Ode a Lima Barreto
Agora te compreendo, irmão,
sob teu rosto de brasileiro atormentado
rangem as formas vulcânicas e lâminas que
abrirão o porvir;
Agora te compreendo, irmão,
e sei que tua deliberada simplicidade e teu punho destro
lançaram contra ti os escravos escravos e os patrícios;
Agora te compreendo, irmão,
que o teu francês não era empolação
era a necessária assertiva da igualdade das inteligências;
Agora te compreendo, irmão, embora te quisesse mais firme e mais forte, arrostando os vórtices e, empertigado, segurando ainda mais o facho da liberdade;
Agora te compreendo, irmão, embora te quisesse mais feliz, mas sei que um país medíocre aprecia matar a viva invenção e, por isso, hei de te compreender mais e desenterrar tuas cartucheiras, projéteis e irisadas-iradas canções de diamantes e éter.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
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