Tag Archives: Collor

Foro Privilegiado: Um episódio pitoresco da política brasileira

Foro PrivilegiadoEm 4 de dezembro de 1963, da tribuna onde discursava sobre as ameaças que recebera do senador também alagoano Silvestre Péricles, o então senador Arnon de Mello (pai do futuro presidente Fernando Collor de Melo), disparou contra o adversário dois tiros, matando, porém, o senador José Kairala, que tentava apartar a briga.

O senador Arnon de Mello foi detido, permanecendo em uma cela, ainda de posse de sua arma, até decisão do juiz que o considerou Inocente.

Após o ocorrido, no editorial do jornal O Globo (de cujo dono Arnon era sócio em Alagoas), fora escrito o seguinte:

“A democracia, apesar de ser o melhor dos regimes políticos, dá margem, quando o eleitorado se deixa enganar ou não é bastante esclarecido, a que o povo de um só estado – como é o caso – coloque na mesma casa legislativa um primário violento, como o senhor Silvestre Péricles, e um intelectual, como o senhor Arnon de Mello, reunindo-os no mesmo triste episódio, embora sejam eles tão diferentes pelo temperamento, pela cultura e pela educação”.

Ainda hoje, passados 54 anos desde o episódio em questão, os crimes cometidos por políticos continuam sem punição graças ao foro privilegiado.

Por: Adão Lima de Souza

Collor anuncia que é pré-candidato à Presidência da República

O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL)anunciou nesta sexta-feira, 19, que pretende se candidatar novamente à Presidência da República nas eleições gerais deste ano.

“Digo a vocês que esse é um dos momentos mais importantes da minha vida pessoal. Hoje, a minha decisão está tomada: sou, sim, pré-candidato à presidência da República”, afirmou o senador alagoano, que participou de um evento na cidade de Arapiraca, no interior do Estado, com a prefeita, Célia Rocha (PTB).

Apelidado de ‘caçador de marajás’, Collor venceu em 1989 a primeira eleição direta após a redemocratização do País, derrotando vários candidatos, entre eles Leonel Brizola (PDT), Ulysses Guimarães (PMDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem disputou o segundo turno. Ele comandou o país entre 1990 e 1992, quando sofreu impeachment, por suspeita de corrupção.

Isto Posto… O Brasil surreal das autoridades!

PresideentesDe fato o Brasil não é mesmo um país para amadores! A surrealidade dos acontecimentos cotidianos que envolvem a condução dos negócios públicos pelas autoridades neste caricato país só é passível de explicação se se admitir – sem ressalva alguma – a propagada pós-verdade, cujo conceito fora cunhado nas desculpas esfarrapadas da administração Donald Trump, e tem sido amplamente utilizada pelos eminentes suspeitos de corrupção do ministério de Michel Temer.

Tomando-se apenas a história recente do Brasil, cujo marco bem pode ser a eclosão da Operação Lava Jato, levada a cabo pela afamada República de Curitiba, percebemos claramente o quanto são confusos os movimentos desse xadrez político/policialesco que assola a esperança do brasileiro de vir a viver num país minimamente decente.

Já que a cada novo capítulo deste pastelão mexicano, na frenética dança das cadeiras do poder, vilões se alternam no comando do país no afã de se furtarem às canetas pesadas manejadas pelos republicanos juízes criminais a imporem pesadas penas nos figurões antes intocáveis desta terra de ninguém.

Assim, nos anais da república, tivemos recentemente uma presidente legitimamente eleita em sufrágio eleitoral deposta sob a acusação de crimes de responsabilidade e de corrupção julgados por uma assembleia de patifes, implicados num sem número de crimes, porém antes inseparáveis aliados seus, e cujos atos de corrupção de que são autores foram cometidos sob o manto protetor da mandatária de plantão, a apeada presidenta Dilma Rousseff- coração valente, para ser entregue a um farsante protótipo de mordomo de Conde Drácula.

Daí, como resultante das falcatruas de Brasília, temos hoje a convicção de que o Brasil pode ser pitoresco, provinciano, porém, jamais tedioso. Basta atentarmos para a comédia em que se transformou o governo central.

No saldo, temos, até então, um inédito chefe do executivo denunciado por crime comum, debatendo-se para comprar apoio no parlamento a peso de ouro, sucessor de uma enxotada “chefa” às voltas com a inexplicável soma astronômica de milhões de dinheiro aportados na sua estelionatária campanha presidencial, imposta por um ex-presidente, popular e populista, que aguarda a sua primeira sentença condenatória, dentre os muitos processos criminais a que responde.

Por fim, os inexpressivos sociólogo e escritor, cuja leniência das autoridades o poupa de responder pelos crimes perpetrados durante seus governos, por seu partido e esta mesma súcia de canalhas que há muito tomaram de assalto as instâncias governamentais.

Ou seja, até aqui vivemos de sobressalto, todavia, envoltos num roteiro de anedotas. Algumas prontas, outras engraçadas, muitas de mal gosto, mas longe de nós o tédio, não é mesmo?

Isto posto, caro cidadão eternamente cúmplice, ou se exige o mínimo de compostura de quem os governa ou instauramos de uma vez por toda a benfazeja acracia!

PS. Não foi esquecimento, não. É inútil falar do outro Fernando.

Por: Adão Lima de Souza

Denúncia contra Collor parada há 10 meses no STF

CollorSuspeito de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), tem uma denúncia contra ele parada há 10 meses no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da “lava jato” no Supremo Tribunal Federal.

A acusação contra o senador foi protocolada em 21 de agosto do ano passado e está sob sigilo na Corte.

