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Isto Posto… O que dizem as pesquisas eleitorais?
Em ano de eleições, grande número de pesquisas eleitorais são divulgadas semanalmente por distintos institutos, sob encomenda dos mais variados segmentos da sociedade civil: setores da indústria e comércio como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), bancos e instituições que operam no mercado financeiro, empresas do ramo de comunicações, como Grupo Globo e Folha de São Paulo.
E temos ainda, os sites de notícias, focados na cobertura política nacional, a exemplo do Poder360, que financia com recursos próprios o instituto PoderData. Destoando, assim, da prática mais comum que é a contratação externa dos serviços dos institutos de consulta populares. Como é o caso do BTG/Pactual, banco especializado em investimentos, cujo objetivo alegado é contratar serviços de pesquisas para melhor “entender o cenário e prestar sempre o melhor serviço aos seus clientes”.
Neste ano, temos sondagens feitas por diversas empresas: Paraná Pesquisas, PoderData, FSB, Quaest, Idea Big Data, IPESPE e os tradicionais Datafolha e IPEC (antigo IBOPE), dentre tantos outros, só para ficarmos com aqueles de maior abrangência nacional.
E, como não poderia deixar de ser, em meios a tamanha diversidade de serviços de consultas, os números apresentados por esses institutos trazem notáveis divergências sobre a preferência confessada do eleitor abordado. Em virtude, sem dúvida, de diferentes metodologias aplicadas por cada um deles. Então, diante dessa ausência de certeza, cabe-nos perscrutar o quê, de fato dizem as pesquisas eleitorais, para que possamos depositar nossa confiança nelas e termos uma baliza, seja para decidir o voto, seja para melhor orientar terceiros, como apregoam os bancos ao custearem suas sondagens?
Bem. O que se pode dizer em defesa das pesquisas, independente de qual metodologia tenha tornado seletiva nas sondagens que fazem, é que todas aquelas de questionários mais completo seguem uma metodologia que explicam seus números. E antes, quero deixar claro que a vantagem numérica apresentada em favor de um ou outro candidato, embora baste ao entendimento do eleitor comum, desprovido de maiores compreensões sobre os elementos intrínsecos da Ciência Estatística, não é o mais importante numa pesquisa eleitoral.
Uma boa pesquisa traz, na minha opinião de leigo (Informo que não tenho formação específica em Estatística, apenas disponho de conhecimentos rudimentares de Matemática), além do resultado definitivo, extratos internos consolidados que fundamentam os números apresentados na consulta popular. E eles são de dois tipos: Extratos Gerais e Extratos Específicos – advirto o caro leitor que tais designações conceituais não são consensuais na Ciência Estatística, mas, sim, meras especulações pessoais minhas.
Explicando-as. Se tomarmos como exemplo a última pesquisa IPEC sobre a corrida presidencial, analisando seus extratos, veremos que nela contém respostas classificadas por faixa de renda, de idade, por religião, por sexo, por região, enfim, por segmentos sociais que refletem proporcionalmente a população votante. E estes são os denominados extratos específicos que, como dissera acima, tomei a liberdade de assim designá-los.
Nesta esteira, os extratos gerais seriam a taxa de rejeição do candidato, a taxa de convicção do eleitor e o voto espontâneo. Estes três elementos juntos são os pilares sobre os quais se assentam a confiança de qualquer pesquisa eleitoral no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Dificilmente um candidato que tenha estes três fatores favoráveis a si perde a eleição – salvo a ocorrência de algum fato político traumático, como um atentado violento dele ou de seus apoiadores ao adversário.
Nas pesquisas eleitorais, a taxa de rejeição se expressa pela repulsa demonstrada pelo eleitor em desfavor de algum candidato, quando responde que não votaria em fulano de jeito nenhum. O voto espontâneo, como se sabe, é aquele em que o nome do candidato é citado livremente pelo eleitor, sem apresentação de lista prévia, como no chamado voto estimulado, cuja lista de nomes é apresentada para que o eleitor diga em qual deles pretende votar.
Por fim, a aqui denominada de Taxa de Convicção, diz respeito a convicção que manifesta o eleitor por determinado candidato, informando ao pesquisador que já tomou a decisão em quem vai votar e que não há chances de mudar seu voto, “nem que a vaca tussa”, com diz o ditado popular.
Isto posto, caro (e)leitor, ao se interessar por sondagens eleitorais, que tal passar o olho nesses extratos? E quanto a você que “só vota em quem vai ganhar”, talvez se interesse em saber que nas pesquisas mais recentes um dos concorrentes mais promissores têm menor taxa de rejeição, maior taxa de voto espontâneo e que a taxa de convicção do eleitor beira os 80%. Além do mais, figura melhor na maioria dos extratos específicos. Atentai bem, pois isto é o que dizem as pesquisas eleitorais!
