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Isto Posto: A velha cantilena dos corruptos e corruptores.
O eleitor brasileiro tem duas modalidades desportivas prediletas. A primeira é taxar de ladrão todo e qualquer político. A segunda é eleger todo e qualquer político ladrão. Desde a redemocratização que o tema da corrupção é recorrente nas campanhas eleitorais dos três poderes, nas três esferas federativas.
Já em 1989, quando a disputa era entre o Lula do PT e o Collor das elites o que mais se aventava eram os milhões desviados dos cofres públicos pelos malfeitores alocados nas entranhas da administração pública, enquanto hospitais e escolas viviam em petição de miséria.
Hoje, um quarto de século depois, ainda com hospitais e escolas vivendo em petição de miséria, sendo a disputa entre o PT do Lula e o PSDB das elites, o velho tema da roubalheira se afirma como mote principal das campanhas eleitorais, convidando o eleitor para uma partida amistosa do esporte que tanto lhe apraz.
Isso me faz rememorar tempos recentes no Senado Federal em que, do alto de sua importância de senador, o baiano Antônio Carlos Magalhães e o paraense Jader Barbalho, então atual e ex-presidente desta distinta e dispendiosa casa legislativa, elegantemente, um após o outro, pediam “vênia” e lascavam um “Vossa Excelência é um ladrão”, sendo retrucado com um “ladrão é Vossa Excelência” e, assim, minimizavam a recíproca falta de ética.
As eleições deste ano trouxeram para o centro do debate esse mesmo discurso amigável entre os candidatos, principalmente, os presidenciáveis que não se cansam de retribuir o carinho adversário com um “o seu partido também é corrupto”, numa mútua tentativa de relativizar o dever de probidade no trato do dinheiro do contribuinte.
Deste modo, mais uma vez caro eleitor, não se trata, assim como nunca se tratou no passado, de se escolher entre projetos de governança, entre avanço ou retrocesso nas conquistas sociais, mas sim, de nos submetermos ao capricho de políticos desonestos, sequiosos pelo poder a qualquer custo e pelo fácil locupletamento, usando como régua para mensurá-los não a retidão de caráter e, sim, o grau menor de reincidência no crime de “lesa-sociedade”.
E, por parte desta tragédia moral, nós eleitores devemos nos proclamar culpados. Porque – é preciso reiterar – pior que um rei corrupto e perverso é o súdito que o idolatra e o apoia. Tal como temos feito ao votar em políticos sabidamente corruptos. O que torna claro que não há vítimas, mas sim, cúmplices.
É inegável que em qualquer sociedade há corruptos e homens probos. O que é inaceitável é que nunca haja punição adequada para os desvios de caráter e quebra de confiança por parte de quem foi escolhido para gerir os interesses sociais. Ainda que a reprimenda seja simplesmente o dizer não por meio do ato de votar, mandando para o ostracismo aqueles que infringiram os imperativos éticos, já que nossas frágeis instituições são ainda capitanias hereditárias.
Isto posto, como dizia Sun Tzu “o verdadeiro método, quando se tem pessoas sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, dando a cada um a responsabilidade adequada.
Então caro eleitor “inocente”, que tal aprender uma modalidade desportiva nova como, por exemplo, cobrar decência a quem lhe conquistou um voto de confiança.
Adão Lima de Souza
Isto Posto… Quem dará nome aos bois?
Estamos a poucos dias da eleição que definirá quem governará o país pelos próximos quatro anos e ninguém se deu conta ainda de qual projeto goza de sua preferência enquanto eleitor, melhor, enquanto cidadão diretamente afetado pelas decisões provenientes de Brasília. Decisões estas, quase sempre tomadas sob o calor das discursões vazias e a efervescência costumeira dos estratagemas de corrupção.
E isso, não resta dúvida, é consequência do inescrupuloso partidarismo que toma de assalto o eleitor brasileiro, em tempos de campanhas emocionantes e promessas renovadas de gentis candidatos que sorriem para nós e nos abraça afetuosamente falso, desviando-nos de fazer a mais importante pergunta, que assim poderia ser formulada:
Em quais projetos de governança estamos votando?
A resposta a tal questionamento seria, paradoxalmente, a pergunta: há projetos nos quais se votar? Ou nosso papel como eleitor jamais poderia ir além da adversidade entre essa ou aquela predileção por um ou outro candidato que mais ou menos consiga dizer aquilo que gostamos de ouvir, “que tudo mais mudar e agente será mais feliz inventando um lugar”, como um compositor baiano nos dissera certa vez, quando afirmava que “tudo era divino, tudo era maravilhoso”.
