Dodge vai estancar a sangria
Pelo que se pode deduzir do episódio em que foi nomeada – seu encontro secreto com o presidente no Jaburu nunca foi explicado de forma convincente – uma coisa é certa: em vez de usar as flechas do bambuzal, como seu antecessor, Raquel Dodge, a nova chefe da PGR e do MPF vai atuar para estancar a sangria que Janot provocou no governo Temer – não que faltassem motivos para tal; Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima não estão presos por excesso de virtude.
Nomeada com a bênção de Gilmar Mendes, o principal aliado de Temer dentro do STF, secundado por Alexandre de Moraes, Dodge é a principal moeda de troca que o governo ofereceu aos seus aliados.
Ela representa a promessa de que o tempo em que os peemedebistas de Temer, seja no Senado, na Câmara ou no governo eram denunciados a torto e a direito chegou ao fim.
Isso é muito melhor do que qualquer outra contrapartida que Temer poderia oferecer aos investigados e/ou denunciados para votarem nele a segunda denúncia de Janot, que a essa altura é natimorta.
Só não digo que Dodge vai matar no peito – expressão célebre atribuída ao ministro do STF Luiz Fux – por razões óbvias, mas suspeito que, se os homens de Temer já tinham um foro privilegiado, agora passam a ter dois.
Por: Alex Solnik, jornalista do BR 247.
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