Um poema sobre mim e Deus.
Deus sabe que de mim nada pode esperar
Porque sabe exatamente quem eu sou
Porque conhece minha imperfeição
Pelo tamanho de minha finitude.
ELE sabe de antemão o resultado das provações
A que me submete agora e no futuro.
Deus sabe que eu sou só fragilidade e ignorância
Por isso não me fez a sua imagem e semelhança!
Talvez Deus me tenha feito para o pecado,
Porque esse é o máximo de livre arbítrio que nos une:
Eu como a limitação do corpo,
ELE como a infinitude do ser.
Numa combinação de tempo e angústia
Regida pelas leis do acaso e da ponderação.
Deus sabe que sendo o pecado,
Eu sou sua parte vencida
E, por isso, não podemos competir.
E que, embora eu não seja um deus,
Eu sou sua imagem e semelhança,
Não porque ELE me tenha feito assim,
Mas, porque, essa é a significância do tempo para nós:
O entrelaçamento de duas existências
Que nunca se fará carne,
Por conta da transitividade do verbo que é.
Ponciano Ratel
Deixe um comentário