Tag Archives: Brasil
CRISTOVAM BUARQUE: Depois da Lava Jato
O Brasil começou a ficar mais limpo depois que juízes, procuradores e policiais federais conseguiram prender políticos poderosos e empresários ricos. Espera-se que este trabalho continue desvendando tudo de todos, e que a Justiça faça sua parte, sem cair outra vez nos truques que terminam zerando o trabalho de pessoas como o juiz Moro, o procurador Janot e todos aqueles que os ajudam.
A operação Lava-Jato fará o Brasil mais limpo, mas não bastará para construir o país que desejamos, porque nossos problemas vão além da corrupção no comportamento dos políticos e empresários: eles são criados, sobretudo, pela corrupção nas prioridades das políticas que definem como os recursos públicos são usados e para onde levam nosso país.
Além da corrupção que a Lava-Jato está tornando visível, temos uma imensa rede de corrupção invisível: o analfabetismo e a baixa qualidade da educação, que rouba o futuro das crianças e do Brasil; o sistema precário de saúde, que rouba a vida e impõe sofrimento a milhões de pessoas; o ineficiente sistema de transporte público, que impede a mobilidade eficiente e rouba pedaços da vida de milhões de trabalhadores em seus deslocamentos diários; a violência urbana que faz com que nossas ruas matem e assustem mais do que as ruas de países em guerra; um sistema de gestão pública que rouba o valor da moeda, e impede o bom funcionamento e crescimento de nossa economia.
Podemos receber um país limpo da corrupção dos políticos e, mesmo assim, não construirmos o Brasil sem corrupção nas prioridades. Não basta colocar os corruptos na cadeia, é preciso também colocar na vida pública pessoas decentes, no comportamento e nas prioridades, capazes de fazer leis que impeçam a corrupção e que não apenas limpem, mas higienizem eticamente o país e para isso façam uma revolução educacional no Brasil. Terminada a Lava-Jato, será preciso que os políticos comecem a consertar as brechas pelas quais o futuro do Brasil é roubado todos os dias. Para alcançar esse objetivo, teremos de fazer um concerto das forças nacionais para dar sustentação a um novo projeto nacional.
A corrupção desvendada pela Lava-Jato é um serviço ao país que nos deixa em dívida histórica com aqueles que a estão fazendo, mas o trabalho de construir o Brasil que precisamos, queremos e podemos não é uma tarefa dos juízes, procuradores e policiais; é responsabilidade dos políticos. Neste momento, porém, não parecemos estar à altura deste desafio, seja por falta de preocupação com o país, seja por omissão ou incompetência para liderar o Brasil em uma nova direção.
Por isso, a verdadeira e completa Lava-Jato deve ser feita pelos eleitores nas futuras eleições. Por que os juízes, procuradores e policiais podem colocar políticos na cadeia, mas são os eleitores que podem colocá-los nas cadeiras de parlamentares.
Fonte: BR 247
Energia vai ficar ainda mais cara
Apesar das bandeiras tarifárias, que renderam 6,8 bilhões de reais entre janeiro e julho, de acordo com dados do próprio governo, o rombo das distribuidoras fechou em 1,5 bilhão de reais – um vermelho que cairá novamente no colo dos consumidores.
Mas se fosse só (só?) isso, os consumidores poderiam até respirar aliviados. A bomba, no entanto, é de teor explosivo muito maior. Aos números:
Em novembro, começa a ser cobrado o empréstimo de 21 bilhões de reais que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica deu às distribuidoras no ano passado.
Há também um buraco de 50 bilhões de reais referente ao pagamento às geradoras por causa do déficit hídrico. Este valor, no entanto, ainda está sem data definida para a cobrança.
E mais 5 bilhões de reais a título de indenização das transmissoras de energia que tiveram suas concessões antecipadas, também ainda sem dada definida para início de cobrança.
Ou seja, são, por enquanto, 77,5 bilhões de reais que terão que ser pagos nos próximos anos. Não é preciso ser vidente para prever que o custo da energia vai aumentar muito, assim como a inflação.
BRAZIL COM Z
E então Plebe Rude, ruminantes dessa Nau-Brasil desgovernada, nação futurista, trazida pelas caravelas d’além-mar, este que vos fala é PONCIANO RATEL, alçado a patente de Desabestalhador Geral da República em revide ao grassamento das contingências morais nestas paragens tupiniquins.