Então exercitemos a coragem! Façamos a indispensável pergunta sobre qual projeto escolher para ser por ele conduzido nosso destino nos anos vindouros. Analisemos, portanto, os três esboços grosseiros e grotescos postos a nossa disposição; o projeto Aécio, o projeto Marina e projeto Dilma, não necessariamente nessa ordem.
Em comum, todos sinalizam com uma mudança urgente e necessária. Falam de escola em tempo integral quando o que o país precisa é de educação integral; prometem melhorias na saúde, transporte, mobilidade urbana, enquanto recebem gordas contribuições às suas campanhas advindas dos empresários que se locupletaram à custa do sucateamento de hospitais e do transporte público em geral; alardeiam soluções mágicas para o setor de segurança partindo, ambos, do ponto equivocado de que segurança pública é caso de polícia; conclamam, por fim, a necessidade de eficientes mecanismos de combate à corrupção ao mesmo tempo em que mendiga o apoio político de notórios ladrões.
Assim sendo, quais são os projetos que temos a escolher?
O projeto Dilma é sustentado por um programa televisivo que mais parece cena do filme Matrix, mostrando um Brasil artificial, virtual, em detrimento do Brasil real que tem pessoas morrendo em macas fétidas de hospitais imundos, que tem trabalhadores disputando a cotoveladas uma vaga num ônibus ou metrô de qualquer uma das capitais, se quiser voltar para casa depois de sua jornada de trabalho, que tem uma polícia extremamente violenta torturando, matando ou fazendo desaparecer pessoas como o pedreiro Amarildo. Isso tudo num país onde, segundo o mesmo IBGE que só erra quando a verdade incomoda, mais de 60% dos cidadãos tem menos de cinco anos de escolaridade e outras 50 mil pessoas são assassinadas por ano.
Quanto ao projeto Aécio, este quer se valer de um discurso que não alcança ninguém. Não alcança a classe média nem a classe miserável que as estatísticas oficiais tentam esconder. Envelhecido, o discurso dele peca por se arrimar em diretrizes já experimentadas em governos passados, por conseguinte, também esgotado como o atual modelo de governo petista. Para Aécio só restaria o acolhimento da classe alta. Todavia, este segmento social está pouco se lixando para discursos, pois nesses estratos sociais ideologias se medem em dólar.
Por último, o projeto Marina, cuja proposta seria de uma “Nova Política contra o Pacto Mofado”, como definira seu antecessor Eduardo Campos. Entretanto, o que se vê é tanta rasura em seu esboço de governança que mesmo antes de findar já estar cheirando a mofo.
Resta, por fim, o não citado projeto PMDB, partido do qual tanto Aécio como Marina, a exemplo de Dilma, serão reféns, reafirmando a tese irrefutável de que as relações institucionais no Brasil se dão mediante chantagens.
Isto posto, caro eleitor, só lhe restará a ressaca no dia seguinte à votação e uma dor de cabeça que se prolongará por quatro anos, sem que o projeto escolhido por você lhe sirva de aspirina para sua enxaqueca moral.
Por: Adão Lima de Souza
O INTERESSE DO POVO NA FARSA ELEITORAL
Debates vazios de público e coalhados de hipocrisia, cabos eleitorais pagos para segurar bandeiras, avalanches de propaganda para tentar engabelar as massas com fraseologia vazia sobre saúde, educação e segurança e a apresentação de obras de fachada.
Tudo isso para tentar cacifar o podre e desacreditado processo eleitoral. O que é intencionalmente escondido pelas pesquisas encomendadas pelos eleitoreiros e monopólios é o número crescente de brasileiros que boicotam as eleições, não votando, anulando o voto ou votando em branco.
Nas últimas eleições o boicote ultrapassou os 35 milhões de pessoas, número também crescente e assustador para as classes dominantes nos últimos pleitos em países da América Latina e da Europa.
Desde que Marina Silva aportou no circo eleitoral na condição de cabeça de chapa para a gerência do velho Estado semifeudal e semicolonial brasileiro um novo truque eleitoreiro tomou conta das campanhas para presidente.
Já acostumados a empreender a farsa eleitoral sempre com caráter plebiscitário, PT e PSDB tentam se adaptar a um terceiro candidato com condições de rivalizar e, inclusive, segundo as mais recentes pesquisas de “intenção de voto”, de ganhar as eleições no segundo turno.