Por: Adão Lima de Souza
Putin: sectarismo e fascismo no Brasil legitimam a covardia contra a Ucrânia
O Putin é uma figura emblemática, pois consegue ser ponto de convergência da dita “Esquerda Progressiva”, fortemente identificada com Lula e o PT e do Bolsonarismo ignaro, representante hoje do chamado “Conservadorismo Liberal”. Para os primeiros, Putin representa ainda a resistência comunista diante da opressão imperialista dos Estados Unidos. E, embora, no caso da recente deflagrada guerra seja a Rússia a agressora, a nossa esquerda acredita que a Ucrânia não tem o direto de se autodeterminar, como qualquer outra nação. E isto seria perfeitamente justificável dentro do ideário desse falso esquerdismo, já que a Rússia estaria apenas exercendo o seu direito de defesa contra aquele povo rebelde que desde os tempos da extinta União Soviética já era uma pedra no sapato do comunismo stalinista, tal qual fizeram sucessivos presidentes americanos contra Iraque e Afeganistão, por exemplo.
Para os bolsonaristas, dada a fragilidade moral que ostentam, o Putin é a personificação do seu desejo sexual mais latente, pois simboliza aquela figura Freudiana, falocêntrica do machão, supostamente hétero, homofóbico, misógino, autoritário, que resolve tudo com tiro, porrada e bomba. E que age contra as minorias por acreditar que essas devem se submeter aos imperativos da maioria, como as mulheres que devem submissão aos caprichos dos homens, e gays e negros se contentarem com a discriminação, o racismo, o assassínio, simplesmente por serem quem são. E, apesar de contradizer a pregação moralista ecoada como mantra, dentro do código moral rígido que tentam impor aos outros, na sua intransigente defesa da família, da pátria e de Deus, o chamado “gado” acredita que não podem ser levados em conta os reiterados casamentos do líder, a utilização de verba pública por ele para “comer gente”, a indisposição indisfarçável para o trabalho e a honestidade falseada, abalada por um esquema familiar de locupletarão às custas do erário, distintos de estratagemas como Mensalão e Petrolão apenas pelo montante surrupiado até agora.
E as semelhanças não ficam por aí. Tanto a direita fascista que idolatra Bolsonaro como a esquerda que atribui a Lula ares messiânicos fazem uso do negacionismo político e histórico para sustentar teses contraditórias. Como é o caso da utilização do conceito de Guerra Defensiva, criado pela Casa Branca, e fartamente aceito pelos dois grupos para justificar a agressão da Rússia à Ucrânia. No pensar deles, amplamente regugitado por expoentes da dita “Esquerda Progressista” e do Bolsonarismo escatológico, a Ucrânia seria a única nação que não faria jus ao reconhecimento do direito intrínseco de cada país à soberania e à defesa nacional. E pouco importa para o pensamento dicotômico preponderante no Brasil atual estupidificado, o fato de que o povo ucraniano sempre viveu sob o peso da opressão do Kremlin, não importando o grau de colaboração dado em episódios trágicos como a Segunda Guerra Mundial, durante a libertação do Povo Judeu do campo de concentração nazista de Auschwitz.
Os protagonistas da cena política deletéria atual no Brasil ignoram que a civilidade exige sacrifícios. Principalmente do grau das liberdades públicas. Porque as relações hoje, institucionais, interpessoais ou entre nações, são regidas por um forte nível de responsabilidade e de renúncia que tendem a reduzir a amplitude do exercício dos direitos e garantias individuais, ao mesmo tempo em que limita os atos de império, a um escopo obrigatório de sopesamento dos bens jurídicos a serem tutelados para o bem comum, a fim de se manter a constitucionalidade horizontal das relações sociais e evitar que o Estado esmague o cidadão.
Entretanto, propositadamente surdos a essa verdade gritante, e aproveitando-se dessa imposição histórica da limitação responsável das liberdades públicas como condição imprescindível do processo civilizatório, forças políticas fascistas, de forma sutil e efetiva, e sob a benevolência da dita “Esquerda Progressista”, que ver na deterioração da sociedade brasileira um trunfo eleitoral para reassumir o poder, constroem discursos antidemocráticos alicerçados em teses falaciosas de que as restrições a determinados direitos – como erroneamente se crer haver no direito de defesa, pela restrição ao acesso à armas – seria violação inaceitável da liberdade do cidadão. E essas narrativas são alimentadas por uma eficiente metodologia de distorção semântica, fundada em interpretação própria do termo liberdade, ao ponto da polissemia utilizada abarcar também os sentidos contrários das palavras, dentro do conceito atual da chamada pós-verdade. Ao ponto de subverterem o conceito de agressão armada para creditar à ação belicosa o propósito de libertação do povo da nação invadida ou, ainda, repelir supostas futuras agressões dentro do direito de autodefesa compreendido no conceito de “Guerra defensiva”, usado como muleta pela esquerda para legitimar a covardia de Putin na Ucrânia e pelos USA para oprimir nações mundo a fora.
Isto posto, se você não tem lugar nas fileiras do sectarismo político da denominada “Esquerda Progressista” do Lula e o PT e nem é um dos sequazes da necropolítica abjeta do Bolsonaro; mas, a contrario sensu, também não é afeito a rezas brabas, orações, preces, simpatias, maledicências, augúrio, rogação de praga, presságios, vaticínios e palavras de baixo calão, talvez seja oportuno ensaiar um “Deus nos Acuda”, uma corrente de fé ou de livramento; aprender a oração do envultamento de São Cipriano ou simplesmente torcer para que os nossos deuses de pés de barro, predominantes no modo de pensar a Política, aqui e no mundo, não mergulhem a humanidade na mais tenebrosa de suas experiências na terra, sob o pretexto de nos livrar de mal maior.
