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Isto Posto… Rio de Janeiro: o que explica o estado de calamidade pública?
Segundo o decreto do governador em exercício, a “grave crise financeira”, ameaça causar um “total colapso na segurança pública, na saúde e na educação”, justificando a autorização para que as autoridades competentes possam adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais, e, principalmente, aqueles com vistas à realização dos Jogos.
Diante de tamanha estupefação pela medida tomada, resta ao povo fluminense tentar entender como o Estado chegou a tal ponto de bancarrota quase que total. Ainda mais quando recordamos que num passado bastante próximo se festejava com tanta euforia a grande descoberta do Pré-Sal que tornaria rico o nosso país, ao inseri-lo dentre os maiores produtores de petróleo do mundo.
Uma década depois, o veio senão a falência em lugar do tão sonhado petrodólar que abarrotaria os cofres públicos alavancando a saúde e a educação, além de impulsionar fortemente os serviços públicos essenciais. O faremos agora que o preço do barril de petróleo só declina, seguindo a má fase das commodities, enquanto a Operação Lava Jato revela que as obras contratadas pela Petrobras serviam apenas de pretexto para a grande roubalheira.
E a medida desesperada do governo do Rio de Janeiro, até que ponto será a medida de outros governos igualmente falidos em consequência dos desmandos que permeiam toda administração pública no Brasil, de pequenas prefeituras a estados industrializados como São Paulo e o próprio Rio de Janeiro da cidade maravilhosa cheia de balas perdidas e bairros sitiados e população oprimida pelas milícias e palas autoridades.
Isto posto, caro cidadão, não nos assusta o estrado de calamidade decretado agora porque isto é apenas um reconhecimento de que vivemos em qualquer cidade brasileira o ano todo, ora em estado de emergência, ora em estado de calamidade pública, seja por contas de fenômenos climáticos, seja por contas das sucessivas gestões temerárias que tomam de assaltos a administração pública.
Por: Adão Lima de Souza.