Marina chegou a essa posição através de duas manobras: primeiro, posando como viúva de Eduardo Campos e surfando na comoção de sua trágica morte, conseguindo capitalizar ao máximo tudo que isso poderia lhe render de dividendos. Segundo, e mais importante, conseguindo orientar o debate para além da dicotomia PT/PSDB, com um tão ensebado quanto falso discurso de “nova política”.
Cinicamente, Marina, com sua performance de Madre Tereza de Calcutá com fins lucrativos, tenta se apropriar do espírito das jornadas de protesto popular de junho/julho de 2013, se fazendo de tonta e tentando convencer de que ela é o que as ruas pediram, sendo sua “REDE” o protótipo de organização política dos que rechaçam a representatividade atual.
Recordem-se que Dilma fez algo bem ao estilo em julho do ano passado, ao dizer que “ouvia as ruas” e propondo coisas que nada tinham a ver com as reivindicações do povo em revolta. O que fez mesmo foi incrementar a repressão mais selvagem sobre as manifestações e sob o berreiro reacionário de sempre do monopólio de imprensa tachou os jovens combatentes de “arruaceiros” e “vândalos”, lançando diretivas aos aparelhos policiais e do judiciário para a cruzada de “caça às bruxas”.
Mas Marina nada tem de novo. Pelo contrário, ela representa o que há de mais velho e carcomido na política eleitoreira brasileira e nenhum véu novinho em folha pode disfarçá-lo. Seu histórico de ligação com as maiores ONGs ambientalistas estrangeiras bancadas pelas grandes corporações e governos do USA e UE qualificam-na e avalizam-na também a gerenciar o velho Estado, em nome do imperialismo, principalmente ianque.
Assim como Dilma e Aécio, Marina, como primeira medida, afirmou o apoio incondicional ao latifúndio de fachada nova, o “agronegócio”, praticamente o único setor econômico importante do país desde que retornaram o Brasil à condição de mero exportador de commodities.
Atarantados, Dilma, Aécio e seus correligionários passaram a atacar Marina subterraneamente por sua religiosidade. Se é verdade que ela é neopentecostal fundamentalista, não é menos verdade que Aécio não se furta de posar com altos executivos de qualquer igreja e que Dilma não pensa duas vezes em comparecer a inaugurações de templos suntuosos de adoração à época remota do escravismo e a declarar em eventos do estilo que “feliz é a nação cujo deus é o senhor”.
Concretamente, na gerência do velho Estado, nem PT nem PSDB jamais se atreveram a confrontar os interesses do Vaticano ou da chamada “bancada evangélica”.
Atacam ainda Marina por ter em seu staff banqueiros e economistas “neoliberais”, bem como de ter sido uma péssima ministra. E se nada disso é novo, também não é diferente dos demais principais candidatos. Como pode Dilma acusar Marina de ser assessorada pelo economista de Collor, se a própria Dilma tem entre os corifeus de sua base aliada o próprio Collor. Se Marina é apoiada pelo banco Itaú, no governo do PT os banqueiros têm lucrado “como nunca na história desse país”.
Tudo isso só atesta o avançado estado de decomposição em que está mergulhado todo o edifício estatal brasileiro e seu sistema político de governo, expressos tão bem nesta ciranda de mentiras, cinismo, corrupção e horror que é o processo eleitoral e seus parlamentos. Nada novo pode surgir desse sistema putrefato que só existe para garantir os interesses do imperialismo e das classes dominantes locais de grandes burgueses e latifundiários.
E, em vão, tentam as frações do Partido Único faturar sobre a revolta popular do último ano. O rechaço às bandeiras das agremiações eleitoreiras nos protestos é algo mais que um modismo apolítico que sociólogos burocratas a soldo e a politicalha parasita preferem crer. Muito além disto, representa uma verdadeira elevação da consciência política das massas populares, que aos poucos vão se libertando das chantagens eleitoreiras e das apelações demagógicas deste ou daquele postulante a cargo eletivo.
O rechaço às eleições está nas ruas, em todos os lugares. O boicote à farsa eleitoral se anuncia grande. E nem Marina com seu velho conto de “nova política” pode detê-lo em seu crescente contágio.
Fonte: A Nova Democracia
ELEIÇÕES: Os princípios, os fins, os meios
Princípios? Deixa pra lá. Beto Albuquerque, ligado ao agronegócio, é vice de Marina, que prefere a floresta como ela é. E ambos estão no Partido Socialista de Paulo Bornhausen, da mais tradicional oligarquia catarinense, para quem até há pouco a palavra “socialista” era usada apenas como xingamento.