O proselitismo iconoclasta de hoje é inspirado no jornalista José Adalberto Ribeiro, o bicho-grilo, que acertadamente reivindica uma grande mobilização nacional em defesa do resgate imprescindível do Brazil com Z. Z de Zé, como todo brasileiro do norte-nordeste do Paíz. Z de JoZé Adalbertovsky Ribeiro, da tribo de Ribeyrolândia, donde este operário das letras dispara seus dardos envenenados de bom-humor contra os desmandos da Caterva Vermelha que hoje infesta as salas escuras dos recônditos do Palácio dos Marajás da Governança desse Brasil com S.
Conforme nos dão conta os noticiamentos hodiernos do Cientista Político The Gaulle, conselheiro privativo do Bicho Grilo Adalbertovsky para assuntos extemporâneos, também confesso conservador revolucionário ou subversivo conservador, tal qual seu ouvidor da Ribeirolândia, que nos idos 1930 do século passado os bons velhinhos da Academia Brazileira de Letras, num golpe de Estado Ortográfico, convenceram a nação de que o Z era arcaico e adotaram desde então o Brasil com “S”, em nome da modernidade.
Diante dessa desfeita, e dos protestos de Antônio de Castro Alves, Ruy Barbosa, Augusto dos Anjos, Lima Barreto e Machado de Assis, os luminares de nossas letras que sempre escreveram Brazil com Z, o jornalista arretado Jozé Adalberto Ribeiro, depois de custoso entrevero intelectivo com o Doutor Alvacir Fox, imortal da Academia de Letras Científicas, resolveu convocar os valentes imortais das Academias Pernambucana, Baiana, Cearense, Piauiense, Sergipana, Alagoana, Paraibana, Maranhense e Norte-rio-grandense, e demais irredentas academias adjacentes para uma cruzada revolucionária em defesa do Z. Do Brazil com Z.
No ensejo afirmou, ainda, que os libelos mais benquistos pelos letrados, aiatolás da grande mídia falada e escrevinhada, deveriam promover uma grande comoção nacional em defesa dessa causa nobre, com o propósito enaltecido de aprovar a pauta reivindicatória toda do futuro pretérito Brazil com Z.
E que deveriam, também, os ditos pasquins, vendedores de leituras de fácil degustamento, alardear a imperiosa necessidade do outrora novo Brazil abandonar o cântico nacional ouvido às margens do Ipiranga (ou pelas margens do Ipiranga ouvido), enquanto estava deitado eternamente em berço esplêndido, e de pronto restabelecer como Hino Nacional aquele louvor mais heroico, composto por Jozé Gonzaga Pascoal Cipriano, também alcunhado de Dom Pedro I, que vocifera “Brava Gente Brazileira, longe vá, temor servil; ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brazil”.
Somente com o gesto audacioso, heroico e retumbante de ceifar o “S” fraquejador de nosso Brazil varonil, bradaríamos aos quatro cantos o país belo, forte, impávido, colosso. Ao mesmo tempo, faríamos brilhar o sol da liberdade em raios fúlgidos, revigorando de uma vez por todas, num gesto incontido de justiça o Luíz, o Souza, a Heloisa, a Izabel, devolvendo-lhes a força dantes surrupiada.
Cônscio e estribado com a objeção desse inexcedível jornalista do sertão pernambucano, o bicho grilo Jozé Adalbertovsky Ribeiro, este pretenso escrevinhador se rende à mancomunação de vê este Brazil dos Bruzundangas escrito escorreito com Z.
Por hora me despeço de Vossa Mercê!
E atentai para esta sapiência: “Os grilhões que nos forjarem, com perfídia, astuto ardil, com mão mais poderosa, Zombará deles o Brazil com Z”.
Saudações a quem tem coragem!
PONCIANO RATEL
Senado aprova criação de mais de 200 municípios
O Senado aprovou nesta quarta-feira (15) projeto que abre caminho para a criação de pelo menos mais 200 novos municípios no país. A proposta estabelece regras mais rígidas para que as cidades sejam criadas, mas estimula fusões e incorporações ao permitir que aquelas que se aglutinarem recebam o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) até 12 anos depois de serem criadas. O projeto segue para votação na Câmara dos Deputados. A versão aprovada nesta quarta pelo Senado é idêntica à vetada por Dilma no ano passado.
O governo é contrário à matéria por considerar que a criação de novas cidades poderá trazer impactos aos cofres públicos, não estimados oficialmente pela equipe econômica.