Ainda não há previsão de liberação para ser julgada pela 2ª Turma do Supremo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Carros de Collor foram pagos com propina

collorLaudo da Polícia Federal aponta que parte da frota de carros de luxo do senador Fernando Collor (PTB-AL) foi paga com dinheiro com indícios de propina, repassado pelo doleiro Alberto Youssef. De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, essa foi a conclusão da PF após a análise de 110 mil operações bancárias em 11 contas de Collor, de sua esposa e de suas empresas.

A maneira como os recursos chegaram até o senador foi o principal indício de que os veículos foram pagos com repasses de propina. Foram feitos depósitos em dinheiro vivo, fracionados em baixos valores para não despertar suspeitas por parte de órgãos do governo. Ao todo, a PF identificou 469 depósitos de R$ 2 mil em contas bancárias controladas por Collor, somando R$ 938 mil. O fracionamento e a repetição dos valores são indicadores de lavagem de dinheiro.

Além disso, as transações foram feitas em um caixa eletrônico de uma agência do banco Itaú em Brasília, a mesma que aparece nos comprovantes apreendidos com Alberto Youssef.

O laudo da PF integra o processo contra Collor, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), em que o senador é acusado de receber R$ 26 milhões em cinco anos, decorrentes de suborno em negócios relacionados à BR Distribuidora. A frota citada no documento – composta por uma Lamborghini Aventador, uma Ferrari 458, um Bentley Flying e um jipe Range Rover – custou, ao todo, R$ 6,2 milhões.

Procurado, o senador criticou o que chamou de “vazamento sistemático de informações e manipulações, feitas para constrangê-lo”, e afirmou que nunca manteve qualquer relacionamento com Alberto Youssef. A assessoria de Collor também informou que o senador “não tem qualquer responsabilidade sobre o modo utilizado por terceiras pessoas para o depósito de valores em sua conta corrente”.

Collor volta a xingar Janot durante sabatina

collor-bravoDesafeto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a xingar o chefe do Ministério Público de “filho da p.” e “calhorda” durante a sabatina de que Janot participa, hoje, na Comissão de Constituição e Justiça como parte do processo para ser reconduzido ao cargo.

Segundo senadores que estavam próximos, o ex-presidente proferiu os palavrões fora do microfone enquanto Janot respondia às acusações feitas por ele. Collor foi o primeiro a chegar à comissão e se sentou diretamente em frente do lugar reservado para o procurador.

Durante a sabatina, Collor disse que Janot é um “catedrático em vazar informações” e o acusou de ter contratado uma empresa de comunicação sem licitação, além de ter advogado enquanto atuou como sub-procurador. Janot negou todas as acusações e rebateu as críticas de Collor, que foi denunciado pelo procurador na semana passada sob a acusação de ter praticado crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Os dois chegaram a ter uma pequena discussão durante a sabatina.

Esta é a segunda vez que Collor xinga Janot publicamente. No início do mês, Collor fez um discurso contra Janot na tribuna do plenário do Senado. Enquanto explicava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de “espetáculo midiático” e que os carros foram comprados com dinheiro lícito, o senador sussurrou o xingamento.

Em outro pronunciamento, também na tribuna do Senado, feito nesta segunda-feira, Collor classificou Janot como “sujeitinho à toa”, “fascista da pior extração” e “sujeito ressacado, sem eira nem beira”.

O petebista afirmou ainda que Janot tenta constranger o Senado. “É esse tipo de sujeitinho à toa, de procurador-geral da República, da botoeira de Janot que queremos entregar à sociedade brasileira? Possui ele a estabilidade emocional, a sobriedade que sempre lhe falta nas vespertinas reuniões que ele realiza na procuradoria?”, disse na ocasião.

Collor manobrou para participar da sabatina de Janot. Líder do bloco União e Força, que agrega o PTB, PR, PSC e PRB, o petebista destituiu o senador Douglas Cintra (PTB-PE) e se indicou em seu lugar para compor a suplência da comissão na última terça-feira. Já no dia seguinte, ele apresentou um voto em separado contrário à aprovação do nome de Janot, com documentos em desfavor do procurador.

Collor chama Janot de “chantagista”

images-cms-image-000435576

O senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a criticar, nesta quarta-feira (20), a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O senador disse ter dado entrada, no último dia 11, a quatro representações contra Janot por crime de responsabilidade.

“Conhecendo os preceitos nada republicanos que conduzem as ações do procurador-geral, não me surpreendi quando, um dia após a divulgação pela imprensa das representações que movo contra ele, o senhor Janot, com o nítido intuito de intimidação, solicitou a quebra de meu sigilo bancário e fiscal. Essa conduta, para mim, tem nome. O nome dessa conduta é chantagem. Só que, senhor Janot, o chantagista, comigo não se cria: ele estiola”, disse Collor.

Segundo ele, as denúncias DE Janot se basearam no abuso de poder, indução, seletividade, inércia, autopromoção e desperdício de dinheiro público.

Collor criticou o trabalho de Janot na Operação Lava Jato. O senador explicou que o procurador teve encontros clandestinos com autoridades e advogados,  fazendo uma espécie de seleção de quem seria investigado. O senador também lamentou a atitude recorrente do procurador de se autopromover, ostentar sua segurança pessoal e desperdiçar o dinheiro público.

“Afirma que ninguém está acima dele ao ponto de declarar que se tiver que ser investigado ele mesmo se investiga. Nada disso em consonância com a discrição, o denodo e o estoicismo que o seu cargo requer. Pelo contrário, leva desesperança aos brasileiros que confiam na sobriedade do Ministério Público”, disse o parlamentar.