Dilma, que considera Fidel Castro um personagem quase tão importante quanto Lula, que foi presa e torturada pela ditadura, está aliada a José Sarney, que foi presidente do partido de apoio à ditadura e que só tem em comum com Fidel Castro a predileção por um tipo de roupa – a farda, até há algum tempo, para um; o fardão, até hoje, para outro.
Aécio, o pragmático, que herdou do avô Tancredo a aversão às ideologias, tem como vice um ex-guerrilheiro comunista, ligado a seu adversário Serra – de quem agora gosta, mas preferiria bem-passado e com maçã na boca.
Há três bons motivos pelos quais os candidatos esquecem seus princípios: primeiro, porque nunca foram assim tão radicais; segundo, porque os fins a que se propõem (defesa do bem e combate ao mal, apoio à saúde e rejeição à doença, e outras platitudes) são tão importantes para o país que os princípios, tadinhos, têm de ser flexibilizados.
O terceiro motivo é o mais importante: para fazer campanha à vontade, gastando o que for preciso, é necessário obter os meios. Pela abundância de meios, políticos fazem boi voar e passarinho devorar o gato. Para eles, fora do poder não há salvação (embora sempre deem um jeito de salvar-se).
Para nós, cidadãos, estando eles dentro ou fora do poder, salvação não haverá.
Fonte: Escrito por Magno Martins no seu blog.
Guilherme prepara recepção para Aécio em Petrolina
O candidato a deputado federal Guilherme Coelho (PSDB) organiza para o próximo domingo (17) a recepção de Aécio Neves (PSDB), que visitará Petrolina, no Sertão de Pernambuco, pela primeira vez nesta campanha presidencial. O encontro acontecerá no auditório do Sest/Senat, às 9h, e será aberto aos que quiserem participar.
Com o objetivo de convidar diferentes representantes da região para o evento, Guilherme Coelho traçou uma agenda cheia no último final de semana. Percorreu feiras-livres em Petrolina, celebrou a Festa dos Vaqueiros da comunidade de Pau Ferro, e participou também da Roda de São Gonçalo, em Garcinha.
“Queremos mostrar nossa gente, nossa cultura forte, a prosperidade de um colono que possui um lote irrigado. Aécio verá de perto nosso potencial e os benefícios da irrigação para o homem do Semiárido”, antecipou Guilherme.
Nesta passagem pelo Nordeste, Aécio deve visitar pelo menos cinco estados diferentes. No roteiro do candidato também já está confirmada uma ação na vizinha cidade de Juazeiro, na Bahia.
Um ataque a jornalistas no Wikipedia gera nova crise no Governo Dilma
A campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) se vê diante de uma nova crise: desta vez, com a imprensa. A rede de internet do Palácio do Planalto foi usada, segundo uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, para alterar perfis na Wikipédia de jornalistas críticos aos rumos da economia brasileira. Os ataques vindos da sede do Governo Federal questionam a ética e as notícias veiculadas pelos repórteres e colunistas da área econômica Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg. Ambos trabalham para as Organizações Globo, maior grupo de mídia do país.
Graças ao endereço IP, um identificador digital, foi possível detectar que as alterações dos perfis dos jornalistas na enciclopédia virtual partiram do Palácio do Planalto. A primeira mudança ocorreu no dia 10 de maio do ano passado. Nela, foi incluída que a jornalista Míriam Leitão fazia “análises desastrosas” da economia.
Já, no dia 13, acrescentou-se que Leitão “fez a mais corajosa e apaixonada defesa de Daniel Dantas, ex-banqueiro condenado por corrupção entre outros crimes contra o patrimônio público. A forma como Míriam Leitão se envolveu na defesa de Dantas chamou a atenção de Carlos Alberto Sardenberg, seu companheiro na CBN, para quem a jornalista estava diferente naqueles dias. Para Miriam Leitão, apesar do vídeo que flagrava o suborno a um delegado da Polícia Federal, a prisão de Dantas não se justificava, posto que se tratava de coisas do passado.”
Daniel Dantas, controlador do grupo financeiro Opportunity, chegou a ser preso em duas ocasiões, por suspeitas de corrupção para se manter no controle de empresas privatizadas do setor de telefonia, espionagem de concorrentes e evasão de divisas.