Por: Adão Lima de Souza, um reles escrevedor.
CPI do Genocídio: A tropa em choque do Planalto
Em funcionamento desde abril, a comissão parlamentar de inquérito criada no Senado Federal para investigar a atuação do Executivo no enfrentamento da pandemia e o uso de recursos federais pelos estados e municípios – provocantemente alcunhada de CPI do Genocídio pelos opositores do desgoverno desastroso do militar insubordinado – consolidou até agora a irrefutável acusação de que o governo de Bolsonaro agiu deliberadamente para comprovar a tese da Imunização de Rebanho aprovada pelo seu Ministério Paralelo da Saúde, composto por seu filho, o Vereador Federal Carlos Bolsonaro, alguns médicos charlatães e prepostos tresloucados que creem que a terra é plana e que a Ciência é uma invenção globalista para doutrinação marxista do mundo e a serviço da esquerda para derrubar o governo do Capitão Tragédia por ele ser “honesto, competente, conservador, cristão e hétero”.
Tudo isso é reafirmado pelo gado bolsonarista, embora se avolumem as denúncias de corrupção na sua família e no governo, a máquina estatal tenha sido aparelhada por militares inoperantes que a paralisaram quase que completamente, o presidente tente convencer os incautos que é bom conservador também quem casa várias vezes, que é cristão utilizar o povo brasileiro como cobaia no experimento macabro da Imunização de Rebanho para satisfazer sua Pulsão de Morte e, por fim, que macho de verdade tem de ser homofóbico ainda que se dirija sempre aos amigos machos com expressões conotativas de relacionamentos íntimos como ‘estar namorando, estar noivo, estar casando’ .
Voltando à CPI, esta já tem elementos suficientes, advindos dos depoimentos e dos documentos amealhados, que comprovam as seguintes irregularidades na condução da Pandemia:
- Existência no governo Ministério Paralelo da Saúde para aconselhamento na gestão da pandemia;
- Tentativa de mudar a bula da cloroquina, medicamento sem eficácia contra a Covid, mas defendido pelo presidente;
- Ausência de resposta do governo federal às ofertas de venda de vacina da Pfizer por meses a fio;
- Recusa das ofertas da Coronavac pelo governo, com suspensão das negociações após críticas de Bolsonaro;
- Ciência do Ministério da Saúde, desde o dia 7 de janeiro sobre a falta de oxigênio no Amazonas, antes do que havia sido informado pela pasta;
- Inação do governo federal ao descartar a possibilidade de intervenção federal na saúde no Amazonas.
Então, explicitadas as premissas que nortearão o relatório que apontará a culpa do Executivo Federal na morte de mais de meio milhão de brasileiro até agora, façamos o devido recorte das defesas apresentadas. Antes, porém, gostaria de advertir que me utilizei do termo “defesa” apenas pelo amor ao debate, pois a ação deliberada do governo pelo experimentalismo nefasto da Imunização de Rebanho é tão clarividente pelas práticas adotadas de propaganda oficial de medicamentos inúteis, mas com fortíssimo efeito placebo, induzindo à população a agir irresponsavelmente ao negligenciar o uso de máscara, o distanciamento social e as outras medidas não farmacológicas; da recusa reiterada em adquirir os imunizantes ofertados pelas farmacêuticas renomadas como a Pfizer e pela promoção cotidiana de aglomerações com intuito indisfarçável de colaborar para aumentar o contágio do Coronavírus, estimulando de crianças a idosos abandonarem as recomendações da Ciência e da Organização Mundial de Saúde, somada à detração da honra de pessoas por meio das redes sociais, como ocorreu recentemente com a doutora Mayra Pinheiro, chamada de Capitã cloroquina, por ter festejado a vacina que tomou ou com a senadora bolsonarista Soraya Thronicke, por ter se assustado com o assombroso número de 507 mil vítimas da COVID 19 e do menosprezo de um governo sádico.
Como vemos, tudo isso torna indefensável o mandatário do país. Todavia, ainda assim, consideremos as caricaturas empunhadas pela chamada Tropa de Choque na CPI do Genocídio, encenadas pelos senadores canastrões adeptos da Velha Política, aquela que Bolsonaro pretendia abolir do cenário nacional e que hoje é sua tábua de salvação, a quem o governo tem recorrido por ajuda paga á custa do erário, ou seja, do dinheiro do “Cidadão de Bem” pagador de impostos. Deste conglomerado chamado Centrão é o deputado Ricardo Barros, líder do Governo na Câmara e denunciado na CPI pelos irmãos Miranda como sendo o articulador do esquema de corrupção que se insinua no Ministério da Saúde.
Primeiramente, como costumava dizer certo senador piauiense, “atentai bem” para o intrépido senador gaúcho Luís Carlos Heinze, a fazer o papel de ventríloquo desatinado, balindo incessantemente seu discurso mal ajambrado sobre as vidas salvas pelo famigerado Tratamento Precoce com drogas inúteis, cuja defesa de inexistente eficácia é feita ainda, segundo ele, por personagens esdrúxulos como os charlatães Didier Raoult e Vladimir Zelenko, além de uma cepa de médicos brasileiros aloprados, como certo virologista que não acredita em vacinas. E nem pretendo suscitar o repetido nome de determinada atriz pornô, que vem ganhando status de obsessão nas intervenções do senador durante os debates na CPI.