O projeto determina que os municípios sejam criados preferencialmente nas regiões Norte e Nordeste – que têm menor densidade demográfica. O texto estabelece que tanto os novos municípios quanto os que irão perder habitantes devem ter, após a criação, população mínima de 20 mil habitantes nas regiões Sudeste e Sul, de 12 mil na região Nordeste e de seis mil nas regiões Norte e Centro-Oeste. As novas cidades não podem ficar em áreas de reserva indígena, de preservação ambiental ou pertencentes à União ou as autarquias.
RENATO RUSSO É HOMENAGEADO EM FESTIVAL DE FILMES NOS ESTADOS UNIDOS
Entre os dias 13 e 17 de setembro será realizada a 8ª edição do Los Angeles Brazilian Film Festival, o LABFF. Considerado um dos mais importantes eventos ligados à produção cinematográfica brasileira fora do País, o LABFF vai premiar os melhores profissionais do cinema nacional. Pela primeira vez o festival vai homenagear um artista brasileiro e o escolhido foi o cantor Renato Russo.
O falecido vocalista da Legião Urbana foi o escolhido para a homenagem por ter sido grande admirador da sétima arte, sendo presença frequente no circuito alternativo de cineclubes de Brasília, no início da década de 1980, e até ter formado um grupo de debates sobre cinema junto com as atrizes Denise Bandeira e Ana Beatriz Nogueira.
Além disso, algumas de suas composições mais marcantes foram adaptadas paras as telonas, como “Faroeste Caboclo”, dirigido por René Sampaio, e “Somos Tão Jovens”, com direção de Antônio Carlos da Fontoura.
O LABFF vai premiar produções e profissionais nas seguintes categorias: Melhor Filme; Melhor Documentário; Melhor Curta Metragem; Melhor Diretor; Melhor Roteiro; Melhor Fotografia; Melhor Ator; Melhor Atriz; Melhor Ator Coadjuvante; Melhor Atriz Coadjuvante; Melhor Trilha Sonora; Melhor Figurino; Melhor Caracterização; Prêmio Especial LABRFF. A lista de indicados será divulgada no próximo dia 10 de julho.
Para coroar a homenagem a Renato Russo a 8ª edição do LABFF terá no encerramento uma apresentação especial da banda Urbana Legion, o grupo que faz tributo ao Legião Urbana e é formado por figuras já bem conhecidas do cenário nacional: Egypcio (voz – Tihuana), Marcão (guitarra – Bula/ex-Charlie Brown Jr.), Lena (baixo – Bula/A Banca) e PG (bateria – Tihuana).
Nos shows que a banda vem fazendo pelo Brasil, e será apresentado em Los Angeles, cantam grandes clássicos da Legião como “Geração Coca-Cola”, “Que País é Esse?”, “Será”, “Índios”, “Monte Castelo” e, claro, “Faroeste Caboclo”.
Fonte: Território da Música
CORRUPÇÃO – As desculpas estapafúrdias dos políticos
E então Plebe Rude, viventes dessa Nau-Brasil desgovernada, nação futurista, trazida pelas caravelas d’além-mar, este que vos fala é PONCIANO RATEL, alçado a patente de Desabestalhador Geral da República em revide ao grassamento das contingências morais nestas paragens tupiniquins.
No proselitismo iconoclasta de hoje, a maneira peculiar como a súcia de sacripantas encravados na pele apodrentada do governo, como chatos nas partes pudendas tentam justificar seus atos escusos quando são flagrados pelos noticiamentos hodiernos, que nos dão conta de alguma maracutaia na qual são surrupiados tuias de dinheiro do povo, em tenebrosas transações engendradas nas salas escuras dos recônditos do Palácio dos Marajás da Governança.
Segundo os tabloides mais versados no entretimento e na venda de leituras de fácil degustação, quando algum desses senhores deletérios que reinam na política nacional são surpreendidos por alguma operação policial capaz de reunir provas suficientes para incriminá-los pela patifaria impetrada contra o interesse público, os delinquentes de luxo de diversos partidos e outros partidos diversos, lançam mão das mais estapafúrdias desculpas, a fim de continuar ludibriando os incautos eleitores desta republiqueta de bananas.