Ainda no mesmo dia, um computador do Planalto acrescentou na Wikipédia que “um dos maiores erros de previsão da jornalista ocorreu durante a crise financeira internacional. Em 29/06/2009, Míriam Leitão escreveu o seguinte sobre a previsão de crescimento do Ministro Guido Mantega de 4,5% do PIB de 2010: ‘Ele fez uma afirmação de que em 2010 o Brasil está preparado para crescer 4,5%. É temerário dizer isso’. Contrariando o pessimismo de Míriam Leitão, o Brasil cresceu 7,5% naquele ano.”
Vencedora do último prêmio Esso de jornalismo no ano passado, Leitão classificou, em entrevista à Globonews, como injúria o conteúdo postado. A jornalista também denuncia o uso da estrutura física e profissional por parte do Planalto, paga com recursos dos contribuintes, para atacar representantes da imprensa.
Ao colunista Carlos Alberto Sardenberg, os trechos acrescentados pelo usuário do Palácio do Planalto na Wikipédia não foram menos críticos. Além de questionar supostas análises dele, foi feita uma ilação de que “é irmão de Rubens Sardenberg, economista-chefe da FEBRABAN [Federação Brasileira de Bancos], instituição que tem grande interesse na manutenção de juros altos no Brasil, uma medida geralmente defendida também por Carlos Alberto Sardenberg em suas colunas”.
Ao jornal O Globo e a Globonews, o jornalista afirmou ser um crítico dos rumos da economia brasileira e diz defender que o governo o critique. Mas, neste caso, para ele, o que ocorreu foi difamação e não debate de ideias. “Dizer que, porque meu irmão trabalha na Febraban, sou lacaio dos bancos, é uma canalhice, uma baixaria.”
Alterar a Wikipédia parece uma estratégia padrão de um ou mais funcionário do Palácio do Planalto. Da sede do Governo Federal partiram mais de 150 edições de conteúdo. Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, foram acrescentados, por exemplo, elogios ao petista Alexandre Padilha, ex-ministro de Dilma e candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo. Também foram postadas críticas ao tucano José Serra e ao Movimento Passe Livre, que liderou a onda de manifestações pelo País.
Para acompanhar as mudanças feitas anonimamente por qualquer computador do Palácio, um programador brasileiro criou um Twitter público, que monitora automaticamente as alterações na Wikipedia.
O chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, declarou que o órgão irá investigar o uso da máquina pública. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) condenaram o ataque aos jornalistas ainda mais por meio da estrutura pública.
Em nota, o Governo Federal diz que “é lamentável que o endereço IP do Palácio do Planalto tenha sido usado para modificar os perfis do Wikipédia dos jornalistas”. Segundo a presidência da República, é tecnicamente impossível identificar os responsáveis pelas modificações nos perfis dos jornalistas.
Isso porque os conteúdos da rede de internet de computadores do Planalto, até julho deste ano, eram arquivados por no máximo seis meses. “As alterações nos perfis dos jornalistas”, complementa o Planalto, “foram feitas em maio de 2013”.
Certo, no entanto, é que o episódio dos ataques a jornalistas acaba de fornecer mais munição à oposição em meio à batalha eleitoral.
Fonte: EL País.
Falta sentimento democrático
Ainda é cedo, mas há fortes indícios de que o PT perderá as próximas eleições. Em que Estado com muitos eleitores seus candidatos a governador se mostram competitivos? Talvez em um. No total os petistas aparecem bem situados apenas em quatro Estados, se tanto, três deles com não muitos eleitores.
Quanto aos aliados, especialmente o principal, o PMDB, parece que andam em franca debandada em vários Estados. Também pudera, como pedir fidelidade no apoio à reeleição quando, além do pouco embalo da chapa presidencial, os candidatos da oposição e do próprio PMDB aos governos estaduais aparecem bem à frente dos candidatos do PT?
As taxas de rejeição da presidenta estão nas nuvens, não só em São Paulo, onde nem o céu é o limite. Também crescem nos pequenos municípios do Norte e do Nordeste para onde, nas asas das bolsas-família, migraram os apoios do partido que nasceu com os trabalhadores urbanos.
As raízes deste quadro se abeberam em vários mananciais: o das dificuldades econômicas, da tragédia das políticas energéticas (vale prêmio Nobel derrubar ao mesmo tempo o valor de bolsa da Petrobras e as chances do etanol e ainda encalacrar as empresas de energia elétrica), da confusão administrativa, do pântano das corrupções e assim por diante. Culpa da presidenta? Não necessariamente.