Seguindo os passos do senador Heinze, vem o nortista Eduardo Girão com seu falso dilema sobre a conduta de seu chefe, tentando convencer o público e a si mesmo de que é um árduo defensor da Ciência, apesar da defesa intransigente da liberdade de Bolsonaro fazer o que bem entender, ofender quem quiser, desrespeitar as instituições e atentar diariamente contra a Democracia e os princípios humanitários. Também no batalhão a serviço do Planalto têm os senadores Fernando Bezerra Coelho e Ciro Nogueira a comparecem esporadicamente tão somente para entoar o outro balido da propaganda oficial, tal qual as ovelhas da distópica Revolução dos Bichos de George Orwell, insistindo na tecla de que a CPI não passa de narrativa política, como se pudessem negar que qualquer julgamento de crimes de responsabilidade do Presidente da República é sempre jogo político, a exemplo do impeachment, no qual a única coisa que evita a queda do governante é a fidelidade canina de mais de um terço dos parlamentares do Congresso Nacional.
Por último, já que as tentativas de tumultuar os trabalhos da CPI pelo senador Flávio Bolsonaro têm sido frustradas, vejamos o senador do Estado de Rondônia, Marcos Rogério, advogado de fala rebuscada, gestual pomposo, modelo de vestimenta enfeitado, sobrancelhas bem delineadas, gravatas escolhidas com esmero, penteado impecável, enfim, um verdadeiro metrossexual, cuja acepção nos melhores dicionários afirma ser aquele homem moderno, narcisista, que gasta tempo e somas consideráveis de dinheiro com a aparência e seu estilo de vida. Ele, no afã da busca pela visibilidade que lhe assegure a pretensa candidatura ao governo de seu estado, costuma destrinchar as mais estapafúrdias teses jurídicas, arrimadas num bolodório recheado de sentenças falaciosas de fazer inveja ao inesquecível Odorico Paraguaçú, durante os “festejamentos de seu empossório” no cargo de prefeito de Sucupira.
O estrepitoso, senador rondoniense, e porque não dizer, ao modo peculiar do supracitado gestor municipal, o pavoneado doutor das jurisprudências de improviso, acredita piamente no parlapatório enviesado para dizer ao cidadão brasileiro que, subtraído o meio milhão de mortos, a CPI do Genocídio não passa de “obra da esquerda comunista, marronzista e badernenta”, fazendo jus, portanto, ao apelido público de Rolando Lero, saudoso personagem do ator de verdade Rogério Cardoso, a ponto de ser admoestado constantemente pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz.
Isto posto, se alguém foi esquecido nessa real Tropa em Choque do governo Bolsonaro na CPI do Genocídio, é porque sua citação se tornara dispensável diante dos nomes aludidos. E embora não se deva olvidar a contribuição enorme que alguns bolsonaristas têm dado à elucidação dos crimes cometidos pelo governo federal, seja por meio de confissões em depoimentos ou da entrega de evidências materiais que depõem contra a conduta do presidente, como foi com a revelação da carta da Pfizer pelo Fabio Wajngarten e a menção ao Gabinete das Sombras, os depoentes bolsonaristas têm mentido como nunca visto antes, mas como ele próprios costumam pregar: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… Os negacionistas e os mercadores da fé.
A atitude desse padre traduz bem o bolsonarismo na sua faceta mais odienta, indigna, abjeta e perversa. Os que comungam do mesmo pensamento negacionista do Capitão Comédia reproduzem todo o tempo as suas mentiras e aberrações, sem nenhum pudor. E, também sem qualquer traço de caráter ou vergonha, vão adotando novas narrativas absurdas e doentias sobre os mais variados assuntos, tão logo a verdade se imponha.
No início da pandemia que se abateu sobre o mundo, primeiro, os bolsonaristas negaram a existência do Covid 19. “Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus”. A doença se impôs. Economias poderosíssimas como dos Estados Unidos e da Europa foram a nocaute, com governantes céticos sendo obrigados a fazer lockdown para conter o contágio e evitar a bancarrota completa.
Depois, negaram sua gravidade. “O que eu ouvi até o momento [é que] outras gripes mataram mais do que esta”, mas a mortandade também se impôs, ceifando mais de 300 mil vidas de nossos irmãos brasileiros. A ponto de ameaçar de colapso o sistema de saúde do país e obrigar governadores e prefeitos a agirem de forma atabalhoada, devido à falta de coordenação nacional de um ministério da saúde ocupado por militares incompetentes e irresponsáveis em busca de aumentar seu soldo a expensas do erário.
