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Ciro poderia contemplar expectativa dos eleitores, diz Jaques Wagner

SALVADOR – O ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) afirmou que o perfil do presidenciável do PDT, Ciro Gomes, “por ser um cara mais aguerrido, mais intempestivo”, poderia contemplar melhor a expectativa dos eleitores que preferem um candidato à Presidência da República com “um perfil retado, que bata na mesa”.

Wagner, que chegou a ser cotado para substituir na disputa presidencial de 2018 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba (PR) após condenação pela Operação Lava Jato, sempre se declarou contra o lançamento de um candidato próprio do PT ao Planalto em caso de indeferimento da postulação do líder petista. A opinião provocou críticas a ele no partido.

A declaração, dada a jornalistas nesta terça-feira, 2, durante o debate entre os candidatos a governador do Estado, na TV Bahia, afiliada da TV Globo, foi uma resposta à reportagem do Estado, que questionou Wagner se o crescimento do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas aponta que ele estava certo ao se opor a uma candidatura própria do seu partido.

“Não sou engenheiro de obras prontas. Eu dei minha opinião, ela foi vencida, acabou, eu abracei a tese do time e estamos caminhando. Não dá para fazer especulação”, disse o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff(PT). “Agora, evidentemente que o perfil do Ciro, por ser um cara mais aguerrido, mais intempestivo, pode ser que ele contemplasse mais essa expectativa (…) por um perfil retado, que bata na mesa”, afirmou.

Apesar da afirmação, Jaques Wagner pregou que o presidenciável do PT, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, “vai ganhar a eleição no segundo turno”. Para o ex-governador, “na hora da urna, o equilíbrio prevalece”.

Ele afirmou ainda que não será ministro em um eventual governo petista de Haddad. “Eu serei senador. Não estou recusando. Eu tenho contribuição a dar e acho que o papel do Senado e do Parlamento é muito importante agora. Eu não me elegi para ser ministro”, disse Wagner, que lidera com ampla vantagem as pesquisas de intenção de votos feitas pelo Ibope para medir quem deve ser eleito para as duas vagas baianas no Senado. “Não vou recuar, vocês me conhecem”, disse.

“Eu falo palavrões em legítima defesa”, diz Ciro

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que fala palavrões em legítima defesa e que não tem sangue de barata sobre ter xingado e empurrado de leve um homem que fez uma pergunta durante entrevista em um evento de campanha, no último sábado (15), em Roraima.

Durante entrevista ao Jornal da Globo, na madrugada desta terça-feira (18), o candidato falou novamente que o homem que empurrou não é jornalista e que ficou sabendo que o Romero Jucá tinha pago um “sujeito” para provocá-lo. “Ele se aproximou e colocou um adesivo do Bolsonaro aqui no meu peito”, disse.

Ao ser questionado sobre ter xingado um ouvinte de uma rádio de “burro” na campanha de 2002, Ciro falou que não podem chamá-lo de incompetente e ladrão e ficam lembrando dessa história de 16 anos atrás. “Eu chamei alguém de burro e tem tem gente burra mesmo”, disse.

Novamente, o presidenciável voltou a dizer que chefes militares não terão participação política em seu governo, caso seja eleito, e evocou a constituição para justificar isso. ” Deus está me ajudando porque no dia seguinte que falei isso o presidente do Uruguai mandou prender o presidente do Exército por isso”, disse

O candidato também disse que inventam que ele é esquentado porque não podem me chamá-lo de ladrão e incompetente. “Eu não tenho descontrole nenhum, nunca respondi por nenhum escândalo em 38 anos de vida pública”, falou Ciro, em sua defesa. (Martha Alves)

Presidenciáveis ocultam gastos com pré-campanhas

Combinadas, as mudanças no calendário eleitoral e nas regras de financiamento de campanhas transformaram a disputa presidencial em 2018. O encurtamento (de 90 para 45 dias) do período quando a propaganda na ruas e na TV é permitida fez alargar no tempo e aumentar a importância da chamada pré-campanha — uma época de “vale-tudo eleitoral”, em que os pré-candidatos não precisam prestar contas à Justiça Eleitoral.