Informam ainda os libelos mais benquistos pelos letrados, que conforme os inteiramentos acusatórios da grande mídia falada e escrevinhada, quanto mais o político chafurda na lama mais cínica é a contraofensiva. E que as desculpas melindrosas vão desde a desqualificação do trabalho investigativo, taxando-o de espetáculo pirotécnico, consoante as palavras recentes de um ilustre Governador de Estado, cujas evidências apontam para existência de uma célula criminosa doméstica montada para extorquir o erário. Ou então, dependendo do poder e influência que detenham, pela chantagem, abortam ou tentam macular de perseguição todo trabalho da Polícia e do Ministério Público, demonstrando a ojeriza que nutrem pela lei.
Alardeiam, ainda, os ditos pasquins, que os facínoras de plantão nas instâncias de poder, agem assim, porque os doutrinamentos da Justiça capenga desse Brasil sem rédeas caminham sempre na direção de salvaguardar a pilhagem institucionalizada como medida de governabilidade e segurança jurídica. Fazendo, oportunamente, vista grossa para lascívia daqueles que, entre uma orgia e outra com o dinheiro do contribuinte, governam o país com solidez e demasiada sabedoria.
Contudo, toda a nação espera que, apesar das desculpas esfarrapadas e a tentativa de sair pela tangente, os calhordas versados na arte de roubar destemperanças do vil metal paguem caro pelo grassamento da patifaria, pois é chegada a hora de exigir conduta ilibada pública que moteje e abespinhe a sacanagem privada, promovendo, consequentemente, o Desabestalhamento Geral nesta terra de palmeiras e maledicências.
E atentai para esta sapiência: “Político honesto é aquele que, depois de comprado, permanece comprado. E aquele que vende seu voto sempre recebe mais do que merece”.
Saudações a quem tem coragem!
PONCIANO RATEL
A gente somos brazileiros
RIBEIROLÂNDIA – Os nervos e os neurônios estão à flor da epiderme. Reina a radicalização. Navegamos em tempos de tempestades políticas, sociais e institucionais. Amanhã o que será, que será? Um passarinho me contou e um passaralho me avisou: vamos navegar noutros mares. Bicho grilo, lá vou eu a bordo do meu submarino surreal, no reino do Brazil com Z. Voilá!
Eu sou um conservador revolucionário, um subversivo conservador. Mim achar que Brazil deve ser escrito com Z. O “S” é uma letrinha fraca, Z é uma letra irada, é fera.
Nos tempos de Pedrálvares os índios chamavam de Pindorama. Depois virou Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz. Existiu até o nome “Terra dos Papagaios”, segundo o Doutor Google. Nos anos 1930 do século passado os velhotes da Academia Brazileira de Letras disseram que o Z era arcaico, deram um golpe de Estado ortográfico, adotaram o “S” em nome da modernidade.
Antonio de Castro Alves, Ruy Barbosa, Augusto dos Anjos e dos pecadores, Machado de Assis, os luminares de nossas letras escreviam Brazil com Z. Sou fiel aos meus ídolos. Quando eu crescer e for eleito imortal da Academia Brazileira de Letras no lugar de Ribamar Sarney, vou lançar esta tese revolucionária.
Meu nome é Zé, da tribo da Ribeirolândia. A gente somos primos da turma dos Chimpan-Zés. Somos todos Zés desde os saudosos tempos das cavernas. Sou saudosista das cavernas. Não torço por nenhum time, aliás, torço contra todos os times, principalmente contra a seleção da CBF. Adorei a goleada de 8 a 0 da Alemanha contra a seleção da CBF (8 a 0, sim, pois o GOL da seleção da CBF devia ter sido anulado, no meu entender). Se seleção da CBF jogar hoje ou amanhã contra qualquer time, eu torço contra, com todo meu patriotismo.
Ainda sou um animal das cavernas. Meu sonho de consumo existencial é morar numa caverna com ar condicionado, frigobar, internet e uma namorada popozuda para me fazer cafuné. Estou num SITE DE NAMOROS procurando a freguesa para fazer um test-drive.
Gostaria de convidar os valentes imortais da Academia Pernambucana de Letras para uma cruzada revolucionária em defesa do Z. Se o meu amigo a Frade Joaquim do Amor Divino Caneca fosse vivo, tenho certeza que ele entraria nessa batalha, pois sempre foi um irredento, como dizem os intelectuais.
Vou falar com o Doutor Alvacir Fox, o meu Google de Apipucos para assuntos de letras científicas.