Em seguida, numa demonstração maior da desonra que caracteriza os bolsonaristas, os fiéis escudeiros do presidente mais despreparado e incompetente que o Brasil já teve, apressaram-se em apontar os culpados pela tragédia na qual transformaram a crise sanitária, sempre tratada pelo mandatário maior com menoscabo e irresponsabilidade. Criaram um antagonismo inexistente entre tomar medidas sanitárias adequadas para debelar a crise de saúde e manter funcionando uma Economia que já vinha cambaleando com o fraquíssimo desempenho do “Chigago Boy” Paulo Guedes, um economista que se considerava um gênio preterido e incompreendido pelo país, mas que no presente não passa do bajulador-Mor do militar inepto. Culparam o distanciamento social, os prefeitos, os governadores, a china, os comunistas, as máscaras, o álcool gel e o Papa. “Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali. Ele sai, mergulha e não acontece nada com ele.” A ciência se impôs. Governantes sérios viabilizaram a vacina.
Por fim, inflados pela estultícia e pelo que Freud denominava Pulsão de Morte, os bolsonaristas se apegaram ainda mais às perversões e mentiras, sabotando o acesso do povo a vacinas, porque, como bons charlatães que são, sempre tiveram suas soluções milagrosas contra a doença, a exemplo do famigerado Kit Covid, vendido aos seus sequazes estupidificados como porção mágica para curar a Covid 19, tal como fazem aqueles conhecidos mercadores da fé, que vendem “Feijões Mágicos”, para nossa gente humilde, já chafurdada na dor e na miséria. “A gente vai junto com pastores e religiosos anunciar para pedir um dia de jejum ao povo brasileiro em nome de que o Brasil fique livre desse mal o mais rápido possível”. Mas, a verdade é o tempo, e o tempo sempre se impõe. E chegará também para os bolsonaristas, quando não puderem mais negar seus pecados.
P.S. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… Os reis estão nus.
Amadurece o consenso de que a eleição presidencial de 2018 foi um ponto fora da curva, porém, não tanto. Analistas políticos apontam que pelo menos três eventos concorreram fortemente para a ascensão da extrema direita ao poder. Primeiramente, um natural e escusável conservadorismo do povo pobre, que sempre foi obrigado a escolher seus candidatos sob a motivação do estômago, atendendo ao perene reclamo por um pedaço de pão que aplacasse a fome secular que subjuga os trabalhadores dos ermos rincões e das periferias das grandes cidades desse país perverso e desigual.
Evidência confirmadora desse clientelismo reinante é o longevo coronelismo a mandar e desmandar no interior dos estados brasileiros anos a fio. E a expressão mais clarividente do paternalismo que perdura no país é a força política de caciques que ainda hoje exploram territórios ricos do Brasil num regime familiar idêntico às velhas Capitanias Hereditárias, uma vez que aos seus descendentes são outorgados verdadeiros títulos de donatários de enormes latifúndios nas regiões Norte e Nordeste, onde mantém forte influência política derivada de legendas conservadoras como ARENA, PFL e PDS – atualmente DEM e PROGRESSISTAS -, e mesmo, o MDB de figuras conhecidas como José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Bezerra Coelho, Jader Barbalho, para ficarmos apenas com os ainda vivos e frequentemente apontados por opositores como os novos coronéis do Brasil.
Um segundo episódio que contribuiu para o cenário político atual, indicam os estudiosos, foram os levantes ‘populares’ de 2013 (aqui as aspas se justificam pela acusação de que as manifestações desse ano tiveram financiamento de partidos e organizações tidas como de extrema direita, a exemplo do MBL, VEM PRA RUA, que supostamente representavam os anseios de milionários entediados com o esgotamento das políticas econômicas do PT, que não mais podiam assegurar a mesma margem de lucros de anos anteriores).
O terceiro momento, por fim, teria sido a atuação seletiva da operação Lava Jato, cuja persecução criminal teria por escopos jurídicos – dentro do que se convencionou a chamar de combate à corrupção política no esquema do Petrolão – inviabilizar por meio de ‘Lawfare’ o desapegado sindicalista Lula e seu Partido dos Trabalhadores da disputa eleitoral de 2018, abrindo caminho para dar assento à extrema direita e seus séquitos militares, eternamente ciosos por tutelar com braço forte a nossa incipiente Nova República, tão ávida por uma mão amiga.
E, segundo os críticos da Lava Jato, a atuação direcionada do juiz e procuradores da República de Curitiba se confirma pelos desdobramentos políticos da ascensão do “herói nacional” Sérgio Moro ao ministério do governo Bolsonaro, como forma de agradecimento deste ao magistrado que contribuíra inegavelmente para sua vitória nas urnas.
Analisados os três pontos sugeridos como alicerce da tragédia que vive o Brasil atualmente, parece honesto agregar a eles a ação dos dois protagonistas da aberração que se instalou no comando deste país.
O Bolsonaro, inexpressivo deputado do Centrão por oito mandatos, embora tente iludir seus sequazes mais féis com pautas de costume previamente derrotadas, a verdade é que os traiu vergonhosamente ao se aliar a banda podre da política, retornando ao seu status quo, para proteger seus filhos, esposa e a si mesmo do esquema corrupto das ‘Rachadinhas’, cuja origem deságua no tenebroso Escritório do Crime, organização criminosa de milicianos envolvida em construções irregulares nas favela do Rio de Janeiro.