Desde 7 de abril, os presidenciáveis vêm protagonizando uma disputa de instabilidade política e de falta de transparência nos gastos. Nenhum dos quatro mais bem colocados nas pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Lula — Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) — soube ou quis informar quanto já gastou ou quanto estima gastar até 16 de agosto, quando passa a ser obrigatória a prestação de contas à Justiça. Por ora, garantem usar recursos dos partidos, sem dizer quanto já receberam em doações ou convites privados para suas atividades de pré-candidatos.

Fonte: O Globo

PT: o custo da rendição

CiroOPINIÃO – Militantes e blogs ligados ao PT redobraram seus ataques sistemáticos a Ciro Gomes depois de respostas que ele deu a perguntas sobre a delação de Palocci. Nestas ele simplesmente repete uma avaliação objetiva (compartilhada por muitos petistas) de que a delação do colaborador próximo de Lula compromete sua narrativa política de defesa.

O interesse da mídia corporativa em promover manchetes sensacionalistas descontextualizando as declarações de Ciro é paradoxalmente o mesmo do PT: dividir a esquerda. Sim, porque o PT quer uma narrativa que justifique o dano que causará ao país lançando um candidato fraco e investigado quando da impugnação da candidatura de Lula.

É direito do PT querer um candidato que defenda seu legado de 13 anos à frente do executivo federal, assim como é direito de Ciro e do PDT não estarem interessados na tarefa.

Isso deveria encerrar o assunto, mas os petistas estão indignados com a rejeição: alternando acusações incompatíveis de suicídio político e oportunismo, repetem para Ciro o mantra da “traição” com o qual marcam todos os aliados que buscam em algum momento um projeto político que ameace sua hegemonia progressista (antes real, hoje imaginária).

Esse mantra aplicado a Ciro é particularmente ridículo, pois, ao contrário de Marina e Marta, ele nunca foi filiado ao PT, não se vendeu ao neoliberalismo ou ao rentismo, nunca deveu nada de seu capital político ao partido e não recebeu deste senão seguidas traições, das quais a maior foi a operação de Lula dentro do PSB em 2010 para impedir sua candidatura à presidência, mesmo depois de seu apoio no segundo turno de 2002 e oito anos de lealdade.

Como resposta, aquele que a máquina virtual do PT chama hoje de “traidor” apoiou a candidatura de Dilma. E mesmo depois da inominável traição eleitoral dela ao aplicar medidas neoliberais no segundo mandato, foi uma das únicas vozes políticas de peso de fora do PT a denunciar o golpe em curso contra a democracia.

Acusam Ciro também de “hipocrisia” mesmo tendo ele denunciado desde 2007 publicamente os rumos dos governos petistas, os acordos com grupos parlamentares criminosos e a servidão ao rentismo, mesmo tendo ele recusado todos os convites para ser ministro depois de 2006 e tendo sido o PT que praticou por mais de vinte anos o discurso moralista hipócrita antes de chegar ao poder para sucumbir ao “pragmatismo” sem resultados.

O artigo “Ciro Gomes: o preço da traição” republicado por alguns meios eletrônicos segue essa linha absolutamente incoerente: defende Lula da acusação da Globo de mudar de opinião sobre Palocci, mas ataca a suposta (e inexistente) mudança de opinião de Ciro sobre Lula; acusa Ciro de oportunismo e ao mesmo tempo de loucura por abandonar o que seriam quase um terço dos votos (!) nacionais; defende a aliança tática com os articuladores do golpe por carguinhos de mesa diretora; acusa um político de sofrer de desejo de exercer o poder, quando o PT sempre esteve disposto a mantê-lo a qualquer custo; acusa Ciro de acreditar que tem um destino heroico de se tornar presidente da república e salvar o país.

