testes para a população assintomática. A Coreia do Sul orientou seu sistema de saúde a se concentrar no diagnóstico da Covid-19 nos habitantes das áreas mais críticas. Qualquer pessoas que tivesse tido algum contato direto com casos confirmados passou pelo teste. Agentes de saúde passaram a monitorar a expansão do vírus visitando a casa de pacientes com suspeitas de contagio para impedir sua proliferação. Cerca de 15 mil testes tem sido realizados diariamente na Coreia. No Brasil, eles não passam de mil por dia.
Apesar das dificuldades iniciais, pesquisadores correm contra o tempo em busca de uma vacina para a Covid-19. China, Estados Unidos e Alemanha estão na frente nessa corrida e há cerca de 20 grupos dedicados a encontrar uma imunização contra a doença. A China desenvolveu seu primeiro protótipo e o Ministério de Defesa anunciou, terça-feira 17, que o país está pronto para iniciar os ensaios clínicos em seres humanos. Voluntários entre 18 e 60 anos estão sendo chamados para testar a vacina.
Os Estados Unidos, que iniciaram a primeira fase dos seus ensaios clínicos um dia antes do anúncio chinês, também perseguem uma solução rápida, eficaz e segura. Trump considera indispensável a descoberta de uma vacina antes das eleições para aumentar suas chances de vitória. No início da semana, ele se reuniu com executivos da indústria farmacêutica para cobrar o alcance desse objetivo. O problema da vacina, porém, não termina com a descoberta. É necessário produzi-la em larga escala e distribui-la para milhões de pessoas. Nenhum governo acredita que isso pode acontecer em menos de doze meses.
Outra notícia promissora vem do Japão, onde um medicamento chamado favipiravir, também conhecido por Avigan, foi recomendado por autoridades sanitárias chinesas porque acelera a recuperação de infectados. O remédio, desenvolvido por uma subsidiária da Fujifilm e usado para o tratamento de novas cepas de Influenza, demonstrou resultados encorajadores em um ensaio clínico feito com 340 pacientes. Aqueles que receberam o favipiravir ficaram negativos para o vírus depois de uma média de quatro dias após se tornarem positivos, enquanto os que não usaram a droga precisaram de uma média de onze dias para se recuperar. Outro medicamento, a hidroxicloroquina, droga que regula o sistema imunológico diante de infecções, foi aprovada pela Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, para tratamento da Covid-19. A hidroxicloroquina é vendida nas farmácias brasileiras. Começa a aparecer uma luz no fim do túnel. Vacinas e remédios podem ser o antídoto para a pandemia. Mas isso não virá tão cedo e o que nos resta, por enquanto, se quisermos colaborar com a sociedade, é o isolamento. Neste momento, condutas individuais podem ser mais importantes para conter a peste do que ações do governo.
Por: Vicente Vilardaga