O Lula, sua trajetória fala por si só. Desde a descoberta do primeiro esquema de corrupção de seu governo, o Mensalão, acirrou sua campanha de demonização dos adversários políticos, principalmente o PSDB, ocupante do Planalto antes dele e povoado por figurões envolvidos nos mais escabrosos estratagemas de corrupção no governo e prefeitura de São Paulo e mais onde tenha se apossado da chefia do executivo país a fora. O mote era “Nós contra Eles”. Hoje, devido a ofensiva bolsonarista, ocupa o lugar dos “Eles”.
Isto posto, o povo brasileiro tem sido obrigado a escolher sempre um presidente pior que o anterior. Agora, pelo menos já sabemos que ambos os reis, Bolsonaro e Lula, estão nus. E minha torcida é para que talvez possamos nos antecipar a essa nova tragédia anunciada e tentemos mudar os rumos deste país, escolhendo algo fora do cardápio de iguarias requentadas e bololentas.
Por: Adão Lima de Souza
E APOIS!… Bravatas, palhaçadas, diversionismo e incompetência bolsonaristas.
O típico bolsonarista de raiz é uma pessoa que se explica pela estupidez porque na estupidez ele se exprime, manifesta seu mais nefasto modo de ver o mundo e os outros seres humanos, animais e vegetais.
Para o típico bolsonarista-raiz, cortar verbas necessárias de universidade se justifica não porque é comum governos contingenciarem recursos diante de crises econômicas, mas sim porque estupidamente acredita que as universidades brasileiras estão infestadas de comunistas que só querem consumir drogas e transformar o espaço acadêmico num antro de devassidão e perversidade.
Para o típico bolsonarista-raiz, as tais doutrinações ideológicas denunciadas por eles como elemento mantenedor do tal Marxismo Cultural devem ser combatidas não porque acreditam numa Escola Sem Partidos, mas sim, porque somente o ensino-aprendizagem sem criticidade pode legitimar o autoritarismo de que precisam para distorcer os fatos históricos, reescrevendo-os conforme os seus interesses mesquinhos e corruptos.
Para o típico bolsonarista-raiz, programas sociais como o Bolsa Família são apenas meios de sustentar vagabundos em troca de votos nas eleições para partidos de esquerda. E pouco importa se políticas públicas de auxílios financeiros aos necessitados sirvam mais para fomentar o crescimento econômico, estimulando o consumo, que realmente ajudar o pobre coitado que padece na miséria. Pensar assim seria antiliberal, ou seja, coisa de comunista como bem lhe aconselha sua profunda ignorância.
Para o típico bolsonarista-raiz, a ditadura militar que espalhou terror e atrocidades por vinte e um anos no Brasil perseguia tão somente aqueles vagabundos admiradores de Fidel Castro que queriam implantar em nosso pais uma ditadura comunista. E que as centenas de pessoas desaparecidas, vítimas de tortura e assassínios pelas forças de segurança, em operações como a Condor, cuja tática era atirar pessoas vivas de aviões em alto mar, foram executadas por militantes de esquerda, embora os fatos históricos apontem inequivocamente para ação orquestrada dos governos militares, como explicaram os torturadores argentinos, condenados a prisão perpétua, quando chamados a responderem por seus crimes na Argentina do grande Che.
Para o típico bolsonarista-raiz, a “res publica”, a independência dos Poderes da União, a autonomia dos entes federados, a participação popular, a liberdade de culto e filosofia, enfim , as mais imprescindíveis regras de sustentação do Estado Democrático de Direito não passam de entraves à tolher a boa intenção dos grandes patriotas, e, por isso, deveriam ser substituídas por detritos autoritários mais benfazejos ao povo, como uma nova intervenção militar, pois o como dizia George Owen, no livro 1984, o Grande Irmão nunca erra.
Para o típico bolsonarista-raiz, pouco importa quanta estupidez a trupe de paspalhões do desgoverno do Capitão Comédia cometa na economia, educação, meio ambiente, porque cada demonstração de ignorância pública perpetrada por qualquer da súcia presidencial será sempre celebrada por ele como uma “mitada”, um ato heroico dos grandes patriotas Guedes, Weintraub, Sales, Damares, Ernesto, Carlos, Eduardo, Flávio, Jair.
Isto posto, para nós que não somos típicos bolsonaristas-raiz, mitos, patriotas, conservadores nos costumes e liberais na economia, que acreditamos na possibilidade de convivência pacífica com o outro, respeitamos a diversidade, o pensar diferente, o jogo democrático, os irmãos brasileiros, o meio ambiente, os povos indígenas e sulamericanos, resta apenas lutar incansavelmente para derrotar esses tempos de vitupérios, estultices, de fascismos e trevas.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto…Posto Ipiranga ou simples Loja de Conveniência?
O ministro Paulo Guedes, no início do governo vendido como posto Ipiranga e hoje visto pelo mercado apenas como uma loja de conveniência, ao dizer que não se importa com a disparada do dólar demonstra seu profundo desconhecimento da Política Monetária.
Ele parte de tese equivocada que sustenta que a escalada do câmbio é conseqüência da taxa baixa de juros.
Nesse ponto, o Chicago Boy ignora, portanto, que a subida da moeda americana exerce forte pressão sobre os preços, já que os negócios são firmados em dólar. E isso faz subir a inflação que para ser contida implicará obrigatoriamente na manutenção de taxas altas de juro, capazes de inibir o consumo.
