Isto Posto… Visitantes ilustres da tragédia.

chuva na janela

Não sei dizer se é coincidência ou não, mas, o fato é que político sempre arrancha uma tragédia em tempos de eleição para ter a quem refazer suas promessas falsas. Penso, às vezes, que tais calamidades, como as chuvas que derrubam casa e alagam tudo; ou as longas estiagens são obras inacabadas desses políticos profissionais que as mantém como ases na manga para utilizá-los quando sua lábia já não convencer mais ninguém.

Contudo, isso implicaria em admitir duas coisas: as teorias conspiratórias e a onipotência de nossos políticos. O que para o Brasil seria ainda mais perigoso  se eles tivessem uma dessas coisas sob seu controle. Felizmente não as tem porque não são nenhuma nem outra coisa. São somente políticos, na maioria, desonestos que contam sempre com conivência do eleitor em perdoar seus crimes. Talvez devido à fragilidade moral de nosso povo ou, quem sabe, o desespero causado pela privação de condições mínimas de subsistência.

Seja uma coisa ou outra, a verdade é que na tragédia todo político finge ser solidário. E todos acreditam na sinceridade de sua comoção quando, abandonando o conforto de seus palácios suntuosos, desembestam para os bairros miseráveis e chafurdam o pé na lama que é o cotidiano daquela gente movida pela esperança de dias melhores.

Lá estando, o político renova, junto ao povo desprovido de má-fé, o compromisso de se empenhar incansavelmente na luta pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária, se for reeleito, onde a chuva, ao cair sobre a terra árida, seja momento de regozijo pela fartura da colheita anunciada ou o instante de contemplação poética através da vidraça embaçada pela água límpida e não a inundação dos velhos transtornos ocasionados pela falta do saneamento e urbanismo há muito prometido pelos ascendentes daqueles que ora prestam condolências diante do infortúnio.

Isto posto… Percamos o medo da chuva e exijamos o nosso lugar ao sol.

Por: Adão Lima de Souza

Uma resposta para Isto Posto… Visitantes ilustres da tragédia.

  1. Josemario S.N disse:

    Tratam-se de tragédias anunciadas que servem de meio para utilização do instituto da desnecessidade da licitação, esta que é regra nos negócios efetuados pelo poder público. Devemos estar atentos, pois na prática se trata de um “morde e assopra”, de modo que se deixa a tragédia acontecer para que venha um “salvador” (político(s)) tomar conta da situação e posteriormente dizer que trabalha para as pessoas. É preciso ter consciência, é preciso exercer a cidadania ativa.

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