Há tempo, escrevi um artigo nesta coluna com o título de Herança Maldita. Fazia ironia, obviamente, com o estigma que petistas ilustres quiserem impingir a meu Governo. No artigo indicava que a origem das dificuldades não estava no atual Governo, vinha de seu predecessor. A cada oportunidade que tenho procuro separar a figura da presidenta, seu comportamento passado e atual, digno de consideração, dos erros que, eventualmente atribuo ora a ela, ora ao estilo petista de governar.
Mas, francamente, é demais não reconhecer que há motivos reais, objetivos, para o mal-estar que envolve a atual política brasileira sob a hegemonia petista.
Abro ao acaso os jornais desta semana: os europeus advertem que a produtividade do país está estagnada; o humor do varejo em São Paulo é o pior em três anos; a produção industrial e a confiança dos industriais não param de cair; o FMI publica documento oficial assinalando que nossa economia é das mais vulneráveis a uma mudança no cenário internacional e ajusta mais uma vez para baixo a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2014, para 1,3% (seriam otimistas?); o boletim Focus, do BC, prevê um crescimento ainda menor, de 0,9% (seriam os pessimistas?); o juro para a pessoa física atinge seu maior patamar em três anos; a geração de empregos é a menor para o mês de junho em dezesseis anos; para não falar na decisão do TCU de bloquear os bens dos dirigentes da Petrobras ao responsabilizá-los por prejuízos causados aos cofres públicos na compra da refinaria de Pasadena.
Espanta, portanto, que a remessa de análise conjuntural feita por analistas de um banco a seus clientes haja provocado reações tão inusitadas. O mercado não deve se intrometer na política, protestaram Governo e petistas. Talvez. Mas se intromete rotineiramente e quando o vento está a favor os governos se deixam embalar por seu sopro. Então, por que agora e por que de forma tão desproporcional ao fato, presidenta?
Não creio que seja por desconhecimento da situação nem muito menos por ingenuidade. Trata-se de estratégia: o ataque é a melhor defesa. E nisto Lula é mestre. Lá vêm aí de novo com as “zelites” (da qual faz parte) contra o povo pobre. Até aí, táticas eleitorais. Mas me preocupa a insistência em tapar o sol com a peneira.
Talvez queiram esconder o acúmulo de dificuldades que estão se avolumando para o próximo mandato: inflação subindo, com tarifas públicas e preço da gasolina represados; contas públicas que nem malabarismos fiscais conseguem ajustar; o BNDES com um duto ligado ao Tesouro, numa espécie de orçamento paralelo, como no passado remoto; as tarifas elétricas rebaixadas fora de hora e agora o Tesouro bancando os custos da manobra populista, e assim por diante. Em algum momento o próximo Governo, mesmo se for o do PT, terá de pôr cobro a tanto desatino. Mas, creem os governistas, enquanto der, vamos empurrando com a barriga.
Que fez o Governo do PSDB quando as pesquisas eleitorais de 2002 apontavam possível vitória do PT da época? Elevou os juros, antes mesmo das eleições, reduzindo as próprias chances eleitorais. Sustentou mundo afora, antes e depois das eleições, que não haveria perigo de irresponsabilidades, pois as leis e a cultura do país haviam mudado. Pediu um empréstimo ao FMI, com a prévia anuência pública de todos os candidatos a Presidente, inclusive e especificamente do candidato do PT.
O dinheiro seria desembolsado e utilizado pelo Governo a ser eleito para acalmar os mercados, que temiam um descontrole cambial e inflacionário e mesmo uma moratória com a vitória de Lula. Aprovamos ainda uma lei para dar tempo e condições ao novo Governo de se inteirar da situação e se organizar antes mesmo de tomar posse.
Agora, na eventualidade de vitória oposicionista (e, repito, é cedo para assegurá-la) que fazem os detentores do poder? Previnem-se ameaçando: faremos o controle social da mídia; criaremos um Governo paralelo, com comissões populares sob a batuta da Casa Civil que dará os rumos à sociedade; amedrontam bancos que apenas dizem o que todos sabem etc. Sei que são mais palavras equívocas do que realidades impositivas. Mas denotam um estado de espírito.
Em lugar de se prepararem para “aceitar o outro”, como em qualquer transição democrática decente, estigmatizam os adversários e ameaçam com um futuro do qual os outros estarão excluídos.
Vejo fantasmas? Pode ser, mas é melhor cuidar do que não lhes dar atenção. A democracia entre nós, já disseram melhor outros personagens, é como uma planta tenra que tem que ser cuidada e regada com exemplos, pensamentos, palavras e ações todos os dias. Cuidemos dela, pois.
