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Isto Posto… O legado da Copa: Os elefantes brancos
Muito se tem falado dos gastos excessivos na construção de estádios para a Copa no Brasil. Alegando uns que o dinheiro seria mais bem empregado em saúde, educação e segurança. Enquanto o governo, aturdido com as manifestações diárias nos grandes centros do país, tenta rebater as críticas afirmando, em caríssimos comerciais, que o legado existe e é de todo povo brasileiro, já que os investimentos, segundo a propaganda oficial, não se limitaram às arenas, mas, também a realização de obras de mobilidade urbana indispensáveis ao desenvolvimento das cidades sedes.
No entanto, por mais bem elaboradas que sejam as peças publicitárias relativas ao mundial, somado ao renitente e reticente discurso uníssono de nossas autoridades, o povo não conseguiu, ainda, vislumbrar com a mesma euforia do governo e da FIFA a importância desse excepcional legado à modernização desse país habituado ao lodaçal imundo em que se transformou a gestão política de nossas cidades e a desfaçatez com que se lança mão de desculpas esfarrapadas, como se tudo fosse justificável ante a pretensa estupidez de nosso povo.
E é talvez aí, nesse afã equivocado dos políticos de que qualquer mentira calha bem como justificativa, que o cidadão brasileiro encontrou dificuldade enorme de digerir a estratosférica soma de dinheiro gasto com a construção de estádios que sediarão algumas poucas partidas, como as arenas de Manaus, Cuiabá, Natal, Fortaleza, Recife, e depois do mundial ninguém sabe dizer o que será feito delas, já que estão situadas em Estados de nenhuma referência no futebol.
Diante disso, fica a pergunta: Quem assumirá a manutenção desses estádios depois da Copa? Os municípios, cujas finanças são comprometidas pela corrupção e a partilha injusta dos impostos arrecadados pelo Governo Federal? Ou, quem sabe, os Estados que por razões semelhantes as dos municípios, patinam ano a ano nos resultados econômicos pífios? Quiçá o Governo Federal, sempre tão prestativo com os Estados e municípios?
Isto posto, só restará o abandono desses elefantes brancos, se não se puder contar com a generosidade do contribuinte.
Por: Adão Lima de Souza