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A escalada da Violência na Cidade Maravilhosa
RIO DE JANEIRO – Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), os homicídios dolosos aumentaram 22%, passando de 1.197 entre janeiro e março de 2013 a 1.459 no mesmo período deste ano. A polícia também matou mais. Os denominados autos de resistência (quando os agentes matam em defesa própria) dispararam em 59%, pulando de 96 mortes em 2013 para 153 em 2014. Os roubos a pedestres também aumentaram em 45% no primeiro trimestre (13.822 em 2013 e 20.152 em 2014).
Diante da publicação dessas alarmantes estatísticas sobre o crime, a quase 40 dias do início do Mundial, Governo do Rio, em uma decisão que se contradiz com o mantra pronunciado até agora de que os esforços para garantir a segurança representam um patrimônio duradouro para a cidade, e não apenas mais uma medida ocasional para controlar a violência durante o mês da Copa, determinou o envio às ruas de toda a sua equipe policial a partir desta segunda-feira.
Um contingente adicional de dois mil policiais já estava previsto para o início do evento, mas o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, decidiu adiantar a medida com o propósito de mandar uma mensagem de confiança ao mundo todo.
Durante as últimas semanas, várias favelas foram palco do conflito armado entre policiais militares e traficantes que, em alguns casos, culminaram com vítimas fatais.
Os vizinhos destas periferias, fartos de serem tratados como cidadãos de segunda classe e descrentes do denominado processo pacificador, parecem ter herdado o espírito contestador das mobilizações do ano passado e hoje protagonizam os principais protestos registrados na cidade, manifestando-se contra a violência policial que costuma cobrar vidas de forma injustificada.
Os agentes não terão dias de folga e receberão horas extras para evitar o descontentamento da tropa ou a possibilidade de que surjam movimentos grevistas durante os próximos dois meses.
Por: Adão Lima de Souza Fonte: El País.STF julgará nesta quarta ação contra Lei Geral da Copa
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta quarta-feira (7) o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona benefícios concedidos à Fifa previstos na Lei Geral da Copa (LGC).
Apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a ação questiona ainda o pagamento de prêmios com verba pública para ex-jogadores da seleção brasileira que atuaram em 1958, 1962 e 1970.
Em junho do ano passado, a PGR pediu a concessão de medida cautelar para suspender três artigos da LGC: o que prevê que a União assumirá os efeitos da responsabilidade civil de danos relacionados à Copa das Confederações de 2013 e à Copa do Mundo de 2014 (artigo 23); o que autoriza o pagamento de prêmios e auxílios a ex-jogadores (artigos 37 a 43); e o que isenta a Fifa de pagar gastos com processos, honorários periciais e despesas judiciais (artigo 53).
Para a PGR, a União não pode se responsabilizar civilmente por atos da Fifa porque isso contraria a Constituição. Na época, o relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, preferiu levar a ação para julgamento no plenário.
Geração vencedora x Seleção com história
Fala galera! A Copa do Mundo está se aproximando e junto com ela surgem os favoritos ao título. Brasil, Itália e Alemanha sempre aparecem nessa lista, independente da fase em que as seleções ocupam. Fora essas três, qualquer outra seleção, e nisso incluo a Argentina também, só entraria nessa lista com uma geração vencedora.
Na história das Copas, desde 1930, existem as gerações vencedoras. Alguns exemplos recentes estão na França de Zidane e na Espanha de Xavi e Iniesta. Também podemos falar da Argentina de Maradona, da Holanda de Cruijff, da Hungria de Puskas…
Mas afinal, o que são essas gerações?
Simples, são equipes que fazem muito sucesso durante um determinado período de tempo, e conforme esses craques vão se aposentando, a equipe “volta ao normal”.
A França teve uma ótima fase entre 80 e 86, com Platini, Tigana e Giresse. Depois disso sumiu do mapa, ficou fora das Copas de 90 e 94, voltando a jogar apenas em 98, em casa, e foi assim que surgia uma nova geração vencedora sob a batuta de Zidane, Desailly, Henry e Trezeguet.
A Argentina venceu o Mundial de 78, em casa, mas antes disso, em 10 edições da Copa, apenas na primeira, em 1930, conseguiu chegar até a final do torneio. Em 4 ocasiões os argentinos não se classificaram nem para o Mundial, em outras 3 foram eliminados na 1ª fase. De 93 pra cá, depois do título da Copa América, a seleção principal não venceu mais nada, o melhor resultado em Copas aconteceu em 2010, quando terminou na 5ª colocação, eliminada nas quartas de final. Pra quem aposta em Messi e cia pra 2014, melhor repensar essa possibilidade.
Na contrapartida dessas gerações vencedoras aparecem as três seleções com história: Brasil, Alemanha e Itália.
Em 19 edições da Copa, o Brasil participou de todas, vencendo 5 e chegando ao menos na semifinal em 10 oportunidades. A Alemanha venceu 3 e chegou em 12 semifinais, em 17 edições que participou. Já a Itália ganhou 4 de 17, chegando a 7 semifinais.