Fernando Henrique Cardoso
A redução da maioridade penal volta à pauta da campanha brasileira
A campanha eleitoral brasileira mal começou e um antigo tema já voltou à pauta dos candidatos, a redução da maioridade penal. O debate envolve boa parte da classe política. Vai dos que sempre foram contra, que agora tendem a mudar de posição, aos que não têm relação direta com as mudanças legais na esfera nacional.
Nas últimas semanas, senadores do PT, partido do atual governo federal, iniciaram um debate interno sobre mudanças legais com relação à maioridade. O senador e candidato à reeleição Eduardo Suplicy, do PT paulista, elaborou um projeto de lei que está sendo analisado por juristas e sugere punições mais duras para jovens com menos de 18 anos de idade que cometerem crimes graves.
Os detalhes dessa proposta de Suplicy não foram divulgados, mas já demonstram uma mudança de rumo no posicionamento petista que sempre se manifestou contrário a qualquer endurecimento nas penas para adolescentes.
Por outro lado, o PSDB, principal partido de oposição ao Governo Dilma Rousseff, está pressionando os congressistas a votar um projeto de lei que também reforça a punição de adolescentes, mas não trata da diminuição da maioridade penal. Nesta terça-feira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi a Brasília para pedir celeridade na votação da proposta que altera a Constituição Federal para poder aumentar a pena de jovens. O projeto está parado há quase dois anos.
Candidato à reeleição, Alckmin não tem nenhuma ligação direta com as mudanças de leis nacionais, porém, desde o ano passado ele faz lobby por essas alterações. A proposta defendida por ele, aliás, é de autoria de um correligionário seu, o senador e candidato a vice-presidente Aloysio Nunes Ferreira. “O ECA é uma boa lei, mas não dá respostas aos casos graves, especialmente dos (adolescentes) reincidentes”, afirmou Alckmin ao jornal O Estado de S. Paulo.
A ideia de Alckmin e do PSDB é fazer o projeto tramitar mais rapidamente na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que está analisando uma dezena de projetos que tratam da redução da maioridade. O presidente da Casa se comprometeu a acelerar o processo, mas pode ter dificuldades já que, em período eleitoral, o quórum dos parlamentares costuma cair no Congresso Nacional. Além desse projeto defendido pelo tucano, há outras 26 propostas no legislativo brasileiro, algumas pedem a redução de 18 para 16 anos.
Debate
Um dos argumentos dos que defendem a redução da maioridade penal é que a ela ajudaria a diminuir a quantidade de crimes graves, já que vários adolescentes têm sido usados por adultos na prática desses delitos. Do lado dos que querem manter o limite de idade nos 18 anos, a justificativa é que o adolescente tem condições de diferir o que é crime ou não e, por isso, uma punição maior não resultaria na redução dos delitos.
Uma das pesquisas que embasa o debate na Câmara dos Deputados, mostra que quase 13% dos jovens infratores respondem por crimes graves, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro. Entre os adultos, esse índice chega aos 20%.
Na campanha presidencial o assunto já veio à tona também. Na semana passada, coordenadores de campanha dos dois principais candidatos oposicionistas à presidência, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) já disseram ser contra a redução da maioridade penal. Porém, o tucano gostaria de endurecer a punição a alguns infratores. Rousseff ainda não se manifestou nesta campanha, no entanto, em ocasiões anteriores ela afirmou que mesmo se a maioridade fosse reduzida para 16 anos, outros jovens, mais novos, continuariam sendo cooptados por criminosos. Por isso era contrária à alteração. Nas próximas discussões, certamente, os três serão indagados mais uma vez sobre esse tema.
Fonte: EL País
A produção industrial brasileira tem queda generalizada em junho
Em se tratando de indústria brasileira, a máxima “nada é tão ruim que não possa piorar” se confirma a cada dia que passa. Nesta quarta-feira, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o ritmo do setor recuou em junho em nada menos que 11 dos 14 locais pesquisados no país. Os novos dados reforçam a queda anunciada na produção de 1,4% para o mês em relação a maio, e ao forte recuo de 6,9% ante junho do ano passado.
Lideraram as perdas na produção os Estados do Amazonas, Paraná, Pernambuco e Ceará. Por outro lado, Espírito Santo, Goiás e São Paulo puxaram as altas, ainda segundo o IBGE.
