Pequena ode a João Cabral, roubada a Erza Pound
Se te repudiei antes, João Cabral, é porque era cego
Não sabia o vinagre dessas pedras, cabras
da força do aço do osso inquebrantável
mesmo quando vacilam ou bruxuleiam os tendões de todo nordeste
Agora que os olhos se me abriram
vejo a grandeza pétrea, truncada e plástica de tuas palavras
Vejo a agonia e a força que sustentam os canaviais vencendo
a catadura rígida dos senhores sem engenho
Vejo o que não via: a resistência tenaz que abriga teus versos
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
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