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Marcos Pontes indica militar como diretor interino do Inpe

Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, nomeou, na tarde desta segunda (5), Darcton Policarpo Damião como diretor interino do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O ex-diretor Ricardo Galvão foi exonerado na última sexta (2).

O anúncio de Pontes foi feito por meio de postagem em redes sociais. O ministro afirma que o nome foi enviado à Casa Civil e deve ser oficializado ainda nesta semana.

A decisão vem dias depois da polêmica demissão de Galvão. Galvão foi exonerado após defender os dados do Inpe sobre desmatamento —que apontaram crescimento nos últimos meses— e responder às críticas pessoas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Nesta segunda, Bolsonaro chegou a afirmar durante evento na Bahia que “maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra a nossa Amazônia”. 

No domingo (4), o presidente afirmou que ordenou a demissão: “Está a cargo do ministro. Eu não peço [a demissão], certas coisas eu mando”.

O ministério da Ciência e Tecnologia afirma que a escolha do próximo diretor não tem data prevista e que haverá comitê de busca com lista tríplice, como é o costume na escolha de uma nova direção no instituto.

Damião se formou pela Academia da Força Aérea em Ciências Aeronáuticas, e tem mestrado em sensoriamento remoto pelo Inpe, segundo consta em seu currículo Lattes. Também fez doutorado em desenvolvimento sustentável pela UnB (Universidade de Brasília), e cursos de especialização no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e na Universidade da Pensilvânia.

EXONERAÇÃO

Em café da manhã com jornalistas estrangeiros, ao ser informado sobre o aumento no desmatamento –documentado a partir de dados do Deter (projeto Desmatamento em Tempo Real, que têm a finalidade de ajudar ações do Ibama no combate ao desmate)–, Bolsonaro afirmou que Galvão poderia estar a “serviço de alguma ONG”,

No dia 20, ao Jornal Nacional, Galvão afirmou que “ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim. Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas”. “Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer”, disse o diretor do Inpe.

Em entrevista à Folha no último dia 21, Galvão havia dito que até poderia ser demitido, mas que o instituto era cientificamente sólido o suficiente para resistir aos ataques do governo.

Após ser exonerado, Galvão afirmou que o que motivou a demissão foi seu discurso em relação a Bolsonaro, que criou constrangimento. “Diante do fato, a maneira como eu me manifestei com relação ao presidente, criou-se um constrangimento que é insustentável. Então eu serei exonerado”, afirmou, na sexta, o diretor, que disse concordar com sua substituição.


CRONOLOGIA DAS CRÍTICAS AO INPE E AO SEU DIRETOR, DEMITIDO

19 de julho 
O presidente Jair Bolsonaro questiona dados de desmatamento do Inpe e diz que Ricardo Galvão poderia estar a “serviço de alguma ONG”. O presidente diz que conversaria com o diretor do Inpe

20 de julho 
Galvão fala ao Jornal Nacional que Bolsonaro “tem um comportamento como se estivesse em botequim” e que os ataques são como “uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer”

21 de julho 
Bolsonaro recua, diz que não falará com Galvão e que não quer propaganda negativa do Brasil.
Galvão diz à Folha que poderia até ser demitido, mas que o Inpe não poderia ser atingido.
Diretores de institutos de pesquisa entregam carta ao ministro Marcos Pontes (Ciência) pedindo que ele interceda junto a Bolsonaro por Galvão e pelos dados de desmate

22 de julho 
Pontes, em rede social, diz que compartilha da “estranheza” de Bolsonaro quanto aos dados de desmate.
Bolsonaro afirma querer que os dados passem por ele antes da publicação, para não ser “pego de calças curtas”

26 de julho 
Durante reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Pontes defende que dados do desmate não sejam divulgados como ocorre hoje. Os dados são públicos e podem ser acessados por qualquer cidadão

31 de julho 
Reunião entre Salles, Pontes e representantes do Ibama e do Inpe. Galvão participaria, mas é desconvidado de última hora. Salles diz que dados do Inpe não são corretos e que instituto reconhece o problema. Inpe nega afirmação

1º de agosto 
Em entrevista coletiva com Salles, com o chanceler Ernesto Araújo e com o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, Bolsonaro diz que dados do desmate foram “espancados” para “atingir o nome do Brasil e do atual governo”. Presidente diz que vai contratar empresa para fazer monitoramento do desmate