Eu de minha parte agradeço profundamente a crença e determinação heroica de Ciro em se arriscar aos quase sessenta anos de idade a enfrentar sem dinheiro a mídia, a banca nacional e internacional, os maiores inimigos externos e internos do país, o sindicato parlamentar dos ladrões e as máquinas artificiais e virtuais que infestam essa eleição. Sabemos que algumas delas, as mesmas que se movem contra Lula, não estão somente sempre prontas a assassinar reputações (como está o PT), mas também a assassinar pessoas, se necessário.

Ciro não mudou suas posições em relação à Lula. Continua como sempre reconhecendo que ele fez um bom governo, que ele está sendo vítima de perseguição por parte de Moro, que o Brasil foi desestabilizado por forças internacionais, que há uma assimetria de tratamento da justiça. Mas, objetivamente, acha que a delação de Palocci é um rombo no casco de Lula. Ora, francamente, quem não acha? Ninguém ignora que o conteúdo e as provas da delação, não só de Palocci, mas dos oito executivos da OAS, ainda não vieram a público.

É por coerência (mesmo a custo dos votos petistas) e não por oportunismo, que ele manterá seu discurso agora. Criticou as alianças de Lula desde 2007, e continuará criticando. Criticou a condução da política de juros desde que rompeu com FHC em seu primeiro ano de mandato, e continuará criticando. Criticou a parcialidade de setores do judiciário na condução da lava-jato, e continuará criticando. Foi um dos maiores nomes políticos brasileiros a se levantar contra o golpe, e continuará se levantando, sem se abraçar com o PMDB.

De minha parte lamento profundamente tudo o que está acontecendo ao Brasil, ao PT e a Lula, mas essas três coisas são bem diferentes. O Brasil está acima da sobrevivência de qualquer um de nós, Lula é muito maior que o PT, e este partido tem, no máximo, a preferência de 15% do eleitorado que, no entanto, não o segue necessariamente como vimos nas últimas eleições municipais.

Tenho convicção que Lula não se apropriou indebitamente de nenhum recurso público e que está sendo perseguido por uma aliança de interesses antinacionais. O que ele sofre hoje não difere substancialmente do que sofreu Getúlio, JK e Jango. Ele paga não por seus erros estratégicos e arrogância política, mas por seus acertos e principalmente pela ameaça que sua força popular ainda representa a esses interesses.

Mas infelizmente o custo pela rendição sem luta ao sistema financeiro, ao fisiologismo despudorado, pelas muitas traições a aliados, pelo hegemonismo, pelas contradições do exercício do poder e pelas eternas conciliações e acordos com os diabos internos e externos chegou para o PT. E é ele quem tem que pagar essa conta.

Só resta a todos nós, cidadãos democratas e de esquerda, exigir que Lula não seja julgado por processos de exceção como foi até agora, que as delações arrancadas contra ele gerem provas ou sejam anuladas, que a absurda condenação no caso do “triplex” seja revertida e que o judiciário deixe de ser instrumento de agentes políticos para a eliminação de um partido, destruição da economia nacional e entrega do país. Defender Lula de arbitrariedades é defender a democracia e o estado de direito.

Mas defenderemos Lula da injustiça, não da verdade.

Não estamos aqui para nos enterrarmos como parte do exército do imperador chinês ou nos atirarmos na pira funerária de ninguém, pois não só somos contra esse antigo e demencial costume indiano como não somos casados com o PT. Nem os cães morrem com seus donos.

Ao PT devemos lealdade, mas fidelidade só devemos ao Brasil. E nosso dever agora é oferecer uma alternativa para seu futuro.

Então já está na hora de abandonarmos essa política rasteira e personalista de discutirmos o que disse ou não disse Ciro sobre Lula ou quem é mais fiel a Lula, e passarmos – como abnegadamente tem feito Ciro – ao debate e à construção de um novo projeto para o país. Pois o do petismo, se é que ele um dia teve algum, fracassou política e economicamente, o da direita é pura destruição e entrega do país, e todos sabemos que “mais carinho com o povo” e Meirelles no comando da economia não resolverão nossos problemas.

