Papa pede a abolição da pena de morte

PAPAA mensagem incômoda que o papa Francisco dirigiu ao Congresso dos Estados Unidos pode ser resumida numa de suas frases: “Façam com os demais como quiserem que os demais façam com vocês”. Jorge Mario Bergoglio, que se apresentou como “filho desse grande continente”, repassou ante os congressistas todos os assuntos – mudança climática, redistribuição da riqueza, regulação da imigração, política exterior multilateral – que a maioria republicana vem bloqueando. O Papa pediu que a resposta à chegada de imigrantes seja “humana, justa e fraterna” e defendeu a abolição da pena de morte.

Recebido com um longo aplauso, o Papa voltou a levantar os parlamentares quando, logo após começar, disse: “Agradeço o convite que me fizeram para que lhes dirija a palavra nesta sessão conjunta do Congresso na terra dos livres e na pátria dos valentes”. Mas, pouco depois, lançou um discurso menos complacente. “Se é verdade que a política deve servir à pessoa humana”, disse Bergoglio, “não pode ser escrava da economia e das finanças. A política responde à necessidade imperiosa de conviver para construir juntos o bem comum possível, o de uma comunidade que resigna interesses particulares para poder compartilhar, com justiça e paz, seus bens, seus interesses, sua vida social. Não subestimo a dificuldade que isto significa, mas os incentivo neste esforço.”

E acrescentou: “Tratemos aos demais com a mesma paixão e compaixão que desejamos ser tratados. Busquemos para os demais as mesmas possibilidades que queremos para nós. Acompanhemos o crescimento dos outros como queremos ser acompanhados. Em suma: queremos segurança, demos segurança; queremos vida, demos vida; queremos oportunidades, ofereçamos oportunidades. O parâmetro que usemos para os demais será o parâmetro que o tempo usará conosco.”

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