BRAZIL COM Z

macacoE então Plebe Rude, ruminantes dessa Nau-Brasil desgovernada, nação futurista, trazida pelas caravelas d’além-mar, este que vos fala é PONCIANO RATEL, alçado a patente de Desabestalhador Geral da República em revide ao grassamento das contingências morais nestas paragens tupiniquins.

O proselitismo iconoclasta de hoje é inspirado no jornalista José Adalberto Ribeiro, o bicho-grilo, que acertadamente reivindica uma grande mobilização nacional em defesa do resgate imprescindível do Brazil com Z. Z de Zé, como todo brasileiro do norte-nordeste do Paíz. Z de JoZé Adalbertovsky  Ribeiro, da tribo de Ribeyrolândia, donde este operário das letras dispara seus dardos envenenados de bom-humor contra os desmandos da Caterva Vermelha que hoje  infesta as salas escuras dos recônditos do Palácio dos Marajás da Governança desse Brasil com S.

Conforme nos dão conta os noticiamentos hodiernos do Cientista Político The Gaulle, conselheiro privativo do Bicho Grilo Adalbertovsky para assuntos extemporâneos, também confesso conservador revolucionário ou subversivo conservador, tal qual seu ouvidor da Ribeirolândia, que nos idos 1930 do século passado os bons velhinhos da Academia Brazileira de Letras, num golpe de Estado Ortográfico, convenceram a nação de que o Z era arcaico e adotaram desde então o Brasil com “S”, em nome da modernidade.

Diante dessa desfeita, e dos protestos de Antônio de Castro Alves, Ruy Barbosa, Augusto dos Anjos, Lima Barreto e Machado de Assis, os luminares de nossas letras que sempre escreveram Brazil com Z, o jornalista arretado Jozé Adalberto Ribeiro, depois de custoso entrevero intelectivo com o Doutor Alvacir Fox, imortal da Academia de Letras Científicas, resolveu convocar os valentes imortais das Academias Pernambucana, Baiana, Cearense, Piauiense, Sergipana, Alagoana, Paraibana, Maranhense e Norte-rio-grandense, e demais irredentas academias adjacentes para uma cruzada revolucionária em defesa do Z. Do Brazil com Z.

No ensejo afirmou, ainda, que os libelos mais benquistos pelos letrados, aiatolás da grande mídia falada e escrevinhada, deveriam promover uma grande comoção nacional em defesa dessa causa nobre, com o propósito enaltecido de aprovar a pauta reivindicatória toda do futuro pretérito Brazil com Z.

E que deveriam, também, os ditos pasquins, vendedores de leituras de fácil degustamento, alardear a imperiosa necessidade do outrora novo Brazil abandonar o cântico nacional ouvido às margens do Ipiranga (ou pelas margens do Ipiranga ouvido), enquanto estava deitado eternamente em berço esplêndido, e de pronto restabelecer como Hino Nacional aquele louvor mais heroico, composto por Jozé Gonzaga Pascoal Cipriano, também alcunhado de Dom Pedro I, que vocifera “Brava Gente Brazileira, longe vá, temor servil; ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brazil”.

Somente com o gesto audacioso, heroico e retumbante de ceifar o “S” fraquejador de nosso Brazil varonil, bradaríamos aos quatro cantos o país belo, forte, impávido, colosso. Ao mesmo tempo, faríamos brilhar o sol da liberdade em raios fúlgidos, revigorando de uma vez por todas, num gesto incontido de justiça o Luíz, o Souza, a Heloisa, a Izabel, devolvendo-lhes a força dantes surrupiada.

Cônscio e estribado com a objeção desse inexcedível jornalista do sertão pernambucano, o bicho grilo Jozé Adalbertovsky Ribeiro, este pretenso escrevinhador se rende à mancomunação de vê este Brazil dos Bruzundangas escrito escorreito com Z.

Por hora me despeço de Vossa Mercê!

E atentai para esta sapiência: “Os grilhões que nos forjarem, com perfídia, astuto ardil, com mão mais poderosa, Zombará deles o Brazil com Z”.

Saudações a quem tem coragem!

PONCIANO RATEL

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