Nesta terça-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já havia intensificado a retração que aflige o setor ao anunciar que o faturamento e as horas trabalhadas caíram em junho pelo quarto mês seguido. O primeiro indicador fechou o semestre com recuo de 1% em relação ao mesmo período de 2013, e o segundo, com perdas de 2,2% na mesma comparação.
“O faturamento e as horas trabalhadas na produção são os principais sinais da atividade. A retração no primeiro semestre confirma que a situação da indústria continua preocupante”, avaliou a CNI.
A entidade também divulgou na ocasião os seus indicadores de emprego e salário em junho, confirmando que a baixa atividade começa a ter impacto também sobre o mercado de trabalho – apesar de terem encerrado o primeiro semestre do ano em terreno positivo, os dois indicadores acumulam quatro
Atravessando uma longa crise, a indústria tem se tornado o calcanhar de Aquiles na produção de bens e serviços do país. A economia brasileira como um todo praticamente não cresceu no primeiro trimestre sob o peso do setor, que recuou 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2013, e dos investimentos, que caíram 2,1% no mesmo período.
O setor de transformação (de matérias primas para produtos finais), que chegou a responder por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em meados da década de 1980, hoje vê esse número se aproximar de 10%.
Na tentativa de recuperar o fôlego, a indústria contou com ajudas apenas pontuais do Governo nos últimos meses. O ministro da Fazenda Guido Mantega, por exemplo, anunciou no fim de junho a extensão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que barateia a obtenção de crédito junto a bancos públicos para a compra de maquinário e bens de capital.
Também seguem em vigor os benefícios dos programas Reintegra, que devolve parte do imposto pago pelos exportadores, e o Refis, de refinanciamento de dívidas fiscais.
As medidas, no entanto, são consideradas insuficientes pelos empresários, que pedem uma mudança no atual modelo tributário, que, segundo eles, penaliza as exportações e favorece as importações.
A solicitação é uma das que integram um documento da CNI já repassado aos candidatos à Presidência da República e que contém 42 estudos que traçam um diagnóstico atual e propostas de melhora do ambiente de negócios no país. Inovação, produtividade, educação, segurança jurídica e financiamento estão entre as demandas.
Os presidenciáveis já acenaram com medidas para revitalizar o setor, durante encontro com os empresários promovido pela própria CNI. Eduardo Campos, candidato do PSB, defendeu uma ampla reforma tributária, que seria apresentada ao Congresso Nacional ainda em sua primeira semana de governo. O foco estaria na simplificação e desoneração dos investimentos e das exportações.
Aécio Neves (PSDB) declarou, por sua vez, que ajustaria o câmbio para torná-lo mais flutuante e prometeu reduzir os juros. Afirmou que resolveria também a “insegurança jurídica” e estabeleceria regras mais claras para a atração de mais capital visando a investimentos em infraestrutura.
Encerrando o encontro, a presidenta Dilma Rousseff (PT) reforçou a sua capacidade para realizar as mudanças pedidas pelos empresários e destacou a educação como um caminho para a competitividade da indústria. A candidata à reeleição defendeu ainda a sua política atual, com base na desoneração de tributos e com crédito subsidiado para investimentos.
Fonte: EL País
PT critica pseudodenúncias contra ‘farsa’ da CPI
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou hoje, durante discurso na tribuna da Casa, que parte da imprensa publica pseudodenúncias contra a CPI da Petrobras. O parlamentar avalia que alguns veículos de comunicação e a oposição estão tentando transformar cortina de fumaça em escândalo, com o objetivo de fragilizar a presidenta Dilma Rousseff (PT) na corrida eleitoral.
Humberto rebateu matéria publicada hoje pelo jornal Folha de São Paulo que aponta que a estratégia do PT e da Petrobras na CPI no Senado foi coordenada pelo Palácio do Planalto. “Ora, isso é denúncia? Isso é uma concepção absurda, equivocada e até ridícula por parte de alguns órgãos de imprensa. Não há qualquer crime ou fraude na relação de assessores da CPI com o Planalto”, declarou.
“Nada que aconteceu aqui no Senado pode ser considerado crime. Não há crime. Acho até bom que a oposição tenha pedido investigação ao Ministério Público, que o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), tenha pedido investigação da Polícia Federal. Vamos ter órgãos respeitados fazendo uma investigação que vai mostrar isso que chamo de cortina de fumaça. Arrumem outro assunto para transformar em escândalo. Isso é uma bobagem”, disse.
Fonte: Blog do Magno Martins