Deste ciclo vicioso – dólar alto pressionando preços; e preços altos forçando a diminuição do consumo através de juros altos – temos um desmantelamento total do denominado Tripé Macroeconômico, com flutuação descontrolada do câmbio e descontrole inflacionário resultando em desequilíbrio fiscal. E uma vez que os papéis da Dívida Pública são liquidados em dólar, o pais se afunda.
Nessa toada, o consumo das famílias caem, a produção industrial é reduzida ainda mais, o desemprego aumenta, alimentando um ciclo perverso que se transforma em tragédia, quebrando a roda do crescimento econômico antes mesmo dela começa a girar.
Assim acontece porque o modelo de economia reinante hoje no capitalismo é o da especulação financeira, que releva o setor produtivo a segundo plano para privilegiar o ganho fácil do rentismo que economias periféricas como a do Brasil asseguram por meio do superávit primário.
Diante disso, para atrair investimentos, economias fragilizadas como a nossa precisam manter sobre controle a inflação e as contas públicas. E isso só é possível com uma política monetária que mantenha a flutuação cambial dentro de marcos mínimos e máximos pré-traçados pelos mercados internacionais. Além do mais, a balança comercial brasileira é afetada pelo dólar tanto nas importações de insumos, quanto nas exportações das commodities.
Isto posto, é melhor o posto Ipiranga economizar nas palavras inúteis para não quebrar a grande loja de conveniência em que ele tenta transformar o Brasil.
Por: Adão Lima de Souza.
Isto posto… Os novos muros de Berlim.
Na canção Baihuno, do disco homônimo de 1993, o saudoso Belchior cantava: “Cai o Muro de Berlim – cai sobre ti, sobre mim, nova ordem mundial”. Hoje, dia 9 de novembro comemora-se os trinta anos deste acontecimento que pôs fim fim a chamada Guerra Fria e redirecionou o mundo para um inédito multilateralismo.
E, embora não seja apenas otimismo que o poeta cearense expressa em sua bela canção sobre a nova ordem mundial que cairia sobre nós, é imperioso admitir os avanços inegáveis trazidos pela cooperação internacional, manifesta no fortalecimento da União Europeia e na tomada conjunta de decisões por organismos representativos da comunidade mundial, tais como ONU, OMC, OTAN, notavelmente responsáveis por afastar novas catástrofes mundiais como as duas grandes guerras ocorridas no século vinte… Pelo menos até agora.
Todavia, analisando o atual cenário político global, é forçoso admitir que a ascensão de pensamentos conservadores de extrema direita, a proliferação do discurso de ódio às minorias e a normalização da intolerância com a diversidade de ideias e comportamentos, torna irrefutável a sentença de Demétrio Magnoli, colunista da Folha de São Paulo, quando diz que “as loucas esperanças do dia 9 de novembro de 1989, dia da queda do muro de Berlim, estilhaçaram-se contra os muros invisíveis da multifacética crise europeia, da ascensão de Donald Trump, da restauração da “Grande Rússia”, da ressurgência do fantasma do extremismo na Alemanha”.
Isto posto, caro leitor, também o Brasil, com seu atual governo de perseguições e intolerâncias, de estupidez e inclinação autoritária, de aturdimento e desinteligência contribui fortemente para soerguer novos muros de Berlim, fundados na violação de direitos humanos e no terror estatal.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… Governo Bolsonaro: o Capitão comédia contra seus “acepipes”.
O país foi surpreendido dias atrás pela disputa intestina do presidente Bolsonaro e o deputado Luciano Bivar pelo comando do PSL, partido pelo qual se elegeu o atual mandatário.
No episódio, ofensas foram desferidas por ambas as partes. Ora os petardos miravam deputados insatisfeitos com o tratamento recebido do Palácio do Planalto; ora eram contra os três filhos do presidente, acusados por parte dos correligionários como causa constante da instabilidade do governo errático do inseguro capitão do exército.
Até agora a briga entre os apoiadores de Bolsonaro e os aliados do deputado pernambucano teve como saldo uma tentativa frustrada de trocar o atual líder do partido na câmara, o deputado Delegado Waldir, pelo filho caçula do presidente, Eduardo Bolsonaro. O mesmo apelidado de zero três e cotado para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, embora seu currículo seja apenas a não comprovada habilidade de fritar hambúrgueres durante o intercâmbio que fez numa cidadezinha qualquer dos “states”.
Em outra trincheira, após a fragorosa derrota na guerra de listas de assinaturas para destronar o inoperante delegado Waldir, os bolsonaristas efetivaram a destituição da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann, tida até então como aliada de peso e representante maior do bolsonarismo raiz, porém, agora, escancaradamente acusada de traidora pelos seus asseclas – ou “acepipes” como cunhara o ministro da deseducação Abrahan Weintraub, notório por postagens desprovidas de inteligência nas suas redes sociais.
No último rounde, no campo de batalha do twitter, a ex-líder do governo e os filhos de Jair bolsonaro se enfrentam numa luta intensa travada a partir de emojis de animais, com Carlos Bolsonaro postando porco, cobra, galinha contra a Joice Hasselmann, e ela respondendo com figuras de viados e ratos: “não vou ter medo de dois moleques que ficam aí tuitando e falando bobagem de mim pelas costas”, disse.