Por: Gustavo Castañon, professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora

No Recife, Ciro pede “o povo nas ruas”

Ciro GomesPotencial candidato à presidência da República em 2018, o ex- governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), participou no Recife do seminário sobre “Crise política, economia e políticas públicas no Brasil” e conclamou a população a ir às ruas para “esquentar” o debate e ficar no encalço dos deputados e senadores como forma de pressão para o país entrar nos trilhos. O evento foi promovido pela Virtú Consultoria Política, empresa júnior do curso de Ciências Políticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com ele, o país vive a pior encruzilhada da sociedade moderna. Para Ciro Gomes, o Brasil precisa refundir seu programa nacional de desenvolvimento e começar do zero. Em sua avaliação, é preciso que o povo saia do estado de letargia e passe a reagir contra a crise econômica e os desmandos do governo Temer. “O povo anda catatônico e quieto. Só o povo na rua, esquentando a lenha de deputados e senadores, indo para casa deles, acossando para mudar essa realidade. Fora isso não vamos conseguir”, afirmou.

Para Ciro Gomes, o resultado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que inocentou a chapa Dilma-Temer, só reforçou a descrença nas instituições brasileira, mas serviu para o tribunal se expor. “As instituições no Brasil estão colapsadas, não estão funcionando. A presidência foi usurpada e o Congresso virou casa de Mãe Joana. O Judiciário não está fazendo seu serviço. Estamos a caminho da barbárie, do estado de anarquia”, enfatizou.

Segundo o pedetista, um dos maiores problemas é que o país não tem projeto de desenvolvimento e o colapso das finanças públicas é alarmante. “Agora não tem puxadinho, O impeachment (de Dilma) aconteceu porque mentimos, desconstituímos do povo. Trocamos projeto de país por projeto de poder. O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento. Se não consertamos as finanças não vamos sair desse colapso”, afirmou.

Ao ser questionado se seria candidato em 2018, o ex-senador afirmou que política se faz nas ruas. “Política se faz ouvindo as pessoas. Não é pelo computador. É preciso correr o risco de pegar gripe. É preciso se comprometer com o coletivo”, destacou

Ciro Gomes: Lula racha país em bases odientas, rancorosas e violentas

Ciro GomesPaulista de nascimento e cearense de criação, Ciro Gomes já foi prefeito, deputado estadual, deputado federal, governador e ministro dos governos Itamar Franco e Lula. Hoje ele enche a boca para dizer que tem 37 anos de vida pública e é a pessoa mais preparada para ser presidente do Brasil.

“Mais que todos”, afirma, sem modéstia, dizendo que o fato de aparecer estacionado em torno de 5% nas pesquisas de intenção de votos, é “provisório”.

Hoje no PDT, ele já passou por sete diferentes partidos. Defende-se dizendo que falta identidade partidária a “100% dos políticos brasileiros”, inclusive ao ex-presidente Lula.

Dono de um estilo franco e impulsivo que há anos lhe rende a fama de “destemperado”, ele admite que tem medido mais as palavras. Ao falar do deputado federal Jair Bolsonaro lembra que este lhe deu um voto na disputa presidencial de 2002 e diz que atualmente ele cumpre um papel importante ao atrair os antipetistas, afastando-os dos tucanos.

Mas Ciro Gomes continua sem poupar adjetivos mais contundentes quando se refere a nomes como o do presidente Michel Temer, do ex-presidente Lula, e do prefeito de São Paulo, João Doria. Diz que não sabe ao certo “se Temer chefia uma quadrilha ou um bando de patetas”. Doria, por sua vez, é um “farsante”. E Lula, para ele, “é o grande responsável por este momento político trágico que o Brasil está vivendo”.

