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Isto Posto… Atentado na Venezuela: outro “presente de Deus”!
“Oposição reprimida, radicais calados. Toda angústia do povo é silenciada”, Plebe Rude.
EDITORIAL – Em 2016, Recep Tayyip Erdogan, divulgou aos quatro cantos que teria frustrado uma tentativa de golpe militar na Turquia, comandada por “uma minoria dentro das Forças Armadas, que felizmente foi incapaz de fomentar a unidade turca”, resultando, a contraofensiva do governo, em 265 mortos e ao menos 2.839 militares presos, de imediato.
Disse ainda, em sua primeira entrevista à imprensa, que o golpe havia sido “um presente de Deus”, aumentando as suspeitas de que se tratava de complô forjado pelo próprio Erdogan para ampliar os poderes que reivindicava e abafar as investigações de corrupção.
Nos meses seguintes, aproveitou a oportunidade para reprimir a oposição e conseguir a aprovação de uma reforma constitucional que lhe deu maiores poderes. Reforma que, antes do golpe, não contava com o apoio parlamentar e popular necessário.
Com a outorga conquistada, executou um extenso expurgo no serviço civil turco, a título de “contragolpe”, utilizando-se da vingança não apenas para punir soldados amotinados, mas para reprimir ainda mais o que restava de dissidência política na Turquia, prendendo mais de 45.000 militares, policiais, governadores e funcionários públicos, incluindo 2.700 juízes, 15.000 professores e todos os reitores universitário do país.
Hoje a Turquia é o quarto país com mais jornalistas presos, e o Judiciário recentemente viu 3,7 mil juízes e promotores serem removidos de seus postos por meio de um único decreto presidencial.
Agora é a vez de Nicolas Maduro, certamente já enfrentando forte insubordinação dentro das Forças Armadas, uma vez que não dispõe mais dos petrodólares para financiar apoio ao seu governo repressor e sanguinolento, seguir a exitosa receita do ditador turco, forjando um ataque terrorista de araque ou um golpe de estado fracassado, para assim, ampliar os poderes já incontroláveis que detém e recrudescer a repressão contra seu povo faminto, à beira do desespero e, por isso, às portas de uma convulsão social sem precedentes no país.
Isto posto, tendo saído ileso do “fracassado atentado contra si e contra o povo venezuelano”, conforme dirá ao apontar como responsáveis agentes externos, certamente agradecerá o “presente de Deus”, e, a exemplo do facínora turco, o déspota Nicolas Maduro conclamará a necessidade de mais poder para executar seu desejado expurgo de opositores e da imprensa livre.
Por: Adão Lima de Souza