O Parque 13 de Maio e o Parque da Jaqueira são alguns dos pulmões de civilidade desta cidade lendária, o primeiro construído a mando do interventor Agamenon Magalhães para abrigar o Congresso Eucarístico mundial em 1938 e o segundo urbanizado pelo pref Joaquim Francisco em 1985 na resistência contra paus e pedras da especulação imobiliária dos arranha-céus. O terreno da Tamarineira continua em ponto morto.
Eu não me ufano da poluição sonora dos batuques e do som infernal nas vizinhanças e nos condomínios que transforma esta aldeia recifense numa lendária cidade tribal. As cidades civilizadas do Brasil e de outros países se ufanam parques e largas avenidas que proporcionam mobilidade urbana e qualidade de vida.
Aqui nesta terra dos altos coqueiros os progressistas são muito conservadores. Se você escrever o nome do mestre Gilberto Freire sem Ypsilone, será chamado de ignorante e jamais será eleito imortal da Academia de Letras, nem morto. Se disser que a rapadura-bolo-de-rolo-souza-leão não é uma quintessência da CULINÁRIA universal, vão querer cortar sua língua.
Também fica decretado em nome da tradição dos topônimos, em louvor ao licor de pitanga de Apipucos e aos brasões das academias, que todíssimas criaturas são obrigadas a falar, escrever e pensar “no”, “do” e “o Recife”. Eu só reverencio o topônimo se tiver direito a desconto no carnê do IPTU.
Tô fora desses provincianismos mambembes. Ao invés de topônimos e rapaduras, quero mais é saber das questões macroeconômicas e macropolíticas essenciais para a sociedade.
Por: José Adalberto Ribeiro, Jornalista.
PT quer recuperar terreno com militância sem falar de corrupção
“Não temos tanto apoio como tínhamos há dez ou quinze anos. Precisamos retomar a confiança da nossa própria base”.
Delegados do PT, reunidos no luxuoso hotel na praia do Rio Vermelho em Salvador (Bahia) para o V Congresso Nacional da sigla, as frases se sucediam como mais um sinal do mal-estar instalado no maior partido brasileiro.
No poder há 12 anos, mas desgastado pela crise econômica e pelos escândalos, o PT decidiu passar ao largo de um tema que foi caro na construção de sua identidade: o combate à corrupção.
Nos discursos dos dois principais representantes do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, as menções ao tema ou repetiram fórmulas passadas ou foram genéricas. Rousseff repetiu que seu governo incentivou as investigações da Polícia Federal e a autonomia do Ministério Público. “Temos de ter determinação, que está refletindo pela primeira vez na punição de corruptos e de corruptores. Foi no nosso Governo, meu e do presidente Lula, que as duas pontas da corrupção tiveram uma legislação que condenavam o corrupto e o corruptor”.
Nenhum deles cobrou, por exemplo, uma punição aos petistas envolvidos em atos ilícitos. Lula chegou a dizer que o PT cometeu erros e que eles precisam ser corrigidos. Mas não especificou quais foram esses equívocos.
O presidente da sigla, o jornalista e ex-deputado estadual paulista Rui Falcão, justificou a ausência desse debate afirmando que “há em processo uma tentativa de criminalização” do partido e que nenhum petista está envolvido no “descaminho” da Petrobras. “O que há contra o PT é uma acusação infundada, sem provas. Ela tem sido paulatinamente desmontada a partir do momento em que tentou se apresentar as doações legais ao PT como ilícitas e aquelas que são feitas da mesma forma, pelas mesmas empresas, para outros partidos, como se fosse feita pela Irmã Dulce ou das quermesses que esses partidos realizam”, disse Falcão durante uma entrevista coletiva que antecedeu a abertura oficial do evento.
A presidente Dilma Rousseff pediu ao menos cinco vezes apoio dos petistas ao seu governo. Enquanto ela falava para a plateia de quase 500 pessoas, um grupo de petistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), segurava uma faixa com a frase “Abaixo o Plano Levy”.
Nas proximidades do hotel onde ocorrem os debates, os sinais de insatisfação também apareciam. Separados por um cordão de isolamento formado por cerca de 100 policiais do batalhão de choque, um grupo de quase 200 pessoas, entre sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), militantes que receberam 30 reais para balançar as flâmulas petistas, uma espécie de uma fanfarra e artistas circenses. “Em outros tempos teríamos mais de 1.000 pessoas aqui. Vai ser difícil recuperar o apoio do trabalhador, ainda mais com esse ajuste fiscal”, lamentou um sindicalista baiano.
