Tag Archives: Censura

STF censura sites e manda tirar do ar reportagem sobre Toffoli

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que os sites da revista Crusoé e O Antagonista retirem do ar reportagem e notas publicadas na semana passada sobre uma menção ao presidente da corte, Dias Toffoli, feita em um email pelo empresário e delator Marcelo Odebrecht.

A decisão de Moraes, que atendeu a um pedido de Toffoli, é de sexta-feira (12), no âmbito de um inquérito aberto pelo STF em março para apurar fake news e divulgação de mensagens que atentem contra a honra dos integrantes do tribunal. O site foi notificado na manhã desta segunda-feira (15).

A multa por descumprimento é de R$ 100 mil por dia. Moraes também determinou que os responsáveis pelos sites prestem depoimento em até 72 horas.

Segundo a reportagem de Crusoé que motivou a ação do Supremo, Marcelo Odebrecht enviou à Polícia Federal, no âmbito de uma apuração da Lava Jato no Paraná, esclarecimentos sobre menções a tratativas lícitas e ilícitas encontradas em seus emails.

Uma das menções, de acordo com o delator, era a Toffoli. Na época do email, julho de 2007, Toffoli não era ministro do STF, mas ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O email foi enviado por Marcelo Odebrecht a dois executivos da empreiteira, Adriano Maia e Irineu Meirelles, e dizia: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”. Não há no email nenhuma citação a pagamentos.

Odebrecht explicou à PF, de acordo com a revista, que a mensagem se referia a tratativas que o então diretor jurídico da empreiteira, Adriano Maia, tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia.

Após a decisão de Alexandre de Moraes, a direção da revista reafirmou o teor da reportagem, considerada pela publicação como censurada pelo ministro do STF.

Em sua decisão, Moraes afirmou que a Constituição proíbe a censura, mas permite reparações posteriores à publicação de um conteúdo.

“A plena proteção constitucional da exteriorização da opinião não significa a impossibilidade posterior de análise e responsabilização por eventuais informações injuriosas, difamantes, mentirosas e em relação a eventuais danos materiais e morais, pois os direitos à honra, à intimidade, à vida privada e à própria imagem formam a proteção constitucional à dignidade da pessoa humana”, escreveu o ministro.

A decisão destaca que a Procuradoria-Geral da República divulgou nota na última sexta, após a publicação da reportagem, afirmando que o documento com a menção a Toffoli não havia sido remetido ao órgão —diferentemente do que dissera o texto.

“A gravidade das ofensas disparadas ao Presidente deste Supremo Tribunal Federal, no teor da matéria, acima mencionada, provocou a atuação da Procuradoria-Geral da República, que publicou nota de esclarecimento”, disse Moraes na decisão.

“Obviamente, o esclarecimento feito pela Procuradoria-Geral da República tornam falsas as afirmações veiculadas na matéria ‘O amigo do amigo de meu pai’ em típico exemplo de fake news —o que exige a intervenção do Poder Judiciário”, decidiu o ministro.

O diretor de Redação de Crusoé, Rodrigo Rangel, afirmou que “reitera o teor da reportagem, baseada em documento, e registra, mais uma vez, que a decisão [de Moraes] se apega a uma nota da Procuradoria-Geral da República sobre um detalhe lateral e utiliza tal manifestação para tratar como fake news uma informação absolutamente verídica, que consta dos autos da Lava Jato”.

“Importa lembrar, ainda, que, embora tenha solicitado providências ao colega Alexandre de Moraes ainda na sexta-feira, o ministro Dias Toffoli não respondeu às perguntas que lhe foram enviadas antes da publicação da reportagem agora censurada”, afirmou o jornalista.

Fonte: Folha de São Paulo

Censura não, bolsa-silêncio!

SBT

Mais um jornalista é destituído do direito de usar seu instrumento de trabalho: a liberdade de expressão. Por evidência, outro fim não emergiria das sombras de um governo ungido, cálido e induvidoso como o PT, não é?

Paulo Eduardo Martins, alardeador das verdades petistas, viu-se demitido do Jornal das Massas, da Rede Massa, filiada ao SBT no Paraná, quando – deve ser crime em algum código de proteção e apologia ao cinismo – advertiu o povo das características ditatoriais do governo vermelho instalado aqui no Brasil nesse decênio. Revelou algumas peculiaridades simbólicas do “estado mental petista”.  Alertou para a não utilização de tanques de guerra nas ruas em razão de não haver necessidade, e só!

E o povo, hilário – porque o humor a tudo abraça – morre pela guilhotina a reclamar da inquisição, mas não de uma ditadura implacável contra o direito de constituir-se livre! Afinal, ditadura é coisa que não renasce!

E assim, com a superdosagem da cara de pau do Governo, o dia-dia tem-nos impingido lentidão na irresignação, talvez por desfalecimento da esperança ou coisa afim. Muito embora, as ruas, sob a luz de um Sol inesperado tenham sido sombreadas pelo pedaço de brasileiro nos movimentos de contestação do ano passado!

Não nos surpreenderá apelidarem-no (qualquer Homem livre por nascer) de Sócrates e contratarem Meletos para a condução de um julgamento orquestrado. Pois aqui nesse país, os heróis são fabricados e inofensivos, integrando a paisagem do status quo. Do contrário, ousando surgir um herói pela própria força da vontade de resistência, o Estado ressurge a figura do Carrasco.

Não nos surpreende mesmo o governo não ser surpreendente. Surpreendentes são alguns, erigindo a bandeira da Liberdade, da Democracia, do Estado de Direito, vendendo-a no primeiro momento em que é moeda de troca com o medo ou pior, com o conforto. Estão vendendo a liberdade a preço de pinga!

E a hipocrisia, a maquiagem das lideranças deste país, segue sendo substrato de discurso dos mais velhos homens, porque “os canalhas também envelhecem” e dos mais novos, porque a canalhice virou plano de carreira atrativo.

E tudo segue tão óbvio quanto invisível!

Smailly Silva Pereira Lima

 .