2 de agosto 
Galvão é exonerado por Pontes. Em rede social, ministro agradece Galvão e encerra mensagem com “abraços espaciais”

Fonte: Folha de São Paulo

sua 

Bolsonaro tem muito tambor e pouco violino

Em julho de 2017 o procurador Deltan Dallagnol foi convidado para fazer uma palestra no Ceará, pediu cachê de uns R$ 30 mil, mais passagens para ele, a mulher, os filhos e estadia no Beach Park (“as crianças adoraram”). Em junho passado o ministro de Economia baixou a Portaria 309, que reduzia os impostos de importação de bens de capital, informática e tecnologia. Dezoito dias depois, suspendeu-a. Nada a ver uma coisa com a outra? Elas mostram como a mão invisível do atraso leva o leão a miar.

Quem pagou a villeggiatura do doutor Dallagnol foi a Federação da Indústrias do Ceará, uma das estrelas do Sistema S, aquele em cuja caixa de R$ 20 bilhões arrecadados compulsoriamente nas veias das empresas o doutor Paulo Guedes prometeu “meter uma faca”.

Passaram-se seis meses sem que Guedes voltasse a falar no Sistema S, mas quando ele assinou a portaria 309 cumpriu uma das maiores promessas de campanha do capitão Bolsonaro. Baixando os impostos de importação de bens de capital e de equipamentos de informática, baratearia os preços de computadores, celulares e produtos eletrônicos. A alegria durou pouco pois recolheu-a prometendo revê-la.

A mão invisível de uma parte do patronato da indústria ganhou a parada mostrando ao governo que poderia bloquear seus projetos no Congresso. Ela já conseguira o arquivamento do projeto de abertura comercial deixado por Michel Temer. Esse jogo tem quase um século. Houve época em que era mais fácil comprar cocaína do que importar computador. 

Quando a economia nacional começou a se abrir, o agronegócio foi à luta, modernizou-se e hoje é internacionalmente competitivo. A indústria blindou-se atrás de federações (alimentadas pelo Sistema S), aliada a “piratas privados e criaturas do pântano político” (palavras de Guedes). Poderosa, preserva-se com leis protecionistas. Resultado: os piratas prosperaram, a indústria definhou e seus produtos custam caro. Já as federações, nadam em dinheiro, custeando palestras que poucos empresários sérios custeiam.

O capitão Bolsonaro é um mestre do ilusionismo. A cada semana agita o país com tolices (“golden shower”), impropriedades (o conforto de um trabalho infantil que não conheceu) ou mesmo irrelevâncias (a nomeação do filho para a embaixada em Washington, ganha um almoço de lagosta no Supremo Tribunal quem souber os nomes dos três últimos embaixadores nos Estados Unidos). 

Quando um assunto relevante como a abertura da economia vai para o pano verde, o leão revoga a portaria 309 no escurinho de Brasília, prometendo revisá-la em agosto. A ver, pois essa orquestra tem muitos tambores e poucos violino.

Fonte: Elio Gaspari – Folha de S.Paulo

Feliciano chama porta-voz de “incompetente”

Feliciano agora critica porta-voz e o chama de “incompetente”. Deputado culpa o general Rêgo Barros pela realização dos cafés com jornalistas, que tem dado dor de cabeça ao governo por conta as declarações do presidente.

Depois das desavenças com o general Santos Cruz, ministro que acabou deixando o governo, o deputado e pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) resolveu agora criticar outro militar do Planalto, o general Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República.

O parlamentar, que é muito próximo a Bolsonaro, atribui a ele as polêmicas geradas por declarações do presidente durante os cafés com jornalistas às sextas-ferias no Palácio do Planalto.

Em postagem nas suas redes na noite deste sábado, Feliciano chamou Rêgo Barros de “mal-intencionado e incompetente”. Para ele, a ideia desses cafés, que tem dado dor de cabeça ao governo, foi do oficial.

“Porta-voz serve para proteger, não para expor. Nunca na história deste país um presidente foi tão exposto à imprensa como Jair Bolsonaro. Alguém se lembra de presidente toda sexta-feira receber jornalista para café da manhã?” – atacou Feliciano.

E o deputado não parou por aí. Chamou o porta-voz de “usurpador”, por, na opinião dele, extrapolar nas suas funções.

“Rêgo Barros é um usurpador, pois porta-voz serve apenas para externar a opinião do presidente. Quem cuida do relacionamento da imprensa é o secretário de Imprensa…Quem indicou esse cara para o presidente?”