Diante disso tudo, fica claro que de favoritas mesmo, a Copa do Mundo só conta com três. O resto, se chegar ao título, não passará de uma geração vencedora.
Fui!
Postado por Luiz Paulo Knop http://www.resenhaesportiva.comCrônica de uma morte no cotidiano da pacificação genocida
RIO DE JANEIRO – A sequência começa em um dia qualquer na praia de Copacabana. O bailarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26 anos, conhecido como DG, joga futebol tranquilamente com um grupo de amigos. Quando acaba a partida, começa o caminho a favela de Pavão-Pavãozinho, encravada em uma colina do bairro mais turístico do Rio de Janeiro.
O jovem, mulato e forte, caminha pelos becos íngremes do subúrbio cumprimentando os vizinhos. Nota-se sua popularidade na comunidade. Recebe fruta de um vendedor ambulante e ajuda uma senhora a carregar suas sacolas de compra. Um pastor evangélico lhe dá sua benção sob um sol atroz.
E lá vai Douglas, bamboleando feliz pelas ruas, brincando e batendo nas mãos de conhecidos quando, de repente, escutam-se os tiros e em um beco deserto aparecem três policiais militares fora de si. O acurralam, o socam e chutam. Douglas, com voz entrecortada e olhos de pânico, pede misericórdia e tenta esclarecer sem êxito que é “um trabalhador”.
Então é quando o agarram pelos cabelos e, sem lhe dar a mínima oportunidade de se defender, lhe descarregam um tiro na cabeça. Pelas costas. Douglas estira-se agora no solo, sem vida, enquanto os agentes entram em estado de histeria frente a evidência de que este “auto de resistência” (licença da polícia para matar em defesa própria” será muito difícil de justificar.
Isto tudo poderia não passar de um roteiro de cinema, como o curta-metragem que DG protagonizou um ano antes de morrer na mesma favela. Porém, tirando alguns detalhes, como o lugar exato da execução, o número de policiais ou a velocidade do ocorrido, o restante mostra as agruras de um povo pobre e indefeso sendo exterminado pela truculência do Estado.
Uma violência policial fora do controle, batizada de Política de Pacificação de Favelas, que o mundo resiste em admitir que se trate, de fato, de uma faxina étnica, de genocídio orquestrado pelo Estado, cujo propósito é varrer a “imundície vergonhosa” antes que os estrangeiros cheguem para a grande esbórnia que será a Copa.
Por: Adão Lima de SouzaBRASIL: A Copa da Repressão
RIO DE JANEIRO – Faltando 50 dias para o início da Copa do Mundo, as autoridades estaduais e federais se deparam com o fracasso da Política de Segurança, fundada na truculência contra o povo pobre brasileiro, posta em prática para assegurar o sucesso da Copa das Copas.
A imprensa internacional, como ocaso do Jornal El País, veicula diariamente os acontecimentos que a mídia brasileira tenta esconder, a exemplo das imagens dos conflitos de terça-feira (22) no Rio de Janeiro, amplamente divulgadas, lançando dúvidas acerca da capacidade de o Brasil organizar um evento de grandes proporções sem incidentes.
Os conflitos abordados na matéria aconteceram por volta das 18h desta terça-feira, quando uma manifestação tomou conta do entorno da comunidade Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio. O protesto teve carros queimados, ruas foram fechadas e o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira foi encontrado morto.
Na matéria, o jornal diz também que armas de guerra voltaram a se disseminar nos subúrbios cariocas em paralelo ao sentimento de insatisfação nas comunidades com a ineficiência das Unidades de Polícia Pacificadora, que seriam vistas como uma versão romantizada da Polícia Militar – conhecida pelos altos índices de corrupção “até a medula” e truculência, de acordo com a reportagem.
O El País chama atenção ainda para dois fatores que colocariam o Brasil em uma situação bastante delicada. O primeiro seria um forte ressentimento acumulado pelos moradores das favelas por terem sido tradicionalmente tratados pela sociedade e pelos governantes como “cidadãos de segunda categoria”. Por conta disso, os moradores dessas comunidades estariam se sentindo ainda mais estimulados pelos protestos que estouraram no país todo em junho de 2013 e hoje em dia estariam se manifestando com ainda mais fúria.
As favelas estariam mais propensas a atacar as unidades policiais que eles acusam de violação de direitos, incendiar veículos, fechar ruas e avenidas em manifestações.
O segundo fator que o jornal espanhol enfoca são as recentes tensões policiais terem acontecido justamente no bairro de Copacabana. Considerado pelo jornal a parte mais turística do Rio, o bairro foi palco de um aumento da criminalidade, de operações policiais e, desde setembro de 2013.
Somada a isso tudo pesa contra a ação policial o número alarmante de homicídio de populares, passando já dos 500 casos não investigados, e o desaparecimento de outros milhares de moradores da noite para o dia.
Segundo o jornal, as promessas feitas pela presidente Dilma Rousseff para acalmar as manifestações de junho de 2013 nunca chegaram a ser efetivamente colocadas em prática e isso está criando uma situação de insatisfação que pode complicar a vida dos governantes e da própria Fifa nesse momento e afastar os turistas do evento.