Dilma: Brasil tem problemas, mas não está doente
A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista ao Programa do Jô, que vai ao ar na TV Globo na madrugada desta sexta-feira (12) para sábado (13), que, embora necessite de um ajuste fiscal para equilibrar as contas públicas, o Brasil não está “estruturalmente doente”. Segundo ela, o país passa momentaneamente por “problemas e dificuldades”, e o ajuste é necessário para uma rápida retomada do crescimento econômico.
A entrevista foi concedida na tarde desta sexta, na biblioteca do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília.
Dilma também se disse “bastante agoniada” com a inflação, uma das coisas que, segundo afirmou, mais a preocupa.
“Fico preocupada porque acho que vamos ter de fazer um imenso esforço. Nós iremos fazer o possível e o impossível para o Brasil voltar a ter inflação bem estável, dentro da meta. Este processo que estamos vivendo tem um tempo, ele não vai durar”, declarou.
A presidente afirmou ainda que se sente “triste” com as críticas que recebe, mas disse que aprendeu a conviver com a situação. “É todo dia. Tem horas que exageram um pouco. Pegam pesado. Mas é da atividade pública.”
Isto Posto… Prefeito Júlio Lóssio: o que se diz e o que se faz.
Em artigo de hoje para o blog do Magno Martins, onde costuma deixar registrado aquilo que pensa sobre temas relevantes como cidades, segurança, saúde e educação, o prefeito Júlio Lóssio escreveu que, em que pese ser louvável a discussão travada por muita gente em torno da necessária reforma do Ensino Médio, como se este fosse o grande problema do sistema educacional brasileiro, a grande mazela verdadeira está mesmo é na Educação Básica (Creche, Alfabetização e Ensino Fundamental), que despeja no Ensino Médio alunos “com sérias limitações de conhecimento básico, sobretudo nas disciplinas de Português e Matemática”, razão pela qual pede permissão para discordar daqueles que enxergam o ensino intermediário como maior entrave à conquista do verdadeiro equilíbrio entre os brasileiros, devido à manutenção das enormes diferenças de saber e conhecimento.
Não erra o prefeito ao afirmar que no Ensino Médio surgem os sintomas mais visíveis da grande defasagem do Ensino Básico. Entretanto, eu na minha profunda ignorância, não diria que nessa fase de aprendizagem é que surgem os sinais do notório fracasso educacional desse país. Não é no Ensino Médio que a deficiência instrutória surge. Nesta etapa ela se prolonga e se perpetua. E, inevitável e desgraçadamente, avança as formações subsequentes, deformando os indivíduos em profissionais incompetentes, desonestos e perversos.
No entanto, em que pese a boa intenção do nosso prefeito em conclamar para um desforço nacional, pois precisamos que “todos – Executivo, Legislativo, Judiciário e Sociedade Civil – tratem o caso da Educação do Brasil como a maior de todas as tragédias. Pior que a inflação, pior que a alta de preços, pior que a elevação de câmbio, pior que o desequilíbrio fiscal”, esquece-se este eminente gestor que no Município de Petrolina sua política oficial alveja covardemente a Educação Básica, substituindo escolas formais por alojamento de crianças, aos quais chama ‘carinhosamente’ de “Nova Semente”, e entregando a condução do ensino-aprendizagem desses pequenos cidadãos aos cuidados de pessoas despreparadas, como se tudo que bastasse para esses infantes fosse algumas refeições durante o dia e alguém que insista em fazê-los dormir enquanto o tempo transcorre sem aproveitamento.
Ademais, a chamada educação fundamental – do 1° ao 9º ano –, de responsabilidade dos Municípios, também em Petrolina, sustenta-se nos pilares falaciosos das estatísticas meticulosamente preparadas para tornar crível o que a realidade desmente quando lança sobre os destinos dos alunos egressos desta pseudo-educação básica as defasagens diagnosticadas no ensino Médio pelo insigne gestor ao salientar a deficiência cognitiva alarmante no conhecimento da Matemática e da Língua Portuguesa, como se nada tivesse a ver com essa tragédia.
Talvez, nosso prefeito pudesse atentar com maior veemência para a fábula do beija-flor e fazer sua parte.
Isto posto, que pena a boca não falar daquilo que o coração está cheio. E quem sabe, os municípios do país do futuro, começassem a educar suas crianças no presente.
Por: Adão Lima de Souza
Leiam o texto completo do prefeito em: http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=2