No café de ontem, Bolsonaro fez duas afirmações que geraram muita polêmica: primeiro, chamou os nordestinos de “paraíbas”; segundo, fez ataques inverídicos contra a jornalista Míriam Leitão.

Câmara aprova texto-base da reforma da Previdência

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em 1º turno, por 379 votos a 131, o texto-base da reforma da Previdência (PEC 6/19). Agora os parlamentares começarão a votar os destaques apresentados à proposta.

Os destaques podem ser de emenda ou de texto. Para aprovar uma emenda, seus apoiadores precisam de 308 votos favoráveis. No caso do texto separado para votação à parte, aqueles que pretendem incluí-lo novamente na redação final da PEC é que precisam garantir esse quórum favorável ao trecho destacado.

A matéria foi aprovada na forma do substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que apresenta novas regras para aposentadoria e pensões.

O texto aumenta o tempo para se aposentar, limita o benefício à média de todos os salários, aumenta as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS e estabelece regras de transição para os atuais assalariados.

General Heleno diz que é uma vergonha militar da sua patente receber salário líquido de R$ 19 mil

Para o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, é uma vergonha que, como general do Exército, receba um salário líquido de R$ 19 mil. A declaração foi dada em resposta a questionamento sobre o valor que ganhava como diretor do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O General Heleno atuou de 2011 a 2017 como diretor do Instituto Olímpico e do departamento de Comunicação e Educação Corporativa do COB. Ele deixou o cargo em meio à crise instalada pela prisão de Carlos ArthurNuzman, então presidente do comitê e que convidou o general para o posto.

Como diretor do COB, Heleno recebia aproximadamente R$ 55 mil[valores sem correção inflacionária], segundo reportagem da Folha de dezembro de 2017.

“Eu tenho vergonha do que eu recebo no Exército, isso eu tenho vergonha. Mostrar para o meu filho que eu sou general do Exército e ganho, líquido, R$ 19 mil, eu tenho vergonha. Agora, do dinheiro que eu recebia no COB? Eu ganhava honestamente”, afirmou.

Heleno participa nesta quarta-feira (10) de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. O encontro discute a apreensão de drogas em aeronaves militares.

Segundo o general, foi a única vez em que ia a restaurantes e não precisava olhar opções mais baratas do cardápio.

O ministro defendeu ainda sua atuação à frente do COB e afirmou que trabalhava muito no cargo de diretor. “Formamos mais de mil gestores esportivos. Formamos mais de 300 treinadores. Eu não tenho vergonha nenhuma de ter sido bem pago, como os senhores aqui, a grande maioria, não têm vergonha”, disse, em referência aos parlamentares presentes na audiência.

Ele disse que começou ganhando cerca de R$ 30 mil, e que recebeu aumento por acordos feitos por sindicatos. “Eu nunca pedi aumento no COB, eu recebi o que o COB me pagava, é uma entidade privada”, complementou.

O militar ressaltou ainda que, embora o valor do COB viesse de apostas feitas em concursos da Caixa Econômica Federal, há questionamentos sobre se o valor seria público.“Esse dinheiro é 2% do que o apostador receberia. Então, esse dinheiro jamais iria para o Tesouro Nacional. Há uma discussão no próprio TCU [Tribunal de Contas da União] se isso é dinheiro público.”

Durante a audiência, Heleno também colocou em dúvida o caráter do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues. O general afirmou que os membros do GSI são escolhidos por meritocracia.“[Essa meritocracia] é montada em cima de uma didática e de uma metodologia de julgamento das pessoas, de conceito dado não só por subordinados e pelos superiores, mas inclusive pelos pares.”


Líderes fazem últimos debates antes da votação da Reforma da Previdência

Os líderes partidários e suas bancadas aproveitaram a fase de orientação da reforma da Previdência (PEC 6/19) para travar os últimos debates sobre o tema. Na oposição, o clima é de resistência, como disse o líder do PSB, deputado Tadeu Alencar (PE). “A reforma vai ter efeitos dramáticos sobre um país que já tem desigualdades enormes”, disse.

O líder do PSD, deputado André de Paula (PE), disse que o partido fechou questão a favor do texto e ressaltou que o Congresso tirou da proposta o impacto sobre os trabalhadores rurais, idosos e pessoas com deficiência que recebem Benefício de Prestação Continuada. “É uma reforma universal, que chega para todos; e solidária, que tira mais de quem tem mais. São princípios perseguidos pela bancada”, afirmou.