Questionado se tem medo de “bater” em Bolsonaro, Ciro dispara: “Eu tenho medo de quê, mulher? Eu tenho coragem de mamar em onça. A guerra entre a turma dele e a minha na internet é uma coisa selvagem. Mas eu não. Tu achas que vou me preocupar com isso? Estou preocupado é com o Brasil”, disse à BBC Brasil, em Londres.

Na Inglaterra, o ex-governador participa do Brazil Forum UK, evento que reúne neste fim de semana acadêmicos, políticos e economistas para falar do Brasil. Ele diz que não quer se encontrar com o juiz Sérgio Moro, um “garoto” deformado pelo “aplauso e pela juventude” que “sucumbiu” e foi arrastado por Lula para a arena política. Ele afirma estar mais interessado na palestra do economista André Lara Resende, um dos criadores do Plano Real.

Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Ciro Gomes à BBC Brasil em Londres.

BBC Brasil: Como o senhor prefere ser chamado? Ministro, ex-governador, tem alguma preferência?

Ciro Gomes: Ciro. Ciro é minha preferência. Se você quiser ser agradável, gentil, você chama pelo maior cargo de acesso popular que a pessoa terá tido.

BBC Brasil: Então é governador.

Ciro Gomes: Isso. Mas eu prefiro Ciro.

BBC Brasil: O senhor estava trabalhando para a Transnordestina Logística, da CSN. Largou o emprego logo após a posse do governo então interino Michel Temer e voltou a fazer política em tempo integral. O senhor se considera uma antítese do que muito eleitor parece estar procurando neste momento? Já que está na moda eleger iniciantes ou aqueles que insistem em dizer que não são políticos?

Ciro Gomes: Alguns defeitos assim chamados meus, da minha vida pública, tipo uma certa franqueza, uma certa aspereza nas palavras, hoje são vistos como um valor, como não-hipócrita. E esse é um valor procurado. Mas eu, evidentemente, não aceito entrar nessa onda mentirosa, mistificadora de que um político não faz política ou quem faz política é um não-político. Isso é tudo uma leitura de marketing barato para tentar ser idiota e presumir que o povo é idiota. Na verdade, eu represento um projeto alternativo para o Brasil há muitos anos. Esse projeto tem se aperfeiçoado, tem se aprofundado, tem um pouco mais de lucidez, com os pontos nevrálgicos da questão socioeconômica brasileira e isso faz a diferença da minha personalidade no processo de debate no Brasil.

BBC Brasil: Falando em se colocar como uma terceira via, ou como uma possibilidade, o senhor tem dito que só sai candidato à presidente da República se o seu atual partido, o PDT, quiser. Mas as pesquisas mais recentes colocam o deputado federal Jair Bolsonaro e o prefeito de São Paulo, João Doria, como os únicos em condições de competir com o ex-presidente Lula. Como o senhor avalia esses resultados? O fato de o senhor estar estanque nos 5% das intenções de votos hoje pode ser motivo suficiente de o PDT desistir de lançar o seu nome?

Ciro Gomes: Sei bastante bem com minha experiência o que isso significa. Uma pessoa que pensa o que eu penso, que fala o que eu falo, que tem os conflitos que eu tenho ao longo de uma vida de 37 anos de experiência… Não tenho sequer um inquérito para ser absolvido e isso não é nada mais que uma obrigação, mas nesses tempos horríveis que o Brasil está vivendo é um adicional de atributos que o país está procurando. Essas pesquisas, com a experiência que tenho, não representam absolutamente nada, a não ser o retrato desse momento. E esse retrato é o de um povo machucado, 14,3 milhões de desempregados, quase 9 milhões de brasileiros empurrados para a informalidade, para o biscate, o trabalho na rua. A política para essas pessoas é um ruído, associado com esse escândalo de corrupção e, na hora própria, isso vai se alterar profundamente. Isso não quer dizer que eu inverta as coisas, mas isso tudo é provisório.