Na arquibancada, a perplexidade é total. Analistas políticos se esforçam para tentar entender qual é a estratégia de Bolsonaro para terminar um desgoverno de lacração, cujo prognóstico mais seguro é que será interrompido a qualquer momento. Seja pelo Congresso Nacional, através do golpe institucionalizado do impeachment, seja pela ação das Forças Armadas se se confirmarem as suspeitas de que o presidente planeja um golpe de estado, já que são mínimas as chances dos generais prestarem continência a um Capitão Comédia, tratado na gíria militar de “bunda suja”.
Isto posto, atentai bem, caros “acepipes” do ocupante efêmero dos recônditos do Palácio dos Marajás da Governança, tal qual na guerra temos a verdade como primeira vítima; num provável Golpe Militar o alvo primeiro será o excelentíssimo senhor Capitão Comédia, nossa Dilma de calças, Jair-Bessiais-Rousseff-Bolsonaro.
Por: Adão Lima de Souza
Isto Posto… À suposta indústria da multa, Bolsonaro prefere a indústria da morte!
O presidente Bolsonaro fez uma indisfarçável escolha pela indústria da morte para combater o que seu governo denomina de indústria da multa nas áreas de trânsito, meio ambiente e segurança pública.
No trânsito, embora figure o Brasil entre os países com o maior número de ocorrências fatais, fazendo parte de um seleto grupo de recordistas em mortes no trânsito que tem Índia, China, Rússia, Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito, o governo optou por medidas com forte potencial para ampliar a média nacional de 37 mil vidas perdidas em acidentes por ano.
Observe-se que o número citado é superior à população de muitas cidades brasileiras. O que faz com que mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam ocupados por vítimas de acidente de trânsito, resultando, segundo o Observatório de Segurança Viária, em custos anuais de R$ 52 bilhões com essas ocorrências no trânsito.
Entretanto, para o governo Bolsonaro, cujas medidas seguem na contramão do que recomenda a literatura especializada e o exemplo de países desenvolvidos, e cuja justificativa para todo tipo de barbaridade proposta pelo próprio presidente e seus ministros tomam por fundamento sempre a afirmativa desarrazoada de que os institutos de pesquisas, hoje sob seu comando, estão errados porque são ideológicos, porque, dizem eles, o mais importante no trânsito é o prazer do cidadão dirigir, ainda que a custa de estímulo à imprudência, maior tolerância com o motorista infrator, relaxamento de normas e o fim das sanções.
Assim temos, a quase impossibilidade do motorista ter suspensa ou perder a CNH, já que agora precisará somar 40 pontos e não mais 20; a velocidade sem limites ocasionada pela retirada dos radares das rodovias e pela ampliação dos pontos na carteira; crianças podendo ser transportadas sem a devida segurança, pois a cadeirinha deixa de ser obrigatória se não tiver sanção a quem não a usa; e, por fim, o aceno à liberação do consumo de drogas pela ausência da obrigatoriedade do exame toxicológico, deixando o profissional das estradas que deseja voltar ileso para o seio de sua família sujeito à ação irresponsável de motoristas suicidas e das idéias estapafúrdias de um presidente esquizofrênico.
No tocante ao meio ambiente, o antiministro Ricardo Salles, a título de contribuir para o combate incansável da suposta indústria de multas, pôs em prática um desmonte no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e no ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), desmerecendo pesquisas sérias a fim de promover a liberação recorde de 197 novos agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura.
Sendo que desses venenos, 26% são proibidos na União Europeia, em razão dos riscos à saúde humana e ao meio ambiente, além de alguns usarem como base o glifosato, substância classificada pela OMS como potencialmente cancerígena e que é alvo de milhares de ações judiciais no Estados Unidos. Onde estudos recentes comprovaram a relação entre o glifosato e o linfoma Não-Hodgkin, um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático.
Por fim, na área conduzida pelo superministro Sérgio Moro, cuja esperança era que fosse uma voz racional nesse governo destrambelhado, fez-se imperar mais uma vez a noção errática de que segurança pública é problema de polícia. E, mais uma vez se desrespeitando dados apresentados em extensa pesquisa feita pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), na qual os números demonstram que a flexibilização da posse e porte de armas contribuem para o aumento da violência, o desgoverno de Jair Bolsonaro obtivera endoso do senhor superministro para editar decretos que caminha na contramão dos fatos e do interesse popular , já que pesquisa recente aponta que 73% dos brasileiros rejeitam as medidas propostas para facilitar o acesso a armas no país.
Somado a isso, tem-se o projeto anticrime do senhor superministro Moro, cujas premissas são equivocadas, pois se sustenta na visão ideológica de que recrudescer a persecução criminal, encarcerando mais e mais cedo fará diminuir o crime pela chamada prevenção geral.
Isto posto, considerando as medidas desastrosas para o trânsito, a liberação de venenos cancerígenas nos alimentos e a permissão a civis e militares para matar, temos que o pretexto de combater a indústria da multa se tornará no mais fundamental alicerce para o fortalecimento da indústria da morte.
“Pátria Amada salve, salve-se quem puder!”
Por: Adão Lima de Souza.