Em nome da liderança do PRB, o deputado Silvio Costa Filho (PE) fez menção a deputados da oposição que vão votar a favor do texto e disse que a medida é fundamental para a retomada do crescimento econômico. “Estamos convencidos de que, se esta reforma não passar, o Brasil vai quebrar”, declarou.

O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), disse que o partido vai manter a disputa em prol dos professores, das mulheres e dos mais humildes. Ele criticou ainda o favorecimento de bancos pela retirada do caráter público e fechado do fundo de previdência complementar dos servidores públicos federais.

Figueiredo também questionou o argumento de que a proposta vai trazer empregos. “Vamos ver o empobrecimento, a miséria da maior parte da população brasileira”, disse. E encerrou com uma fase de Leonel Brizola. “Mais vale a pena morrer lutando do que passar a vida em vão”.

Ajuste fiscal – Líder do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) disse que o partido está tomado por uma posição de “dever cumprido”. “Estamos fazendo aquilo que o Brasil esperava que fizéssemos”, declarou. Ele afirmou que a reforma vai fazer o ajuste fiscal necessário para custear as futuras aposentadorias.

Na avaliação do líder do DEM, deputado Elmar Nascimento (BA), a maioria dos deputados concorda que a reforma da Previdência é “urgente e necessária”. Segundo ele, a alternativa à diminuição dos custos com a aposentadoria é a insolvência do Estado. “Estamos alinhados com a austeridade, com o ajuste fiscal, com uma reforma que vai estabelecer credibilidade junto aos mercados internacionais”, defendeu.

Nascimento também ressaltou o esforço para a construção de consensos sobre a reivindicação de policiais e da bancada feminina, que serão objetos de destaque para mudar o texto.

O líder do PSol, deputado Ivan Valente (SP), apresentou assinaturas contra a reforma da Previdência e disse que a proposta vai trazer “retrocesso social”. Ele disse ainda que a votação está contaminada pela liberação de emendas. “Normalizaram o toma lá, dá cá, que antes chamavam de corrupção”, condenou.

Juá Garden Shopping divulga atrações das férias

Não vão faltar atrações, movimento e surpresas nestas férias de julho no Juá Garden Shopping, em Juazeiro. Do dia 1º até o final do mês, a ordem é se divertir e aproveitar uma programação pensada para atender os mais variados perfis de público e idade. Enquanto as crianças vão se divertir com atrações, a exemplo do Mundo Mágico e o Castelo das Princesas, a direção do shopping reservou para os adultos apresentações como o festival ‘Dançando nas Férias’ e um show com o humorista Zé Lezin.

O festival ‘Dançando nas Férias’ vai acontecer na Praça de Alimentação nos dois primeiros sábados do mês (6 e 13). Com início marcado para as 17h, a atração começa com uma apresentação das danças bolero, samba, tango e salsa. Na sexta-feira (19), as atenções se concentram no estacionamento do shopping, onde será apresentado às 20h, o show ‘Zé Lezin Acústico’ reunindo as melhores piadas e causos do humorista paraibano.

O Cinemark anunciou os lançamentos e traz para o público infantil os filmes A vida secreta dos Pets 2, Turma da Mônica, Homem Aranha: Longe de Casa e O Rei Leão e para o público adulto destaque para o filme Annabelle 3. Os horários das sessões vão das 12h até 20h. 

Regime de Maduro prende 13 oposicionistas na Venezuela

Treze pessoas foram presas na Venezuela, inclusive um general das Forças Armadas, por um fracassado plano de “golpe de Estado”, informou nesta quinta-feira, 27, o ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez. Os detidos estão vinculados ao movimento ao líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.

“Qual foi a consequência das ações criminosas desses golpistas? A prisão”, disse Rodríguez em declaração para a estatal VTV, na qual apresentou os nomes dos 13 detidos. A tentativa de rebelião militar ocorreu, mas fracassou por causa da lealdade da cúpula das Forças Armadas aNicolás Maduro.

Entre os presos está o general de brigada Miguel Sisco Mora, a quem qualificou como “comandante da operação”. Na quarta-feira 26, Rodríguez havia denunciado o suposto complô, com o objetivo de matar o presidente Nicolás Maduro, a primeira-dama venezuelana, Cilia Flores, e o presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello. Acusou também os governos da Colômbia, do Chile e dos Estados Unidos de participação na conspiração.

