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Isto Posto… Enfim, o ano novo!
Não é falsa a assertiva que insiste na tese de que o ano só começa para o Brasil após o carnaval. Enfim, ei-lo, e agora? Que ponto de partida dará início a este ano? Que fato extraordinário ou medíocre apontará a direção dos acontecimentos neste ano de 2017? Serão as mesmas notícias requentadas sobre promiscuidade e corrupção pública? Quem vai saber? Ou talvez, quiçá, algo aconteça que retire o povo brasileiro deste estado de alegria momesca que dura o ano todo e o devolva a certo pragmatismo capaz de desmantelar velhos vícios e inaugurar hábitos inéditos, pelo menos naquilo que se mostrar com certa medida de urgência como transformar este Brasil num país habitável, minimamente digno e respeitoso e respeitável.
Então… Mais uma vez, na ampulheta do tempo, escorrerão as cinzas da festa da carne sem nos darmos conta de que recomeçarmos nosso ciclo vicioso apenas nos mantém aferrados aos mesmos grilhões da ignorância, da condescendência e da covardia? Ou o gigante acordará finalmente do “sono eterno em berço esplêndido” e vomitará todas as ofensas em revide aos facínoras que nos sugam a vida e felicidade com seus estratagemas cancerosos de corrupção?
Certamente que há muito a ser feito. E diante desta conclamação nos furtaremos ainda a trabalhar para construir o país que precisamos e queremos, permitindo que os mesmos sacripantas que nos roubam o tempo todo continue a falar por nós, impunimente? E, ainda, diante de todo o mal que nos tem feito esta súcia de políticos calhordas, assistiremos atônitos e dóceis a ‘nossa pátria-mãe continuar a dormir tão distraída, ante as tenebrosas transações’? Ou teremos nossa própria primavera árabe?
Lembro-vos que, por todo este ano de 2017, a história nos recordará dos atos de bravuras da Revolução Russa e dos da Greve Geral de 17, no Brasil, para que possamos nos encher de coragem e proclamarmos a maior das revoluções, aquela capaz de mudar nossa disposição passiva ante tanta injustiça e crueldade. E, assim, oxalá, teremos, finalmente, um país não somente de carnaval, mas de honra e altivez, de brava gente que canta; “ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.
Isto posto, lembrando o saudoso Raul, que dizia que depois do carnaval a carne é algo mortal, continuemos a colher nossas multas por avançar os sinais que insistem em manter fechados para nós enquanto povo!
Por: Adão Lima de Souza