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Odebrecht acirra disputas políticas na América Latina
A revelação por parte do Departamento de Justiça dos EUA de que a empresa brasileira Odebrecht teria pago propinas em outros 11 países colocou lenha na fogueira política que vivem Colômbia e Argentina, ambos iniciando corridas eleitorais em ambientes muito polarizados.
“Aqui a Odebrecht já virou um dos temas da campanha, será mais um assunto para dividir os seguidores de Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos”, disse à Folha a articulista e jornalista colombiana María Jimena Duzán.
O ex e o atual presidentes colombianos, antes aliados, estão rompidos desde o início do mandato de Santos (2010). Porém, a verdadeira guerra se instalou mesmo quando o atual mandatário concluiu as negociações do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Uribe foi contra o pacto, liderou a campanha pelo “não”, venceu nas urnas, e vem denunciando a forma como Santos aprovou o documento no Congresso de um modo que ele considera “inconstitucional”.
Se Santos vinha em dificuldades para recompor sua imagem interna diante do rival, a revelação dos pagamentos ilícitos da Odebrecht, ocorridos principalmente durante o período Uribe, surgem como um presente.
A denúncia é que a empresa brasileira teria entregue US$ 11 milhões, entre 2009 e 2014, para ser beneficiada em licitações. Embora o período abarque tanto a gestão de Uribe (2002-2010) como a de Santos, o atual mandatário colocou na lupa os US$ 6,5 milhões que teriam sido entregues a um funcionário da gestão anter
Isto Posto…Caminhamos para uma Nova Ordem Mundial
Dois eventos ocorridos ontem se sobrepõem como indícios fortíssimos de que se começa a inaugurar uma Nova Ordem no mundo. São eles o acordo de paz firmado entre o governo colombiano e as Farc e a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. Cada um em suas peculiaridades aponta para um novo rearranjo das forças políticas em dois dos mais relevantes continentes do planeta.
Na América, o acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia representa um enorme salto no fortalecimento da democracia naquele país, pois a partir de agora, pensamentos antagônicos como socialismo e capitalismo terão como cenário de luta o campo eleitoral, se se confirmar a transformação da Farc em partido político respeitado pelas autoridades colombianas, ao invés do conflito sangrento que já se arrasta a mais de meio século, ceifando vidas de um lado e de outro, sem a menor chance de solução já que interesses conflitantes das castas distintas conduzem a guerra entre as denominadas forças “regulares” e as forças “terroristas” sem a participação do povo colombiano.
Na Europa, a saída do Reino Unido do bloco político da União Europeia indica dois prováveis acontecimentos com força capaz de produzir dos possíveis resultados, ambos desastrosos para o próprio continente e, consequentemente, para o mundo todo.
De um lado, a saída pode, ao contrário da motivação britânica, enfraquecer o Reino Unido, havendo certa medida de isolamento nas negociações com outros países ou blocos de países já que há uma tendência clara, desde o fim da segunda guerra, de agrupamento de forças pela união dos iguais, a exemplo do MERCOSUL e a própria União Europeia, para fazer frente às grandes potências comerciais e políticas. Prevalecendo a possibilidade de isolamento, o Reino Unido passaria por processo de possível dissolução, pois pode ser deflagrado um movimento separatista que tem se fortalecido na Escócia, na Irlanda do Norte e no País de Gales pela independeria da coroa britânica, sem falar nas embrionárias correntes que conclamam pela instauração de uma República.
Do outro lado, temos o chamado efeito dominó que poderia ser desencadeado pela saída dos britânicos ao estimular a consulta popular em países como França, onde é crescente o desejo de separação do bloco devido à insatisfação dos trabalhadores com as reformas impostas pela União Europeia e o fortalecimento de forças políticas conservadoras extremistas como a liderada pela família Le Pen; e também na Espanha, onde o separatismo pode ganhar respaldo popular em consequência da crise econômica persistente e das imposições duras do bloco político europeu, tomando como exemplo o gesto britânico.
Porquanto, extrapolando o território da Europa, a saída do Reino Unido provocando o efeito dominó cogitado poderia enfraquecer significativamente o bloco político de União Europeia, esfacelando, com isso, a segurança dada ao mundo de que dificilmente haverá um conflito armado no continente como os vividos em duas grandes guerras no século dezenove. O que, por si só, já é um ganho extraordinário para a população mundial que estaria, embora a persistência de guerras localizadas movidas pela ganância dos Estados Unidos e das grandes potências europeias, livre de um conflito de proporções planetárias e catastróficas como uma terceira guerra mundial.