A comissão de Defesa da Assembleia Nacional, o único poder nas mãos da oposição, informou que 198 militares estão presos com base na acusação de traição à pátria e conspiração. Segundo a organização não governamental Foro Penal,  há 688 “presos políticos” no país.

Pelo menos 12 militares e civis ainda são procurados por envolvimento na tentativa de golpe, acrescentou Rodríguez. Ele não incluiu Guaidó entre os participantes da ação, mas citou que líder da oposição estaria por trás da tentativa.

“Não são hipóteses, são evidências”, insistiu Rodríguez, divulgando vídeos e gravações de conversas telefônicas sobre a elaboração do “plano golpista”.

Guaidó rebateu as acusações ao defini-las como”novela”. Ele denunciara na terça-feira 25 a prisão de cinco militares e dois policiais quatro dias antes, quando a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ainda visitava o país. Também afirmou que a intervenção militar, pelas forças de seu próprio país, ainda está sobre a mesa.

O procurador-geral, Tarek William Saab, ligado a Maduro, anunciou também nesta quinta-feira a abertura de uma investigação criminal contra 14 “civis e militares da reserva” sobre “os crimes de conspiração, terrorismo, traição e conspiração para cometer crimes”.

É “um grupo totalmente subversivo, liderado por um eterno fracassado, usurpador do poder de maneira circense, o cidadão Guaidó”, disse o procurador à imprensa.

Sisco Mora e os militares na ativa, que segundo Rodríguez estão entre os presos ou procurados, não estão nessa lista divulgada. Entre os investigados estão o ex-chefe de inteligência Manuel Cristopher Figuera, que está asilado nos Estados Unidos, e o general reformado Raúl Baduel, ministro da Defesa de Hugo Chávez (1999-2013), sujeito a prisão domiciliar desde 2017.

Quantos presos há no país?

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) assinam nesta quinta-feira (27) acordo para fazer a coleta biométrica de toda a população carcerária do Brasil. O objetivo é conhecer, enfim, quem são as pessoas sob custódia do Estado —até hoje, não há dados confiáveis sobre todas elas.

A biometria deve ajudar também na emissão de documentos que identifiquem os presos, como RG e CPF.

Boa parte deles não tem nenhum documento. 

Fonte: Mônica Bergamo – Folha de São Paulo

Brasileiro da FAB com cocaína é manchete mundial

A imprensa internacional repercute nesta quarta-feira, 26, a prisão de um militar brasileiro que transportava 39 kg de cocaína em um avião que integrava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro. O homem, de 38 anos, um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), foi preso no aeroporto de Sevilha, na Espanha, e estava no grupo de 21 militares que dão suporte à viagem presidencial até Tóquio, onde Bolsonaro participará da reunião do G-20. O presidente não estava no mesmo avião que o militar preso.

O diário Le Monde, um dos principais da França, escreve que essa não era a primeira viagem presidencial do sargento e que a situação dá elementos para a oposição criticar o presidente. “Bolsonaro abalado pelo caso ‘Aerococa’, depois que 39 kg de cocaína foram encontrados em um avião oficial” foi o título dado pelo diário parisiense.

O jornal americano The Washington Post deu ao caso ênfase diferente da dos periódicos britânicos, citando Bolsonaro somente no quarto parágrafo da reportagem e reproduzindo com destaque informações técnicas sobre a apreensão dadas por uma fonte anônima integrante da guarda civil espanhola.

“Cocaína na Espanha coloca Bolsonaro sob tensão” foi o título da publicação inglesa Financial Times, que classificou o caso como “um constrangimento internacional para Bolsonaro” em matéria publicada em seu site. A reportagem diz ainda que “a detenção é um baque para o direitista Bolsonaro, cujo governo está tentando endurecer as leis sobre drogas e tem frequentemente louvado as Forças Armadas”.

A revista alemã Der Spiegel também dedicou espaço ao caso em seu site. Em texto curto, apenas relata a situação e cita que o soldado integrava a comitiva do presidente para a viagem ao G-20. “Militar na comitiva presidencial brasileira tinha 39 quilos de cocaína”.

Na Espanha, o El País intitulou a reportagem com “Detido em Sevilha um militar da comitiva de Jair Bolsonaro com 39 quilos de cocaína” e explicou que a droga foi encontrada por agentes espanhóis quando o militar brasileiro desceu do avião da FAB com um saco de guardar roupas e uma mala de mão.