Fonte: BBC Brasil

Leia mais em: http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/ciro-gomes-lula-racha-país-em-bases-odientas-rancorosas-e-violentas/ar-BBB6h8s?li=AAggXC1&ocid=mailsignou

Saída de Dias pode ser começo da implosão tucana

AécioO senador Álvaro Dias está oficialmente desfiliado do PSDB. Em busca de abertura por possibilidade de uma candidatura a presidente em 2018, o senador deve assinar nos próximos dias sua filiação ao PV. Já até gravou programa partidário na nova legenda.

A debandada de Álvaro Dias do PSDB, anunciada há alguns meses, pode ser o início do enfraquecimento do maior partido de oposição ao governo, que aglomera muitos caciques dispostos a disputar a Presidência da República para apenas uma candidatura. Até o momento, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB e derrotado nas eleições do ano passado, lidera as disputas internas.

Além do senador paranaense, outros dois pesos pesados do PSDB estudam deixar o partido em busca de uma legenda que lhes garanta possibilidade de disputar a presidência: o primeiro é o senador José Serra (SP), que há mais de um ano mantém namoro com o PMDB, sonhando com uma candidatura.

O segundo é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que, por meio do seu vice, Márcio França, tem intensificado conversas sobre as chances de uma migração para o PSB. Sigla que desde 2014, após a morte de Eduardo Campos, abandonou sua ideologia de esquerda para apoiar a candidatura de Aécio Neves no segundo turno.

A fragmentação dos líderes do principal partido de direita pode ser um bom cenário para a esquerda em 2018, seja com o ex-presidente Lula, ou com o ex-governador Ciro Gomes, cuja pré-candidatura será lançada no dia 22. (Do Portal BR 247)

Ciro Gomes diz que o PSDB perdeu o pudor

CIROO ex-ministro Ciro Gomes (PDT) voltou a soltar o verbo contra os tucanos, o vice-presidente, Michel Temer, e contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, o PSDB, principal defensor do golpe, “perdeu o pudor e jogou sua história na lata do lixo”.

Em entrevista à jornalista Vera Rosa, do Estadão, Ciro relembra ter ido às ruas em 1999, contra o impeachment do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendido à época pelo PT, e anuncia que repetirá o feito agora, com a mesma convicção.

“O PSDB perdeu o pudor e jogou sua história na lata do lixo. Está imitando o pior do PT, que, em 1999, pregou o impeachment de Fernando Henrique. Fui para a rua contra isso com a mesma convicção que tenho hoje. Eu vou para a rua contra o impeachment de Dilma”, disse.

Ciro disse ainda ter “vergonha e pena do PSDB”, mas que o que mais lhe “impressiona é a deslealdade do vice, que, depois de empurrar uma montanha de múmia paralítica para dentro do governo, vem com uma carta patética para Dilma”

Golpe fará Brasil pagar preço alto, diz Ciro

Ciro GomesO ex-ministro Ciro Gomes, que já concorreu duas vezes à presidência da República (1998 e 2002) e deverá voltar a fazê-lo em 2018, pelo PDT, concedeu uma importante entrevista ao jornalista Bernardo Mello Franco. Nela, Ciro condenou duramente o processo golpista que vem sendo estimulado pela oposição liderada pelo PSDB. “A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições”, disse ele. “Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, para usar em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma.”

Ciro afirmou ainda que o Brasil pagaria um preço alto, em caso de golpe, e poderia viver uma situação de polarização comparável à da Venezuela. “Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por causa desses loucos.”

Quem seriam, então, os loucos? Ciro mencionou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, na sua visão, estariam agindo “de má-fé”.

“O PSDB está fazendo isso por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC”, disse Ciro. “O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB? Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste fiscal, que eles introduziram como valor supremo?”

Nas ruas contra o golpe

Ciro afirmou ainda que, em caso de tentativa de golpe, estará nas ruas em defesa da legalidade. “Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento”, afirmou. “O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas, no dia seguinte, os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade.”

Ele também condenou a postura do vice-presidente Michel Temer. “Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% de aprovação não se aguenta no cargo?”, questionou. “Vá ver se o José Alencar, na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota.”  (Do portal Ceará 247)