Isto posto, vemos no continente americano dois movimentos distintos, como o acordo de paz selado entre históricos inimigos e a derrocada do modelo que se convencionou chamar de bolivarianismo, apontando para um apaziguamento relativo impulsionado pela acomodação de forças antagônicas dentro de um modelo de combate padronizado pelo suposto democrático sufrágio eleitoral, quiçá, semelhante ao usado para saída do britânicos da União Europeia.
Enquanto que na velha Europa, o modelo democrático de solução diplomática que é o sufrágio eleitoral, se comprovadas as teses suscitadas, poderá ser o estopim de um retorno a insegurança pelo reavivamento da beligerância histórica entre britânicos e franceses que nunca se amaram e franceses e alemães que sempre dominaram os palcos de luta armada em lados contrários. Ou seja, pode-se estar diante de uma nova Ordem Mundial que será apenas um feedback de conflitos que pareciam superados pelos movimentos civilizatórios encampados no sintagma UNIÃO.
Por: Adão Lima de Souza
Colômbia e Farc têm acordo histórico de cessar-fogo
Em uma cerimônia em Havana, o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram nesta quinta-feira um acordo histórico decretando o cessar-fogo definitivo entre as partes e a entrega de armas pelos guerrilheiros. É a primeira vez desde 1984 que ambos os lados acordam uma trégua bilateral, num passo decisivo para a conclusão das negociações de paz que marcarão o fim do mais antigo confronto armado no hemisfério.
O anúncio foi feito pelos delegados dos países mediadores — Cuba e Noruega —, na presença do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, do principal líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, entre outras personalidades.
— Hoje é um dia histórico para o nosso país depois de mais de 50 anos de enfrentamentos, mortes, atentados e dor. Colocamos fim ao conflito armado com as Farc — afirmou Santos. — Chegou a hora de vivermos sem guerra, chegou a hora de sermos um país em paz, um país com esperança. O acordo dará tranquilidade a todos os colombianos. O fim das hostilidades ficará assegurado. Tudo isso será supervisionado por observadores internacionais.
O bom velhinho existe… É o Papa Francisco!
Desde a sua Ascensão, o Papa Francisco I tem se aventurado em jornadas pelo mundo, com o intuito indisfarçável de fortalecer a fé católica, que ao longo das décadas vem perdendo espaço para as igrejas pentecostais, principalmente em redutos, como o Brasil de origem marcadamente influenciada pelas encíclicas editadas pelo vaticano.
Em 2013, inaugurando seu pontificado, o Papa Francisco veio ao Brasil para uma jornada em companhia da juventude, num momento de forte turbulência social, em que milhares de pessoas saiam às ruas todo dia em grandes mobilizações de protestos contra os desmandos da classe política, e principalmente, contra o governo Dilma e sua gastança descontrolada de dinheiro para construir estádios de futebol para a copa, hoje transformados em elefantes brancos. E também a favor de melhorias nos serviços públicos como saúde, segurança, educação, dentre outros.
A chegada de “Chiquinho” ao país causou enorme comoção, ainda mais quando ele disse abertamente que a juventude deveria ser revolucionária, legitimando, com esse gesto, a atitude das pessoas que iam para rua protestar sob a ameaça cotidiana e certa da fortíssima repressão policial, disparando contra multidões desarmadas e promovendo pancadarias e desaparecimento de pessoas de comunidades pobres, como o famoso caso do pedreiro Amarildo.
A visita do Papa foi um sucesso no Brasil. Porém não fora a única. Outras houveram em países da América do Sul. Recentemente se descobriu o papel decisivo que tivera nosso emissário latino-americano dos assuntos sacrossantos na reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos, arrefecendo a atitude hostil do estado anglo-saxão ao impor, por cinquenta anos, um bloqueio econômico covarde e cruel contra o povo caribenho da ilha.
Agora vemos, como desdobramento da campanha de paz promovida por Jorge Mario Bergoglio, a irredutível americanizada e capitalista Colômbia estender a mão para o líder guerrilheiro socialista das FARC, como promessa de retomarem as negociações do processo de paz conduzido pelo chefe de estado cubano Raul Castro. Não bastasse isso, o “bom velhinho” surpreende o mundo mais uma vez ao discursar, num tom de admoestação, contra a pena de morte no mundo, ali diante do Congresso dos Estados Unidos da América, fazendo corar alguns homens de gelo do império capitalista.
Atento a isso tudo, só me resta dizer que o “bom velhinho” existe. Ele é o Papa Francisco I, passional e de sangue quente como somos nós os latinos.
Por: Adão Lima de Souza.