Delinquência de jovens brasileiros no Japão preocupa autoridades no Brasil
O governo brasileiro está preocupado com o índice crescente de crianças e adolescentes brasileiros que são flagrados cometendo crimes no Japão. Os dados foram apontados em um levantamento feito pelo Ministério das Relações Exteriores, divulgado nesta quarta-feira (21).
Dos 190 mil brasileiros que vivem na Ásia, 417 estão presos. A maioria, 407, estão detidos no Japão. O narcotráfico é responsável por 26% das prisões de brasileiros no país. Pelo menos 110 pessoas cumprem pena por terem sido flagrados traficando drogas.
No entanto, entre as outras 307 ocorrências de crimes registrados por brasileiros no Japão, a maioria é de furto de carros e de autopeças. Entre os acusados, o número de adolescentes é cada vez maior.
De acordo com a diretora do Departamento de Brasileiros no Exterior, Luiza Lopes da Silva, a evasão escolar é a principal explicação para o número crescente de jovens infratores brasileiros no Japão. Segundo ela, as crianças não conseguem se adaptar facilmente às escolas japonesas.
Além disso, segundo a ministra, os pais não têm condições de realizar o acompanhamento escolar dos filhos, já que passam a maior parte do dia trabalhando nas fábricas japonesas.
— Os brasileiros estão lá, de modo geral, trabalhando com longa carga horária como operário de fábrica. Eles não têm condições de dar suporte aos filhos. Isso, associado a situação de bullying que as crianças sofrem nas escolas, faz com que os estudantes abandonem os estudos com 10, 11 anos.
Como param de estudar antes do 12 anos e ainda não podem trabalhar, os jovens brasileiros acabam ficando com muito tempo livre. Durante o tempo ocioso, eles se reúnem e formam pequenas gangues para cometer furtos.
De acordo com diretora do Itamaraty, o governo brasileiro está acompanhando essa situação de perto e já planeja ações para dar suporte às famílias que vivem no Japão.
O levantamento do Ministério das Relações Exteriores aponta que 3.209 brasileiros estão presos no exterior, espalhados por 51 países. A maior parte deles, 34%, está detida na Europa e responde por narcotráfico.
Em 2013, o Itamarty gastou US$ 120 mil (o equivalente a R$ 264 mil) para dar suporte de alimentação, roupa e até remédios para os brasileiros que estão detidos fora do País.
Fonte: R7
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